Fotos: Feijão de porco-Canavalia ensiformes-(1)Boa produção de matéria orgânica ; Leucena-Leucaena leucocephala-Fixação de 360 a 400 kg/ha/ano de N2 (2)
Em meados da década de 80 li uma matéria da Revista Globo Rural, que abordava a qualidade de vida da terra no Japão: - Os produtores japoneses estavam extremamente preocupados, pois a terra estava sem vida (estava morta e exalava mau-cheiro), não havia microorganismos e as plantas não vingavam - após análises e estudos, concluíram que o problema advinha das técnicas de adubação intensiva - com grande utilização de adubos químicos por longo período, ou seja, não havia cuidado no manejo, acreditavam que para o solo produzir, bastava misturar adubos químicos e pronto. E a estória não é bem assim. Estes produtores, não tiveram outra alternativa, que não reavivar o solo através da adubação orgânica - ela se faz pela integração ao solo de produtos orgânicos, tais como: folhas, palhas, estrumes de animais e restos de cultivos. Eles aplicaram as novas técnicas e tempos depois a terra estava renascendo através do aparecimento dos microorganismos, tão necessários para sua qualidade de vida - minhocas e outras bactérias voltaram, as quais desempenham um papel maravilhoso de aeração (oxigenação), por onde o ar, a água e os nutrientes penetram, agregando qualidade e tornando o solo fértil.
ADUBAÇÃO VERDE: COMO CONTRIBUIR PARA A SAÚDE DA HORTA, DO HOMEM E AINDA OBTER LUCRO.
Por: Marcelo Tadeu Sampaio ( Aluno de Agronomia/UFLA) /Wilson Roberto Maluf ( Professor titular do Departamento de Agricultura)
A adubação verde é utilizada pelos agricultores há mais de mil anos, em distintas regiões do mundo, para melhorar as propriedades físicas , químicas e biológicas dos solos agricultados, muito antes, pois, do advento da adubação química. A eficiência da adubação verde é comprovada também no controle de nematóides, quando se utilizam leguminosas específicas, problema para o qual os produtos químicos, além de caros, não apresentam resultados satisfatórios.
O adubo verde promove ainda a reciclagem de nutrientes de camadas profundas do solo para a superfície, em formas assimiláveis pelas plantas cultivadas, quando utilizadas espécies com sistema radicular profundo. Alguns estudos indicam que, por essa característica, tal prática promove o rompimento das camadas de compactação sub-superficiais do solo resultantes da mecanização (pé-de-grade), o que melhor explorado poderia se constituir em uma excelente alternativa aos atuais métodos mecânicos de subsolagem, de elevado custo e consumo energético.
Mas onde talvez resida seu maior potencial é na capacidade de substituir parcialmente os fertilizantes nitrogenados derivados do petróleo, através da fixação biológica do Nitrogênio efetuada pelas leguminosas , via atuação do Rhizobium, bactéria que age em simbiose com as plantas fixadoras de nitrogênio no solo, auxiliando-as nesta tarefa.
Dados de pesquisas dão conta que as leguminosas, quando cultivadas em condições favoráveis, fixam facilmente 60 a 100 Kg/ha/ano de Nitrogênio, havendo casos excepcionais em que tais valores atingem 360 a 400 Kg/ha/ano. (exemplo: Leucena).
No caso brasileiro, as pesquisas com adubação verde tiveram continuidade até meados dos anos 60, quando as preocupações passaram a se concentrar na viabilização do modelo industrial químico-mecânico, e as práticas biológico-vegetativas foram relegadas a um segundo plano, além do fato de ser vista com alguma reserva pelos agricultores, pois as tecnologias disponíveis exigiam que se perdesse uma safra agrícola (ano) para se proceder o seu cultivo. Estudos recentes, no entanto, demonstraram que é perfeitamente viável se proceder a adubação verde nos períodos de entre-safra (fevereiro/março a julho/agosto) na região centro-sul , ou ainda como planta companheira (plantada nas entrelinhas da cultura), superando-se assim este inconveniente.
Além destas características a adubação verde contribui para controle de:
Ervas daninhas ¾ A adubação verde pode contribuir para o controle de ervas daninhas, não só pelo grande volume de massa verde e palha (cobertura morta), (que impedem a passagem de luz que é essencial para a germinação da erva daninha), como também por alelopatia (ou seja, liberando substâncias pelas raízes que inibem a germinação das ervas).
...Leia mais no site: http://www3.ufla.br/~wrmaluf/bth038/bth038.html
UFLA - Universidade Federal de Lavras - Lavras(MG)
Nenhum comentário:
Postar um comentário