Austrália tenta prender responsáveis por incêndios que mataram 173
A polícia do Estado da Victoria, na Austrália, organizou nesta terça-feira uma operação para caçar responsáveis pelos focos de incêndio no Estado. Batizada de "Operação Fênix", a força-tarefa conta com cem investigadores que irão percorrer os locais atingidos para prender os responsáveis. De acordo com o governo, a onda de calor é a pior nos últimos cem anos.
AP |
Nuvem de fumaça é vista na costa leste de Melbourne, na Austrália, atingida pelos focos de incêndios nos últimos dias; 173 morreram |
Segundo a polícia, ao menos 400 focos de incêndio podem ter sido causados por criminosos. Nesta segunda-feira (9), um homem de 31 anos e um adolescente de 15 anos foram presos pela suspeita de terem provocado dois focos de incêndio separados. Ao menos 173 pessoas morreram e 50 estão desaparecidas nos últimos dias em decorrência da tragédia.
Segundo as autoridades, os culpados responderão por crime de homicídio. "Os juízes do Estado estão sendo orientados para isso. Minha opinião pessoal é de que eles deveriam ir direto para a cadeira. Isso é um assassinato em larga escala", afirma o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd.
O desastre que atingiu mais de 20 cidades ao norte de Melbourne é equivalente a duas cidades de Londres. A polícia interditou a região e declarou zona de crime. Segundo a equipe de legistas, como o número de desaparecidos é alto, existe grande possibilidade dos corpos encontrados não serem reconhecidos.
Com isso, segundo o primeiro-ministro, o número de mortos poderia aumentar em ao menos 200. Cerca de 25 focos de incêndios foram registrados nesta terça-feira na Victoria, onde dezenas de cidades permanecem em estado de alerta.
A onda de calor na região está sendo considerada a maior dos últimos cem anos. Segundo um ativista do Greenpeace, Trish Harrup, o desastre pode ser um aviso da mudança de clima que a região tem enfrentado nos últimos anos. "A tragédia dessa semana nos mostra como o clima da Austrália tem mudado e como isso pode afetar as nossas vidas", afirma.
Horror
Nos locais da tragédia, os australianos relatam cenas de horror, como a de animais sendo mortos pelo fogo e de grupos de pessoas mortas em casas e tentando fugir do fogo em carros.
Um necrotério temporário foi instalado em Melbourne para fazer frente ao fluxo de cadáveres sem precedentes. Na cidade de Kinglake, a moradora Ross Buchanan arriscou a vida para salvar a casa e depois descobriu que o filho McKenzie,15, e a filha Neeve, 9, morreram quando as chamas se alastraram para outras áreas da cidade.
"Perdi meus dois filhos, nada pode trazê-los de volta", disse Rosse, em entrevista ao canal de televisão Sky News.
Annette Smit explicou que se escondeu debaixo de uma casa em Kinglake para escapar da violência das chamas depois que casa dela foi totalmente destruída. "Eu sabia que as pessoas estavam morrendo ao nosso redor", afirma Annette. "Era uma chuva de fogo, era como lava", disse a sobrevivente ao jornal "Herald Sun".
Fonte: Folha Online
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