12 março 2008

O SISTEMA DE DESPOLUIÇÃO DOS NOSSOS RIOS TIETÊ(Sâo Paulo-Brasil) e TÂMISA(Londres-Reino Unido)


RIO TÂMISA:(Foto2)(River Thames) - Rio Inglês que banha Londres, com 346 km de extensão, o Tâmisa ficou conhecido em 1858, como o "grande fedor", quando as sessões do Parlamento foram suspensas por causa do mau cheiro – até hoje, foram quase 150 anos de investimento na despoluição de suas águas. Bilhões de libras foram gastos, mas hoje, remadores, velejadores e até pescadores voltaram a usar o Tâmisa, que conta atualmente com 121 espécies de peixes. Se a poluição começou ainda nos idos de 1610, quando a água do rio deixou de ser considerada potável, a despoluição só foi começar a partir de meados do século XIX, na época em que o rio conquistou a infame alcunha com o seu mau cheiro. A decisão de construir um sistema de captação de esgotos também deve muito às epidemias de cólera das décadas de 1850 e 1860.
A infra-estrutura construída então continua até hoje como a espinha dorsal da rede atual, apesar das várias melhorias ao longo dos anos. Na época, os engenheiros criaram um sistema que simplesmente captava os dejetos produzidos na região metropolitana de Londres e os despejava no Tâmisa outra vez, quilômetros abaixo. Na época, a solução funcionou perfeitamente, e o rio voltou a se recuperar por alguns anos. No entanto, com o crescimento da população, a mancha de esgoto foi subindo o Tâmisa e, por volta de 1950, o rio estava, mais uma vez, biologicamente morto. Foi então que as primeiras estações de tratamento de esgoto da cidade foram construídas.
Vinte anos depois, em meados da década de 1970, o primeiro salmão – um peixe reconhecidamente sensível à poluição – em décadas foi detectado no Tâmisa. Hoje, encontrar salmões no rio não causa mais nenhum espanto, mas ainda assim, a Thames Water, a empresa de saneamento de Londres, continua investindo somas avultadas no sistema de esgoto.
RIO TIETÊ:(Foto 1) (21/03/2005) Se os 18 milhões de habitantes da Grande São Paulo tivessem sorte, teria começado em 2005 um programa de US$ 342 milhões para melhorar a qualidade da água na região. Era Programa de Saneamento Ambiental dos Mananciais do Alto Tietê, planejado pelo governo estadual desde 2000, quando terminou empreendimento semelhante. O dinheiro viria do Banco Mundial e seria investido ao longo de seis anos em tratamento de esgoto, coleta de lixo, drenagem e recuperação de matas degradadas, entre outras medidas. Mas o empréstimo depende de aprovação dos Ministérios do Planejamento e da Fazenda. Há grande chance de que o programa nunca saia do papel e o governo paulista não se atreve a ter expectativas.
O cenário reflete a situação preocupante da Bacia do Tietê, a mais importante do Estado, da qual dependem cerca de 25 milhões de pessoas em mais de 40 municípios, incluindo os da Grande São Paulo e Campinas. "Estamos numa batalha permanente", diz o coordenador-executivo do Programa Mananciais, Ricardo Araújo. "Nossos programas, no momento, não têm a pretensão de criar situações ideais, e sim controlar situações de risco". Um exemplo da política de recursos hídricos em andamento no Estado foi o Programa Guarapiranga, que investiu 339 milhões de dólares entre 1995 e 2000. Só conseguiu estabilizar a qualidade da água no reservatório. A meta tímida se explica pela chegada de 440 mil moradores irregulares às margens do reservatório nos últimos 20 anos.

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