19 julho 2009

O AQUECIMENTO GLOBAL E A REDUÇÃO NO TAMANHO DOS ANIMAIS

Estudo em Ilha da Escócia mostra que inverno quente favorece animal pequeno.

Redução foi de 5% no tamanho nos últimos 25 anos, afirma grupo dos EUA e do Reino Unido; o esperado era tendência ao crescimento.
Uma população de carneiros de uma ilha da Escócia está encolhendo. É o provável culpado, segundo cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos, é o aquecimento global.
A Teoria evolutiva indica que, ao longo do tempo, naquela região fria, o tamanho médo dos carneiros deveria aumentar - os maiores teriam maior probabilidade de sobreviver e de se reproduzir do que as menores. Porém, os invernos na região da ilha Hirta (no arquipélago St. Kilda), onde vivem os carneiros-de-soay, ficaram menos rigorosos. Consequentemente são mais fáceis de serem enfrentados e, por isso, hoje os animais menores são mais capazes de sobreviver à estação.
A pesquisa mostra que os animais estudasos estão, em média, 5% menores hoje do que em 1985, quando o trabalho teve início. O líder da pesquisa, Tim Coulson, do Departamento de Ciências da Vida do Imperial College de Londres, disse à Folha que "a evolução é causada pela seleção natural, e as alterações climáticas têm alterado a forma como ela funciona".
Ele explica: No passado, só os carneiros grandes e saudáveis, queganharam peso em seu primeiro verão, poderiam sobreviver ao inverno em Hirta. Mas agora, devido às alterações climáticas, o capim que serve de alimento aos animais está disponível por mais meses e as condições de sobrevivência não são tão desafiadoras.
Seus resultados publicados na edição online do periódico "Science", sugerem que o encolhimento dos ovinos é uma resposta à variação ambiental nos últimos 25 anos e que a evolução contribuiu relativamente pouco neste processo.
Os pesquisadores também descobriram que a idade em que a mãe tem a prole influencia no seu tamanho. As jovens ovelhas-de-soay são fisicamente incapazes de produzir descendentes que sejam tão grandes quanto elas eram ao nascer.
"O efeito da mãe jovem explica por que os ovinos não estão ficando maiores.
Fonte: Folha de São Paulo - Jornal

ORIGEM DO RIO AMAZONAS

Geógo data nascimento do Amazonas

Amostras de sedimento antigo acumulado no mar deram pistas sobre biografia do curso d´água a brasileiro que trabalha no Reino Unido.

O Rio Amazonas acaba de ganhar uma certidão de nascimento. Segundo ela, o curso d´água mais volumoso da Terra nasceu há 11,8 milhões de anos.

A adolescência e a fase adulta do rio-mar também estão descritas no estudo, publicado no períódico "Geology". Ele é assinado por Jorge Figueiredo, geólogo da Petrobrás que atualmente cursa doutorado na Universidade de Liverpoo (Reino Unido) e colaboradores.

Toda a história de vida do Amazonas está baseada em análises paleontológicas (fósseis de animais e pólen) e de providência sedimentar, feitas em amostras coletadas em poços perfurados no oceano Arlântico, na foz do rio.
De acordo com Figueiredo existia um pequeno rio antes de 11,8 milhões de anos, no período chamado pelos geólogos de Mioceno Médio ( Na África, nessa época, o gênero humano nem existia). Mas ele drenava apenas a parte oriental da atual aregião amazônica.
Do lado ocidental, onde hoje estão o Peru, a Colômbia e os Estados do Amazonas e do Acre, havia um tipo de pantanal, uma grande área inundada.
"Separando essas duas áreas existia uma região um pouco mais elevada que as grandes planícies amazônicas, a oeste de Manaus", diz Figueiredo.
A situação entretanto, começaria a mudar há 11,8 milhões de anos, diz o geólogo. De um lado, por causa do aumento do manto de gelo na Antártida, o mar começou a descer - uma queda de cerca de 120 metros em média em relação ao nível atual. De outro, a poderosa cordilheira dos Andes exibia quase toda sua força, elevando-se a alturas próximas das atuais.
Esses dois processos, que teminaram há aproximadamente 11,3 milhões de anos, afizeram com que os lagos do lado oeste fossem conectados ao riozinho do lado leste. O Amazonas, agora transcontinental, estava pronto para crescer e aparecer.
Na infância do rio, entre 11,8 milhões e 6,8 milhões de anos, ainda havia um número muito grande de lagos ao longo do Amazonas, cujo curso era sinuoso, como o de vários rios pequenos da região hoje. Os sedimentos carregados pelas águas do rio acabavam sendo depositados no continente.
Na sua adolescência, com os Andes subiram ainda mais, havia mais sedimento para ser transportado. E eles começaram a chegar em maior quantidade ao oceano, obliterando os lagos no caminho.
Há 2,4 milhões de anos o Amazonas entrou na fase adulta. O riacho cheio de meandros de outrora tornou-se o rio mais caudaloso do mundo.
Cálculos do projeto Piatam (Petrobrás) mostram que o rio lança todos os anos no Atlântico 6,3 atrilhões de metros cúblicos de água (16% de toda a descarga mundial de água doce no mar) e 1,2 bilhão de toneladas de sedimento. É tanto entulho que a foz do Amazonas pode até estar afundando poucos milímetros por ano.
"Era sabido que a evolução do Amazonas dependeu do tectonismo (elevação) dos Andes. O artigo científico, entretanto, apresenta uma idade mais fechada (para o nascimento do rio)", diz Michel Mahiques, professor do Instituto Oceanográfico da USP e especialista em oceanografia geológica.
Segundo Figueiredo, os dados atuais estão em desacordo com uma hipótese levantada por outro gruo de pesquisa - a de que o rio Amazonas, há 5 milhões de anos, corria ao contrário, do Atlântico para aquilo que começava a ser os Andes.
Autor: Eduardo Geraque - da Reportagem Local
Fonte: Folha de São Paulo - Jornal (02/07/2009)