22 novembro 2008

Praga de gafanhotos assusta fazendeiros na Austrália

Fazendas em áreas do leste da Austrália estão sendo devastadas por uma praga de gafanhotos - a pior na região em mais de quatro anos. As fortes chuvas, que encerraram um período prolongado de estiagem, criaram as condições ideais para os insetos proliferarem. Centenas de milhares de hectares de terras agrícolas estão sendo pulverizados com pesticidas em um esforço para conter o avanço dos gafanhotos.

Um fazendeiro na província de Nova Gales do Sul disse que sua expectativa é que tantos gafanhotos ataquem sua propriedade que eles sejam capazes de bloquear o brilho do sol. Ele também disse temer que até as roupas penduradas em varais sejam devoradas pelos insetos.

Do dia para a noite

É impossível saber, até o momento, quantos são os gafanhotos nas nuvens de insetos à solta. Especialistas acreditam que vários milhões de insetos estão atacando as fazendas australianas. As chuvas desencadearam um aumento atípico da procriação da espécie.

Vastas áreas de terras agrícolas já foram devastadas e, em alguns casos, a produção das fazendas desapareceu do dia para a noite. Para muitos fazendeiros, o surgimento da praga é mais um detalhe infeliz num ano difícil. A seca que atingiu nos últimos meses a Austrália foi uma das piores neste século.

Ventos

O que torna a trajetória da praga tão imprevisível são, justamente, as condições meteorológicas. Os insetos voam para onde o vento os leva - embora eles possam pegar carona em caminhões e carros.

A principal arma no combate aos gafanhotos é a pulverização com pesticidas, prática que já teve um impacto substancial no controle da praga no sul da província de Queensland. O objetivo da pulverização é matar os gafanhotos quando eles ainda estão jovens e incapazes de voar.

Com suas asas desenvolvidas, eles podem viajar centenas de quilômetros procurando por sua próxima refeição.

Fonte:http://www.picarelli.com.br/clipping/clip28032004a.htm

DESMATAMENTO EVITADO PARA A COMPENSAÇÃO DAS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA





A SPVS - Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental lança a campanha Desmatamento Evitado. é uma iniciativa inédita que busca proteger os últimos remanescentes de áreas naturais, como a Floresta com Araucária, no Estado do Paraná, por seu potencial para compensação das emissões de gases responsáveis pelo fenômeno do aquecimento global.

A campanha prevê contatos entre empresas e a SPVS para que seja feito uma estimativa dos gases de efeito estufa emitidos pelas atividades dessas instituições, durante um período de tempo ou em um evento específico. A empresa, por sua vez, se compromete a apadrinhar uma área de floresta nativa que tenha em estoque uma quantidade de carbono proporcional às suas emissões. Estudos científicos indicam que as áreas de Floresta com Araucária em bom estado de conservação armazenam mais de 120 toneladas de carbono por hectare. Calcula-se que exista hoje no Paraná menos de 1% de Floresta com Araucária bem conservada e, ainda, sendo sistematicamente desmatada.

O cálculo é feito com orientação do GHG Protocolo, publicado do World Resources Institute que traz indicações para inventários de emissões de gases de efeito estufa, e políticas do IPCC (sigla em inglês do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) sobre diferentes fontes e características de inventários de gases de efeito estufa. Os custos para a proteção das áreas naturais incluem planejamento, construção de cercas, monitoramento, vigilância e infra-estrutura básica, além da busca de outras formas de apoio à área protegida no longo prazo. Nessas atividades, ocorre o aporte técnico de profissionais da SPVS.

Primeiras Parcerias

A primeira adesão à campanha foi da Posigraf, maior gráfica da América Latina, que adotou uma área de Floresta com Araucária no Paraná por intermédio do Grupo Kapersul, empresa de gerenciamento de resíduos que em parceria com a SPVS prospecta entre seus clientes apoiadores para projetos da instituição. Pelo acordo, a Kapersul repassa para a proteção da área uma parte do pagamento que seria feito para a Posigraf pela compra de resíduos para reciclagem, além de arcar com a parte operacional e realizar a supervisão do programa de adoção.

Em iniciativa inédita no país o HSBC Bank Brasil também aderiu à Campanha Desmatamento Evitado, com o lançamento do Seguro Carbono Neutro. A partir de 7 de outubro, para cada renovação ou novo contrato de seguro de carro feito com a HSBC Seguros, 88 m2 de área de mata nativa serão protegidos por cliente, ao longo de cinco anos, compensando as emissões de um automóvel que roda cerca de 18 mil quilômetros ao ano. A proteãoo dessa área compensa a emissão de quatro toneladas de dióxido de carbono emitido por cada veículo. A mesma iniciativa acontece também na área de Seguro Residencial. Foi realizada uma estimativa de consumo anual de luz, gás e geração de lixo, onde são necessários a proteção de 44 m2 de floresta em pé, para cada renovação ou novo Seguro Residencial Carbono Neutro.

A empresa que se envolver com a campanha estará se adiantando a uma tendência futura. Negociaçães das Nações Unidas apontam para a importância do desmatamento evitado como forma de compensação de emissões de carbono. Em uma fase pós Protocolo de Kyoto, em 2012, o desmatamento evitado deve entrar como mecanismo válido para a geração de créditos de carbono, o que diz Clóvis Borges, diretor executivo da SPVS. Ele ainda fala que é muito importante saber que o desmatamento evitado, no momento, é feito como iniciativa voluntária.

Urgente

O Desmatamento Evitado não é uma alternativa ou um substituto para o plantio de árvores, mas sim uma ação mais urgente: proteger as florestas nativas para a sua preservação e consequente manutenção de seu estoque de carbono. Uma área replantada só terá a quantidade de carbono de uma área já conservada muitas décadas depois, além de não conter a mesma diversidade de espécies. Sobre isso Denilson Cardoso, Biólogo da SPVS, comenta que a restauração é útil porque recupera ambientes que estão degradados, e só o fato de se ter árvores crescendo já temos os benefícios da absorçãoo de carbono, mas quando se cuida de uma floresta em pé, além de manter o estoque que está lá, estamos possibilitando que estas áreas naturais disponibilizem à sociedade outros benefícios, especialmente a conservação da biodiversidade, hoje extremamente ameaçada.

Junto com o estoque de carbono já existente na floresta conservada, as áreas continuarão a fazer a fotossíntese que trabalha para retirar o dióxido de carbono da atmosfera. As florestas funcionam, ainda, como um importante mecanismo de termoregulamentaçãpo, que também é um fator crucial para manutenção de microclimas.

Além de ajudar a combater as mudanças climáticas, manter vivas as florestas que ainda existem é uma necessidade urgente para proteger o patrimônio natural. As áreas naturais são responsáveis por abrigar inúmeras formas de vida de plantas e animais, e também fornecer serviços ambientais essenciais é qualidade de vida humana como água, energia, alimentos, segurança contra desastres naturais e descobertas científicas.

Fonte:http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=8734723333297529666
Matéria cedida por:
Pablo Hoffmann

21 novembro 2008

DIESEL VENDIDO NO BRASIL DEVERÁ TER O TEOR DE ENXOFRE REDUZIDO À PARTIR DE JANEIRO DE 2009


10 de Setembro de 2008 - São Paulo - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, negou hoje (10) a possibilidade de mudança em uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que prevê a redução do nível de enxofre presente no diesel vendido no país a partir de janeiro do ano que vem. Apesar dos pedidos das montadoras, o ministro afirmou que o prazo para a adaptação de veículos nacionais ao novo combustível, menos poluente, não será ampliado.

De acordo com o cronograma estabelecido no Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) em 2002, ônibus e caminhões de grandes cidades devem rodar com diesel cuja concentração de enxofre é de 50 ppm (partes por milhão) já em 2009. No interior, a concentração deverá ser de 500 ppm.

Atualmente, o diesel vendido em regiões metropolitanas do país tem uma concentração de 500 ppm. Já o diesel comercializado em cidades do interior tem 2.000 ppm de enxofre.

Segundo o médico Paulo Saldiva, pesquisador do Laboratório de Poluição da Universidade de São Paulo (USP), o diesel com mais enxofre é mais poluente. O combustível emite mais "material particulado", prejudicial à saúde, e ainda não permite que filtros sejam instalados nos veículos.

"A queima do enxofre gera material ácido, que corrói o filtro", explicou Saldiva. "Com menos enxofre, é possível instalar o filtro e a quantidade de material particulado emitido pelos veículos também cai."

O médico disse também que pesquisas realizadas seguindo critérios elaborados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que entre 12% e 14% das mortes naturais ocorridas diariamente em São Paulo foram causadas pela poluição - cerca de 9% do total. O estudo aponta que, do total de mortes por poluição, quatro ou cinco são causadas pela queima do diesel. "Com o novo diesel, de duas a três mortes por dia poderão ser evitadas."

Em entrevista coletiva concedida após participar da reunião do Conama, Minc disse ainda que propôs ao órgão a criação de uma outra fase do Proconve. Nela, ficaria fixado que, a partir de 2012, o nível de enxofre do diesel chegue a 10 ppm.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) foi procurada para comentar as declarações do ministro. A entidade, que já havia afirmado que será difícil a adaptação dos veículos para 2009, não respondeu até a publicação da reportagem.

O diretor de Soluções da Petrobras, Frederico Kramer, disse que a empresa terá condições de distribuir o diesel 50 ppm na data estabelecida na resolução.

A Petrobras, assim como as montadoras, foi citada em uma ação civil pública proposta pela Procuradoria da República em São Paulo que busca garantir que a norma do Conama seja cumprida. A procuradora Ana Cristina Bandeira Lins, responsável pelo processo, também não foi encontrada para comentar o assunto.

Fonte: Agência Brasil

19 novembro 2008

Lixo eletrônico à deriva
por Stephen Leahy

Uxbridge, Canadá, 17/11/2008, (IPS) - Alguma você já pensou que seu velho televisor pode estar envenenando uma criança na China, ou que seu antigo computador esteja contaminando um rio na Nigéria?

Sem uma lei que proíba a exportação de lixo eletrônico tóxico nos Estados Unidos não há maneira de saber se os antigos celulares, computadores ou televisores originados nesse país não acabaram em alguma aldeia pobre do mundo em desenvolvimento. Ali, moradores desesperados desmontam estes aparelhos à mão para recuperar parte dos valiosos metais que o compõem. Um pequeno grupo de pessoas aliou-se com uns poucos recicladores para garantir que o lixo eletrônico possa ser tratado com responsabilidade, criando um programa de certificação de controlador eletrônico (e-Stewards).

Anunciado este mês, os e-Stewards são recicladores de lixo eletrônico acreditados e certificados por uma terceira parte independente. Esta certificação é crucial em uma indústria que frequentemente apela para a mentira em busca de uma imagem de responsabilidade social. Atualmente, mesmo quando o lixo eletrônico procedente do mundo rico vai para um reciclador com preocupações ambientais, há altas probabilidades de que substâncias tóxicas terminem em uma enorme pilha no meio de alguma aldeia.

Estima-se que os Estados Unidos produzem três milhões de toneladas anuais de lixo eletrônico, como celulares e computadores. Seus habitantes compraram cerca de 30 milhões de aparelhos de TV desde janeiro. Essa quantidade será maior no próximo ano, quando todas as redes de televisão do país passarem ao sistema digital, a partir do dia 17 de fevereiro. Assim, para onde irão os televisores velhos e indesejados? Segundo ativistas, um destino é Hong Kong. “Vi há pouco contêineres carregados nos Estados Unidos quando foram abertos no porto de Hong Kong. Estavam cheios de lixo eletrônico, como televisores e monitores de computadores”, contou Jim Puckett, coordenador da não-governamental Basel Action Network (Rede de Ação da Basiléia –Ban).

Esta organização leva o nome do convenio internacional que regulamenta o tráfego internacional de lixo tóxico, a fim de impedir que os procedentes de países ricos contaminem os pobres. Puckett calculou que cem contêineres de lixo eletrônico chegam por dia a Hong Kong, para em seguida serem contrabandeados para a China. “Tudo procede dos Estados Unidos e do Canadá”, afirmou. Boa arte desta atividade é ilegal na China. Mas, é uma indústria muito grande e rentável, por isso muitos funcionários chineses e de outros países se mostram dispostos a fazer vista grossa, ressaltou.

Nos Estados Unidos, o programa jornalístico semanal “Sixty Minutes” divulgou este mês uma pesquisa sobre os achados de Puckett, rastreando contêineres embarcados por recicladores desse país com destino a Hong Kong até aldeias na China, como Guiyu. “Estivemos em Guiyu há cerca de seis anos, e as condições são muito piores hoje”, acrescentou. A montanha de lixo eletrônico aumenta a cada dia, ao mesmo tempo em que são criados novos aparelhos para conduzir uma economia arraigada em um crescimento sem fim. E 85% desses resíduos acabam como aterro sanitário ou incinerados localmente, contaminando a água subterrânea e o ar dos Estados Unidos. Outros milhões de computadores, monitores e televisores acumulados descansam em sótãos, garagens, oficinas e dentro de casa.

O que tem de fazer uma pessoa responsável com o lixo eletrônico diante da negligencia do governo, da irresponsabilidade dos fabricantes e da cobiça dos recicladores? “Era pouco provável que com George W. Bush como presidente fosse aprovada uma lei a respeito, por isso decidimos trabalhar com a indústria da reciclagem”, disse Sarah Westervelt, da Ban. Junto com a Coalizão pela Devolução de Aparelhos Eletrônicos e 32 recicladores nos Estados Unidos e no Canadá, a Ban anunciou na semana passada o programa de e-Stewards. Será o primeiro de certificação de reciclagem de lixo eletrônico auditado e acreditado de maneira independente.

Jogar lixo eletrônico tóxico em países pobres, aterros sanitários locais e incineradores ficará proibido, bem como o uso de mão-de-obra carcerária para processar esse tipo de dejeto. “Neste momento é impossível às pessoas saberem qual reciclador está agindo corretamente”, disse Westervelt. Empresas e organizações que dizem ser verdes normalmente tergiversam dados sobre como manejam os dejetos. “As companhias enganam as pessoas”, ressaltou. Bob Houghton, presidente da Redemtech, que recicla lixo eletrônico e integra o programa e-Stewards, diz que, “segundo meus cálculos, 90% das empresas enganam seus clientes”.

Muitas firmas proporcionam documentos a outras empresas ou governos locais alegando que o lixo eletrônico é processado de maneira segura, mas, na realidade, os enviam a países em desenvolvimento, afirmou Houghton. Quando a cidade norte-americana de Denver quis um reciclador de lixo eletrônico insistiu que este não deveria ter custo. Assim, sues aparelhos obsoletos terminaram na China, como demonstra o documentário do “Sixty Minutes”, disse Mike Wright, presidente do Guaranteed Recycling Experts, em Denver. “É impossível reciclar lixo eletrônico sem nenhum custo que não seja exortá-lo”, disse Writht à IPS.

Sua empresa não ganhou o contrato de Denver por essa razão, e é por isso que defende com firmeza o programa e-Stewards, que dá provas e garantias de que esses resíduos são manejados de maneira adequada. Westervelt disse que o programa será minuciosamente analisado ao longo de 2009 e que estará plenamente operacional em 2010. Enquanto isso, o público pode encontrar participantes no programa que se comprometam a cumprir sues rígidos padrões no e-stewards.org., afirmou

Na Europa, os fabricantes de aparelhos eletrônicos estão obrigados por lei a aceitar que seus compradores lhes entreguem seus produtos velhos para que façam uma reciclagem adequada. Embora nem Canadá nem Estados Unidos tenham uma lei semelhante, alguns fabricantes de televisores, como Sony, LG e Samsung, e vários de computadores, como Dell, Lenovo e Toshiba, pegam de volta seus produtos sem custo. Outras cobram uma tarifa. O custo de manejar e reciclar costuma superar o valor dos materiais recuperados, assim a maioria das empresas não quer aceitá-los de volta, disse Barbara Kyle, da Electronics TakeBack Coalition.

Existe a preocupação de que essas firmas que recebem seus produtos antigos simplesmente os despachem para países em desenvolvimento. “Estamos tentando fazer com que os fabricantes assinem um compromisso para agirem como se os Estados Unidos fossem parte da Convenção da Basiléia”, disse Puckett. Esse tratado, vigente desde 1992, foi criado especificamente para impedir transferências de lixo perigoso, entre eles os eletrônicos, de países industrializados para nações em desenvolvimento. Os Estados Unidos são um dos poucos países que não o assinou. “até agora, somente a Sony assinou o compromisso, mas esperamos que outros o façam logo”, disse Puckett. O ativista espera que o novo governo norte-americano, com Barack Obama, seja mais responsável e desperte essa mesma responsabilidade em outros países.

Fonte: (Envolverde/IPS)

A POLUIÇÃO DO LAGO DE YPARACAÍ - O PARAGUAI CONTA COM SÒMENTE 10% DE REDE DE SANEAMENTO BÁSICO


Foto: Lago de Ypacaraí Paraguai

O poluído "lago azul"
Alejandro Sciscioli


ASSUNÇÃO, 05/09/2005, (IPS) - Coliformes fecais, matéria orgânica, fósforo e nitrogênio poluem o Lago Ypacaraí, a principal atração do turismo interno no Paraguai. Resultados de um estudo da Agência Japonesa de Cooperação Internacional serão divulgados em breve.


"Uma noite morna nos conhecemos, junto ao lago azul de Ypacaraí", assim começa a mais famosa canção folclórica do Paraguai. Na principal atração do turismo interno paraguaio aumenta a poluição, que as autoridades negam, mas novos estudos confirmam. Cinqüenta quilômetros a leste de Assunção, Ypacaraí (Lago do Senhor, na língua guarani), tem uma bacia de 1.017 quilômetros quadrados e atrai anualmente centenas de milhares de veranistas. Segundo a Secretaria Nacional de Turismo, na última temporada de verão, mais de 300 mil pessoas foram à "villa veranista" de San Bernardino, na costa leste do Lago. Na margem oposta fica a cidade de Areguá.

A grande bacia é alimentada por outras quatro menores, formadas pelos rios Yukyry, Pirayú, San Bernardino e Areguá. O Lago deságüa no Rio Paraguai através do Rio Salado. Dez por cento dos habitantes do país, cerca de 600 mil pessoas, vivem em sua área de influência. Oitenta por cento dessa população vive nas margens do Yukyry, disse ao Terramérica Elena Benítez, diretora-geral de Recursos Hídricos da Secretaria do Ambiente (Seam). Benítez explicou que "os mangues atuam como descontaminantes da matéria orgânica" contida no esgoto que chega ao Lago.

A cobertura de saneamento é muito baixa no Paraguai, atendendo apenas 22% de Assunção e sua área metropolitana, e apenas 10% de todo o país, disse a funcionária. "O resto é despejado diretamente nos cursos de água ou no lençol freático, através dos poços e fossas sépticas", acrescentou. Na bacia do Yapacaraí, a Seam registra 145 indústrias em atividade, incluindo matadouros, frigoríficos, fábricas de sabão e curtumes. Também funcionam ali grandes hospitais públicos. Contudo, a Secretaria não conta com dados sobre volumes de descargas de dejetos industriais e esgotos. "O estudo estatístico está em execução", justificou Benítez.

Porém, "não é nenhum segredo que há mais de 30 anos o Lago Ypacaraí tem coliformes fecais", embora "se for feito um monitoramento em toda área poderemos dizer que, na média, não está contaminado". Entretanto, a Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica, sigla em inglês) "detectou, em 2000, indícios sobre a existência de algumas algas que poderiam ser tóxicas", disse a funcionária. Em janeiro, plena temporada turística, surgiu no centro do Lago grande quantidade de espuma, enquanto era divulgado o informe da Jica.

Este fato levou à intervenção do promotor ambiental, Isacio Cuevas, que ordenou a realização de análises a três laboratórios: o do Ministério da Agricultura e Pecuária, o do Instituto Nacional de Tecnologia e Normalização e o do Ministério da Saúde. Foram encontrados "coliformes fecais, cromo e mercúrio, entre outros componentes, mas em níveis insignificantes", disse Cuevas, acrescentando com ironia: "Observando estas análises, eu tomo banho no lago". O promotor espera comparar esses resultados com os de uma quarta série de estudos, de especialistas do escritório da Jica no Brasil, sobre a grande bacia do Ypacaraí.

Hideo Kawai, técnico à frente desse estudo, disse ao Terramérica que os resultados ainda não estão disponíveis, mas adiantou que foram encontradas concentrações muito superiores às toleráveis de coliformes fecais, matéria orgânica, fósforo e nitrogênio. As águas do Lago são muito ricas em nutrientes, que favorecem a rápida reprodução de cianobactérias tóxicas, com a alga Microcystis aeruginosa, encontrada no Ypacaraí. Kawai explicou que a alga produz uma toxina cancerígena, capaz de afetar o fígado humano em caso de consumo constante, acrescentando que na água potável, processada pela empresa sanitária estatal Essap, não foram encontrados sinais de microcystis. A água potável chega a 87% da população de Assunção e sua área metropolitana.

Quando os estudos estiverem concluídos, Kawai fará uma série de recomendações às autoridades, que incluirão a execução de um plano-diretor e a busca de recursos técnicos e financeiros para tratamento do esgoto, fator primordial para a reprodução de cianobactérias. Além disso, é recomendável que moradores e turistas evitem o contato direto da pele com as águas do Lago, afirmou. Miguela González, proprietária de uma casa de fim de semana em San Bernardino, disse ao Terramérica que não permite que seus filhos, de sete e dez anos, se banhem nas águas quando visitam o lugar. "Agora, com as algas, é muito mais perigoso do que antes", acrescentou.

Fonte: Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.
(FIN/2005)

O que os seres humanos precisam mais se conscientizarem é que uma vez poluído o lençol freático, vai sobrar poluição para muita gente. É por isto que digo sempre, temos que ser ecologistas, até mesmo por egoismo, afinal, se o vizinho polui o lençol freático, vai sobrar para mim também...então, recomendo "vigilância e cuidados permanentes", fiquem de olho no seu quintal, no do vizinho e em todo o planeta!


16 novembro 2008

VAMOS EXIGIR UM DIESEL COM MENOS TEOR DE ENXOFRE

Um acordo firmado na madrugada do último dia 30/10 está regulamentando o não cumprimento da Resolução 315 de 2002, que determinava a adoção em todo o país do diesel S50, com 50 ppm (partes por milhão) de enxofre, substância poluente e com potencial cancerígeno.

Hoje, o diesel vendido no interior do país tem 2000 ppm de enxofre. A norma que entra em vigor a partir de 1º de janeiro prevê que o combustível deverá ter 1800 ppm deste componente, quantidade que será gradualmente reduzida até 500 ppm, 900% mais poluente do que o S50.

Fonte:

http://www.clickarvore.com.br/?page=noticias&id=128

SENHORES PREFEITOS, VAMOS FAZER VALER A QUALIDADE DE VIDA, A PREVENÇÃO DE DOENÇAS...CRIEM LEIS, PROIBINDO O USO DE DIESEL COM TÃO ALTO TEOR DE ENXOFRE!

INFELIZMENTE, O FOGO NOVAMENTE DEVASTA A CALFÒRNIA


Os ventos fortes que passam pela Califórnia causaram novos incêndios neste domingo no sul do Estado, atingindo regiões próximas de Los Angeles e os condados de Orange e Riverside. Junto com o Condado de Santa Barbara, onde o fogo se alastra desde quinta-feira (13), os incêndios já devastaram um total de 67 km2, destruíram mais de 800 trailers, casas e apartamentos.

O governador Arnold Schwarzenegger decretou estado de emergência nesses locais, procedimento que permite mobilizar todos os recursos do Estado em caso de grave perigo para a população ou para as propriedades. Mais de 5.000 mil pessoas já tiveram que deixar suas casas e as causas dos incêndios ainda não foram esclarecidas.

Mike Blake/Reuters
Bombeiros combatem fogo em Brea; ventos e umidade baixa ameaçam Los Angeles
Bombeiros combatem fogo em Brea; ventos e umidade baixa ameaçam Los Angeles

Os meteorologistas prevêem que neste domingo a intensidade dos ventos deve diminuir, mas a umidade do ar deve permanecer bastante baixa, favorecendo a continuidade dos incêndios.

O incêndio mais forte neste domingo atingiu uma área de mais de 23 km2 nos condados de Orange e Riverside, que começou sábado em vastas áreas campais. Nestas regiões, seis bombeiros ficaram feridos combatendo o fogo.

O maior incêndio ocorreu na cidade de Sylmar, ao norte de Los Angeles, na região de San Fernando Valley. O fogo se espalhou por uma área de 31 km2 ontem e destruiu mais de 500 trailers, nove casas e 11 prédios comerciais na região.

No nordeste do Estado, as autoridades informaram que subiu o número de casas destruídas no incêndio que começou na comunidade de Montecito, no condado de Santa Barbara. O fogo, que começou a se alastrar na noite de quinta-feira (13), já causou danos a 200 casas.

Arte Folha Online/Arte Folha Online

Com ventos que chegam a 113 km/h, as chamas se propagaram rapidamente, na cidade costeira de 14 mil habitantes a 160 km ao noroeste de Los Angeles, célebre por abrigar casas de ricos e famosos. Ao menos 13 pessoas ficaram feridas neste incêndio, três por queimaduras e 10 por intoxicação provocada pela fumaça.

O outono (hemisfério norte) constitui uma estação de risco de incêndios na Califórnia, que sofre há dois anos com uma grave seca.

Os incêndios ocorrem exatamente um ano depois que uma série de incêndios devastou a Califórnia, deixando oito mortos, 2.000 casas destruídas e 640 mil desabrigados, além de US$ 1 bilhão de dólares em danos. Em junho e julho deste ano, cerca de 2.000 incêndios castigaram o Estado.

Fonte: Folha Online, France Presse e Associated Press