05 dezembro 2008

PETROBRÁS E CONSÓRCIO PCJ (RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ) FIRMAM CONVÊNIO

Foto: Paulo Franzin
Petrobras assinou convênio com o Consórcio PCJ
Em 05/12/2008

A Petrobras assinou no dia 27 um convênio com o Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) que fomentará ações de cunho socioambiental para investimentos em educação ambiental e reflorestamento das nascentes do rio Camanducaia, que corta as cidades de Amparo, Jaguariúna, Monte Alegre do Sul, Pinhalzinho, Serra Negra e Socorro.


O valor total do convênio é de R$ 2.904.000,00 sendo R$ 2.204.000,00 destinados ao reflorestamento das nascentes - definidas no Plano Diretor de Reflorestamento, para a produção de água na Bacia do Camanducaia - e R$ 700.000,00 à educação ambiental. O prazo para a utilização dos recursos é de cinco anos.


Os programas de educação ambiental terão como foco o incentivo às políticas públicas de reuso da água e o armazenamento e utilização de água de chuva, considerando as diversas formas de utilização das bacias do PCJ.


Fonte:

http://www.oserrano.com.br/mais.asp?tipo=Local&id=7953

UMA VISÃO SOBRE A POLUIÇÃO DAS ÁGUAS NA EUROPA


Poluição das águas

A poluição marinha

A degradação do meio marinho há já décadas que tem vindo a preocupar cientistas, pescadores, navegantes, mergulhadores e, de uma forma geral, todos os amigos do mar. As suas preocupações giram em torno da poluição. As causas são inúmeras: emissões industriais, águas residuais não tratadas, substâncias descarregadas pelos barcos, poluição proveniente dos rios, etc.

A imensidão do problema é inegável: graças à pesca e à aquicultura marinha, o mar fornece 40% das proteínas consumidas na União Europeia. A preservação do equilíbrio ecológico marítimo é, pois, vital para o abastecimento alimentar da UE. Além disso, o mar é o cenário onde vivem e trabalham 70 milhões de cidadãos europeus, incluindo aqueles que, directa ou indirectamente, vivem da pesca, do turismo balnear e das actividades portuárias.

Existem diversos tipos de poluição marinha:

Substâncias químicas e metais pesados – Diversas regulamentações vieram pôr fim à maioria das descargas de substâncias perigosas nos rios e no mar. Os problemas que persistem devem-se, por um lado, ao não cumprimento da legislação e, por outro, ao peso do passado, pois os sedimentos marinhos contêm ainda metais pesados e resíduos de substâncias químicas actualmente proibidas (pesticidas organoclorados). Mas existem ainda outras substâncias químicas que inquietam actualmente os cientistas, tais como o tributilteno (tinta biocida anti-incrustação), os retardadores de chamas bromados ou as dioxinas.

Eutrofização – Uma acumulação excessiva de nutrientes (nitratos e fosfatos) nos rios devido às escorrências dos campos agrícolas e às águas dos esgotos induz uma proliferação da flora aquática, a qual consome o oxigénio contido na água e coloca a vida aquática em perigo. Este fenómeno está na origem das marés vermelhas, verdes e castanhas. A principal causa do aumento destes nutrientes é a agricultura intensiva e o seu recurso sistemático aos fertilizantes, naturais ou químicos. Além disso, são várias as povoações que não fazem qualquer tratamento das suas águas residuais.

Derrames acidentais de petróleo – As marés negras têm consequências nefastas e prolongadas no tempo. Infelizmente, a regulamentação sobre segurança marítima, em contínua evolução, jamais conseguirá impedir a 100% o risco de acidentes. Presentemente existe ainda outro risco: no mar do Norte, a proliferação de plataformas petrolíferas aumenta os riscos deste tipo de acidentes.

Desgaseificações no mar – A poluição crónica com hidrocarbonetos, se bem que mais difusa e menos espectacular que as marés negras, é um fenómeno não menos inquietante. Principais responsáveis: as descargas no mar ordenadas por comandantes sem escrúpulos. Alguns estudos indicam que a quantidade de petróleo assim lançada para o mar é muito superior à de uma maré negra. O principal problema é a dificuldade não só em identificar os responsáveis mas também em levar a cabo acções judiciais.

Resíduos nucleares imersos – Trata-se de uma questão sobre a qual pouco se conhece. Qual poderá ser o impacto ambiental de um aumento da radioactividade, como se verificou ao largo das centrais de La Hague (Normandia) e Sellafield (Cumbria), bem como no mar Báltico e no mar do Norte? Quais seriam os efeitos do aparecimento de fissuras nos cofres de betão que protegem os resíduos nucleares outrora lançados no mar?

Poluição biológica – Na origem deste tipo de poluição encontra-se uma má gestão dos resíduos naturais, humanos e animais, que contêm bactérias. Geralmente, a fonte deste problema situa-se nas regiões do interior e a sua causa são as povoações que não tratam as suas águas residuais e as pastagens junto aos rios. Esta poluição ameaça particularmente a saúde dos banhistas e dos praticantes de desportos náuticos. Uma aplicação rigorosa da regulamentação relativa às águas balneares e à gestão das águas residuais seria suficiente para reduzir este risco.

Resíduos sólidos – O lançamento para a água de embalagens de plástico e de alumínio, cordames sintéticos, filtros de cigarros e outros resíduos de materiais não biodegradáveis é sobretudo da responsabilidade dos utilizadores do mar. Pouco estudados, estes resíduos são de difícil quantificação, se bem que haja notícias regulares de algumas das suas consequências, como a sufocação de mamíferos marinhos ou a danificação das redes de pesca.

A saúde do ambiente marinho é uma prioridade do 6.º Programa de Acção em matéria de Ambiente da União Europeia. A preservação do ambiente marinho é, pois, o objectivo de uma estratégia actualmente em elaboração. Essa estratégia passa por novas regulamentações e também por uma aplicação mais eficaz das regulamentações existentes.

Fonte:

http://ec.europa.eu/fisheries/related_issues/water_pollution_pt.htm

04 dezembro 2008

OS EFEITOS DA REUTILIZAÇÃO DA ÁGUA DA CHUVA EM GRANDE ESCALA



AMBIENTE-AUSTRÁLIA:
Água da chuva para minimizar a seca


Melbourne, 14/11/2008, (IPS) - Grandes áreas do sul e leste da Austrália sofrem por causa da seca.

Enquanto isso, a localidade de Orange, 260 quilômetros a oeste de Sidney, desenvolve o primeiro programa para recolher água da chuva neste país. O projeto “esta desenhado inicialmente como uma resposta de emergência, porque não tínhamos uma fonte alternativa que pudéssemos lançar mão rapidamente”, disse à IPS o diretor de serviços técnicos do conselho de Orange, Chris Devitt. Devitt explicou que, como o projeto Coleta de Água de Chuva do Riacho Pantanoso Blackmans oferece uma “solução bastante rápida” para a crise hídrica de Orange, o conselho quer convertê-lo em permanente para atacar as conseqüências da seca. As duas reservas de Orange estão coberta em 40,5% de sua capacidade, e no começo de setembro estiveram em 27%, após a estação das chuvas.

No último dia 5, um comunicado sobre a seca emitido pelo Centro Nacional do Clima (NCC) do Escritório de Meteorologia insinuou que as condições de seca se tornarão uma regra, mais do que exceção, na medida em que se concretizarem os efeitos da mudança climática. “A combinação de calor recorde e as secas generalizadas dos últimos cinco a 10 anos sobre grandes áreas da Austrália meridional e oriental não tem precedentes históricos e é, pelo menos em parte, um resultado da mudança climática”, disse o NCC. O plano de Orange envolve captação de água do riacho Blackmans, a nordeste do povoado, retirando-a e tratando-a antes de sua chegada à principal represa de água potável local.

Mas, apesar de os cerca de 40 mil moradores de Orange logo poderem contar com água disponível com a primeira coleta planejada para março de 2009, há preocupações em relação à qualidade. O povoado está submetido hoje às restrições hídricas de nível 5, que limitam severamente o uso da água nas casas, com multas de até dois mil dólares australianos (US$ 1.351) para quem não as cumprir. Os moradores expressaram seus pontos de vista sobre o projeto em um site (vinculado à página na Internet do próprio conselho) criado para tais efeitos.

Entre as preocupações apresentadas figura o fato de a água que flui por ruas, caminhos e parques não ser adequada para beber, embora uma maioria de 85,7% dos consultados em uma pesquisa divulgada no site digam estar felizes de beber água da chuva. Devitt afirmou que o conselho trabalha duro para convencer as pessoas de que a água será segura. Destacou que o conselho realizou um painel de dois dias com “várias autoridades do governo” e “agências ambientais”, entre elas os departamentos de saúde e de água e energia do governo do Estado de Nova Gales do Sul. “Como conseqüência, temos na prática processos bastante robustos para nos protegermos contra toda contaminação”, acrescentou Devitt.

Geolyse, consultora local que avaliou os fatores ambientais em nome do Conselho de Orange, espera que a água seja de alta qualidade. “Os dados disponíveis indicam que a qualidade esta água é melhor do que os valores habituais para as áreas de captação urbanizadas”, diz o informe preparado pela empresa Geolyse e divulgado em julho. Mas, embora tudo indique que a água, de fato, será segura para beber, os moradores que vivem corrente abaixo do Orange – entre eles agricultores e pastores que usam o riacho – se preocupam que a coleta de chuva tenha impacto negativo sobre eles.

“Estamos muito temerosos de que isto realmente restrinja nosso acesso aos fluxos hídricos, particularmente nos meses mais secos do ano, no verão”, disse o produtor de maçãs Ian Pearce, fazendo eco à preocupação dos irrigadores na bacia de Murray-Darling (a região agrícola mais importante da Austrália) em relação ao acesso à água. Embora sua plantação não fique defronte ao riacho, Pearce tem uma licença que o autoriza a bombear água para sua propriedade, que fica a cerca de um quilômetro.

Pearce vê esta água com sua “política de seguros”. Preferindo usar represas e água de poço em sua propriedade. “Mas nos últimos cinco ou seis anos, quando esteve terrivelmente seco, não chegou nenhum resíduo liquido às nossas represas, dependemos muito de nossa licença sobre o riacho para nosso fornecimento de água”, disse à IPS. A sua também é uma preocupação de que outros participantes também estejam conscientes. Embora Geolyse reconheça que o projeto de coleta de água de chuva “deve ter um impacto corrente abaixo”, alega que pode ser implementado “sem o risco de dano sério ou irreversível” para o meio ambiente.

“O desafio será administrar de modo adaptativo o uso do programa, para que este impacto não seja significativo e que as necessidades dos usuários que vivem corrente abaixo e do entorno aquático não sejam afetados”, disse o informe dos consultores apresentado em julho. O conselho – que financia o projeto de US$ 3,3 milhões junto com o governo estadual – também está ansioso para compensar esse mal-estar. Em um comunicado divulgado no mês passado o prefeito de Orange, Reg Kidd, afirmou que poderiam ser colhidos até 2.200 megalitros (equivalentes a mais de 200 dias de uso de água do povoado) dos 12 mil megalitros que, em média, fluem a cada ano pelo riacho.

“Limitar a coleta assegura que sejam mantidos os fluxos ambientais e que os usuários que vivem corrente abaixo, que dependem da água para subsistir, não sejam prejudicados”, disse o prefeito. Sua posição é apoiada pelo diretor técnico do conselho. “Suponho que a principal determinante é que o projeto somente coleta efetivamente quando há água excedente no riacho. Oitenta por cento do tempo o sistema do riacho vai operar como de costume”, disse Devitt.

Mas, embora Pearce não se oponha à coleta de água da chuva em si mesma, não está convencido de que o sistema do riacho Blackmans – que descreve como “já muito pressionado” – possa funcionar. “Podemos ver um mérito na coleta de água de chuva com conceito, mas nos opomos à maneira Comissão Européia se pretende que seja implementada, e realmente queremos ver um melhor regime de administração de todo o processo”, acrescentou.

Por Stephen de Tarczynski
(IPS/Envolverde) -http://mwglobal.org/ipsbrasil.net/nota.php?idnews=4299

03 dezembro 2008

BRASIL VOLUNTÁRIO - CIDADANIA ELETRÔNICA

Atendendo a um pedido da amiga Cathy do blog:

http://cathy.spaceblog.com.br/

Foi dada a largada para a Semana Brasil Voluntário! (CIDADANIA ELETRÔNICA) escrito em terça 02 dezembro 2008 20:21

Blogueira(o) amiga(o) ajude-me! Copie esse post e publique no seu blog.

E se você não tem blog, por favor mande essa campanha para seus amigos por email, por orkut, Facebook, etc. O voluntariado on-line é uma forma poderosa de ajudar as vítimas das enchentes de Santa Catarina. Há muito o que fazer pela internet!

Se você tem uma hora por dia, você é precioso para muitas pessoas que estão sem nada. Ajude por favor. Você verá como no Blog da Semana Brasil Voluntário que começa hoje e termina dia 9 de dezembro.

Mas atenção, a Semana termina dia 9 mas os esforços voluntários deverão continuar durante muito tempo ainda pois a missão é árdua. Trata-se de reconstruir uma boa parte do estado de Santa Catarina.

A Semana Brasil Voluntário faz parte de uma iniciativa internacional da ONU (UNVolunteers) que acontece dia 5 de dezembro, desde 2000 no mundo inteiro, para a comemoração do Dia Internacional do Voluntário. Em 2008, o parceiro brasileiro é o Instituto Voluntários em Ação de Santa Catarina.

Essa data, por infeliz (e feliz) coincidência caiu justamente no momento em que o Brasil está naturalmente voluntariando em função da tragédia ambiental em SC.

Vamos ajudar, nós que somos voluntários conectados à internet. Há muito a fazer.

Se você se interessa em ajudar nessa causa urgente, então por favor visite o Blog da Semana Brasil Voluntário e cadastre-se em alguma das ações propostas lá.

Mas se não tiver tempo livre, envie a seus amigos esse pedido ok? O Universo retribuirá sua boa ação. Pode estar certa(o).

Obrigada, Cathy pela maravilhosa iniciativa, vamos à luta.

Também estou mobilizando aqui em Jaguariúna, os meus amigos e vizinhos, para que possamos enviar um pouquinho para os nossos irmãos de Santa Catarina.

02 dezembro 2008

50% É O LIMITE DO DESMATAMENTO AMAZÔNICO - VAMOS PARAR ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS!


Agencia Estado - 20/11/2008 18:08
Ponto sem volta para a Amazônia é de 50%, diz estudo
O limite máximo de desmatamento que a Amazônia pode suportar antes de se transformar irreversivelmente numa savana é 50%, segundo um estudo divulgado hoje em Manaus pelo pesquisador Gilvan Sampaio, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o chamado "ponto sem retorno", ou tipping point, em inglês, a partir do qual a floresta perde a capacidade de se regenerar. Hoje, cerca de 20% do bioma já foi desmatado em toda a América do Sul. Se os atuais 20% de área desmatada chegarem a 50%, a situação se tornará irreversível.

A região mais impactada pela transformação seria a Amazônia Oriental, formada principalmente pelo Pará. "Todo o leste da Amazônia viraria uma savana", disse Sampaio, que apresentou os resultados de sua tese de doutorado na conferência Amazônia em Perspectiva, que reúne os três maiores programas de pesquisa sobre a floresta (conhecidos pelas siglas LBA, Geoma e PPBio). "A floresta se auto-sustenta", explicou o cientista. "A vegetação depende do clima, mas o clima também depende da vegetação. Quando você remove a cobertura vegetal, você muda também o clima, até um ponto crítico em que a floresta não consegue mais voltar ao que era antes."

A porção oeste do bioma permaneceria relativamente imune às alteração, blindada pelos índices pluviométricos mais elevados nas regiões próximas aos Andes. A transformação "sem volta" ocorreria somente nas áreas já desmatadas, segundo Sampaio - apesar de outros cientistas acreditarem que o desmatamento no leste poderá cortar o fluxo de vapor de água para o interior da floresta, no oeste.

A tese de Sampaio é a expansão de um trabalho publicado por ele mesmo e colegas no ano passado, que abrangia apenas a Amazônia Oriental e estimava o ponto sem volta em 40% de desmatamento. O novo modelo é mais completo porque abrange toda a Amazônia na América do Sul e faz o casamento entre as flutuações de clima e vegetação, enquanto o anterior trabalhava apenas com variação de cobertura florestal

UNIÃO EUROPÉIA OBRIGA MONTADORAS A REDUZIREM EMISSÕES DE CO2


02/12/2008 -

UE obtém acordo para reduzir emissões de CO2 em carros


da France Presse, em Bruxelas

A União Européia obteve nesta segunda-feira (1º) um acordo para obrigar as montadoras a reduzir as emissões de CO2 de seus veículos novos a partir de 2012.

O compromisso, que faz parte dos esforços da UE para combater o aquecimento global, foi obtido durante negociações entre representantes dos 27 países do bloco, do Parlamento Europeu e da Comissão, após vários meses de discussões.

O acordo prevê um escalonamento entre 2012 e 2015 desta redução imposta às montadoras, até chegar a média de 130 gramas de CO2 por quilômetro (g/km) para a totalidade dos veículos produzidos. Em 2005, a emissão média foi de 159 g/km por veículo produzido.

A Comissão havia proposto inicialmente a redução total a partir de 2012, sem escalonamento, mas a medida foi severamente criticada por montadoras de diversos países.

Pelo acordo fechado hoje, 65% dos novos veículos estarão adequados em 2012, 75% em 2013, 80% em 2014 e 100% em 2015. Este escalonamento será compensado por um novo objetivo de redução, de 95 g/km para 2020.

Cada montadora deverá atingir um objetivo próprio para que a UE consiga a redução média de 130 g/km.

A italiana Fiat deverá reduzir a 122 g/km, os franceses Renault e Peugeot-Citroën a entre 126 e 127 g/km, e a alemã VW a 132 g/km.

Os construtores de modelos mais caros, como Jaguar, Maserati e Ferrari, também contribuirão para a redução, de maneira diferenciada.

Estão previstas multas progressivas para quem não cumprir as metas, de até 95 euros por veículo por cada 3 g/km.

01 dezembro 2008

CARTA DE MINAS


Adotada pela Conferência Internacional “Diálogos da Terra no Planeta Água”
Belo Horizonte, Minas Gerais, 26 a 28 de novembro de 2008

O “Diálogos da Terra no Planeta Água”, iniciativa do Governo de Minas Gerais, da Green Cross Internacional, Green Cross Brasil e Fundação Renato Azeredo, como apoio do poder público, da iniciativa privada e de entidades do terceiro setor, imprensa e comunidade dentro dos pressupostos das iniciativas no âmbito dos Diálogos da Terra, em benefício das populações e na busca da sustentabilidade da vida no planeta e do desenvolvimento sustentável,
Considerando as resoluções e os princípios estabelecidos no âmbito da Rio 92, visando a garantir a integridade de vida no planeta, em especial o Protocolo de Quioto, a Agenda 21 e a Convenção Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas,
Recordando os compromissos assumidos pelos países com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a necessidade de um esforço solidário pelo seu atendimento,
Tendo em mente os princípios éticos da Carta da Terra, que apontam para a necessidade de mobilizar a sociedade civil, empresários, cientistas, ambientalistas, movimentos sociais e governos e as pessoas, em particular, para debatê-la e divulgá-la,
Reafirmando a importância da solidariedade internacional e do aumento da eficácia da atuação de organismos multilaterais diversos,

Tendo em consideração que a água é uma dádiva da natureza e não uma mercadoria, aprendamos com os erros do passado e passemos a considerá-la um importante fator da globalização cultural,

Ressaltando a necessidade de, no atual contexto mundial de mudanças econômicas e políticas, planejar ações voltadas para um modelo sustentável de desenvolvimento, como compromisso com a qualidade de vida das populações, o respeito ao meio ambiente, à biodiversidade e à diversidade cultural, e que se busque a inclusão social e econômica e a erradicação da pobreza,

Considerando ainda a realidade grave da matriz energética global baseada em combustíveis fósseis esgotáveis, das mudanças climáticas e da iminente escassez de água, inclusive para as necessidades humanas básicas,

Admitindo a convicção de que esforços de mudanças estão acontecendo e que orientam para a necessidade de se discutirem experiências bem sucedidas, com avanços importantes na conservação e uso adequado dos recursos naturais para construção do desenvolvimento sustentável,

Recordando a necessidade de obtenção de informações e dados meteorológicos e hidrológicos de boa qualidade,


1.Decide atuar na aceleração do cumprimento das Metas do Milênio e da Agenda 21, proclamadas pela ONU;

2.Conclama a participação no esforço para a conclusão, em 2009, das negociações da Convenção Quadro da ONU para as Mudanças Climáticas, enfocando soluções para os problemas da água, com destaque para harmonização de seu ciclo;

3.Constata que o aprofundamento e a difusão da compreensão de que o desenvolvimento sustentável só é alcançável com mudanças de padrões de consumo e de produção, assim como a atuação para a eliminação da pobreza e desigualdade social, aproveitando a atual crise globalizada como oportunidade para correção de desvios;

4.Ressalta o incentivo às agendas setoriais de compromisso com o desenvolvimento sustentável, permitindo o estabelecimento de metas e o monitoramento de seus resultados, destacando o estabelecimento e a utilização de metodologia para a geração de indicadores de sustentabilidade;

5.Apóia a educação, a popularização da ciência, a comunicação em massa, assim como a divulgação de experiências exitosas, como instrumentos fundamentais para a formação dos cidadãos e o estímulo ao seu engajamento em práticas sustentáveis no seu cotidiano, incluindo conservação e uso adequado da água e valores voltados ao respeito aos seres vivos e ao ambiente;

6.Urge a garantia do planejamento territorial de forma a promover a biodiversidade, o uso adequado dos recursos naturais e, em especial, a água, vinculando as atividades humanas ao território de um modo democrático, participativo e promovendo o desenvolvimento sustentável;

7.Constata a necessidade e a promoção da pesquisa científica e tecnológica para identificar, evitar, mitigar e solucionar os riscos ambientais, facilitando a transferência de conhecimentos e adensando a colaboração Sul-Sul;

8.Reafirma a promoção de iniciativas de cooperação internacional de forma ampla, a gestão compartilhada de bacias hidrográficas, a exploração sustentável dos recursos do mar e da Antártida;

9.Solicita a mobilização de esforços para revitalização ou renaturalização de rios e bacias, bem como da preservação de nascentes, com o compromisso de metas de melhoria da qualidade e aumento da disponibilidade da água, bem como sua conservação nas diferentes fases do ciclo hidrológico, igualmente solicitando a implementação de pagamento por serviços ambientais;

10.Apóia igualmente a proposição de uma política de água para o planeta, dentro do processo multilateral, especialmente no âmbito da conferência de Istambul, tendo os princípios éticos, ambientais e econômicos como base;

11.Ressalta o desenvolvimento e a difusão dos resultados de estudos que esclareçam eventuais dúvidas sobre os impactos no aumento da produção de biocombustíveis sobre o meio ambiente e a produção de alimentos e ressalta ainda o auxílio ao desenvolvimento do relatório especial do IPCC - Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas - sobre as energias renováveis: biomassa, eólica, solar, hidráulica e demais e suas relações com as mudanças climáticas (o relatório deverá ficar pronto em dois anos);

12.Confirma o apoio a iniciativas e ao desenvolvimento de políticas voltadas a garantir o papel dos biocombustíveis na promoção de desenvolvimento sustentável, como elemento capaz de diminuir a emissão de gases que impactam as mudanças climáticas, sempre a partir de áreas já antropizadas;

13.Incentiva os serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais a contribuírem com os esforços da Organização Mundial de Meteorologia em coletar dados e informações globais confiáveis;

14.Assegura a garantia da continuidade dos debates e da troca de conhecimentos sobre o desenvolvimento sustentável, o uso e a conservação da água, em comunidades das redes sociais na internet, abrindo à discussão os debates ocorridos neste Encontro;

15.Confirma igualmente levar esta “Carta de Minas Gerais” como uma conclusão do “Diálogos da Terra no Planeta Água” para fóruns internacionais da água e/ou que tratem do desenvolvimento sustentável, em especial ao Fórum Mundial das Águas de Istambul, em 2009, em suas recomendações com relação a conservação e ao uso e gestão das águas.

E afirma que o sonho de um desenvolvimento sustentável, economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente equilibrado, se faz realidade se continuarmos unidos pelo diálogo, e fortalecidos pela certeza de que é possível mudar, cada um fazendo a sua parte, e acabando com a cultura de “esperar que os outros e o governo façam por nós”.

Belo Horizonte, 28 de novembro de 2008.

Fonte:

http://www.tecnologia.mg.gov.br/index.php?n1=noticias&codigo=276
Rdapé padrão dos sites do Governo de Minas Gerais

DIÁLOGOS DA TERRA NO PLANETA ÁGUA - FÓRUM DE BELO HORIZONTE(MG)


Encerrado no início da noite de 28/11/08, em Belo Horizonte, o “Diálogos da Terra no Planeta Água”, um dos mais importantes fóruns de discussão da sustentabilidade do planeta, que pela primeira vez foi realizado na América Latina. O evento, que atraiu 2226 pessoas de 32 países foi uma iniciativa do Governo de Minas, Green Cross International, Green Cross Brasil, Fundação Renato Azeredo, e recebeu o apoio do governo federal, iniciativa privada e de entidades do terceiro setor. A Carta de Minas Gerais, documento final que marca o fórum internacional no Estado, aponta uma série de compromissos.

Na entrevista coletiva de encerramento estiveram presentes o subsecretário da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Octávio Elísio Alves de Brito; o subsecretário de Gestão Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ilmar Bastos e o diretor da Green Cross International, Xavier Guijarro. Este avaliou como extremamente positivo o encontro num momento de transformações mundiais, como a crise econômica que afeta todos os continentes e o período que antecede a posse de Barack Obama, como primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos.

Segundo ele, o Governo de Minas foi imprescindível para que o Brasil pudesse sediar o “Diálogos da Terra no Planeta Água”. Guijarro destacou que foi um ano de preparação desde que o governador Aécio Neves fechou o acordo com Alexander Likhotal para a realização do evento. ”Minas é a caixa d’água do Brasil com um potencial hídrico extremamente importante e, portanto, não poderia ter havido escolha melhor”, concluiu o diretor da ONG internacional fundada por Mikhail Gorbachev.

De acordo com Ilmar Bastos, as discussões ocorridas em Minas Gerais serão levadas a Istambul, Turquia, onde haverá o Fórum Mundial das Águas, em 2009. Questionado sobre as experiências de sucesso debatidas no fórum, ele reconheceu a produção do etanol brasileiro e a recuperação do Rio das Velhas como duas das principais. Bastos reafirmou o compromisso assumido pelo Governo de Minas de fazer uma avaliação das ações do encontro em um ano.

O coordenador do evento, Octávio Elísio, ressaltou como fundamental para o sucesso, a presença de líderes políticos e estudiosos das questões do desenvolvimento sustentável no Brasil e no exterior. “Estamos muito satisfeitos com o saldo positivo de todas as mesas-redondas. O que se debateu aqui será subsídio de grande valia para os próximos fóruns, inclusive o de Istambul que a questão da água será prioritária”, explicou.

Octávio Elísio destacou alguns pontos da Carta de Minas Gerais. Segundo ele é uma carta de princípios e de propostas, levando em consideração o momento atual de crise econômica e de mudanças políticas, as alterações climáticas com escassez de água e as energias renováveis. O coordenador do evento observa que é preciso um novo modelo de desenvolvimento, baseado em fontes renováveis.

Para isso, a Carta de Minas Gerais sugere ações objetivas como educação, popularização da ciência e comunicação de massa, inclusive utilizando a internet para que o cidadão participe efetivamente das transformações. A cooperação Sul-Sul também deve ser acentuada, além do cumprimento das metas do milênio e da agenda 21, negociações em torno do clima visando à busca de soluções para a escassez de água, entre outras ações.


VENEZA ESTÁ ALAGADA - ITÁLIA


01/12/2008 - Veneza é inundada; mar atinge nível mais alto em 22 anos

Em Roma
Grandes setores de Veneza foram inundados na segunda-feira, com chuvas e ventos fortes, e o mar
atingiu o seu nível mais alto em 22 anos.
Os serviços de ferryboat e táxi aquático foram suspensos, e o prefeito de Veneza pediu à população que não saia de casa. Turistas e moradores tiveram dificuldade em deslocar-se pela cidade por passarelas elevadas.

O Centro Maree, que traça previsões sobre o nível das águas, disse que o nível do mar no Adriático subiu 1,56 metro, algo que não era visto desde 1986.

As enchentes deixaram as pessoas nas partes mais baixas da cidade, incluindo a praça São Marcos, uma das grandes atrações turísticas de Veneza, andando com a água na altura dos joelhos.

"O nível da água está excepcionalmente alto", teria declarado o prefeito Massimo Cacciari, segundo a agência de notícias Ansa. "Não saiam de casa, exceto em caso de necessidade."

Erguida sobre um grupo de ilhas pantanosas no século 5o e atravessada por canais, a cidade inteira sofre com enchentes periódicas causadas pelas marés altas.

O governo iniciou um projeto de vários bilhões de euros de construção de uma barreira contra as enchentes, para evitar que a elevação do nível do mar destrua a cidade.

EMBRAPA MEIO AMBIENTE - A CONSTANTE BUSCA DO CONHECIMENTO - CURSO ISO 19.011

O curso de Formação de Auditores Internos a ser oferecido de 8 a 11 de dezembro de 2008 pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vai capacitar profissionais de nível médio ou superior para o desenvolvimento de atividades de auditoria interna na NBR ISO 19.011, que acompanha e avalia a eficácia e eficiência da implantação dos sistemas da qualidade.

Foto: Eliana Lima


Dessa maneira, as empresas que tiverem empregados com este treinamento terão condições de formar uma Unidade de Garantia da Qualidade, ou seja, o comitê interno capacitado para a implantação e manutenção da qualidade dos processos e estudos. O curso será realizado no auditório da Embrapa Meio Ambiente, com instrutores da Valora Soluções em Gestão, empresa de consultoria em sistemas da qualidade.

A pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente Katia Regina Evaristo de Jesus Hitzschky, responsável pelo treinamento, informa que a partir dessa capacitação, cada instituição participante contará com profissionais habilitados como auditores, aptos a compor o grupo de auditoria interna para qualquer sistema ISO.

“O foco principal do curso será para a auditoria de Boas Práticas de Laboratório, as BPLs”, explica a pesquisadora. Além disso, o curso focará os requisitos da NBR ISO 19.011, com a participação de instrutores com experiência em implantação de sistema de qualidade, segundo as normas que regem as boas práticas de laboratório e de campo.

O programa aborda desde introdução à auditoria, conceitos, objetivos, tipos, terminologia, normas, perfil e comportamento do auditor, metodologia de auditoria interna da qualidade e suas etapas, planejamento, preparação, execução, relato, acompanhamento pós-auditoria, com aplicação de exercícios em dois módulos.

Um dos módulos práticos irá simular uma preparação de auditoria interna e o outro irá elaborar os registros da auditoria simulada, com redação das não-conformidades e elaboração do relatório final.

As inscrições custam R$ 500,00 para profissionais de empresas privadas, com desconto para grupos com mais de 3 pessoas. Estudantes e funcionários de empresas públicas pagam R$ 300,00.

Mais informações pelo telefone 19.3311.2653 ou pelo e-mail sac@cnpma.embrapa.br

Cristina Tordin
Jornalista, MTb 28.499
Embrapa Meio Ambiente

30 novembro 2008

AS PESQUISAS QUE VASCULHAM NOSSOS OCEANOS - NOVAS DESCOBERTAS



Oceanos debaixo de lupa
Stephen Leahy

Uxbridge, Canadá, 13/11/2008, (IPS) - Mil pontos de luz iluminam as profundezas dos oceanos. Unidos há oito anos por esta rede brilhante, mais de dois mil cientistas de 82 países completarão em 2010 a pesquisa do Censo da Vida Marinha.

“Tem sido um período extraordinário, de novas e excitantes descobertas e atemorizantes revelações sobre o modo como os oceanos mudam”, disse o biólogo marinho canadense Paul Snelgrove, diretor da equipe que compila as conclusões dos 17 projetos do Censo. “Espantamos-nos ao descobrir pequenos crustáceos jamais vistos pelos cientistas a 500 metros de profundidade, no golfo do México”, disse Snelgrove à IPS.

O Censo documentou que mais de 90% dos maiores predadores marinhos – grandes tubarões, atum peixe-espada, bacalhau e outros – desapareceram e que as espécies sobreviventes estão em sérios problemas. “Também observamos evidências da mudança climática em variações da distribuição das espécies”, acrescentou o biólogo. Igualmente importante é a colaboração de cientistas do Norte industrial e do Sul em desenvolvimento, segundo o informe 2008 sobre o Censo, apresentado esta semana na Conferência Mundial sobre Biodiversidade Marinha em Valência, na Espanha. Antes do Censo, os especialistas se concentravam em questões nacionais ou regionais. Portanto, os mesmos bancos de peixes eram contados duas ou três vezes, na medida em que cruzavam de uma jurisdição marinha nacional para outra, por isso as populações eram subestimadas.

O trabalho conjunto de cientistas de países do Norte e do Sul será um dos grandes legados do Censo, vital para as pesquisas e o manejo futuro dos oceanos, disse Snelgrove. “A difusão do primeiro Censo em 2010 será um marco para a ciência, um êxito de proporções históricas”, afirmou Ian Poiner, presidente do Comitê Internacional de Direção Científica do projeto e diretor do Instituto Australiano de Ciências Marinhas. “A dedicação e a cooperação estão permitindo que o mais complexo programa sobre biologia marinha jamais realizado cumpra seu cronograma e alcance seus objetivos. Quando tudo começou, muitos observadores não consideravam que isto tudo seria possível”, acrescentou.

Os cientistas conheceram em Valência a descoberta de um novo predador, que vive a mais de 7.200 metros de profundidade em águas do estreito japonês de Ryukyu, que era considerado deserto: uma espécie de medusa que “voa como um caranguejo com duas caudas”. Entre os maiores esforços de exploração atualmente em curso dentro do Censo se encontram 18 cruzeiros científicos no oceano Antártico, como parte do Ano Polar Internacional. “Nada do que está sendo feito jamais foi realizado”, disse à IPS Ron O’Dor, especialista em lulas que participa do Censo. Os cientistas chegaram à conclusão de que o ancestral comum a todos os polvos de águas profundas do mundo ainda vivem nos mares austrais, acrescentou.

Quando o Censo foi lançado em 2000, os cientistas sabiam que fariam muitas descobertas. De todo modo, foram surpreendidos pela velocidade com que foi desenvolvida nova tecnologia para explorar os oceanos. “Jamais imaginei que teríamos um barco de onde pudéssemos avistar um camarão a três mil metros de profundidade no meio do Atlântico”, afirmou O’Dor. Dispositivos de rastreamento em miniatura e redes eletrônicas submarinas começam a revelar “o panorama global do movimento dos animais, seja girando em redemoinhos do tamanho da Irlanda ou viajando oito mil quilômetros através das bacias oceânicas”, acrescentou.

Em 2010 o Censo produzirá mapas globais da riqueza de espécies dos oceanos. Também oferecerá uma completa lista das espécies marinhas conhecidas, que se situariam entre 230 mil e 250 mil, e novas estimativas sobre o que ainda está por ser descoberto. Além disso, haverá paginas na Internet para a grande maioria das espécies conhecidas, compiladas em cooperação com a Enciclopédia da Vida, bem com identificadores de DNA de muitas delas para facilitar as futuras descobertas. O máximo legado do Censo é ter conseguido que muitos façam nadar sua atenção e imaginação pelos oceanos, menos conhecidos ainda do que a superfície da lua.

O projeto “inspirou muitos cientistas de todo o mundo a realizar este tipo de tarefa”, disse Snelgrove. Esta detalhada visão dos oceanos também revela a urgente necessidade de cuidar melhor deles. Tanto O’Dor quanto Snelgrove disseram que falta algum tipo de proteção e governabilidade. Snelgrove tentará sintetizar os 10 anos de pesquisas e produzir, até 2010, pelo menos três livros: um estudo sobre a vida marinha, outro com capítulos dedicados a cada grupo de trabalho e um terceiro sobre a biodiversidade. Um dos projetos mais fascinantes do Censo é a reconstrução histórica dos oceanos no passado recente (cerca de 500 anos) e uma projeção de como poderão ser no futuro. “Isso será um trabalho-chave, talvez o mais importante”, afirmou Snelgrove.

Fonte:(IPS/Envolverde)

AS ENCHENTES DO ESTADO DE SANTA CATARINA - DESCASO OU FATALIDADE?



24/11/2008 -'São anos de descaso do poder público em Santa Catarina', avalia pesquisadora

Guilherme Balza
Do UOL Notícias
Em São Paulo (SP)

As características do solo e do relevo e as condições climáticas anômalas não são capazes de, sozinhas, explicar a tragédia ocorrida em Santa Catarina. Mais do que os fenômenos naturais, o descaso do poder público ao longo das últimas décadas foi a principal razão do elevado número de mortos, desabrigados e desalojados em decorrência das chuvas que atingiram o Estado no mês de novembro. Quem faz essa avaliação é a geóloga e pesquisadora do grupo de estudos de Desastres Ambientais da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Maria Lúcia de Paula Hermman.

"Se chover mais, será o caos final", diz governador de Santa Catarina

A Defesa Civil de Santa Catarina registrou, até o momento, 110 mortes, 7.703 desalojados e 15.434 desabrigados, vítimas, sobretudo, de inundações, desabamentos e deslizamentos de terra. Para a pesquisadora, que monitora os desastres ambientais ocorridos no Estado desde 1980, "há muito tempo essas tragédias vêm se repetindo em Santa Catarina e nada de efetivo foi feito por parte do poder público".

Hermman admite que uma quantidade incomum de chuva atingiu o Estado nos últimos dias, mas avalia que não houve, ao longo dos anos, o esforço necessário dos governos e prefeituras para impedir ocupações irregulares em encostas de morro e em planícies fluviais, locais que sofrem quando há grande ocorrência de chuvas.

Solo e relevo catarinense
A pesquisadora explica que, ao longo do litoral de Santa Catarina , distribuem-se três grandes "serras". A primeira, semelhante à "Serra do Mar" do sudeste, começa no extremo norte do Estado e vai até Joinville; a segunda, conhecida como "Serra do Leste", vai de Joinville até o começo do litoral sul; e a terceira, "Serra Geral", ocupa o litoral sul de Santa Catarina até o Rio Grande do Sul. Nas proximidades dessas serras estão algumas das principais e mais populosas cidades catarinenses, como Joinville, Blumenau, Itajaí e Brusque.

De acordo com Hermman, uma boa parte da população litorânea de Santa Catarina reside nas médias ou baixas encostas destas serras. Enquanto as moradias localizadas nas médias encostas são suscetíveis a desmoronamentos, as situadas nas baixas encostas costumam ser atingidas por deslizamentos de terra.

"Nas baixas encostas há uma camada espessa, extremamente permeável, conhecida como 'manto superficial', formada pelo desgaste das rochas, causado pela ações do sol, dos ventos e das chuvas. Essa camada fica entre a superfície e a rocha dura. Quando chove muito, a água ocupa toda essa camada, o manto fica encharcado e os deslizamentos inevitavelmente acontecem", explica a pesquisadora.

Rios
Outra região de risco, segundo Hermman, são as planícies fluviais, ou seja, regiões localizadas próximo das margens dos rios, que sofrem constantes inundações nos períodos de chuva.

Chuva dificulta tráfego


"A legislação impede a ocupação de áreas a menos de 30 m de distância das margens dos rios, mas isso não é respeitado em Santa Catarina". A pesquisadora conta que no Vale do Itajaí, região do Estado mais afetada pelas chuvas, uma parcela significativa da população reside nas planícies fluviais.

"Várias cidades, como Blumenau, por exemplo, são cortadas por rios. Muitas rodovias, inclusive, foram construídas próximas dos leitos dos rios", diz. "Não há como transferir uma cidade de lugar, obviamente, mas o governo pode tomar várias medidas, como dragar os rios, aprofundar os canais, retirar as pessoas das margens, construir muros, limpar bueiros, coibir ocupações clandestinas, aplicar multas pesadas, entre outras. As cidades precisam serem reestruturadas e planos de prevenção mais efetivos necessitam ser colocados em prática para evitar tragédias como esta que Santa Catarina está vivendo", completa Hermman.

Enchentes provocam destruição e mortes em várias cidades de Santa Catarina


Prevenção e apoio
O coordenador de previsão do tempo do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe), Gustavo Carlos Juan Escobar, acredita que a Secretaria Nacional de Defesa Civil foi informada em tempo suficiente para se articular com a Defesa Civil de Santa Catarina eimpedir que uma catástrofe acontecesse em Santa Catarina.

"Alertamos as autoridades competentes na quarta-feira (19), três dias antes das chuvas mais intensas. Nesses dias dava para ter feito muita coisa para minimizar os efeitos das chuvas", disse.

Já Laura Rodrigues, coordenadora da equipe de Previsão e Tempo da Epagri/Ciram (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina), afirma que "tanto a Defesa Civil do Estado, quanto a das prefeituras fizeram o que foi possível".

"Nos municípios mais atingidos, como Itajaí, Blumenau, São Francisco do Sul e Luis Alves, choveu em quatro dias - de sexta (21) à terça (24) - quatro vezes mais do que a média histórica mensal para o mês de novembro. O que precisa ser feito é um trabalho preventivo de longo prazo e uma reestruturação das cidades", avalia.

Obs. com alteração

Fotos: 1- James Tavares/Secom/SC; 2 - Nelva Daltrezo/Secom/SC