01 dezembro 2008

DIÁLOGOS DA TERRA NO PLANETA ÁGUA - FÓRUM DE BELO HORIZONTE(MG)


Encerrado no início da noite de 28/11/08, em Belo Horizonte, o “Diálogos da Terra no Planeta Água”, um dos mais importantes fóruns de discussão da sustentabilidade do planeta, que pela primeira vez foi realizado na América Latina. O evento, que atraiu 2226 pessoas de 32 países foi uma iniciativa do Governo de Minas, Green Cross International, Green Cross Brasil, Fundação Renato Azeredo, e recebeu o apoio do governo federal, iniciativa privada e de entidades do terceiro setor. A Carta de Minas Gerais, documento final que marca o fórum internacional no Estado, aponta uma série de compromissos.

Na entrevista coletiva de encerramento estiveram presentes o subsecretário da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Octávio Elísio Alves de Brito; o subsecretário de Gestão Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ilmar Bastos e o diretor da Green Cross International, Xavier Guijarro. Este avaliou como extremamente positivo o encontro num momento de transformações mundiais, como a crise econômica que afeta todos os continentes e o período que antecede a posse de Barack Obama, como primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos.

Segundo ele, o Governo de Minas foi imprescindível para que o Brasil pudesse sediar o “Diálogos da Terra no Planeta Água”. Guijarro destacou que foi um ano de preparação desde que o governador Aécio Neves fechou o acordo com Alexander Likhotal para a realização do evento. ”Minas é a caixa d’água do Brasil com um potencial hídrico extremamente importante e, portanto, não poderia ter havido escolha melhor”, concluiu o diretor da ONG internacional fundada por Mikhail Gorbachev.

De acordo com Ilmar Bastos, as discussões ocorridas em Minas Gerais serão levadas a Istambul, Turquia, onde haverá o Fórum Mundial das Águas, em 2009. Questionado sobre as experiências de sucesso debatidas no fórum, ele reconheceu a produção do etanol brasileiro e a recuperação do Rio das Velhas como duas das principais. Bastos reafirmou o compromisso assumido pelo Governo de Minas de fazer uma avaliação das ações do encontro em um ano.

O coordenador do evento, Octávio Elísio, ressaltou como fundamental para o sucesso, a presença de líderes políticos e estudiosos das questões do desenvolvimento sustentável no Brasil e no exterior. “Estamos muito satisfeitos com o saldo positivo de todas as mesas-redondas. O que se debateu aqui será subsídio de grande valia para os próximos fóruns, inclusive o de Istambul que a questão da água será prioritária”, explicou.

Octávio Elísio destacou alguns pontos da Carta de Minas Gerais. Segundo ele é uma carta de princípios e de propostas, levando em consideração o momento atual de crise econômica e de mudanças políticas, as alterações climáticas com escassez de água e as energias renováveis. O coordenador do evento observa que é preciso um novo modelo de desenvolvimento, baseado em fontes renováveis.

Para isso, a Carta de Minas Gerais sugere ações objetivas como educação, popularização da ciência e comunicação de massa, inclusive utilizando a internet para que o cidadão participe efetivamente das transformações. A cooperação Sul-Sul também deve ser acentuada, além do cumprimento das metas do milênio e da agenda 21, negociações em torno do clima visando à busca de soluções para a escassez de água, entre outras ações.


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