13 maio 2008

FENÔMENOS NATURAIS - VULCÃO CHAITÉN - CHILE








Quando os fenômenos naturais poluem grandes áreas, além da destruição local, é o caso do Furacão Chaitén que entrou em erupção no Sul do Chile - são muitas comunidades, mesmo as localizadas a milhares de distância, como é o caso de Buenos Aires (2.000 kms de distância), sofrem as consequências desastrosas e suas populações padecem com problemas respiratórios e muitos outros incovenientes e desconfortos. Animais e plantas também sofrem os efeitos devastadores desta nuvem poluidora, é a natureza que usa de suas prerrogativas de acomodação e adaptação do ecossistema.
O Vulcão Chaitén continua em erupção, com a coluna eruptiva a atingir cerca de 10 km de altitude. A nuvem de cinzas tem progredido para e sobre a Argentina e o Oceano Atlântico. Segundo a agência noticiosa Reuters a actividade vulcânica ter-se-á intensificado na passagem do dia 07 para o dia 08 de Maio, observando-se a emissão de cinzas e piroclastos, que forçou a evacuação de alguns militares e de 10 civis que ainda permaneciam na cidade de Chaitén, localizada a 10 km a SW do vulcão, para a localidade mais próxima, Puerto Cárdenas. Também se registaram odores mais intensos a enxofre.
A cidade de Chaitén corresponde à capital da província de Palena, região de Los Lagos, sendo banhada por um fiorde e o seu acesso é feito por mar ou ar. Neste momento encontra-se toda coberta por uma camada de cinzas com espessura de 30 cm; chegando mesmo a atingir 1.5 metros em alguns locais. Também várias cidades argentinas, tais como Trelew, Esquel e Corcovado, se encontram cobertas de cinzas, pelo que foram cancelados voos e várias escolas tiveram de suspender as aulas, tendo as autoridades aconselhado aos habitantes a permanecer nas suas habitações. No entanto, na cidade de Esquel a queda de cinzas cessou, pelo que puderam ser retomadas as aulas. Não houve registo de problemas maiores de saúde, apenas verificando-se algumas irritações de olhos. As autoridades aconselham, também, que os habitantes usem máscaras de protecção e que não bebam água de nascentes da montanha. No dia 07 de Maio registou-se a queda de cinzas na cidade de Buenos Aires, Argentina, levando a que os oficiais de aviação decidissem cancelar os voos.
No dia 06 de Maio registou-se um incremento da actividade eruptiva, com várias explosões e formando-se uma coluna eruptiva com 30 km de altitude na fase inicial, diminuindo de intensidade seguidamente. Um voo de helicóptero permitiu observar que as duas crateras de explosão, situadas no lado norte do domo, coalesceram, formando apenas uma cratera com um diâmetro de cerca de 800 metros. Foi, também, possível observar-se lava na cratera; no entanto esta ainda não transbordou pelos flancos. Até ao momento já foram emitidos alguns milhares de toneladas de dióxido de enxofre.
No entanto, os valores de altitude da coluna eruptiva podem estar sobrestimados. Existem vários métodos usados pelos vulcanólogos para estimar com precisão a altura da coluna eruptiva, para se poder determinar modelos de trajetória e dispersão das cinzas vulcânicas, para aconselhamento no que toca à aviação civil. Através da correlação da trajetória da coluna eruptiva com os movimentos de circulação meteorológicos, os valores obtidos são menores e da ordem dos 8-10 km.
De acordo com o Servicio Nacional de Geologia e Minería do Chile (SERNAGEOMIN), a actividade eruptiva ainda se encontra numa fase inicial, não se prevendo um declínio para breve; a erupção pode durar semanas, meses ou anos. Informam ainda que podem ocorrer novas explosões ou eventualmente o colapso da coluna eruptiva ou do domo de natureza riolítica (ácido), que se encontra no interior da caldeira. Esta erupção já afetou uma área com 30 km de raio, tendo sido evacuadas mais de 4500 pessoas nas cidades de Chaitén e Futaleufu, situadas, respectivamente, a 10 km a SW e a 160 km a SE do Vulcão Chaitén. As autoridades definiram uma zona de emergência com raio de 50 km em torno do edifício vulcânico.
Foi dia 02 de Maio de 2008, que o vulcão Chaitén, entrou em erupção pela primeira vez em 9000 anos. A erupção formou densas nuvens de cinzas vulcânicas que atingiram cerca de 20 km de altura, cobrindo as áreas envolventes ao vulcão, e observando-se, também, a queda de cinzas na Argentina. As autoridades declaram estado de alerta dada a densa queda de cinzas em alguns locais, e disponibilizaram água potável e mais de 10.000 máscaras de protecção das vias respiratórias. Houve registo de um morto, resultado de um ataque cardíaco quando da evacuação do dia 03 de Maio.
O registo geológico do Vulcão Chaitén mostra que a actividade vulcânica passada consistiu em eventos explosivos com produção de escoadas piroclásticas, associadas a colapsos de domos, e queda de cinzas. As autoridades locais declararam alerta vermelho dada a proximidade do vulcão à cidade constituir uma ameaça direta.

06/05/2008 - Autoridades decretaram alerta máximo no sul do Chile depois do aumento da atividade do vulcão Chaitén na manhã desta terça-feira. Todo o povoado da região de mesmo nome, localizada 1.300 km ao sul de Santiago, precisou ser deslocado.
"Como medida de segurança foi iniciada a evacuação imediata de toda a população que permanecia na cidade de Chaitén, de aproximadamente 384 pessoas, além das equipes de operações de emergência, autoridades e equipes de imprensa que se mantinham na região".
A retirada das pessoas foi organizada por mar a bordo de dois navios da Marinha chilena e uma equipe de resgate da Força Aérea do Chile.
Especialistas do Serviço Nacional de Geologia e Minas temem que a atividade do vulcão aumente mais nas próximas horas. A maior preocupação é o risco de explosões violentas, acompanhadas de fumaça e cinzas nocivas.
Uma grossa camada de cinza e fumaça já cobre a região. Na Argentina, a cinza também já atinge várias cidades e a fumaça lançada pelo vulcão pode ser vista do país.
Muitos vôos comerciais à região e as atividades escolares foram suspensos nesta terça-feira.
Mais de cinco mil pessoas de dois povoados do sul do Chile viram-se obrigadas a empreender um doloroso êxodo por terra e mar para escapar dos estragos causados pela erupção do vulcão Chaitén, enquanto o impacto da coluna de cinzas, que já alcança 30 km de altura, é sentido com grande intensidade até em território argentino.
A forte atividade do vulcão com uma mudança de direção da coluna de fumaça, que atingiu a localidade chilena de Palena e a cidade de Bariloche, na Argentina.
Os povoados chilenos de Chaitén, no sopé do vulcão, e Futaleufú, a cerca de 70 km de distância, transformaram-se em cidades-fantasma após concluída a massiva evacuação de seus moradores, ordenada pelas autoridades depois do aumento da atividade vulcânica. Em Chaitén, todos os 4.000 habitantes deixaram a localidade, apenas efetivos da Polícia e da Marinha circulam por lá, além de alguns jornalistas e fotógrafos. As ruas do povoado estão vazias e cobertas por uma densa camada de cinzas. Todo o comércio fechou, e mesmo o município transferiu sua administração para a cidade de Puerto Montt, a 200 km de distância. Há um cenário semelhante também em Futaleufú, que neste momento se encontra sob cerca de 30 centímetros de cinzas, altamente tóxicas se inaladas. A maioria das famílias evacuadas abandonou suas casas com tudo dentro. Alguns o fizeram contra a vontade, relutantes em abandonar o local onde nasceram. Segundo o Escritório Nacional de Emergências (Onemi), o total de evacuados supera as 5.000 pessoas. A maioria está hospedada em casas de familiares ou amigos. Cerca de 600 estão em albergues, instalados em colégios da ilha de Chiloé e em Puerto Montt. A presidente chilena Michelle Bachelet prometeu a todos "soluções integrais" e um futuro melhor.

Buenos Aires, 9/05/2008 -(EFE) - A nuvem de cinzas do vulcão chileno Chaitén já atinge sete províncias da Argentina, cujo Serviço Meteorológico indicou que o fenômeno deve se manter hoje. Uma semana depois que o vulcão entrou em erupção, a nuvem de cinzas se espalha nas províncias de Chubut, Río Negro, Neuquén, La Pampa, Mendoza, San Luis e Buenos Aires."Devido à pouca variação na direção dos ventos, acredita-se que nas próximas horas continue havendo cinza vulcânica" sobre estes distritos, indicou o Serviço Meteorológico Nacional. O organismo disse que a nuvem será mais densa nas regiões próximas ao vulcão, principalmente no centro e norte de Chubut e no sul de Río Negro, onde "as partículas permanecerão suspensas em níveis baixos e médios da atmosfera". No resto das províncias, as partículas se manterão em níveis médios e altos da atmosfera, afirmou, antes de precisar que, por isso, não causarão efeitos adversos sobre a população.

Em Puerto Montt, a cerca de 200 quilômetros do vulcão e que se converteu no centro de operações do governo, durante a manhã, caminhonetes militares repletas de caixas com alimentos permaneceram em um lado da praça, enquanto um grupo uniformizado entregava a ajuda aos desabrigados devidamente identificados.
"Estão me dando abóbora, banana, cenouras e água. Creio que podem durar uns quatro ou cinco dias", disse à Reuters Augusto Ampuero, um camponês que foi retirado com sua família de Chaitén, um povoado mais próximo do vulcão, e foi recebido por sua irmã em Puerto Montt.
Ainda não se sabe o que será feito com os desabrigados. A presidente Michelle Bachelet advertiu na véspera que o povo de Chaitén poderia ser dizimado em poucos minutos se uma enorme coluna de cinzas que emanam do vulcão entrar em colapso, o que torna difícil prever se os moradores poderão voltar às suas casas. Por enquanto, o governo anunciou que nomeará um representante presidencial que estará permanentemente na região e avalia a entrega de um bônus para as famílias.
Os serviços de telecomunicações também melhoraram com a instalação de antenas na Província de Palena. O governo ainda busca recuperar a valiosa documentação de Chaitén e determinou uma operação militar para este fim, que já conseguiu resgatar parte do material.
Fotos: (1) captada pelo satélite de sensoriamento remoto Terra, da Nasa, mostra a enorme coluna de fumaça originada na cratera do vulcão Chaitén. Observe que a fumaça cruza o cone do extremo sul-americano e já tinge o oceano Atlântico. Crédito: Jeff Schmaltz, Centro Espacial Goddard, Nasa; (2) Buenos Aires e a névoa; (3) Fumaça do vulcão Chaitén - Palena - sul do Chile.

Nenhum comentário:

Postar um comentário