09 maio 2010
O VAZAMENTO DE PETRÓLEO NO GOLFO DO MÉXICO E SUAS TERRÍVEIS CONSEQUÊNCIAS
Foto tirada pela tripulação da ISS mostra a mancha de óleo perto do delta do Rio Mississippi (Foto: Soichi Noguchi / ISS)As equipes que estão no Golfo do México para conter a “maré negra”, formada pelo petróleo que começou a vazar depois da explosão de uma plataforma operada pela British Petroleum, utilizaram até o momento 1 milhão de litros de dispersantes, produtos químicos tóxicos que, conforme analistas, também vão exercer um forte impacto na vida marinha.
Uso de dispersante para dissolver mancha de óleo só ocultaria estrago
EUA estão usando Corexit 9500, produto químico que faz o petróleo afundar.
Mas Academia de Ciências americana fez alerta sobre efeitos do produto.
Do G1, com informações da EFE
Dispersar o petróleo torna mais difícil a sua retirada. A poluição permanecerá no ambiente e os organismos marítimos estarão expostos a essa contaminação por décadas"Análise da Academia Nacional de Ciências dos Estados UnidosOs especialistas estão analisando a decisão inédita até o momento nos Estados Unidos de utilizar em massa o dispersante Corexit 9500 para combater os 12 milhões de litros de petróleo que vazam para o mar desde 22 de abril. O produto químico altera a estrutura do petróleo – “quebra” suas moléculas – fazendo com que afunde.
Mas a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos publicou em seu site um alerta de que o “uso de dispersantes não reduz a quantidade de petróleo derramado no mar”, só faz com que submerja. Com a medida, na realidade, se está reduzindo “o risco de impacto no litoral e na superfície, mas aumentando os riscos às plantas e à vida animal no fundo do mar”.
Imagem em infravermelho mostra a mancha de óleo
no Golfo do México, à noite. Área retratada na
imagem é de 60 por 240 km (Foto: Nasa / GSFC e
outros - 07-05-2010)Apesar de evitar o prejuízo para aves e mamíferos, a tática “tem um potencial devastador para animais que não saem à superfície para tomar ar, assim como para todos os ecossistemas submarinos, como os corais”.
"Dispersar o petróleo torna mais difícil a sua retirada. A poluição permanecerá no ambiente e os organismos marítimos estarão expostos a essa contaminação por décadas", continua o relatório.
‘Experimento enlouquecido’
Para a Southern Alliance Clean Energy, uma organização ambiental, que administra o site cleanenergy.org, o Golfo do México se transformou em “um gigantesco e enlouquecido experimento científico”, já que não se sabe os efeitos de longo prazo do uso desses produtos químicos no ambiente.
A organização ainda criticou o uso de Corexit 9500, um composto que considera mais tóxico do que o petróleo e que está associado, em altas doses, segundo pesquisas, a “dores de cabeça, vômitos e problemas reprodutivos”.
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