As imensas geleiras que se espalham ao longo dos Andespatagônios até a Terra do Fogo, vestígios da calota glacial que cobria toda a Patagônia no pleistoceno, configuram o gigantismo dessa região e denunciam a proximidade da Antártida.
O espetáculo se renova a cada quatro anos. Blocos de gelo se desprendem da fachada do Perito Moreno com um estrondo monumental e afundam nas águas leitosas do lago Argentino. Ondas imensas derrubam as banquisas, arrastadas pela maré que permite o deslocamento do bloco de gelo.
O Perito Moreno, uma das raras geleiras continentais atualmente em expansão, progrediu durante quatro anos em uma escala de muitos centímetros por mês, bloqueando as águas do Brazo Rico, uma das passagens do lago Argentino. Isso continuará acontecendo até que o avanço da água acumulada faça ceder a barragem de gelo. O Perito Moreno, com uma superfície de 257 km2 - maior do que a de Buenos Aires -, desenvolve uma fachada de 60 m de altura e 5 km de extensão. Ele é a jóia do Parque Nacional de Los Glaciares, na Argentina, a oeste de El Calafate, oferecendo a extraordinária visão de uma massa de gelo erodida e fendida, viva, enfim. Uma luta dantesca se desenrola dia após dia, traduzida por estampidos e estrondos lúgubres.
O parque dominado ao norte pelo pico granítico de Fitz Roy, cujo cume atinge 3.375m, protege 13 geleiras que se partem nos espelhos dos lagos Argentino e Viedma. O Upsala, com 50 km de comprimento e 10 km de largura, é a maior de todas essas geleiras do sul da Patagônia.
Fonte: Guia Ilustrado do Mundo - América do Sul - Seleções do Readers Digest.
Foto: Glaciar Perito Moreno,na Patagónia,Argentina, Novembro de 2003 -http://olhares.aeiou.pt/glaciar_da_patagonia/foto32498.html
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