A ELETROSUL Centrais Elétricas S.A. e a ELETROBRÁS (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.), através do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), em busca de soluções inovadoras e eficientes no âmbito da construção civil, visando o uso racional de energia, criaram, em parceria com a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)/LABEEE (Laboratório de Eficiência Energética em Edificações), um projeto de uma residência unifamiliar eficiente.
A Casa Eficiente foi projetada para se tornar uma vitrine de tecnologias de ponta de eficiência ener
gética e conforto ambiental para edificações residenciais. Atualmente, é também a sede do LMBEE – Laboratório de Monitoramento Ambiental e Eficiência Energética, onde são desenvolvidas atividades de pesquisa pela equipe da UFSC, transformando a Casa Eficiente em um centro de demonstração do potencial de conforto, eficiência energética e uso racional da água das estratégias incorporadas ao projeto.
O projeto possui sistemas e soluções integradas para eficiência energética e conforto térmico, incluindo tecnologias como geração de energia fotovoltaica interligada à rede, estratégias passivas de condicionamento de ar e aquecimento solar de água. Além de estratégias para o uso eficiente da água como: aproveitamento da água de chuva, reúso de águas e utilização de equipamentos que proporcionam baixo consumo de água.
A Casa Eficiente é uma proposta inovadora que funciona como ambiente para a demonstração e para o desenvolvimento de atividades de ensino e pesquisa no âmbito da construção civil.
O projeto arquitetônico foi baseado em estudo aprofundado dos condicionantes climáticos locais, tais como orientação solar, radiação, sombreamento de elementos externos e ventos.
As soluções de projeto estão voltadas para o melhor aproveitamento destes condicionantes, como aproveitamento dos ventos predominantes no verão, barreiras para proteção contra os ventos de inverno, orientação e inclinação dos telhados para melhor aproveitamento da radiação solar, para geração de energia e aquecimento solar de água.
| Orientação da edificação: Sombreamento das aberturas e aproveitamento dos ventos no verão Clique na imagem para ampliar | | | Proteção solar: Aberturas fachada leste Clique na imagem para ampliar | | | Redutor de velocidade para vento sul Clique na imagem para ampliar | |
Priorizou-se o uso de materiais locais, renováveis e de menor impacto ambiental.
Utilizou-se madeira florestamento (peças laminadas pinus eucalipto autoclavado) bambu. Tijolos e telhas cerâmicos de produção local, reduzindo gastos energéticos com transporte.
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Uso de materias locais, de menor impacto ambiental e, ou, de reflorestamento Clique na imagem para ampliar |
Aproveitou-se também o entulho resultante da remoção do antigo piso do local onde foi construída a Casa Eficiente, como agregado graúdo para a produção do concreto utilizado na construção da rampa externa.
O projeto paisagístico privilegiou o uso de espécies frutíferas e nativas da Mata Atlântica, algumas em vias de extinção.
Uso da vegetação para criação de microclima local, utilizando as espécies adequadas para diminuir a velocidade do vento sul, através da sua disposição em barreiras.
| Perspectiva da área externa de lazer Clique na imagem para ampliar | |
Resgate de soluções termicamente adequadas da arquitetura vernacular, como o uso do fogão a lenha, aquecendo o interior da casa no inverno.
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Fogão a lenha Clique na imagem para ampliar |
Projeto das aberturas privilegiando a ventilação cruzada em todos os ambientes de maior
permanência.
Quanto à cobertura, um elemento de grande influência nos ganhos e perdas térmicos de uma residência,
foi utilizado isolamento térmico. Junto com a inércia térmica das paredes, tem-se como resultado o amortecimento e atraso térmico nas temperaturas internas em relação ao ambiente externo.
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Concentração da área molhada do lado oeste Clique na imagem para ampliar |
Concentração da área molhada de baixa permanência - cozinha, serviço e banheiro - na
fachada oeste, funcionando como barreira contra a insolação.
Coleta e Reaproveitamento de água pluvial.
Instalações hidráulicas utilizando dispositivos economizadores.
As águas residuárias são separadas em duas vias: os efluentes de águas cinzas de banho, tanque, máquina de lavar roupa e lavatório são tratados em um leito cultivado (tanque de zona de raízes ou
wetland), passam por uma peneira e são então armazenados para posterior utilização na irrigação do jardim. Já os efluentes de vaso sanitário e pia da cozinha são tratados, em uma fossa séptica e um leito cultivado, e então encaminhados para a rede de esgotamento sanitário. Os leitos cultivados são plantados com uma espécie nativa de junco (
Zizanopsis bonariensis brás) e possuem uma das camadas preenchida com cascas de ostras, resíduos da atividade de maricultura local, ao invés dos leitos convencionais que utilizam brita.
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Trecho em corte do tanque de Zona de Raízes Clique na imagem para ampliar |
Aquecimento solar de água para chuveiro, torneira e cozinha. A inclinação do telhado foi feita
para o máximo rendimento dos coletores solares nesta latitude (latitude 27o). Aquecimento dos quartos no
inverno por meio de circulação de água quente pelo rodapé em tubulação de cobre.
Geração de energia fotovoltaica através de um painel de silício amorfo, sobreposto sobre face norte do
telhado da sala. A inclinação do telhado foi feita de acordo com a latitude local (27o), para o melhor rendimento do painel nesta latitude.
Todas as instalações foram projetadas de forma que permitissem sua visitação ou acesso, em
sua maioria aparentes, reduzindo eventuais gastos com reformas futuras e tornando possível ao visitante
melhor compreensão dos sistemas.
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Uso de sistema solar para aquecimento de água Clique na imagem para ampliar |
Uso de esquadrias de vidro duplo assegurando o isolamento térmico das vedações e utilização de persianas externas de PVC para sombreamento diurno. Ventilação noturna dos quartos por meio de insuflamento mecânico do ar externo.
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Vidros duplos e persianas externas Clique na imagem para ampliar |
Todos os ambientes foram projetados para permitir uma boa acessibilidade a todos os visitantes,
incluindo pessoas com necessidades especiais (banheiros, rampas e alturas de bancadas e peitoris adequados à norma de acessibilidade).
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Instalações hidráulicas Clique na imagem para ampliar |
| Acessibilidade para portadores de necessidades especiais - rampa 1 Clique na imagem para ampliar | | | Acessibilidade para portadores de necessidades especiais- rampa 2 Clique na imagem para ampliar | |
Fonte:http://www.eletrosul.gov.br/casaeficiente/br/home/conteudo.php?cd=21
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