Apreensão de madeira cresce 629,5% em SP
AFRA BALAZINA
da Folha de S.Paulo
Houve um aumento de 629,5% na apreensão de madeira no Estado de São Paulo entre 2001 e 2008, segundo dados da Polícia Militar Ambiental. A quantidade apreendida passou de 193 m3 para 1.408 m3.
Os dados dizem respeito à madeira comercial, já manufaturada, que vem da Amazônia. São Paulo é o principal destino da madeira amazônica (consome 15% do material processado), mas não é possível saber se o aumento das apreensões se deve à expansão da ação de madeireiras ilegais.
De acordo com o tenente Leandro Carlos Navarro, porta-voz da Polícia Militar Ambiental de São Paulo, o crescimento em parte se deve ao aumento das blitze no Estado.
Segundo ele, outro ponto positivo é a atuação em conjunto com o Instituto Florestal. Uma das dificuldades dos agentes é identificar os tipos de madeira transportados --já que muitas vezes a autorização dada é para cortar uma espécie e, na verdade, o caminhão leva outra.
O suporte não necessariamente precisa ser presencial. Segundo o secretário estadual Xico Graziano (Meio Ambiente), seis pessoas foram contratadas para identificar as espécies de madeira via internet, por meio de fotos da polícia.
Queda na conexão
Para o engenheiro florestal Marcelo Marquesini, do Greenpeace, a falta de integração da gestão florestal é um grave problema no país. Mas não é o único. "Havia a promessa de instrumentalizar o Ibama para fazer a fiscalização on-line, o que não aconteceu", afirma.
Segundo ele, os fiscais incumbidos de checar madeira deveriam ter acesso direto à internet em diversos pontos da Amazônia ou, no mínimo, uma central telefônica com acesso à internet que funcionasse 24 horas e que poderia informar se a documentação está regular.
Outra falha é não haver uma rotina sistemática de fiscalização nos pátios das empresas para verificar quanta madeira existe de fato nesses locais.
Na opinião do próprio Navarro, a gestão florestal eletrônica precisa ser melhorada. O ideal, afirma, seria ter somente um sistema em vigor em todos os Estados. "Mas houve um avanço. A ATPF era arcaica. Para ver se o documento era legal, precisávamos pedir por ofícios e levava mais de uma semana."
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