07 junho 2008

A FAUNA SOB AMEAÇA DIRETA PELO DESMATAMENTO







Brasil abriga 130 invertebrados sob ameaça de extinção
Levantamento do IBGE mostra que mata atlântica é lar da maioria dos insetos, aracnídeos e vermes em risco de sumir.


Cientistas já declararam a extinção de uma espécie de formiga, uma de abelha e duas de minhoca; outras 27 estão em perigo "crítico".


DENISE MENCHEN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO - Um mapa lançado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a maior parte dos 130 insetos e outros invertebrados terrestres ameaçados de extinção no Brasil vive em região de mata atlântica. São Paulo é o Estado que concentra o maior número de espécies e subespécies em risco: 46. Rio de Janeiro, com 41, Minas Gerais, com 35, e Espírito Santo e Bahia, com 24 cada, vêm em seguida.


Segundo Licia Leone Couto, coordenadora de Recursos Naturais do IBGE, a maior ameaça a esses animais é a destruição de seu habitat. "Eles têm uma área de ocorrência muito restrita e são endêmicos, ou seja, não se adaptam com facilidade a outros locais", diz.


Ela explica que o mapa, batizado de "Fauna Ameaçada de Extinção: Insetos e outros Invertebrados Terrestres", foi formulado com base no último balanço de espécies ameaçadas divulgado pelo Ibama, de 2003. O documento anterior, baseado em dados de 1989, continha apenas 33 espécies.


Em relação ao mapa anterior, foi verificada a saída de 14 espécies da lista de perigo. A entrada de novos animais, porém, quase quadruplicou o número de invertebrados sob risco.


Mapa do perigo

Apresentado na escala de 1 por 5 milhões (em que 1 cm no mapa corresponde a 50 km de território), o mapa é ilustrado e tem como objetivo retratar o estado de conservação das espécies ameaçadas e incentivar projetos voltados para a preservação da biodiversidade.


Ele oferece como pano de fundo a vegetação primitiva, a área modificada pelo homem e a delimitação dos biomas. "Os recursos visuais facilitam a compreensão do problema", afirma Couto.


Ela manifestou preocupação com o aumento no número de espécies ameaçadas. "Por serem pequenos, alguns até com um milímetro de tamanho, os insetos não recebem a devida atenção. Mas eles têm uma grande importância para o equilíbrio do meio ambiente", disse. Segundo ela, muitos têm função decompositora e polinizadora, e outros são alimento de animais vertebrados, como sapos e macacos.


A lista inclui 96 espécies e subespécies de insetos e 34 de outros invertebrados terrestres, como aranhas, minhocas e caracóis. Elas são distribuídas geograficamente e classificadas em quatro categorias: extintas, criticamente em perigo, em perigo e vulnerável.


Do total de 130, quatro já são consideradas extintas: a formiga Simopelta minima, que podia ser encontrada na Bahia, a libélula Acanthagrion taxaense, do Rio de Janeiro, e as minhocas Fimoscolex sporadochaetus (minhoca-branca) e Rhinodrilus fafner (minhocuçu ou minhoca gigante), que tinham ocorrência em Minas Gerais.


Ao todo, 27 espécies foram enquadradas na categoria de "criticamente em perigo de extinção". A maior parte dos animais nessa condição são borboletas. Com 55 espécies e subespécies na lista geral, elas representam mais de 55% do total de insetos ameaçados no Brasil.


Até o fim do ano, o IBGE pretende lançar o mapa das espécies de peixes e invertebrados aquáticos ameaçados de extinção, completando a série que começou em 2006, com a publicação do mapa das aves. Em 2007, foi feito o mapa dos mamíferos, répteis e anfíbios. No total, são 632 espécies e subespécies em risco de desaparecer.

O mapa dos invertebrados em risco está à venda por R$ 15 nas livrarias do IBGE em todo o país e também na loja virtual do instituto.


Ele também pode ser encontrado no site do instituto (http://www.ibge.gov.br/), na seção destinada aos mapas.

Fonte: Folha de São Paulo (Jornal)

06 junho 2008

ISLÂNDIA, UM PAÍS QUE JÁ FOI RECOBERTO POR FLORESTAS
















...nas minhas pesquisas pela net, encontrei um blog muito interessante, de um brasileiro que lá vive. Posto aqui, algumas fotos tiradas por ele. Nelas, ele mostra as terras desnudas que um dia foram cobertas por florestas. Este, se não fizermos nada para deter os desmatamentos, poderá ser o retrato do planeta nos próximos anos...tal qual a lua, sem vida!
Veja parte do texto e as fotos da Islândia...

O parque nacional de Þingvellir (Vale do Parlamento), onde o parlamento islandês costumava a se reunir do ano 960 até 1800, e onde também foi declarada a independência da Islândia em 1944, que é um lugar de uma beleza natural espetacular. Foi interessante ver que mesmo sendo este o primeiro dia do verão ainda tinha muita neve nos vales e colinas além da capital.

As paisagens naturais na Islândia são ao mesmo tempo de uma beleza intocada mas também um exemplo de um cataclisma ecológico, isso porque quando o país foi colonizado haviam florestas que cobriam as terras baixas, e hoje em dia não sobrou literalmente uma única árvore. Os colonizadores dizimaram as florestas até a última árvore, para construírem barcos e casas nos séculos IX e X. Hoje em dia só existem àrvores dentro das cidades, que foram plantadas nas últimas décadas. O resultado é um terreno quase lunar, com vastos campos de lava que se estendem à perder de vista. Os próprios islandeses gostam de mencionar com um estranho orgulho o fato de que a NASA testou algumas de seus sondas destinadas à lua aqui na Islândia, pelo país ter as condições mais próximas às da lua. É mesmo um lugar de uma beleza única.

AL GORE

AS JUSTIFICATIVAS DOS FABRICANTES DE AUTOMOTORES

05-06-08 - Diminuir o consumo de combustível é a bola da vez entre as prioridades da indústria automobilística mundial.
De modo pragmático, entra na equação a escalada preocupante do preço do petróleo, que simplesmente dobrou em dois anos, até atingir o pico de US$ 120 o barril. Desvalorização do dólar, explosão de consumo na China, conflitos bélicos no Oriente Médio, especulações com matérias-primas, concentração das reservas em poucos (e complicados) países e falta de investimentos em novas refinarias explicam as altas.

Por outro lado há um grande espaço para veículos mais limpos em termos de emissões. Idéia fixa dos ambientalistas, os carros aparecem como um dos vilões do meio ambiente. Trata-se de meia-verdade. Automóveis modernos apresentam índices muito baixos de poluentes tóxicos e com tendência de cair ainda mais. O problema, apontam os críticos, está no gás carbônico (CO2), um dos que favorecem o aquecimento da atmosfera. O fenômeno conhecido como agravamento do efeito-estufa teria o poder de mudar o clima, derreter calotas polares, aumentar o nível dos oceanos e inundar cidades costeiras, afirmam os alarmistas.

O CO2 não é um poluente no sentido deletério da palavra (como a maioria pensa, de forma equivocada), pois sem ele a vida seria inviável. Cientistas sérios garantem: ciclos de calor e frio do planeta são irreversíveis; o homem nada pode fazer para mudar de forma decisiva o clima, tanto para o bem como para o mal. A flatulência e a produção de esterco do rebanho bovino, por exemplo, geram gases de efeito estufa até 20 vezes mais atuantes – metano e óxido nítrico.

O pior é que políticos abraçaram essas teses duvidosas e vão impondo restrições à mobilidade. Em meio a essa histeria carbônica, veio a ordem de reduzir as emissões de CO2 a qualquer custo. E aí, de novo, entra a economia de combustível, porque menor consumo significa menor emissão de CO2 em relação direta (quase 1:1). Então, economizar gasolina, álcool ou diesel no mínimo fará bem à saúde do bolso e nisso todo mundo mostra interesse.

O que está ao alcance

No Brasil não existem as mesmas opções de automóveis, como no exterior, para quem desejar economizar na conta mensal de combustível ou diminuir emissões. Quem tem consciência ecológica apurada deve considerar, em primeiro lugar, a utilização de álcool nos motores flex, independentemente do preço relativo. O combustível renovável, se custar nas bombas até 70% do preço da gasolina, também garante vantagem no custo por km rodado.

A evolução tecnológica levou a que motores a gasolina e álcool atinjam níveis próximos em termos de emissões dos principais poluentes tóxicos: monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos (HC). Álcool apresenta emissões de aldeídos superiores à gasolina, mas este é um gás menos tóxico e só se forma por alguns minutos na fase curta de aquecimento do motor. Catalisadores e recalibrações eletrônicas são capazes de reduzir drasticamente esses poluentes.A partir de janeiro de 2009, todos os automóveis vendidos no Brasil se enquadrarão em nível mais severo (PL 5) do Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores). Portanto, os que adiarem a compra por alguns meses terão um carro mais limpo. E no próximo ano, motores flex dispensarão gasolina na partida em dias frios e emitirão ainda menos aldeídos.

Importante ressaltar a impossibilidade de desenvolver filtro ou catalisador para CO2. Faz parte do processo de combustão, embora com álcool as emissões sejam cerca de 20% menores, se comparadas à gasolina. O grande benefício do etanol (álcool etílico), em particular o obtido da cana-de-açúcar, é sua capacidade de neutralização com mais de 95% de eficiência. O crescimento dos canaviais inclui o processo natural de fotossíntese: qualquer planta absorve CO2 e devolve oxigênio para atmosfera. Etanol de cana, praticamente, nada colabora para o efeito estufa.

Gás natural veicular (GNV) apresenta emissões menores do que gasolina, desde que sejam utilizados kits de adaptação homologados. Kit incompleto logo se desajusta e passa a poluir mais. No entanto, há várias desvantagens: preço do equipamento (mais de R$ 3.000), gastos extras de manutenção, acelerações lentas, diminuição do porta-malas, afeta estabilidade direcional e em curvas, sobrecarga mecânica (molas, amortecedores, freios, transmissão), rede pequena de abastecimento, baixa autonomia. Muito sacrifício para pouco resultado no bolso, em especial se comparado ao etanol barato em São Paulo, por exemplo.

Outra opção, diesel, provavelmente será liberada no Brasil para veículos leves a partir de 2011, quando o país conseguir independência de importações.

À exceção do combustível, restam poucas alternativas para proteção do meio ambiente aqui. Escolher um veículo pequeno, de menos massa ou de menor cilindrada para diminuir o consumo, além de optar por um câmbio manual automatizado (no momento restrito a Meriva e Stilo). Permite até 4% de economia de combustível, mas o preço fica acima dos R$ 2.000.

Opções no exterior

Motores a diesel alcançam de 20% a 25% de economia em consumo e, por conseqüência, emitem menos CO2. Representam cerca de metade das vendas atuais de automóveis no continente europeu. Porém, são mais caros e nos carros baratos sua vantagem é bem menor, em especial porque o preço do diesel está próximo – e até maior – que o da gasolina. Nos EUA e no Japão a participação de mercado é baixíssima. No resto do mundo não passa de 30% dos veículos leves.

O diesel apresenta dificuldades sérias de emissões de NOx e material particulado. As soluções – ou muletas técnicas – encarecem o veículo, além de complicar e aumentar os custos de manutenção. Apesar da evolução, são pesados, ruidosos e ásperos. O motor gira pouco, embora com imenso torque. Mas motores a gasolina reagem graças à injeção direta e uso de turbocompressores (100% dos diesel são assim). Esses recursos já reduziram para pouco mais de 10% a desvantagem no consumo. E continuará melhorando com a eliminação da borboleta de aceleração, além de dispositivos que cortam a alimentação em cilindros de acordo com o uso.

Veículos híbridos a gasolina e eletricidade avançam lentamente. São muito caros e dependem do preço da gasolina para atrair compradores. Permanecem dúvidas sobre custo-benefício e preço para substituir ou reciclar as baterias especiais. Se utilizados em estradas ou vias expressas rápidas, o motor elétrico deixa de funcionar e a poupança de combustível desaparece. Não há expectativa de importação de híbridos para o Brasil, até pela manutenção mais complexa.Surgirão outros avanços de cinco a dez anos à frente, como veículo elétrico com motor a combustão exclusivo para recarregar as baterias e, adiante, pilhas a hidrogênio também para tração 100% elétrica.Gosta de urbaninos?

3.425.000 - TRÊS MILHÕES E QUATROCENTOS E VINTE E CINCO MIL NOVOS VEÍCULOS, SERÃO SOMADOS Á FROTA BRASILEIRA EM 2008 -


MEUS CAROS AMIGOS, PERGUNTO A VOCÊS, QUANTAS TONELADAS E CO2 SERÃO INCORPORADAS NA ATMOSFERA?
COMO FICARÁ O TRÃNSITO NAS GRANDES CIDADES?
QUANTOS MILHÕES DE ÁRVORES, SERÃO NECESSÁRIAS, PARA NEUTRALIZAR ESTAS NOVAS EMISSÕES?
ATÉ QUANDO O PLANETA SUPORTARÁ?
E NÓS, PARA ONDE IREMOS??????
DIANTE DE VOLUMOSA PRODUÇÃO, NECESSÁRIA SE FAZ, A RETIRADA DOS VEÍCULOS VELHOS DAS RUAS - SUBSTITUINDO POR NOVOS, MAIS EFICIENTES E ECOLÒGICAMENTE CORRETOS, OU SEJA, MENOS POLUIDORES.
URGENTE É A NECESSIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE UMA REDE EFICIENTE DE TRANSPORTE PÚBLICO - INTEGRANDO OS DIVERSOS MEIOS DE TRANSPORTES, VISANDO DAR MAIOR CONFORTO ÀS PESSOAS QUE PRECISAM SE LOCOMOVER NAS GRANDES CIDADES BRASILEIRAS.

05/06/2008 - Anfavea espera vendas superiores a 3 milhões de veículos

A produção total de veículos em 2008 pode chegar a 3,425 milhões

O aquecimento do mercado brasileiro de veículos gerado pelo bom momento da economia fez a associação que representa as montadoras instaladas no país ampliar suas estimativas de desempenho para o ano, que já previam vendas e produção recordes. O novo patamar em que trabalha a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é de um crescimento das vendas de 24,2% sobre 2007, para 3,060 milhões de unidades, contra estimativa anterior de vendas de 2,895 milhões.

Já em termos de produção, os novos dados da entidade apontam para expansão de 15%, para 3,425 milhões de veículos. Anteriormente, a expectativa era de alta para 3,235 milhões. O número inclui automóveis, utilitários, caminhões, ônibus, motocicletas e implementos rodoviários."A economia brasileira já está se apresentando em um novo patamar de tamanho e a indústria automotiva apresenta essa mesma lógica. A partir de maio do ano passado todos os nossos números começaram a indicar que entramos em um patamar novo de mercado interno, (com vendas) acima das 220 mil unidades", disse o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, a jornalistas."Saímos de um patamar de mercado interno que se apresentou até o final do primeiro semestre do ano passado de menos de 200 mil veículos por mês e estamos em um patamar novo que deve se consolidar a partir de agora em mais de 220 mil ou 230 mil veículos por mês, apresentando um crescimento a partir de agora de uma maneira mais saudável, sem grandes saltos", acrescentou Schneider."O fundamental é que esse crescimento tem se dado sem desabastecimento do mercado, com preço do veículo dentro de um patamar adequado e investimentos importantes no sentido de aumentar a produção e atender a demanda", explicou. Ele citou que as montadoras têm US$ 5 bilhões em investimentos anunciados este ano no país para aumentar a capacidade produtiva de 3,5 milhões para 3,85 milhões de veículos.

Em termos de exportações, a expectativa da Anfavea é de crescimento em valor de 7,4%, para US$ 14,5 bilhões, mas de queda de 1% em unidades, para 780 mil. Segundo Schneider, o quadro reflete momento em que as montadoras estão vendendo no mercado externo veículos de maior valor. Segundo ele, a interrupção no movimento de queda nos juros e de alta da inflação não tem surtido efeito no desempenho do setor ainda. "Por ora, não tem afetado o mercado a ponto de interromper decisões de investimento. O mercado vai se acomodar num crescimento mais paulatino, mais cadenciado.

"O presidente da Anfavea explicou que, como a base de comparação com o segundo semestre de 2007 é forte, os próximos seis meses não apresentarão crescimentos tão elevados quanto o acumulado de janeiro a maio, período em que as vendas internas avançaram 30,3% sobre os cinco primeiros meses do ano anterior, para 1,15 milhão de unidades.

Maio mais forte

As vendas de veículos novos e produção no mês passado foram recordes para o mês, de acordo com os dados da Anfavea, mas o desempenho poderia ter sido ainda melhor não fossem dois feriados no mês. Em maio foram vendidos 242 mil veículos novos, queda de 7,4% sobre o recorde histórico registrado em abril, de 261,2 mil unidades. Na comparação com maio do ano passado, houve crescimento de 14,6%.

A produção no mês passado deixou o recorde de mais de 300 mil veículos de abril, fechando em queda de 3,5% nessa comparação para 289,9 mil unidades. De janeiro a maio, a produção somou 1,38 milhão de veículos, 21% mais que o registrado um ano antes. As vendas externas no mês passado somaram 1,11 bilhão de dólares, queda de 11,1% sobre abril, e de 6,6% na comparação com maio de 2007.

De acordo com os números da Anfavea, a Fiat ocupa a primeira posição no ranking de montadoras em termos de vendas de automóveis e comerciais leves, com 274.071 veículos comercializados de janeiro a maio. Em segundo, aparece a Volkswagen, com 240.843 unidades, seguida de perto por General Motors, com 235.318 e Ford, com 102.337.
Fonte: Agência Reuters e UOL Notícias

05 junho 2008

05/JUNHO/2008 - COMEMORAÇÕES OU RÉQUIEM - ARTIGO


5 de junho, dia mundial do meio ambiente: festa ou réquiem?

Por Maísa Guapyassú*


Sempre que vem chegando esse dia, muitas instituições se preparam para comemorar. Feiras, exposições, atividades de plantio de árvores, oficinas, cursos, enfim um grande cardápio de opções é oferecido. E vendo isso, sempre me pergunto: o que essas ações pulverizadas trazem? Será que quem as organiza, quem as freqüenta sabe do que se trata, sabe das questões complexas envolvidas? Sabe realmente o que está acontecendo no planeta?
Para muitos, essas atividades são só para constar. Entram no calendário escolar, no das instituições, e acabam sendo diluídas no mar de tarefas, fora do contexto real que provocaria reflexões sobre o dia e seu significado.
Esse nome, em nossa língua, já é esquisito: meio-ambiente. Duas palavras que significam a mesma coisa, e se o meu português não está enferrujado demais, é um pleonasmo. Vêm-me duas coisas à cabeça: ou é erro mesmo, vício de linguagem, ou um ato falho que quer frisar a importância que se tem que dar à questão.
Falo em ambiente e englobo qualquer coisa. Principalmente aquilo que interessa, em diferentes graus de profundidade, ao ser humano. E no meio desses interesses, está a conservação da natureza, na maioria das vezes no fim da fila.
A relação entre conservar a natureza e manter o planeta Terra viável para as espécies que o compõem é tão intrínseca, que é esquecida. Paradoxo? Não sei. Respirar é fundamental para os seres vivos, humanos inclusive. Mas nenhum ser tem consciência de sua respiração, da importância disso, enquanto respira. A gente só toma consciência da respiração quando tem dificuldade em respirar. Só percebe como a saúde é importante quando a perde. E acho que aí pode residir a chave do entendimento dessa relação estapafúrdia que o ser humano estabeleceu com a natureza: só presto atenção quando incomoda. E quando incomoda, vou tentar combater os sintomas, não as causas. Fico na superficialidade, não busco a essência.
E qual a essência da questão? A natureza tem que ser preservada, para que a vida seja possível. Vida só do ser humano? Posso até pensar assim. Mas para que o ser humano sobreviva, é necessário que milhões de outras espécies também sobrevivam, cada uma cumprindo uma função, fazendo parte de um quebra-cabeças intrincado, complexo e impossível de remontar se desmanchado.
Alguns poucos exemplos da superficialidade? Dia do meio ambiente, dia de falar de poluição de água. Fala-se em controle de poluição industrial, doméstica, do agronegócio. Mas não se fala que se eu não preservar florestas, vegetação das nascentes, não vou ter água suficiente sequer pra poluir.
Dia de falar de reciclagem. Mas não se fala que a meta deveria ser nem ter material para reciclar, porque lixo, qualquer lixo, é recurso natural seqüestrado, que jamais vai voltar para seu local de origem para ser reincorporado e voltar a fazer parte da estrutura do sistema que o originou. Complicado? É.
Simplificar demais as coisas, em muitos casos, desvia a atenção das causas, que devem ser combatidas. Aqui cabe o mesmo exemplo de causas e sintomas de doença.
Essa simplificação, o modelo econômico que adotamos, nosso afastamento deliberado ou não das causas do problema leva à noção de que a natureza é um grande supermercado. Num supermercado, pego o meu carrinho, vou retirando produtos da prateleira; se por acaso passo num local e não tem um determinado produto, aguardo um pouco que alguém repõe. Se faz uso da natureza com o mesmo espírito: retiro tudo o que quero, ponho no carrinho, e quando falta, espero que alguém reponha. Só que na natureza, dependendo da quantidade, da intensidade e da velocidade com que retiro os produtos da “prateleira”, eu destruo, inviabilizo os processos ecológicos essenciais responsáveis pela reposição dos “produtos” na “prateleira”. E aí, já era, usando uma expressão bem popular.
E estamos colecionando um monte de “já era”, faz tempo. Com relação a espécies que se extinguiram, sistemas naturais que desapareceram, com toda sua complexidade de espécies e interações. Muitos estão agonizando. E estamos cada vez mais, sentindo os efeitos dessa agonia.
Então, temos que finalmente acordar para uma realidade que foi e está sendo construída por nós. Uma construção que cada vez mais põe em risco a sobrevivência do planeta.
Precisamos encarar as causas, ter coragem para mudar o que precisa ser mudado, ir com o dedo na ferida e buscar a cura – para as causas, não só para os sintomas.
Isso se faz individualmente, com atos simples no dia a dia, que estão nos folhetos distribuídos inclusive nas comemorações do dia do meio ambiente; e coletivamente, como sociedade atenta, combativa e pró-ativa, que tem que mostrar aos nossos dirigentes que conservar nossa natureza é questão de sobrevivência. Que quer fazer isso. E isso tem que ser feito agora, para que esse planeta, tal qual o conhecemos e amamos, tenha realmente um futuro.

DIA MUNDIAL DE PRESERVAÇÃO DO MEIO-AMBIENTE - NORUEGA






HÁ UM ANO ATRÁS...
A Organização das Nações Unidas (ONU) deu à Noruega a missão de ser anfitriã do Dia Mundial de Preservação do Meio-Ambiente, que terá início em 5 de junho 2007. O dia será celebrado em mais de 100 países, e o tema deste ano será “Gelo que derrete, um tema quente?”.

4/6/2007 :: O Ministério Norueguês do Meio-Ambiente escolheu a cidade de Tromsø para organizar os eventos, que serão realizados entre os dias 3 e 5 de junho. A cidade foi escolhida para as celebrações porque, em seu ambiente propício à pesquisa científica polar, a Universidade de Tromsø e o Instituto Polar Norueguês são atores importantes nesse âmbito. Além disso, Tromsø tem vivenciado a história tanto agora quanto antes.
O objetivo do evento é divulgar conhecimentos e criar interesse pela questão ambiental. O Dia Mundial de Preservação também irá acentuar 2007 como o Ano Internacional dos Pólos.
O gelo é muito importante para o ambiente no planeta. Ele reflete o calor do sol e faz mantém a temperatura estável. Também é uma fonte muito importante de água doce, e consiste em parte vital do sistema ecológico da Terra. Se o gelo dos pólos se fundirem e os picos gelados se retraírem, as condições dos homens e animais no Ártico mudarão. Espécies ameaçadas de extinção e comunidades inteiras perderiam seus meios de subsistência. O derretimento do gelo ártico causaria um crescente aquecimento, tanto regional quanto global. O aquecimento no Ártico é um perigo ao clima e à existência em todo o mundo.
Durante a primeira semana de junho, o Dia Mundial de Preservação do Meio-Ambiente será celebrado com festas, espetáculos, premiações, conferências internacionais e cursos.

Fonte: por Marie Koch Singelstad/http://www.noruega.org.br/policy/environment/cooperation/environment_day.htm
Fotos:
Arctic Tern (Sterna paradisaea) in flight-Fotógrafo/artista: Darrell Gulin (01),
Norway, Svalbard, Longyearbyen, observatory in snowy field-Fotógrafo/artista: Kevin Cooley(02), Valley with river in mountains, Norway-Fotógrafo/artista: John Wang (03)

MARAVILHA I - AÇORES(PORTUGAL) - HOJE EU SÓ QUERIA MOSTRAR-LHES AS MARAVILHAS DO PLANETA...


...tenho pesquisado bastante, na busca de lugares, realmente, preservados no planeta...caso algum amigo tenha alguma sugestão, pode enviá-la, sugestões sempre serão bem vindas, afinal este espaço é de todos os que amam a Natureza.

Vida marinha das ilhas é das mais bem preservadas do mundo - Greenpeace 2006-05-12 A

A organização ambientalista Greenpeace, que terminou hoje uma expedição de três semanas nos mares dos Açores, afirmou que o arquipélago constitui um dos pontos do mundo onde a vida marinha está mais bem preservada
"Pelas várias expedições em que participei, posso garantir que começam a ser poucos os locais no mundo tão bem preservados", salientou o activista Richard Page, a bordo do navio "MY Esperanza", atracado no porto de Ponta Delgada.
Para o ambientalista, ligado à Geenpreace há 13 anos, os Açores "têm muita sorte" em manter as suas comunidades piscícolas, assim como os corais de profundidade e a flora marinha em "bom estado".
O arquipélago constitui "um exemplo mundial" ao nível da protecção da vida marinha, considerou o membro da associação ambientalista, que destacou recentes medidas de protecção dos fundos marinhos.
"Parece-me que o governo açoriano tem sido muito sensível à preservação do fundo do mar das ilhas, através da criação de legislação", afirmou Richard Page, para quem "em boa hora" as autoridades proibiram o uso das redes de arrasto na região.
Durante a expedição nos Açores, inserida no âmbito do programa "Defending Our Oceans" (Defendendo os Nossos Oceanos), os activistas da Greenpeace, em colaboração com elementos do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal e investigadores da Universidade dos Açores (DOP), efectuaram vários mergulhos para captar fotografias e vídeos.
Segundo disse, a bordo do "MY Esperanza", um dos três barcos da Greenpeace, seguiram 34 pessoas, 20 tripulantes (dos quais dois investigadores do DOP) e 14 activistas, com o objectivo de demonstrar ao mundo a importância da preservação marinha.
Ao longo das três semanas, visitaram vários locais dos mares do arquipélago, entre os quais o ilhéu das Formigas (junto a Santa Maria) e o Banco D. João de Castro (junto a Terceira), para estudar a acústica dos mamíferos e captar imagens "já disponíveis no site da Greenpeace", disse.
Para Frederico Cardigos, do departamento de Oceonografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores, a presença da Greenpeace nos Açores foi muito "profícua", pois "permitiu aos investigadores locais visitarem zonas do oceano de difícil acesso".
Para além das imagens recolhidas de cetáceos (golfinhos, baleias, etc), foi também possível "documentar a riqueza do mundo aquático no arquipélago", com um câmara suspensa até aos 800 metros de profundidade.
Segundo Frederico Cardigos, foi ainda possível "compreender mais sobre a ecologia associada às espécies".
"Já sabíamos que determinadas espécies de peixes viviam a determinadas profundidades e nos locais visitados, mas agora temos mais certezas", afirmou o investigador do DOP.
O "MY Esperança", que iniciou a sua jornada em Novembro na Antártida, segue para o Mediterrâneo, depois de deixar os Açores.
Foto: Estrelas do mar da espécie Pycnopodia helianthoides, apelidada de girassol. Coletada em 2003 numa expedição do Censo de Vida Marinha, a espécie se caracteriza por movimentos lentos dentro d’água. (por Casey Debenham)

OS CONTRASTES DA NATUREZA III





04 junho 2008

PARE - PENSE...COMECE AGORA A PRESERVAR A NATUREZA


Pense de Novo
Novo vídeo da trilogia Pense de Novo alerta para as conseqüências do desmatamento
Faça sua parte
Reveja suas atitudes
O aquecimento global não é um fenômeno natural, mas um problema criado pelos homens. Qualquer pequena tora de madeira, cada gota de óleo e gás que os seres humanos queimam são jogados na atmosfera e contribuem para as mudanças climáticas. É assim que acontece cerca de 75% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil, levando o país a ser o 4o. maior emissor do planeta. Preocupado com o tema, o WWF-Brasil preparou a trilogia Pense de Novo, uma série de três animações que busca chamar a atenção das pessoas para as mudanças climáticas, seus principais efeitos, causas e soluções.


O segundo vídeo da série aborda o maior problema brasileiro para as mudanças climáticas: o desmatamento. Ao serem cortadas e queimadas, as árvores liberam para a atmosfera o dióxido de carbono que havia nelas.


Para entender como isso funciona, veja o vídeo: http://www.wwf.org.br/participe/wwf_acao/video_pense_de_novo/index.cfm

MANUAL DE ETIQUETA SUSTENTÁVEL DA EDITORA ABRIL


NA RUA: Como percorrer a cidade onde você mora de maneira mais agradável.
1
Na hora de comprar um carro, faça um cálculo simples de qual o tamanho ideal para suas necessidades. Veículos maiores consomem e poluem mais. Modelos do tipo flex fuel estão adequados às normas de proteção ao meio ambiente. Lembre-se: prefira abastecer com etanol.

2
Carro não é o meio de transporte ecologicamente mais correto. Use-o com moderação, em especial se tiver um enorme 4x4 a diesel. Ande mais em transporte coletivo ou reabilite sua magrela.

3
Compartilhe seu carro. “Pratique a carona solidária e diminua a emissão de poluentes, levando pessoas que fariam o mesmo trajeto separadamente”, recomenda o ambientalista Fábio Feldmann. Você vai se tornar o cara mais simpático da cidade.

4
Carro requer manutenção, não tem jeito. Faça uma regulagem periódica, sempre que possível. Troque o óleo nos prazos indicados pelo fabricante, verifique filtros de óleo e de ar. Todas essas medidas economizam combustível e ajudam a despejar menos CO2 no ar.

5
Que tal lavar o carro a seco? Existem diversas opções de lavagem sem água, algumas até mais baratas do que a tradicional, que consome centenas de litros do precioso líquido. Pense também em lavar menos seu carro.

6
Tem atitude mais grosseira que atirar lata ou outros dejetos pela janela do carro? O castigo para essa gafe é garantido: os resíduos despejados na rua são arrastados pela chuva, entopem bueiros, chegam aos rios e represas, causam enchentes e prejudicam a qualidade da água que consumimos.
Fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/cartilha/narua.shtml

UM ACIDENTE QUE OCORREU NAS INSTALAÇÕES DA BAYER CROPSCIENCE - BELFORD ROXO - RIO DE JANEIRO - 16/01/2007

Um acidente que não deve ser esquecido

15 de Março de 2007 por Elizabeth Oliveira

O acidente ocorrido nas instalações da Bayer CropScience, em Belford Roxo (Baixada Fluminense), no dia 16 de janeiro DE 2007, ao que tudo indica, não cairá no esquecimento facilmente. A explosão de um tanque contendo o agrotóxico Tamaron foi controlada pela multinacional, mas as reações da sociedade continuam se multiplicando. A primeira delas foi uma representação junto ao Ministério Público Estadual e à Procuradoria da República do Rio de Janeiro, encaminhada pelo Fórum de Meio Ambiente e Qualidade de Vida da Baía de Sepetiba e da Zona Oeste, organização que já teve pedido de abertura de inquérito atendido para apurar as causas e conseqüências da explosão. Ambientalistas e moradores da cidade estão organizando um abaixo-assinado, reforçando a demanda de investigação apresentada pelo Fórum, enquanto a Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pretende convocar a empresa a depor em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), recém-protocolada, para apurar os Crimes Ambientais registrados no Estado nos últimos oito anos
O efeito da poluição provocada pela empresa, segundo moradores da região:
- irritação nos olhos, além de enjôo e dores de cabeça;
-fumaça branca que sopra constantemente de uma chaminé localizada nas instalações da fábrica. “Durante o dia essa fumaça deixa todo mundo com enjôo. À noite a situação piora e o odor fica insuportável;
- necessidade do uso de óculos escuros para se proteger da irritação nos olhos provocada pela fumaça. “Quem vê essa fumaça que sopra durante o dia precisa conhecer a situação à noite, quando o mau cheiro incomoda muito mais”;
- contaminação do lençol freático, o que obrigou muitas famílias a lacrarem poços artesianos de onde tiravam água pra consumo diário”;
- alergia respiratória freqüente e o mal-estar que todo mundo também sente por aqui”.
Acidentes como este, vem reforçar a idéia da falta de cuidado com o meio ambiente, tendo como primeiro plano, a vida humana. As empresas precisam ser responsabilizadas pelo descuido e poluição que jogam no ecossistema terrestre.

TODO O MEU CARINHO....


...para vocês, meus(minhas) querido(a)s leitores, leitoras, pelas valiosas visitas...elas são o combustível que move-me nesta luta de todo dia.

VOCÊS SÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTES PARA MIM - obrigada a cada um, que acessa este espaço à procura de um pouco de oxigênio, conhecimentos, notícias. Obrigada pelos comentários, pelos acessos...vocês são a razão de ser desta página e desta luta!

Pesquisar, ler, aprender, escrever, é sempre motivo de muita alegria para mim...quero dar o meu melhor para vocês.

Este blog, está com 4 meses (02/02/2008), criado com o único propósito de ajudar, informar, conscientizar e incentivar as pessoas, na busca de um mundo melhor - e, a presença maciça de leitores (leitoras), do mundo todo, é motivo de imensa alegria e dá-me uma vontade imensa de melhorar ainda mais, buscando matérias de interesse ecológico, que possa ajudar a nossa mãe terra.
Não gosto de rótulos discriminatórios de raças, religiões e sexos - SOMOS UMA SÓ FAMÍLIA!
Fiquem à vontade, a casa é nossa, o espaço é de todos, somos todos irmãos, filhos de um único DEUS, habitando a mesma casa - A TERRA!

Beijos no coração de todos,

Helena Rezende

JAPÃO - FABRICANTES DE VEÍCULOS TERÃO QUE INDENIZAR PESSOAS QUE SE SENTIRAM PREJUDICADOS PELA POLUIÇÃO DOS VEÍCULOS

No Japão fabricantes têm de indenizar vítimas da poluição

Em ação inédita no mundo, pessoas que se consideraram vítimas da poluição do ar poderão ser indenizadas por fabricantes de veículos no Japão. A informação é do jornal francês “Le Monde”. De acordo com a notícia, estão envolvidas nessa questão as marcas Toyota, Nissan, Hino, Mitsubishi, Isuzu e Mazda. Todas deverão pagar a 520 cidadãos o equivalente a R$ 21 milhões, além de contribuir com R$ 57,74 milhões com um programa de ajuda médica para os asmáticos de Tóquio. Firmado no último dia 8, o acordo encerra um processo iniciado há 11 anos por 99 pessoas que sofriam de problemas respiratórios e se consideravam vítimas da poluição provocada pelos veículos diesel. Ao longo desse período, o número de queixosos foi aumentando. Com o precedente, aguardam-se novos pedidos de indenização nessa mesma linha.
Publicado em 17/08/2007


Amigo(a)s, realmente é o que sempre digo, existem pessoas que pedem indenização de fabricantes de cigarros, bebidas, etc...., mas daí você fica pensando, bem, fumar, ingerir bebida alcólica, faz parte do nosso livre arbítrio...se eu fumasse ou bebesse desregradamente, o faria por lívre vontade...tanto é assim, que nunca pus um cigarro em minha boca, tive inúmeras oportunidades, mas sempre pensei no seu efeito nefasto para o organismo humano, tenho inúmeros amigo(a)s que fumam, procuro dissuadi-lo(a)s do hábito, mas é sòmente ele(ela) que terá que tomar a decisão de parar com o seu vício.

Agora, meus(minhas) querido(a)s, ficarmos imersos em nuvens de poluição, respirando ar irrespirável, consumindo água poluída,assistindo a degradação da natureza, humm!!! Aí é outra estória!

- Os fabricantes de veículos, são sim, responsáveis pela emissão de gases tóxicos na atmosfera, cabe a eles o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes!

- As indústrias poluidoras, têm sim muita responsabilidade pela qualidade do ar e também de nossas águas.

- Os madeireiros, fazendeiros, posseiros, carvoeiros e governantes, têm toda a culpa pelo desmatamento e sua terrível consequência para o meio ambiente.

- Nós, habitantes, deste maravilhoso planeta, temos uma GIGANTESCA RESPONSABILIDADE para com a saudabilidade dele.

Cabe a cada um de nós, saber: - usar, consumir, guardar, vigiar, policiar, fiscalizar, denunciar, multar, reclamar, dissuadir, orientar, propagar, plantar, cuidar, regar, entusiasmar, conscientizar, partilhar, cobrar, zelar, incentivar, etc...pessoas (crianças e adultos) - empresários, dirigentes, de comunidades, estados (províncias), países; TODOS OS RECURSOS NATURAIS DO PLANETA - ELES PERTENCEM À HUMANIDADE!

TODOS - brancos, negros, vermelhos, amarelos, pardos, cor-de-rosa, etc., homens, mulheres - seres humanos que fazemos parte da família TERRA, temos que ter esta consciência de VIDA.

Se o planeta estiver com ótima qualidade de vida, o prêmio é de todos!

Se o planeta agoniza, agonizamos juntamente com ele!

Então, todos os poluidores, desmatadores e destruidores do ECOSSISTEMA terrestre, devem ser punidos e, punidos exemplarmente, e, na parte mais sensível - o bolso! Com multas e indenizações milhionárias, com os recursos financeirs obtidos, sendo revertidos para a restauração das partes degradadas.

NÃO EXISTE ESTA, que a Amazônia é nossa e sòmente a nós cabe destruí-la!

Que os americanos, europeus, degradaram, poluíram os seus habitats, eles não devam dar palpites...eles podem sim, opinar, cobrar, atitudes preservacionistas de quaisquer países. A nós, cabe, não só preservar a natureza maravilhosa que compõe o ecossistema brasileiro, bem como COBRAR A RESTAURAÇÃO e preservação do meio ambiente dos países que dilapidaram o seu meio ambiente...afinal, fazemos parte de um TODO - o PLANETA TERRA!

A desertificação da Amazônia, não irá fazer um mal gigante só para nós, mas, para a Bolívial, Colômbia, Guianas, Venezuela, Peru, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Equador...todos da América do Sul, América Central, América do Norte...de todos os continentes.

PORTANTO CUIDEMOS TODOS DO NOSSO HABITAT!

Policie, seus atos ecológicos, oriente os seus vizinhos, colabore na sua comunidade, cobre dos gestores: municipais, estaduais e federais.

Se conseguirmos melhorar o nosso clima, O LUCRO, será de todos.

É esta a consciência que TODOS precisamos ter!

Portanto, policiem, cobrem, zelem - A VIDA AGRADECE!

03 junho 2008

EROSÃO GIGANTE EM GOIÁS


07/04/2008 - Voçoroca atinge 3,8 km de extensão

Erosão, que engole tudo ao redor, pode ser a maior do País, segundo técnicos. O POPULAR sobrevoou área, no sudoeste goiano. Dema vai avaliar danos.
O repórter fotográfico Wildes Barbosa olhou, ajeitou o foco e depois retirou a máquina para ver a olho nu. “É grande demais. Não dá para enquadrar as bordas dos dois lados”, reclamou, encabulado com a cratera. A lente que ele usava, uma olho de peixe profissional, para focar grandes imagens, não enquadrava os limites da voçoroca gigante, localizada na divisa dos municípios de Mineiros e Portelândia, no sudoeste do Estado.A reportagem recebeu informações sobre a erosão há dez dias e solicitou à Delegacia de Meio Ambiente (Dema) que avaliasse o dano ambiental. Depois, um especialista do Instituto de Pesquisas Técnológicas de São Paulo (IPT) foi consultado e considerou o imenso buraco uma das maiores voçorocas do Brasil.
O delegado da Dema, Luziano Severino de Carvalho, acredita que possa ser a maior do Brasil. Ele vai encaminhar procedimentos para catalogar o dano e definir a responsabilização a seu respeito.
A erosão pode ter iniciado há mais de 40 anos e está engolindo tudo ao seu redor. É possível ver a terra cedendo nas bordas, solapadas por baixo devido à movimentação do terreno arenoso, acelerada pelo lençol freático que aflora.
À beira do abismo, segurando um ressecado pé de milho no rumo do horizonte sem o chão, que a voçoroca levou, o delegado considerava as prováveis causas: “Uma lavoura chegar à boca de uma vala gigante dessas acelera qualquer erosão, ainda mais uma voçoroca em terreno arenoso, como na Bacia do Rio Araguaia.”
A plantação de milho foi colhida no ano passado, avaliou Luziano e o delegado adjunto Juarez Carlos Arantes, que também foi ao local. A roça nova de milho e outra de sorgo foram plantadas a cerca de 30 metros da erosão, dentro na Fazenda Boa Vista, região conhecida como Urtigão, entre os limites de Mineiros e Portelândia.
Estádios
Os dois delegados, o fotógrafo e a repórter sacolejaram por estradas difíceis até o imenso buraco. Depois, o grupo caminhou em torno da voçoroca, impressionado com a grandiosidade da destruição ambiental que parecia desconhecida até então.
- “Olha..., o torrão deslizou e levou a árvore com raiz e tudo para dentro”, apontava Juarez para a boca gigante da voçoroca, medindo 800 metros de largura, por quase 2 quilômetros de extensão só na parte mais larga. Abaixo, a árvore mais parecia uma miniatura verde.
“Cabem mais que dois estádios do tamanho do Serra Dourada aí dentro?”, perguntou a repórter. “Cabem quatro, até cinco”, responderam os delegados. Na sexta-feira, a pedido da reportagem, o delegado e o coordenador do Núcleo de Geoprocessamento da Agência Ambiental de Goiás, Alejandro Alvarado, analisaram imagens de satélite colhidas em 2007 na região para calcular as medidas da voçoroca. Pelas imagens eles estimaram que a erosão tenha uma boca de aproximadamente 800 metros, podendo alcançar 80 metros de profundidade.
Só a boca, chamada por alguns também de cabeça da erosão, se estende por quase 2 quilômetros, enquanto o resto da voçoroca vai rasgando a terra por quase o dobro da extensão. “Chega a 3,8 quilômetros de comprimento”, calculou o delegado.
A área, conforme um vizinho, pertence a um produtor rural e foi arrendada para a multinacional Brenco Companhia Brasileira de Energia Renovável. Com sede em São Paulo, a Brenco vai plantar cana-de-açúcar no local para a implantação de uma usina de álcool da corporação.
Em nota ao jornal, a Brenco confirmou que a área agricultável em torno da voçoroca existente na Fazenda Boa Vista foi arrendada pela empresa. Também informou que fez uma parceria com a Fundação Integrada Municipal de Ensino Superior (Fimes) de Mineiros para recuperar a área.

Marília Assunção De Mineiros(GO)
Fonte: O Popular - 07.04.08 - http://www.mp.go.gov.br/portalweb/conteudo.jsp?

JAPÃO IRÁ COMPRAR COTAS DE EMISSÃO DE GASES DA CHINA

Japão prepara-se para comprar cotas de emissão à China
O Japão é o único país asiático que, ao abrigo do Protocolo de Quioto, tem que reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa já este ano. Como o processo está atrasado, o Japão compensará as suas emissões em excesso financiando projectos ambientais na China. Os seis projectos já em curso gerarão reduções de emissões equivalentes a 10 a 15 milhões de toneladas de carbono nos próximos 5 anos.

Foto: Gettyimages

POLUIÇÃO - A IRRESPONSABILIDADE DE ALGUNS PODE SER O MAL DE TODOS - EPISÓDIO I - CHERNOBYL

A explosão vermelha - 7 de maio de 1986

O reator de uma usina nuclear soviética pega fogo, explode e joga na atmosfera nuvem radioativa que espalha o medo por toda a Europa
Na manhã de segunda-feira da semana passada, os engenheiros da usina nuclear de Forsmark, a mais moderna e segura da Suécia, não acreditavam no que viam. Uma inspeção de rotina nas roupas de seus 600 funcionários indicava a presença de níveis altos de radioatividade. Só lhes podia ocorrer uma explicação: havia um vazamento de elementos químicos radioativos em algum lugar da usina. Em poucas horas começou a funcionar a engrenagem da segurança atômica sueca. Removeram-se todos os funcionários de Forsmark e, em seguida, anunciou-se aos países vizinhos, que poderiam ser atingidos pelo efeito do temido vazamento, que algo andava errado na usina. Entre os países que receberam o aviso estava a União Soviética.
Ao longo de toda a segunda-feira os suecos procuraram em vão pelo vazamento de Forsmark, até que começaram a suspeitar de que, se algo acontecera errado, isso se dera em outro país. Voltaram aos russos e, em Moscou, o embaixador da Suécia indagou se não ocorrera algum vazamento numa usina soviética. Não, foi a resposta. Essa negativa manteve-se durante 6 horas, até que, à noite, quando uma nuvem de radioatividade já fora detectada também na Finlândia, Noruega e Dinamarca, o governo soviético admitiu: ocorrera um acidente num dos cinqüenta reatores em operação no país - o da usina de Chernobyl, nas vizinhanças de Kiev, a terceira maior cidade da URSS, a 1.100 quilômetros da Suécia. A partir daí a Europa começava a viver dias de medo ao mesmo tempo em que o mundo se dava conta, aos poucos, dos detalhes do maior acidente nuclear de todos os tempos.
Em poucos dias, a nuvem radioativa estendeu-se por toda a Europa Central, atingindo a Suíça, o norte da Itália e batendo, na sexta-feira, sobre uma parte da Inglaterra. Carregada de iodo, césio e estrôncio radioativos, ela cobriu uma distância de 3.100 quilômetros, atingindo doze países, numa área equivalente à que vai de São Paulo ao Ceará.
PIOR SUSPEITA - O alarme soado na manhã de terça-feira levou todos os países da Escandinávia a medir a radioatividade dos carros e trens vindos de áreas próximas da União Soviética, esvaziou as prateleiras das farmácias que vendiam tabletes de iodo - antídoto eficaz diante de doses pequenas de radioatividade - e fez com que nos demais países da Europa o item mais importante dos noticiários de previsão do tempo deixasse de ser a temperatura em si para ser a direção do vento, capaz de trazer ou afastar a nuvem.

Enquanto isso, o governo soviético reconhecia o desastre em pílulas. Lacônico até mesmo diante das perguntas da Agência Internacional de Energia Atômica, à qual está filiado, ele só admitiu na noite de segunda-feira um desastre que ocorrera três dias antes. Mesmo assim, era difícil saber o que sucedera em Chernobyl na noite de 25 de abril. Os canais de acesso à URSS se fecharam completamente. Os franceses, que têm um tratado de cooperação técnica na área nuclear com os soviéticos, nem sequer conseguiram falar com Moscou. "Foi impossível. As comunicações telefônicas com a União Soviética são muito difíceis e nós ficamos sem nenhum contato direto com eles", disse Jean Claude Koechin, diretor do Comissariado de Energia Nuclear da França. Só na terça-feira o governo alemão conseguiu captar uma nesga de informação dos russos. Funcionários da embaixada soviética em Bonn haviam feito consultas a técnicos alemães especializados em experiências com a extinção de incêndios em blocos de grafite. Essa providência confirmou a pior das suspeitas: não só ocorrera um vazamento num reator em Chernobyl, mas, com certeza, esse reator explodira. Fotografias de satélites confirmavam o mau agouro, pois podia-se ver, pelas imagens do Landsat, um engenho colocado no espaço por empresas americanas, que nos arredores de Kiev havia claras indicações de pelo menos um incêndio. "É evidentemente o pior acidente nuclear já ocorrido e até hoje, quarta-feira, ele parece estar fora de controle", queixava-se o porta-voz do Ministério da Pesquisa e Tecnologia da Alemanha Ocidental, Gerd Scharrenber.
Os soviéticos diziam precisamente o contrário. Desde o momento em que admitiram o desastre, fixaram-se na versão de que o problema fora controlado, com a perda de duas vidas e a existência de 197 feridos. "Esse número de dois mortos é ridículo", assegurava Kenneth Adelman, diretor da Agência Americana para o Desarmamento.

AJUDA ACEITA - Para os americanos e europeus, não se tratava de torcer para que o número de vítimas fosse maior, mas apenas de obter informações que permitissem ao resto do mundo saber o que aconteceu em Chernobyl, e foi isso que a União Soviética evitou contar. A televisão mostrou a usina com todo o lado esquerdo arruinado mas, em contraponto, na quinta-feira distribuíram-se fotografias das comemorações do 1º de Maio em Kiev, nas quais aparecem jovens sorridentes em roupas típicas. O chefe da equipe médica do Kremlin, Yevgeny Chazov, que no ano passado dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o americano Bernard Lown, refugou uma oferta de ajuda de seu colega dizendo que "todos os problemas estão sendo satisfatoriamente resolvidos". As coisas não estavam tão boas assim e na quinta-feira o governo soviético, pela primeira vez desde o fim da II Guerra Mundial, aceitou a ajuda de um cientista do Ocidente para enfrentar um desastre, dando visto de entrada no país ao médico americano Robert Gale. Ele seguiria direto para Kiev, com a qualificação de presidente de uma associação internacional de especialistas em transplantes de medula óssea. A medula é precisamente a parte do corpo humano que mais sofre lesões ao ser submetida a níveis excessivos de radiação.
A explosão de um reator é a pior coisa que pode acontecer numa usina nuclear e sabe-se que isso ocorreu em Chernobyl, uma central que produzia cerca de um terço da energia de Itaipu. De seus quatro reatores , só um foi destruído, mas isso foi suficiente para que as autoridades soviéticas tivessem que estabelecer uma área de segurança de 30 quilômetros ao redor da usina. Calcula-se que nessa operação 25.000 pessoas tiveram de sair de suas casas. O único sinal de mudança na vida de Kiev durante o 1º de Maio era precisamente a ausência de transportes coletivos nas ruas da cidade, pois todos os veículos tiveram de ser mobilizados na transferência de moradores das zonas afetadas.

CEMITÉRIO ATÔMICO - Contrastando com a serenidade da burocracia russa - que na maioria dos casos é puro produto da ignorância em relação ao que está sucedendo em outras áreas da máquina do Estado -, ouviam-se sinais de desespero vindos de Kiev. "Você não pode imaginar o que está acontecendo aqui, com todas essas mortes e o fogo", disse um radioamador soviético a um colega japonês. "É um verdadeiro desastre. Milhares e milhares de pessoas estão fugindo. Eu estou a 30 quilômetros de distância da usina e não sei o que fazer", dizia o russo, que foi ouvido na Holanda pelo monitor de rádio Annis Kofman.
Chegou-se a falar em 10.000 mortos, o que ao final da semana parecia um exagero, mas, exceto o governo soviético, não houve no mundo quem acreditasse na versão das duas vítimas. Segundo um professor universitário francês que vive em Kiev, a explosão do reator matou 250 pessoas. Uma mulher ouvida pela agência de notícias americana UPI informou que "oitenta pessoas morreram na hora e mais de 2.000 nos hospitais". "As pessoas não foram enterradas em cemitérios comuns, mas na aldeia de Pirogovichi, onde existe um depósito de lixo atômico." A estimativa dos serviços de espionagem americanos também gira em tomo de 2.000 mortos, mas o governo soviético classifica todos esses cálculos como simples "boatos".

SEQÜÊNCIA DE DESASTRES - Num país onde todas as notícias são fiscalizadas por um departamento de censura que controla tudo, exceto as informações sobre assuntos atômicos, submetidas a uma outra tesoura específica e muito mais severa, tudo indica que é possível se saber o que aconteceu em Chernobyl. Não sairá de Moscou a profusão de detalhes que os americanos distribuíram em 1979, quando o reator de Three Mile Island sofreu um acidente que, por pouco, não chegou à extensão atingida agora na URSS.
De acordo com as fotografias de satélites e com as especificações que os russos divulgaram há alguns anos, quando tentavam vender reatores semelhantes na Europa, é possível se estabelecer com algum grau de precisão o que sucedeu em Chernobyl. A seqüência de desastres começou na noite do dia 25 de abril, quando teria ocorrido uma queda de tensão na rede de energia que alimenta a central. Essas quedas sempre podem acontecer e, pelo que se sabe, são freqüentes nessa região da União Soviética. Por alguma razão deixou de funcionar o equipamento alternativo que entra em ação logo que a tensão cai. Com menos energia que a necessária, o reator perdeu pelo menos uma das suas bombas de refrigeração. Esse é o terror de todas as centrais nucleares, pois esses grandes caixotes de concreto produzem energia a partir de um processo no qual o urânio, aquecido, faz ferver a água que corre numa tubulação, levando o vapor a mover as turbinas num prédio próximo e a gerar energia elétrica. Tanto a atividade térmica do urânio quanto o calor formado dentro do reator são controlados através de elementos denominados "moderadores" e pela circulação de água.
Para reduzir os riscos com o urânio, a maioria dos reatores ocidentais esfriados com água usa urânio altamente enriquecido, a taxas de 3,5%. Para economizar, os russos planejaram a usina de Chernobyl com reatores onde o urânio está enriquecido a 1,8% e é guardado dentro de blocos de grafite. A grafite é colocada em tomo do urânio para manter a eficiência da operação. Quando a refrigeração falhou, na noite do dia 25, era de se supor que entrasse em operação uma nova bomba, mas isso não aconteceu. Começava o pesadelo pelo qual os americanos passaram na usina de Three Mile Island. Iniciado o superaquecimento, resta pouco a fazer, além de torcer para que ele pare ou, caso continue, para que a carapaça de concreto que envolve o coração do reator agüente firme. Nos Estados Unidos o urânio esquentou a tal ponto que derreteu, provocando uma explosão que ficou contida pela muralha externa da central. Em Chernobyl faltava a muralha. "É inaceitável realizar um programa nuclear com padrões de segurança tão baixos", protesta Birgitta Dahl, ministra da Energia da Suécia.
O desastre da semana passada pode ter lançado a atenção do mundo para a taxa de risco que a engenharia nuclear soviética banca em suas obras, em nome da economia. "Na URSS, o sistema de contenção dos reatores é a imprensa", diz uma piada corrente entre os cientistas atômicos. O que parecia um simples lance de humor anticomunista acabou custando ao governo da Finlândia alguns milhões de dólares, pois, depois de comprarem um reator idêntico ao de Chernobyl, seus engenheiros descobriram que tinham de construir uma segunda estrutura de proteção. Aos finlandeses essa obra custou quase o mesmo preço da usina. Aos soviéticos, não a terem construído custou a catástrofe.

INCÊNDIO DEVASTADOR - Quando a temperatura subiu no núcleo do reator, a falta de proteção fez com que o caminho estivesse aberto para o pior. O urânio derreteu a grafite e, num processo químico, os átomos de hidrogênio e oxigênio da água das tubulações separaram-se. Livre, aquecido e irradiado, o hidrogênio explodiu e o oxigênio incendiou-se. A parede do reator foi pulverizada e a radioatividade do urânio começou sua viagem pela atmosfera, deixando no lugar onde estava o reator um devastador incêndio, alimentado por dezenas de toneladas de grafite derretida. Durante os primeiros dias da semana passada, a atividade de diplomatas russos em diversos países da Europa em busca de especialistas em combate a esse tipo de fogo demonstrava que, ao contrário do que diziam os porta-vozes em Moscou, ainda havia fogo na central. Os europeus só se convenceram de que o incêndio fora apagado quando viram na quinta-feira fotografias do satélite francês SPOT que indicavam o desaparecimento da mancha de calor nas vizinhanças de Kiev. As chamas só foram controladas depois que helicópteros lançaram areia impregnada de água e chumbo sobre a cratera aberta no lugar onde estava o reator. Mesmo assim, numa declaração surpreendente, o segundo-secretário da embaixada russa em Washington, Vitaly Churkin, reconheceu que "é evidente que o problema não foi resolvido e, teoricamente, representa uma ameaça para as pessoas na União Soviética, mas nós estamos tentando controlar a situação".

IODO CONTRA O PÂNICO - O desastre russo espalhou o medo pela Europa. "A metade da cidade saiu atrás de iodo", disse Peter Hostrup, gerente de uma das maiores farmácias de Copenhague, a capital da Dinamarca. A farmácia, que normalmente vende uma ou duas caixas de comprimidos de iodeto de potássio por ano, como descongestionante, viu seu estoque de três caixas se esgotar em poucas horas na segunda-feira passada. Os dinamarqueses recorriam assim a uma das poucas medidas preventivas corriqueiras contra os efeitos da radioatividade do iodo-131, um dos elementos liberados na atmosfera pela explosão, apesar das garantias das autoridades de que isso não era necessário. No dia seguinte, o governo da Polônia passou a recomendar que as crianças de menos de 16 anos fossem aos postos de saúde para receber uma solução de iodeto. A medida foi tomada primeiro em Bialystok, cidade de 250.000 habitantes perto da fronteira com a Ucrânia. Depois, a precaução se estendeu à região de Varsóvia, acompanhada da recomendação de que não se consumisse leite tirado de vacas que pastam em campo aberto e todos os legumes fossem cuidadosamente lavados.
Situada diretamente no caminho da nuvem vinda de Chernobyl, a Polônia registrou índices de radioatividade quinze vezes acima do normal e precisou recorrer discretamente à Suécia para obter informações que os soviéticos não davam. "Só ficamos sabendo tarde demais o que havia acontecido, e mesmo assim foi através dos escandinavos", reclamou um morador de Bialystok, onde os médicos trabalharam durante a noite toda para atender às filas de pais preocupados com os filhos. Apesar dos esforços do governo polonês para não soar um alarme alto demais, sinais de pânico incipiente foram notados até em repartições públicas como a sede do Ministério das Relações Exteriores, onde instruções mimeografadas orientavam os funcionários a manter as janelas fechadas, mesmo com o calor dos dias de primavera.
Suécia e Dinamarca proibiram a importação de alimentos do bloco soviético. Na Inglaterra, o governo desaconselhou as viagens à parte ocidental da URSS, determinou que os estoques de leite fossem submetidos a checagens diárias e todos os passageiros de aviões vindos de Moscou passaram a ser inspecionados no aeroporto de Heathrow. A Iugoslávia tomou providência semelhante, dirigindo os aviões procedentes de Moscou e de Varsóvia para pistas especiais de isolamento. "Todo cuidado é pouco", disse o ministro da Saúde da Áustria, Franz Kreuzer, ao explicar por que as autoridades recomendaram que as mulheres grávidas e crianças até 6 anos da região de Carinthia ficassem dentro de casa na quarta-feira passada, quando a nuvem se aproximou. O governo austríaco também tratou de retirar rapidamente dependentes dos trabalhadores austríacos que estão construindo uma siderúrgica a 150 quilômetros de Chernobyl. "Eu fiquei realmente assustada", disse uma mulher que chegou em Viena com o grupo de setenta pessoas levadas imediatamente para testes no Centro de Pesquisas Atômicas de Seibersdorf. "A gente não vê a radioatividade e os inimigos desconhecidos são os piores", acrescentou ela, resumindo a sensação de medo e impotência dos europeus diante de uma ameaça impalpável e silenciosa.
A MORTE EM POUCOS DIAS - Especialistas em irradiação afirmam que quem recebeu uma carga alta de radioatividade num raio de até 16 quilômetros pode morrer em questão de dias ou semanas. A irradiação não produz o efeito de uma bomba, como a de Hiroxima, que deixou corpos calcinados e sobreviventes desfigurados. A radioatividade penetra no organismo, por respiração ou ingestão, e atua nos vários órgãos conforme as propriedades de cada elemento presente. Uma conseqüência imediata a quem fica exposto em local próximo de um acidente desse tipo é a destruição do epitélio, membrana que reveste o intestino, contaminando todo o organismo.
Quem corre o risco de ser alcançado pela nuvem radioativa está sujeito a três ameaças principais: o iodo-131, o estrôncio-90 e o césio-137. O iodo-131 vai diretamente para a tireóide, provocando hipotireoidismo, necrose ou câncer, segundo o nível de contaminação. Mesmo uma pessoa que não tenha passado pela área contaminada pode ser alcançada pelo iodo-131: basta tomar o leite de uma vaca que se tenha alimentado num pasto atingido pelos resíduos radioativos. As pílulas de iodeto de potássio, ingeridas por dinamarqueses e poloneses na semana passada, só servem como antídoto se tomadas antes ou até as primeiras 12 horas após a exposição. Nesse caso, o iodeto é absorvido pela tireóide, não deixando espaço para o iodo radioativo.
O estrôncio-90 tem as mesmas propriedades químicas do cálcio. Assim, ao penetrar no organismo, comporta-se como o cálcio e se aloja nos ossos, onde pode provocar necrose ou câncer. A contaminação por estrôncio-90 é mais grave em crianças e adolescentes ainda em fase de crescimento, justamente porque os organismos jovens têm necessidade de absorver maiores quantidades de cálcio. O césio-137 se aloja nos músculos, causando distrofia, enrijecimento e perda dos movimentos normais. Nos pulmões, qualquer partícula de poeira radioativa, ao se instalar nos alvéolos, passa a irradiar lá dentro, com efeitos devastadores.
A contaminação radioativa também desencadeia casos de leucemia que podem demorar até 25 anos para se manifestar. Doses de radiação não letais provocam a leucopenia - diminuição dos glóbulos brancos - ou anemia - diminuição dos glóbulos vermelhos. Esse quadro de ameaças embutido na nuvem que circulava pelo continente ao sabor dos ventos alimenta a insegurança dos europeus, que receberam com desconfiança as garantias dadas por especialistas de que os níveis de radioatividade que chegaram até os países vizinhos da URSS precisariam ser de 2.000 a 3.000 vezes maiores para representar riscos imediatos à saúde.
RADIAÇÃO POLÍTICA - Os efeitos da radiação liberada pelo acidente de Chernobyl serão os mais devastadores da história da energia atômica para fins pacíficos. O professor Jens Scheer, titular de Física Nuclear da Universidade de Bremen, na Alemanha, acredita que só na Suécia 600 pessoas morrerão de câncer nos próximos anos por conta da explosão da semana passada. Se a conta de Scheer estiver certa, o número de russos mortos será pelo menos dez vezes maior, sem contar aqueles que foram hospitalizados nos dias seguintes ao desastre.
Chernobyl significou a explosão parcial do ambicioso programa nuclear soviético e o fim das esperanças de que os russos, num futuro próximo, consigam vender qualquer equipamento nuclear fora da Cortina de Ferro. Na sexta-feira passada, catorze usinas semelhantes à de Chernobyl já haviam sido desligadas por tempo indefinido. Alem disso, a radiação política do episódio contaminou própria credibilidade da URSS numa época em que ela se apresenta como uma potência desejosa de absorver hábitos mais modernos. Há poucos meses o mundo assistia com certo prazer ao desfile de Raisa, a mulher do secretário-geral Mikhail Gorbachev, pela loja de Pierre Cardin, em Paris. Na semana passada verificou-se que, se ela pode se dar essas liberdades, seu marido dirige um governo que procura esconder do mundo a explosão de um reator nuclear. Todos fariam melhor negócio se Raisa saísse de Moscou vestindo macacões e seu marido alterasse o comportamento tradicional do governo soviético, avisando os países vizinhos do desastre.

TEMÍVEL DIFERENÇA - No entanto, quando até o presidente americano, Ronald Reagan, foi bastante cauteloso ao tratar do desastre de seus arquiadversános, percebe-se que em Chernobyl acidentou-se mais uma vez a idéia da energia nuclear em si. Há países que não têm outra alternativa senão recorrer a esses reatores para manter seus parques industriais em funcionamento. Há 374 reatores trabalhando em todo o mundo e o número de acidentes é quase irrelevante, mas Chernobyl mostrou que os danos causados por desastres nucleares podem afetar a vida em países que nada têm a ver com os reatores em que surgem os problemas. Por coincidência, o país que mais cuida de sua segurança nuclear, a Suécia, foi afetado por uma catástrofe ocorrida no território daquele que parece operar com normas mais arriscadas, a União Soviética.
Na realidade, há uma diferença essencial e temível entre os reatores atômicos e todas as outras fontes de energia inventadas pelo homem. Tanto uma hidrelétrica quanto uma usina térmica operam em condições estáveis. Ou seja, a água retida por uma barragem não pode, em circunstância alguma, rompê-la, a menos que tenha ocorrido erro. Da mesma forma, uma vez construída uma termelétrica o seu calor interno jamais poderá queimar a couraça protetora. No caso dos reatores de grande potência, explica o Prêmio Nobel de Física Carlo Rubbia, há uma instabilidade intrínseca. Isto porque, mesmo contido por muralhas de concreto, o calor gerado pela enorme radioatividade pode derreter qualquer sistema de proteção caso não seja constantemente resfriado. Em Chernobyl o que enguiçou não foi o reator, foi a bomba de esfriamento. E o que aconteceu na usina soviética foi a potencialização de um risco que acompanha a humanidade desde 1942, quando Enrico Fermi, o físico italiano que é considerado o "pai da era atômica", percebeu que havia perdido controle da fissão nuclear no interior do primeiro reator experimental do mundo, em Chicago. Com um machado, Fermi cortou as cordas que sustentavam as barras de controle do reator e interrompeu o processo. Os técnicos encarregados de vigiar os sucessores do reator de Fermi têm mais ou menos uma missão semelhante - mas nem sempre cumprida com o mesmo sucesso.

Fonte: REVITA VEJA
Foto: Abandoned reactor at the Chernobyl Nuclear Power Plant, site of the 1986 meltdown, Chernobyl, Russia
Fotógrafo/artista: Altrendo Panoramic

Uma energia de grande risco...um mal desnecessário para a humanidade, podemos fazer uso de energias limpas e inteligentes (eólica, solar, térmica, das ondas e até a hidroelétrica)

CURSOS NA ÁREA DE MEIO AMBIENTE - INFORMAÇÃO

BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO – Corumbá (MS)
A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza está com as inscrições abertas para o curso de “Biologia da Conservação”, em Corumbá (MS). As vagas são limitadas e os candidatos deverão se inscrever pelo site da organização: www.fundacaoboticario.org.br.Objetivos:Apresentar os aspectos da ecologia e da genética que constituem os fundamentos da biologia da conservação; discutir como estes aspectos das ciências são aplicados à atividade prática de conservação da natureza, incluindo subsídios teóricos e práticos para categorização e design de unidades de conservação.
Realização: 28 de julho a 01 de agostoLocal: Estação Natureza Pantanal (Corumbá/MS)Período de inscrição: 03 de junho a 03 de julho Divulgação dos selecionados: 07 de julho Carga horária: 40 horas
Conteúdo Programático:
● Histórias das relações homem-natureza;● A presente crise de biodiversidade;● Biologia da conservação: para que serve e o que é?;● Causas gerais de perda da biodiversidade;● Relações espécies-área;● Biogeografia de ilhas;● Contribuições da ecologia de comunidades para a biologia da conservação;● Fragmentação de ecossistemas;● Padrões espaciais;● Vulnerabilidade de espécies à extinção;● Áreas protegidas: categorização e fundamentos de manejo (SNUC);● Definição de áreas protegidas: categorização, design e manejo.
Público Alvo:
● Profissionais que atuem em áreas naturais protegidas;● Estudantes de graduação e pós-graduação em áreas afins.
Instrutores:
● Fernando A. dos Santos Fernandez: Biólogo, Ph.D. em Ecologia, professor do Departamento de Ecologia e Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.● Maísa dos Santos Guapyassú: Engenheira Florestal, Mestre em Conservação da Natureza e analista de projetos da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.
Preço:
● O valor do curso é R$ 200,00 e inclui o material didático. Alimentação e hospedagem não estão inclusas.
Inscrições pelo site:www.fundacaoboticario.org.br (acesse o menu “Educação e Mobilização” e, em seguida, o link “Cursos”)

BICICLETA, UM MEIO DE TRANSPORTE ECOLÒGICAMENTE CORRETO - UM PASSEIO PELA EUROPA - In Italien


In bicicletta in Europa
Austria - rep.Ceca - Francia - Germania - Olanda - Slovenia


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L'Italia non è purtroppo il paese più adatto per andare in bicicletta; le strade principali in e fuori città sono ormai sottoposte alla dittatura del motore e solo alcune strade secondarie sono idonee a viaggi e spostamenti in bici. Segnalo comunque un certo numero di possibili itinerari in bici nelle Venezie.

Certamente migliore (anche se tutt'altro che ideale) la situazione in altri paesi europei; sulla base dei miei viaggi personali posso dire che:

Francia: non molto diffuse le piste ciclabili, ideali per la bici le strade dipartimentali in genere pochissimo trafficate. Molto meno buona la situazione nelle grandi città soprattutto a Parigi, dove le cose non è che siano molto diverse che in Italia.


Germania: è un po' il rovescio della Francia: nelle grandi città grazie alle limitazioni al traffico motorizzato e all'abbondanza di piste ciclabili si pedala abbastanza bene; piuttosto brutta invece la situazione delle strade federali e anche di molte locali. Per fortuna esiste una fitta rete di piste e itinerari ciclabili.


Austria: situazione molto simile a quella tedesca, per molti versi anche migliore; la pista del Danubio è quasi tutta su pista ciclabile riservata e asfaltata; la rete di piste ciclabili è fitta e ben documentata; anche nelle città (Vienna e Salisburgo) c'è una buona rete di piste ciclabili.


l'Olanda è considerata il paese dei ciclisti per eccellenza; molte strade ciclabili e moltissimi ciclisti.

MÚRCIA - UM ALERTA FATAL NA ESPANHA - A DESERTIFICAÇÃO


03/06/2008 - Aquecimento global provoca carência de água e "africanização" da Espanha


Elisabeth Rosenthal - Em Fortuna, Espanha


Campos exuberantes plantados com alfaces e tomateiros ladeiam as estradas. Novos e verdejantes condomínios pontilhados de casas de férias de tons pastéis atraem compradores do Reino Unido e da Alemanha. Campos de golfe - dezenas deles, todos recentemente construídos - conduzem ao litoral. Pelo menos esta parte do sul da Espanha, que foi intensivamente trabalhada, está prosperando.

Só existe um problema neste quadro da prosperidade: esta província, Murcia, está ficando sem água. Devido ao aquecimento global e aos projetos de desenvolvimento mal feitos, trechos do sudeste da Espanha estão se transformando rapidamente em deserto.

Murcia, tradicionalmente uma região agrícola pobre, tem passado nos últimos anos por uma onda de construção de resorts, ainda que muitos agricultores tenham adotado lavouras que exigem mais água, encorajados pelos planos de irrigação, que se tornaram cada vez mais insustentáveis. Esta combinação exerceu novas pressões sobre a terra e a sua reserva de água em declínio. Neste ano, os agricultores estão brigando com os construtores de condomínios e resorts pelos direitos à água. Eles travam uma batalha para decidir qual dos dois terá água para tocar os seus projetos. E, em um sinal de desespero crescente, começaram a comprar e vender água, como se fosse ouro, em um próspero mercado negro no qual a maior parte do produto é proveniente de poços ilegais.

Aquecimento global é apontado como responsável por desertificação de Murcia, na Espanha.

O sul da Espanha é há muito tempo flagelado por secas cíclicas, mas, segundo os cientistas, a crise atual provavelmente reflete uma mudança climática mais permanente provocada pelo aquecimento global. E isso é o prenúncio de um novo tipo de conflito.

As batalhas de outrora eram travadas pela conquista de terras. As batalhas atuais giram em torno do petróleo. Mas, segundo os cientistas, as guerras do futuro - um futuro que será mais quente e seco em grande parte do mundo, devido à mudança climática - terão como foco a água."A água será a questão ambiental deste ano - o problema é urgente e imediato", diz Barbara Helferrich, porta-voz da Diretoria de Meio Ambiente da União Européia. "Se já temos carência de água na primavera, sabemos que o verão será muito ruim".

Dezenas de líderes mundiais irão se reunir na sede da Organização de Agricultura e Alimentação (FAO) da Organização das Nações Unidas (ONU), em Roma, a partir desta terça-feira (03/06), para discutir a crise global de alimentos causada em parte pela carência de água na África, na Austrália e aqui, no sul da Espanha.

A mudança climática significa que os desertos cedo ou tarde expulsarão135 milhões de pessoas das suas terras, segundo estimativas das Nações Unidas. A maioria desses indivíduos mora no Terceiro Mundo. Mas o sul da Europa está enfrentando o problema agora, e, segundo os cientistas, o clima da região está ficando tão seco que ela fica a cada dia mais semelhante às regiões áridas da África.

Para Murcia, a crise da água já chegou. E a sua chegada foi acelerada por construtores e fazendeiros que investiram em projetos que exigem muita água, e que são impróprios para um clima que se torna mais seco equente: lavouras como a de alface e tomate que necessitam de muita irrigação, resorts que prometem uma piscina no quintal, hectares e mais hectares de campos de golfe com grama recém-plantada, que suga milhões de litros de água por dia."Sofro muita pressão para liberar água para os fazendeiros e também para os construtores", diz Antonio Perez Garcia, gerente de fornecimento de água de Fortuna, enquanto toma um café com fazendeiros em um bar na praça poeirenta da cidade. Ele lamenta o fato de só ser capaz de fornecer a cada proprietário 30% da quantidade de água autorizada pelo governo."Não sei bem o que faremos neste verão", acrescenta Garcia, observando que o nível do aqüífero local está diminuindo tão rapidamente que em breve as bombas não serão mais capazes de alcançá-lo. "Sou bastante pressionado por fazendeiros e construtores. Eles podem reclamar o quanto quiserem, mas, se a água acabar, acabou".Ruben Vives, um fazendeiro que confia na generosidade de Perez Garcia, diz que não foi capaz de arcar com os preços da água no mercado negro. "Neste ano o meu ganha-pão está ameaçado", diz Vives, que há quase duas décadas cultiva plantas que exigem pouca água, como os limoeiros.

As centenas de milhares de poços - a maioria ilegal -, que no passado proporcionaram um alívio temporário para a sede das culturas, reduziram as reservas de água subterrâneas até um ponto sem retorno. A água do norte da Espanha, que costumava ser transferida para cá, também foi reduzida a quase nada, já que as províncias do norte, mais úmidas, também estão vendo a água desaparecer.

A luta pela água gerou escândalos. Autoridades locais estão na prisão por aceitarem propinas para autorizar construções em locais que não tinham uma reserva adequada de água. Chema Gil, um jornalista que revelou um desses esquemas, vem sendo alvo de ameaças de morte, porta um spray de gás pimenta e é protegido noite e dia pela Guardia Civil, uma força policial que tem funções militares e civis."O modelo de Murcia é completamente insustentável", afirma Gil. "Nós consumimos duas vezes e meia mais água do que o sistema consegue recuperar.

Sendo assim de onde vem essa água? Ela é importada de outra região?

É retirada do aqüífero que está secando?

Com o aquecimento global estamos entrando em um beco sem saída. Toda a água que estamos usando para irrigar os pés de alface e os campos de golfe será necessária apenas para beber".

Enfrentando uma crise de âmbito nacional, a Espanha tornou-se uma espécie de laboratório involuntário. O país está patrocinando uma conferência sobre questões relativas à água neste verão, e anunciou um plano de ação neste ano para combater a desertificação. O plano inclui a adoção de métodos de irrigação mais eficientes, bem como um programa extensivo de usinas de dessalinização para gerar a água doce que a natureza não fornece mais.

O Ministério do Meio Ambiente da Espanha estima que um terço da região corre o risco de se transformar em um deserto, devido à combinação de mudança climática e mau uso da terra. Mesmo assim, as autoridades federais ficam nitidamente incomodadas quando são indagadas a respeito da "africanização" do clima espanhol - um termo atualmente comum entre os cientistas."Estamos em uma situação muita melhor do que a África, mas, no âmbito da União Européia, a nossa situação é séria", afirma Antonio Serrano Rodríguez, secretário-geral de terra e biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente da Espanha.Mesmo assim, Serrano e outros reconhecem os contornos amplos do problema. "Haverá áreas que não poderão mais ser utilizadas para agricultura. Áreas nas quais atualmente a produção é pequena, e que se tornarão inúteis", diz ele. "Certas partes do país estão de fato muito perto do limite".

Embora o sul da Espanha sempre tenha sido infernizado por secas cíclicas, a temperatura da superfície no país subiu em média 2,7ºC desde 1880, enquanto o aumento global da temperatura neste período foi de 1,4ºC.

Segundo projeções da ONU, a pluviosidade aqui diminuirá 20% até 2020, e 40% até 2070.

As mudanças na fazenda da família Almarcha, em Albanilla, nas três últimas décadas, são uma prova de que o clima está mais quente e seco. Até duas décadas atrás, cultivava-se trigo e cevada, na fazenda, culturas que só exigiam a irrigação natural na forma de chuva. Quando a pluviosidade caiu, Carlo Almarcha, 51, passou a cultivar amêndoas.Há cerca de dez anos, ele abandonou as amêndoas e passou a cultivar organicamente pessegueiros e pereiras. "Estas plantas precisam de menos água", explica Almarcha. Mas recentemente ele precisou mudar novamente de cultura, passando a plantar oliveiras e figueiras. "Elas resistem à seca e são menos sensíveis ao clima", diz Almarcha.

Almarcha participa de um sistema governamental de fornecimento de água, no qual os fazendeiros pagam o triplo do valor normal - 33 centavos em vez de 12 centavos por metro cúbico - a fim de obter água extra. O preço no mercado negro é ainda maior. Mesmo assim, as perspectivas para Almarcha são sombrias."Antigamente sabíamos que na primavera teríamos chuva", diz ele, com as suas botas de trabalho firmadas sobre o solo seco de um olival, onde anteriormente havia um campo de trigo. "Agora não sabemos nunca quando ou se a chuva virá. Além disso, não há mais inverno, e as plantas precisam do frio para descansar. Assim, o crescimento é menor. E às vezes não há crescimento algum. Até as plantas parecem estar confusas".

Embora Almarcha tenha passado gradualmente a cultivar lavouras que exigem menos água, o programa governamental anterior de transferência de água fez com que os fazendeiros rumassem para a direção oposta. Eles passaram a produzir uma grande variedade de frutas e verduras que exigem muita água, e que nunca haviam sido cultivados no sul do país. Murcia é tradicionalmente conhecida pelos seus figos e tâmaras."Não é possível plantar morangos naturalmente em Huelva - é quente demais", explica Raquel Monton, especialista em clima do Greenpeace em Madri, referindo-se à vizinha capital espanhola do morango. "Em Saragoza, que é um deserto, cultiva-se milho, a lavoura que mais exige água. É uma loucura. A única coisa mais insana do que isto é a construção de cassinos e campos de golfe". Algo que, é claro, Murcia possui.Em 2001, uma nova lei para a regulamentação do uso da terra em Murcia fez com que ficasse bem mais fácil para os moradores vender terra para a construção de resorts. Embora há muito tempo o sul da Espanha conte com sistemas elaborados para administrar a sua água relativamente escassa, atualmente todos, ao que parece, descobriram formas de burlar as regras.A grama nos campos de golfe e nas casas de férias é às vezes classificada como "lavoura", possibilitando que os proprietários possam reivindicar uma quantidade de água que não seria fornecida para a manutenção de campos verdes nas áreas de lazer. Investidores estrangeiros plantam um punhado de árvores e chamam as suas casas de férias de "fazendas", para que possam ter direito à água para irrigação, diz Perez Garcia."Assim que um proprietário obtém o fornecimento de água, ele pede a mudança do tipo de utilização do terreno", explica Garcia. "Assim, ele passa a ter a propriedade e a água. A idéia é que a água fosse para irrigação, mas na prática as pessoas fazem o que bem entendem. Ninguém sabe se essa água vai abastecer uma piscina".

Embora diga que "o seu coração está do lado dos fazendeiros", Garcia não conta com funcionários suficientes para monitorar a forma como as pessoas utilizam a água."Com tanto dinheiro em jogo, as autoridades descartam leis e políticas que poderiam encorajar o desenvolvimento sustentável", afirma Gil, o jornalista. No princípio, ele foi condenado pela comunidade quando escreveu artigos criticando os projetos de desenvolvimento. Mas, recentemente, quando as pessoas descobriram que a água estava acabando, o comportamento delas começou a mudar.

Mas, mesmo assim, o povo e os políticos tendem a ver na água um recurso ilimitado. "Os políticos pensam em blocos de quatro anos, de forma que vale tudo, contanto que os problemas não ocorram durante os seus mandatos", afirma Monton, do Greenpeace.

"As pessoas pensam sobre o problema, mas elas não refletem de fato sobre o que acontecerá no futuro. Elas não se preocupam, até o dia em que abrem a torneira e percebem que a água acabou".

Tradução: UOL
Fonte: The New York Times

A Natureza faz o seu "alerta máximo": - "Estou no meu limite" - o homem continua a exaurí-la: - construções sem respeito à ecologia, sistemas de irrigações de plantações, com excesso de uso e desperdício.

Vamos lá, meus irmãos, o Planeta é nosso, vamos respeitá-lo, do contrário nos perderemos nos abusos.