05 julho 2008

COMO FUNCIONAM OS INCÊNDIOS...


Em apenas alguns segundos, uma fagulha ou mesmo o calor do sol, deflagra um inferno. O incêndio florestal se propaga rapidamente, consumindo a vegetação seca e espessa e quase tudo o mais em seu caminho. O que um dia foi uma floresta, se torna um barril de pólvora virtual de combustível inexplorado. Em uma rajada aparentemente instantânea, o incêndio florestal alcança milhares de acres de terra adjacente, ameaçando as casas e vidas de muitos na vizinhança.
Uma média de 5 milhões de acres queima todo ano nos Estados Unidos, causando milhões de dólares em prejuízo. Quando um
incêndio começa, ele pode se propagar em uma taxa de até 23km/h, consumindo tudo em seu caminho. À medida que o fogo se espalha por arbustos e árvores, pode adquirir vida própria - encontrando meios de se manter vivo, até mesmo semeando pequenos incêndios, arremessando brasas a quilômetros de distância. Neste artigo, iremos observar os incêndios florestais, explorando como eles nascem, vivem e morrem. Mas atenção, incêndios florestais são diferentes de queimadas, muito comuns no Brasil.
Em um dia quente de verão, qualquer coisa tão pequena quanto uma faísca da roda de um vagão, passando pelo trilho, pode dar início a um enorme incêndio florestal. Algumas vezes, o incêndio ocorre naturalmente, inflamado pelo calor do
sol ou pela queda de um raio. Contudo, a maioria dos incêndios florestais é resultado do descuido humano.
As causas mais comuns de incêndios florestais incluem:
incêndio intencional
fogueiras
cigarros acesos
queima inadequada de detritos
brincadeira com fósforos ou
fogos de artifício
incêndios prescritos
Tudo, dependendo da temperatura, pode arder em chamas. Essa temperatura é chamada ponto de fulgor de um material. O ponto de fulgor da madeira é 300ºC. Quando a madeira é aquecida a essa temperatura, ela libera gás de hidrocarboneto que se misturam com o oxigênio do ar, entram em combustão e criam o incêndio.
Há três componentes necessários para que a ignição e combustão ocorram. Um incêndio requer combustível para queimar, ar para fornecer oxigênio e uma fonte de calor para levar o combustível até a temperatura de ignição. Calor, oxigênio e combustível formam o triângulo do fogo. Os bombeiros freqüentemente falam sobre o triângulo do fogo quando estão tentando acabar com um incêndio. A idéia é que se puderem remover um dos pilares do triângulo, eles podem controlar e finalmente extinguir o fogo.
Após ocorrer a combustão e o fogo começar a queimar, há vários fatores que determinam como o fogo se espalha. Esses três fatores incluem combustível, clima e topografia. Dependendo desses fatores, um incêndio pode desaparecer rapidamente ou se transformar em um enorme incêndio que destrói milhares de acres.
Os incêndios florestais se propagam com base no tipo e quantidade de combustível que os cerca. O combustível pode incluir tudo, desde árvores, arbustos e campos de grama seca a casas. A quantidade de material inflamável que cerca um incêndio é mencionada como carga de combustível. A carga de combustível é mensurada pela quantidade de combustível disponível por área unitária, normalmente, toneladas por acre.
Uma carga de combustível pequena fará com que um incêndio queime e se espalhe lentamente, com baixa intensidade. Se houver muito combustível, o incêndio queimará mais intensamente, fazendo com que se espalhe mais rapidamente. Quanto mais rápido ele aquece o material ao redor, mais rápido esses materiais podem entrar em ignição. Quando o combustível está muito seco é consumido muito mais rápido e cria um fogo que é muito mais difícil de conter.
Eis as características básicas que decidem como ele afeta um incêndio:
tamanho e formato
organização
conteúdo de umidade
Pequenos materiais combustíveis, também chamados combustíveis instantâneos, como
grama seca, folhas de pinheiro, folhas secas, galhos e outros arbustos secos, queimam mais rápido que troncos grandes ou pedaços de troncos. Por essa razão um incêndio começa com gravetos de madeira ou troncos. Em nível químico, diferentes materiais combustíveis levam mais tempo para entrar em ignição que outros. Mas em um incêndio florestal, onde a maioria do combustível é feito do mesmo tipo de material, a principal variável no tempo de ignição é a razão da área superficial total do combustível em relação a seu volume. Como a área superficial dos galhos não é muito maior que seu volume, ela entra em ignição rapidamente. Por comparação, a área superficial de uma árvore é muito menor que seu volume, então é necessário mais tempo para se aquecer antes de entrar em ignição.
À medida que o fogo progride, ele seca o material próximo dele - o calor e a fumaça que se aproximam de um combustível potencial faz com que a umidade do combustível se evapore. Isso torna o combustível mais fácil de acender quando o fogo finalmente o alcança. Os combustíveis que são de algum modo espaçados também secarão mais rápido que os combustíveis que são empacotados firmemente juntos, pois mais oxigênio está disponível para o combustível diminuído. Mais combustíveis firmemente empacotados também retêm mais umidade, que absorve o calor do fogo.
O clima desempenha um importante papel no nascimento, crescimento e morte de um incêndio florestal. A aridez leva a condições extremamente favoráveis para incêndios florestais e os ventos ajudam o progresso do incêndio florestal - o clima pode estimular o fogo a se mover mais rápido e abranger uma área maior. Ele também pode tornar o trabalho de combate ao fogo ainda mais difícil. Há três ingredientes do clima que podem afetar os incêndios florestais:
temperatura
vento
umidade
Como mencionado antes, a temperatura afeta a formação de fagulhas de incêndios florestais, pois o calor é um dos três pilares do triângulo do fogo. Os galhos, árvores e arbustos no solo recebem calor radiante do sol, que aquece e seca os combustíveis em potencial. As temperaturas mais quentes permitem que os combustíveis acendam e queimem mais rápido, aumentando a taxa na qual o incêndio florestal se propaga. Por esse motivo, os incêndios florestais tendem a aumentar à tarde, quando as temperaturas estão mais quentes.

AQUIFERO GUARANI - NÃO É TUDO O QUE IMAGINÁVAMOS


O que nos parecia uma abundância, abusada pela presunção do grande volume de água. Tratado com descaso pelos proprietários, agricultores, industriais - estado e outros, nossa grande riqueza, pode estar se extinguindo, face aos desmandos de muitos: queimadas, poços perfurados indiscriminadamente, poluição excessiva...o homem, sempre o homem, detonando com o meio ambiente, reduzindo e extinguindo as reservas de vida do planeta...construindo um futuro incerto para todos.


Novo mapa mostra aqüífero Guarani mais limitado
Trabalho indica que fluxo de águas na reserva subterrânea é mais lento do que se achava e sugere cautela com poçosEstudo preliminar aponta que área do reservatório hídrico deve ser 10% menor do que estimativa anterior; trabalho sai até o fim do ano


Quanto mais os geólogos estudam o aqüífero Guarani -a maior reserva hídrica subterrânea das Américas- mais fica claro que ele não é o mar inesgotável de água doce que se imaginava existir há algumas décadas. Um novo mapeamento realizado pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) constata que o fluxo de água na camada geológica que compõe o aqüífero é mais lenta do que se imaginava anteriormente.

O novo mapa hidrogeológico realizado pelo Laboratório de Estudo de Bacias, da Unesp, está em fase de finalização e deve ficar pronto até o fim do ano. Mas já está claro para os cientistas que o panorama revelado no trabalho sugere cautela.

O fluxo mais lento significa que, se o ritmo de extração das águas é muito intenso em um local, a água acaba ali e demora para reaparecer. É um risco, portanto, apostar no Guarani para suprir a crescente demanda de água no interior paulista.

"No caso de necessidade de extração de grandes volumes, a alternativa de se concentrar um elevado número de poços em pequenas áreas pode não ser a mais correta", diz Didier Gastmans, da Unesp. Segundo o geólogo, é preciso cuidar para que os lugares mais favoráveis -onde o aqüífero fica perto da superfície, como Ribeirão Preto- sejam superexplorados. "Os técnicos responsáveis pela elaboração de políticas públicas de recursos hídricos terão de considerar que a água subterrânea terá que ser aduzida até os pontos de consumo.

"Um provável resultado do novo mapa da Unesp será a "diminuição" do Guarani em 10%, em razão da adoção de novos critérios geológicos. O padrão está sendo adotado para o projeto internacional de proteção do reservatório, do qual a Unesp participa. "Hoje se conhece a real extensão do aqüífero em território argentino e uruguaio, o que no início do projeto era mera suposição.

"Segundo Gastmans, porém, a extensão total do aqüífero é uma "questão menor" comparada à perspectiva de problemas regionais. Um deles é o da poluição da agricultura, sobretudo a de cana-de-açúcar. "Com a prática da fertirrigação com vinhaça [resíduo da fabricação de álcool], podemos em longo prazo ter problemas com concentrações elevadas de nitrato nas águas", diz.

Outra preocupação é a entrada de contaminantes no aqüífero por meio de poços escavados sem precaução. Em algumas áreas de Santa Catarina a água já é inadequada para consumo humano por excesso de sulfatos e cloretos. Regiões mais "azaradas", como Presidente Prudente, estão sobre águas não potáveis do aqüífero, com excesso natural de flúor.

04 julho 2008

O HOMEM OCUPANDO O DESERTO...


12/06/2008 - Governo saudita constrói megacidade no deserto

O governo da Arábia Saudita está construindo uma cidade no deserto que terá capacidade para acomodar dois milhões de pessoas e gerar um milhão de empregos.
A Cidade Econômica King Abdullah, que ganhou o nome inspirado no rei saudita, é a peça central de outros cinco projetos que estão sendo desenvolvidos pelo governo saudita, com conclusão prevista para 2020. A nova cidade, erguida sobre as areias do deserto da Arábia a 100 quilômetros ao norte da cidade de Jidá, ocupará uma área de 388 quilômetros quadrados.
"A cidade está sendo construída em proporções nunca vistas anteriormente em nenhum lugar do mundo e será do tamanho de Washington em 15 anos", diz Fahd al-Rasheed, presidente da Emaar, empresa que está desenvolvendo o projeto.
"(A Cidade Econômica) terá um dos maiores portos do mundo, uma área para escolas outra para resorts", diz ele.
Petróleo
Com o anúncio da construção da cidade, o governo mostra que quer investir no futuro de forma mais sensata, prevendo grandes desafios, como a necessidade de diversificar a economia e de gerar mais empregos para atender uma população majoritariamente jovem (40% dos sauditas têm menos de 15 anos). A Cidade Econômica vai abrigar um gigantesco complexo industrial, previsto para a produção de alumínio, aço, fertilizantes e petroquímicos. "Estamos falando em estabelecer uma estrutura industrial para as gerações futuras", disse Saad al-Dosari, presidente da Companhia de Refinaria e Petroquímica Rabigh.Com o preço do petróleo nas alturas, o governo da Arábia Saudita está prevendo o futuro em um cenário onde a commodity poderá ser escassa.
Os lucros que o país arrecada com a venda do petróleo são enormes - mais de 11 milhões de barris são produzidos por dia, gerando mais de US$ 1 bilhão. Na última vez que o petróleo registrou valorização semelhante, os sauditas desperdiçaram grandes somas de dinheiro em projetos mal-sucedidos, como a tentativa de transformar o deserto em terras aráveis.
Reformas
Um exército de trabalhadores estrangeiros, em sua maioria do sul da Ásia, está construindo a infra-estrutura que dará sustentação a milhares de casas e prédios comerciais.
A mão-de-obra é mais barata e está disposta a fazer um trabalho que os sauditas se recusam.
Fotos: 1 - Prédio na entrada da Cidade Ecônômica do Rei Abdullah; 2 - Máquinas trabalham para erguer a cidade no meio do deserto

A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA - DE COMBUSTÍVEL E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE

Ecologia e economia rodam sempre juntos
Consumo de combustível é proporcional à emissão de CO2,; logo, quanto menos um carro gasta, menos gás carbônico ele emite
Texto: Fernando Calmon (05-06-08) - Diminuir o consumo de combustível é a bola da vez entre as prioridades da indústria automobilística mundial. De modo pragmático, entra na equação a escalada preocupante do preço do petróleo, que simplesmente dobrou em dois anos, até atingir o pico de US$ 135 o barril. Desvalorização do dólar, explosão de consumo na China, conflitos bélicos no Oriente Médio, especulações com matérias-primas, concentração das reservas em poucos (e complicados) países e falta de investimentos em novas refinarias explicam as altas.
Por outro lado há um grande espaço para veículos mais limpos em termos de emissões. Idéia fixa dos ambientalistas, os carros aparecem como um dos vilões do meio ambiente. Trata-se de meia-verdade. Automóveis modernos apresentam índices muito baixos de poluentes tóxicos e com tendência de cair ainda mais. O problema, apontam os críticos, está no gás carbônico (CO2), um dos que favorecem o aquecimento da atmosfera. O fenômeno conhecido como agravamento do efeito-estufa teria o poder de mudar o clima, derreter calotas polares, aumentar o nível dos oceanos e inundar cidades costeiras, afirmam os alarmistas.
O CO2 não é um poluente no sentido deletério da palavra (como a maioria pensa, de forma equivocada), pois sem ele a vida seria inviável. Cientistas sérios garantem: ciclos de calor e frio do planeta são irreversíveis; o homem nada pode fazer para mudar de forma decisiva o clima, tanto para o bem como para o mal. A flatulência e a produção de esterco do rebanho bovino, por exemplo, geram gases de efeito estufa até 20 vezes mais atuantes – metano e óxido nítrico.
O pior é que políticos abraçaram essas teses duvidosas e vão impondo restrições à mobilidade. Em meio a essa histeria carbônica, veio a ordem de reduzir as emissões de CO2 a qualquer custo. E aí, de novo, entra a economia de combustível, porque menor consumo significa menor emissão de CO2 em relação direta (quase 1:1). Então, economizar gasolina, álcool ou diesel no mínimo fará bem à saúde do bolso e nisso todo mundo mostra interesse.

O que está ao alcance

No Brasil não existem as mesmas opções de automóveis, como no exterior, para quem desejar economizar na conta mensal de combustível ou diminuir emissões. Quem tem consciência ecológica apurada deve considerar, em primeiro lugar, a utilização de álcool nos motores flex, independentemente do preço relativo. O combustível renovável, se custar nas bombas até 70% do preço da gasolina, também garante vantagem no custo por km rodado.
A evolução tecnológica levou a que motores a gasolina e álcool atinjam níveis próximos em termos de emissões dos principais poluentes tóxicos: monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos (HC). Álcool apresenta emissões de aldeídos superiores à gasolina, mas este é um gás menos tóxico e só se forma por alguns minutos na fase curta de aquecimento do motor. Catalisadores e recalibrações eletrônicas são capazes de reduzir drasticamente esses poluentes.
A partir de janeiro de 2009, todos os automóveis vendidos no Brasil se enquadrarão em nível mais severo (PL 5) do Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores). Portanto, os que adiarem a compra por alguns meses terão um carro mais limpo. E no próximo ano, motores flex dispensarão gasolina na partida em dias frios e emitirão ainda menos aldeídos.
Importante ressaltar a impossibilidade de desenvolver filtro ou catalisador para CO2. Faz parte do processo de combustão, embora com álcool as emissões sejam cerca de 20% menores, se comparadas à gasolina. O grande benefício do etanol (álcool etílico), em particular o obtido da cana-de-açúcar, é sua capacidade de neutralização com mais de 95% de eficiência. O crescimento dos canaviais inclui o processo natural de fotossíntese: qualquer planta absorve CO2 e devolve oxigênio para atmosfera. Etanol de cana, praticamente, nada colabora para o efeito estufa.
Gás natural veicular (GNV) apresenta emissões menores do que gasolina, desde que sejam utilizados kits de adaptação homologados. Kit incompleto logo se desajusta e passa a poluir mais. No entanto, há várias desvantagens: preço do equipamento (mais de R$ 3.000), gastos extras de manutenção, acelerações lentas, diminuição do porta-malas, afeta estabilidade direcional e em curvas, sobrecarga mecânica (molas, amortecedores, freios, transmissão), rede pequena de abastecimento, baixa autonomia. Muito sacrifício para pouco resultado no bolso, em especial se comparado ao etanol barato em São Paulo, por exemplo.
Outra opção, diesel, provavelmente será liberada no Brasil para veículos leves a partir de 2011, quando o país conseguir independência de importações.À exceção do combustível, restam poucas alternativas para proteção do meio ambiente aqui. Escolher um veículo pequeno, de menos massa ou de menor cilindrada para diminuir o consumo, além de optar por um câmbio manual automatizado (no momento restrito a Meriva e Stilo). Permite até 4% de economia de combustível, mas o preço fica acima dos R$ 2.000.Opções no exteriorMotores a diesel alcançam de 20% a 25% de economia em consumo e, por conseqüência, emitem menos CO2. Representam cerca de metade das vendas atuais de automóveis no continente europeu. Porém, são mais caros e nos carros baratos sua vantagem é bem menor, em especial porque o preço do diesel está próximo – e até maior – que o da gasolina. Nos EUA e no Japão a participação de mercado é baixíssima. No resto do mundo não passa de 30% dos veículos leves.
O diesel apresenta dificuldades sérias de emissões de NOx e material particulado. As soluções – ou muletas técnicas – encarecem o veículo, além de complicar e aumentar os custos de manutenção. Apesar da evolução, são pesados, ruidosos e ásperos. O motor gira pouco, embora com imenso torque. Mas motores a gasolina reagem graças à injeção direta e uso de turbocompressores (100% dos diesel são assim). Esses recursos já reduziram para pouco mais de 10% a desvantagem no consumo. E continuará melhorando com a eliminação da borboleta de aceleração, além de dispositivos que cortam a alimentação em cilindros de acordo com o uso.
Veículos híbridos a gasolina e eletricidade avançam lentamente. São muito caros e dependem do preço da gasolina para atrair compradores. Permanecem dúvidas sobre custo-benefício e preço para substituir ou reciclar as baterias especiais. Se utilizados em estradas ou vias expressas rápidas, o motor elétrico deixa de funcionar e a poupança de combustível desaparece. Não há expectativa de importação de híbridos para o Brasil, até pela manutenção mais complexa.
Surgirão outros avanços de cinco a dez anos à frente, como veículo elétrico com motor a combustão exclusivo para recarregar as baterias e, adiante, pilhas a hidrogênio também para tração 100% elétrica.

02 julho 2008

O SAL DOS OCEANOS AJUDA A LIMPAR A ATMOSFERA

O spray de água salgada, que emana dos oceanos, atua como um limpador da atmosfera. É o que afirmam Daniel Rosenfield e colegas, da Universidade Hebraica de Jerusalém. A idéia de que as partículas de sal lançadas à atmosfera contribuíam para a formação de nuvens sobre os oceanos foi proposta décadas atrás, mas pesquisas realizadas no início dos anos 70 sugeriram que elas não tinham maior efeito nos níveis de precipitações. Agora, um relatório publicado pelos pesquisadores na edição on-line da revista Science, indica que as partículas de sal realmente estimulam chuvas, que podem limpar o ar, eliminando a poeira e outros poluentes. A equipe estudou dados, coletados por satélite, acerca da qualidade do ar sobre o Oceano Índico, que recebe grande quantidade de poluentes dos continentes ao redor. Sobre a terra, as partículas de poluentes também condensam a umidade presente no ar. Mas, dada à sua pequena dimensão, as gotículas de água que se formam são tão leves que se mantêm em suspensão. Sobre o oceano, porém, a situação muda. Porque, segundo o relatório, as gotas maiores condensadas pelo sal atuam como elementos agregadores, atraindo as pequenas gotículas geradas pela poluição. Logo, as gotas se tornam tão pesadas que caem sobre a superfície oceânica na forma de chuva, levando consigo grande parte da poluição. “Se os oceanos não fossem salgados”, afirmam os autores do estudo, “a poluição atmosférica seria muito maior e mais disseminada sobre os oceanos”.

POR QUE ISTO? NÃO PRECISAMOS DISTO! ENERGIA NUCLEAR NÃOOOOO!!!!


Este é o nosso grito de protesto, Ministro, Energia Nuclear NÃOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Vivemos num país com inúmeras alternativas limpas, com baixíssimo índice de poluição e sem riscos para a população.


Ministro quer construção de sete usinas nucleares

Silvia Salek


Ministro diz energia nuclear deve entrar para a lista de prioridades
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, defendeu em entrevista à BBC Brasil um plano nuclear para o Brasil que prevê a construção de até sete usinas nucleares.
Rezende afirmou que quer ver o projeto, que incluiria duas instalações no Nordeste, aprovado “em todas as instâncias até o fim do primeiro semestre deste ano”.
“O Plano Nacional de Energia Nuclear propõe sete usinas nucleares (…) Esse plano começa com a decisão de retomar a construção de Angra 3 e fazer então um escalonamento para que, em média, a cada dois, três anos seja implantada uma nova usina. Então, é um plano para dez, 15 anos.”
O ministro afirma que, com isso, pretende ampliar a participação da energia nuclear na matriz energética. Segundo ele, a participação no Brasil é hoje da ordem de 1% a 2%.
“O ideal é que ela fosse mais próxima de 5%.”
“Não defendo que ela (a energia nuclear) seja prioridade número um”, disse o ministro. “Estou defendendo que ela tenha alguma prioridade (…) a energia nuclear tem que ser considerada e colocada na matriz energética brasileira. Ela não pode mais ser encarada como patinho feio."
Polêmica
Nos planos do ministro, está a construção de duas usinas nucleares às margens do Rio São Francisco, cujas águas passam por hidrelétricas que abastecem a região Nordeste de energia.
"Não dá para fazer nenhuma outra hidrelétrica no São Francisco, mas a região vai continuar crescendo, precisando de energia. As águas do rio podem ser usadas para refrigerar um sistema de usinas nucleares de menor porte. É um plano perfeitamente viável", disse o ministro.
Para começar a valer, explicou o ministro, a proposta nuclear precisa passar pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), do qual participam vários ministérios, pelo Presidente da República e pelo Congresso.
Apesar de se dizer confiante, o ministro admite que não faltará polêmica às discussões sobre o tema.
"Polêmica não vai faltar. Mas isso era um tabu até um tempo atrás e, cada vez mais, há uma percepção de que a energia nuclear é uma fonte viável de energia", disse.
Sobre os custos, Rezende disse que o "renascimento" no mundo da área nuclear, com a construção de novas usinas, vai baratear o custo da tecnologia.
Além disso, acidentes do passado, tornaram mais eficiente a segurança em torno das usinas, segundo ele.
Na comparação com a energia hidrelétrica, o ministro afirmou que ela continuará sendo a principal fonte no país. Destacou, porém, o que ele chamou de "desvantagens" em relação à energia nuclear.
"A energia hidrelétrica está ficando cada vez mais cara. Outra desvantagem é que a fonte, geralmente, está distante dos centros consumidores. Já as usinas nucleares podem ser construídas perto dos grandes centros", disse.

O MUNDO VISTO DO ALTO - 06 - ANGOLA



República de Angola, localizada na costa ocidental do Continente Africano, cujo território principal é limitado a norte e a leste pela República Democrática do Congo, a leste pela Zâmbia, a sul pela Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico. Angola inclui também o enclave de Cabinda, através do qual faz fronteira com a República do Congo, a norte.
Angola é conhecida no mundo como um dos países de maiores potencialidades econômicas da África sub-Sabsariana, com recursos naturais agrícolas e minerais que se estendem por todo o seu território e orla marítima. é o quinto país de maior dimensão ao sul do Saara, com uma Costa marinha atlântica de cerca de 1650 quilómetros. A sua fronteira terrestre é de 4837 km, com uma paisagem que alterna o deserto com a floresta virgem tropical. O interior do seu solo contém reservas importantes dos mais diferentes e variados recursos minerais.
Área territorial: 1.246.700 km2
População: 12.264.600 de habitantes ( estimativa 2007)
Densidade demográfica: 13 hab/km2
O país está dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia chegando praticamente até Luanda, um planalto interior húmido, uma savana seca no interior sul e sudeste, e floresta tropical no norte e em Cabinda. O rio Zambeze e vários afluentes do rio Congo têm as suas nascentes em Angola. A faixa costeira é temperada pela corrente fria de Benguela, originando um clima semelhante ao da costa do Peru ou da Baixa Califórnia. Existe uma estação das chuvas curta, que vai de Fevereiro a Abril. Os verões são quentes e secos, os invernos são temperados. As terras altas do interior têm um clima suave com uma estação das chuvas de Novembro a Abril, seguida por uma estação seca, mais fria, de Maio a Outubro. As altitudes variam bastante, encontrando-se as zonas mais interiores entre os 1.000 e os 2.000 metros. As regiões do norte e Cabinda têm chuvas ao longo de quase todo o ano.
CLIMA
Angola, apesar de se localizar numa zona subtropical tem um clima que não é caracterizado por aquela condição, devido à confluência de três fatores:
A corrente fria de
Benguela ao longo da parte sul da costa.
O relevo no interior.
influência do deserto do
Namibe, a sudeste.
Em consequência, o clima de Angola é caracterizado por duas estações, a das Chuvas, de Outubro a Abril e a do Cacimbo, de Maio a Agosto, mais seca e com temperaturas mais baixas. Por outro lado, enquanto a orla costeira apresenta elevados índices de pluviosidade, que vão decrescendo de Norte para Sul, e dos 800 m para os 50 m, com temperaturas médias anuais acima dos 23ºC, a zona do interior, pode ser dividida em 3 áreas:
Norte com grande pluviosidade e temperaturas altas.
Planalto Central com uma estação seca e temperaturas médias da ordem dos 19ºC.
Sul com amplitudes térmicas bastante acentuadas devido à proximidade do deserto do Kalahari e à influência de massas de ar tropical.
ENERGIA
Tendo em conta os seus numerosos e poderosos cursos de água, Angola tem um potencial hidroeléctrico dos mais importantes de África (65 000 GWh por ano), de tal forma que se estima possível construir 150 centrais hidroeléctricas e um número superior de centrais com capacidade de produção inferior a 2 MW.
Em 1 de Janeiro de 2001, a capacidade de produção eléctrica de Angola era apenas de 586 maga Watts (MW) e a produção hidroeléctrica representava 63,6% da produção eléctrica total, o que corresponde a 374 MW.
A Empresa Nacional de Electricidade (ENE) tem uma organização descentralizada que integra 15 das 18 províncias num sistema com três zonas geográficas:
- O sistema Norte (Luanda), com a barragem de Cambambe, no rio Cuanza (Kwanza), que tem um capacidade de produção de 180 MW;
- A barragem de Mabubas (17,8 MW), no rio Dande;
- O sistema Centro (Benguela), com energia eléctrica da barragem de Biopio (11 MW) e uma turbina de gás (20 MW);
- O sistema Sul (Namibe), com a barragem de Matala (51 MW), no rio Cunene.
RIO KWANZA TERÁ MAIS TRÊS BARRAGENS
No encerramento da 11ª Jornadas Técnico-Cientifícas da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), o governo angolano informou que a previsão é ter esses empreendimentos implantados no rio Kwanza entre 2013 e2014. Os estudos de viabilidade dos empreendimentos, segundo esclareceu, poderão ser realizados num período de nove a 12 meses e darão a sustentabilidade de uma análise económico-financeira para que as três próximas barragens possam ser construídas na bacia do Médio Kwanza. As três barragens terão cada uma capacidade de gerar energia superior à do complexo hidroeléctrico de Capanda, que tem uma capacidade instalada de 520 megawatts.
No rio estão já implantadas as barragens de Cambambe e Capanda.

A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL EM ANGOLA:
"Apresentando uma grande diversidade ecológica, devido à sua extensão territorial, variação fisiográfica, diversificação climática e geológica na posição central entre as duas maiores divisões faunísticas e florestais da região etiópica com uma rica rede hidrográfica servida por numerosos rios.
Apesar de não haver ainda um grave problema no desequilíbrio do ecossistema. Angola, já apresenta situações que merecem preocupação no domínio ambiental. São os casos, a título exemplificativo, da exploração mineira e particularmente dos diamantes, da poluição marítima, da exploração pesqueira ou ainda da ação da guerra.
A exploração diamantífera é um dos exemplos mais graves de perturbação ambiental. Um dos métodos mais empregados na extração dos minérios é o dos desvio de rios para permitir a atividade extrativa no seu leito. Após o termo deste processo esses locais de trabalho são abandonados sem que haja preocupação em se proceder à reposição das águas fluviais no leito original, o que causa sérios problema ambientais e o crescimento das "superfícies lunares".
Nos mares de Angola encontram-se vários sinais de poluição nas áreas de exploração petrolífera e nas zonas costeiras de alguns centros urbanos. A poluição marítima é provocada por hidrocarbonetos vindos das explorações do petróleo em "off shore" ao longo da costa norte do país(Cabinda e Zaire) e ainda dos derrames de petróleo provocados principalmente por alguns petroleiros que se libertam do lastro que trazem, perto das águas costeiras angolanas.
Nas águas costeiras angolanas do norte, tem-se verificado, igualmente, a existência de um elevado número de gonadas parasitadas (o que sugere que existe um déficit de oxigênios e poluição provocada pela extração petrolífera ou de descarga de materiais orgânicso a partir da foz do rio Zaire), além da mortalidade de elevado número de ovos e a redução das capturas dos recursos piscatórios.
O despejo no mar de resíduos urbanos e industriais sem quallquer tratamento prévio, principalmnte nas baías de Luanda e do Cacuaco, situada a cerca de 12 km da cidade capital, têm provodado sérios problemas de poluição das águas costeiras. Aí são despejados, sem qualquer tratamento, os coletores da cidade capital e das diversas fábricas da cintura industrial, incluindo as da refinaria de petróleo e as das fábricas que produzem ou laboram com substâncias químicas.
E prevê-se que a tendência seja a do agravamento desta situação, que se vai repercutir na paradisíaca Ilha do Mussulo, que corre o risco de ficar assoreada com a construção do novo polo habitacional da capital de Angola - Luanda Sul uma vez que não se tomaram as medidas pertinentes para se evitar o despejo dos detritos sólidos, sem tratamento, para aquela baía.
A costa marítima angolana é também assolada com frequentes ataques na sua flora e fauna com a pesca de barcos piratas, mau grado as medidas que o Governo angolano vem tomando para a sua proteção.
No que respeita à sua flora e fauna, a situação apresenta contornos preocupantes devido à guerra e à mudança dos hábitos de vida das populações.
Os parques e reservas nacionais estão praticamente abandonados pela administração angolana, não havendo qualquer controle no abate de animais, o que periga a existência de algumas espécieis animais como a palanca negra gigante, o hipopótamo, o elefante, a zebra da montanha e o girasonde.
Preocupante é também o que se verifica com a exploração desordenada e intensiva da floresta tropical húmida de Cabinda, assim como o empobrecimento acelerado dos solos que estão ao redor dos principais centros urbano do país.
Para além de uma exploração agrícola assente na monocultura que imperou no período colonial, que acelerou o empobrecimento dos solos aráveis em algumas províncias de Angola, assiste-se também a um abate indiscriminado de árvores para servirem de fonte de energia o que, aliado às queimadas e ao avanço do processo de desertificação do sul do país (Namibe, Benguela, Huíla e Cunene) está a conduzir a uma rápida destruição da floresta natural.
Deve-se, entretanto, ressaltar que a manutenção da diversidade biológica de Angola não corre ainda perigos pela inexistência de grandes destruições ou alterações dos habitat naturais, mau grado os problemas existentes e já referenciados." extraído do livro (com adaptações linguísticas), "Direito do Ambiente e Redacção Normativa: teoria e prática dos países lusófonos" - Maurício Cysne e Teresa Amador, Eds (Estudo de Política e Direito do Ambiente da UICN (The world Conservation Uolon)

01 julho 2008

A RIQUEZA DA BIODIVERSIDADE DO PLANETA


Riqueza desconhecida

No mundo, há cerca de 1,4 milhão de espécies formalmente descritas, mas as estimativas sobre a biodiversidade total variam de cinco a 50 milhões. Conhecer esses ‘anônimos’ é fundamental para embasar – e tornar mais efetivas – as ações de conservação da natureza.
Com freqüência, é divulgada na mídia a descoberta de possíveis novas espécies durante uma expedição científica. Isso acontece porque ainda se conhece muito pouco sobre a biodiversidade: no mundo, há cerca de 1,4 milhão de espécies formalmente descritas, mas as estimativas sobre o total de organismos vivos variam de cinco a 50 milhões.
“Esta diferença de uma ordem de magnitude mostra o nível da nossa ignorância e o quanto necessitamos de pesquisas básicas de inventários biológicos. Além da necessidade de apoiar estudos taxonômicos”, afirma o biólogo e consultor ambiental Fábio Olmos.
Para diminuir esta lacuna de conhecimento e contribuir com a conservação da natureza brasileira, a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza financia projetos relacionados à biodiversidade. Uma dessas pesquisas apoiadas realizou uma expedição científica na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, na qual foram mapeadas e registradas ao menos 440 espécies de vertebrados, sendo 14 delas prováveis novas espécies. O projeto, que conta com uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo, Universidade Federal de São Carlos e Universidade Federal do Tocantins, objetiva realizar um inventário e zoneamento amplo de vertebrados nessa estação ecológica, compilando um banco de ocorrências georreferenciadas, fundamento crucial para tomadas de decisões em conservação e manejo.
O coordenador do projeto, Cristiano Nogueira, biólogo e analista de biodiversidade da Conservação Internacional do Brasil, ressalta a importância de pesquisas como essa. “Conhecer a distribuição e composição de espécies fornece dados e indícios fundamentais na busca por explicações sobre padrões naturais de diversidade e ecologia das espécies. Sem esse conhecimento básico, não há como testar e propor novas hipóteses sobre a história evolutiva das espécies e seu papel como integrantes fundamentais dos ecossistemas naturais na Terra”, explica.
A falta de conhecimento sobre a diversidade é maior em biomas pouco pesquisados. “Nosso conhecimento sobre a diversidade da vida é bastante imperfeito. Por isso, espécies ainda desconhecidas são descritas a cada expedição científica, especialmente naquelas que amostram localidades ou hábitat pouco explorados, do fundo do mar a parcelas da Mata Atlântica e do Cerrado”, comenta Olmos. “As aves são de longe o grupo melhor conhecido. Sei de pelo menos dez espécies de aves brasileiras aguardando descrição no futuro próximo. Imagine a diversidade ainda aguardando descrição entre grupos menos badalados como vírus, fungos, formigas ou anfíbios”, completa.
Conhecer para conservarA pesquisa científica é de grande importância no Cerrado, um bioma altamente ameaçado pelo avanço da agropecuária. É considerado um dos 34 hotspots de conservação mundial – área com grande importância biológica e alto risco de degradação. Nogueira ressalta a importância da pesquisa nesse ecossistema tão pouco conhecido, que está desaparecendo antes mesmo de ser estudado em termos de diversidade de fauna. “Até recentemente, a fauna de vertebrados na região do Cerrado era uma das menos estudadas em toda a região Neotropical (uma das mais ricas e pouco estudadas em termos biológicos em todo o planeta). Sem conhecer bem a composição das espécies e sua distribuição geográfica, é praticamente impossível planejar boas ações de manejo e conservação de áreas naturais, como parques e reservas”, diz Nogueira.
“Infelizmente muitos dos inventários faunísticos no Cerrado são atrelados a grandes eventos de perda de hábitat, especialmente empreendimentos hidrelétricos. Obter dados em regiões livres de impactos, como reservas e áreas remanescentes, permite que o conhecimento científico básico esteja disponível antes da perda dos ambientes naturais, favorecendo melhores ações de planejamento e conservação. Neste sentido, inventários como os financiados pela Fundação Boticário são de grande importância”, afirma Nogueira. A Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, com mais de 700 mil hectares, é a segunda maior área protegida em todo o Cerrado, e os dados reunidos deverão auxiliar na elaboração do futuro plano de manejo da reserva, inserida na região do Jalapão, uma das mais complexas e amplas regiões naturais do Cerrado brasileiro. O pesquisador explica que quando se tem bons dados científicos sobre composição e ocorrência de espécies é mais fácil definir quais ações são prioritárias para a conservação, tanto em escala local quanto regional. “Assim, existe um link direto entre conservação e conhecimento científico básico. Muitas dessas novas espécies, que até então eram desconhecidas, são endêmicas da região do Cerrado e, por não serem encontradas em nenhuma outra região, nos permitem identificar padrões e processos evolutivos únicos. Em síntese, não há como conservar o que não se conhece”, completa Nogueira.
O biólogo, professor e diretor científico e curador do Herbário Barbosa Rodrigues, Ademir Reis, concorda que só é possível preservar aquilo que se conhece. Só após estudar a biodiversidade será possível alcançar êxito em sua preservação. “Esses estudos ainda são muito principiantes. Ainda não conhecemos a nossa biodiversidade e muito mesmo como fazer a devida conservação da mesma. Por isso, as pesquisas são básicas para que possamos descobrir estes passos”.
Nogueira explica que conhecer a biodiversidade é importante na sensibilização da população às causas conservacionistas. “Sabemos que documentar e descobrir a fauna do Cerrado é importante, pois ajuda a revelar, ao público geral, quão rico e diverso é o Brasil e quanto estamos perdendo em termos de espécies e processos únicos com a perda de hábitat no Brasil central”.
Novas espécies:
Atualmente, há 34 espécies que já foram ou estão sendo descritas como novas e que foram descobertas por meio de estudos realizados em projetos apoiados pela Fundação O Boticário. Se as 14 possíveis novas espécies mapeadas na expedição na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins forem confirmadas, esse número deve subir.
Quatro espécies receberam o nome Boticário como reconhecimento ao apoio que a Fundação O Boticário dá a projetos de conservação da natureza. São elas: Aphyolebias boticarioi, Megaelosia boticariana, Passiflora boticarioana e Listrura boticario.


Foto: Bachia sp., uma das prováveis novas espécies encontradas na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, durante expedição realizada por projeto apoiado pela Fundação O Boticário.

CANADÁ E AS MEDIDAS PARA A REDUÇÃO DA POLUIÇÃO DO SISTEMA DE LAVAGEM À SECO


A grande importância desta nota antiga...vale lembrar e refletir sobre a situação em cada município, estado e país.


No Canadá, poluição produzida por instalações de lavagem a seco é reduzida em função de nova legislação.
De olho na qualidade do ar e da água, o governo do Canadá, através do seu Ministério do Meio Ambiente objetiva, mediante nova legislação, reduzir a poluição produzida por instalações de limpeza a seco.
O tetracloroetileno, também chamado percloroetileno ou PERC nas instalações de lavagem a seco poderá - graças a nova legislação -, daqui a agosto de 2005 tornar possível 70% de redução dos rejeitos, em relação aos níveis de 1994.
Após vastas consultas a empresas, importadores e usuários do PERC e a grupos de defesa ambiental, o regulamento entrou em vigor em 12 de março de 2003.
Ecologicamente corretas, numerosas lavanderias, especializadas em lavagem com solventes, não só partiram para o uso de novos solventes, como também de novos equipamentos e novas técnicas. Adotaram, ainda, melhores práticas de gestão das matérias residuais. Tal tendência, acreditam os legisladores, promete se acelerar com o novo regulamento.
Avalia-se a importância do regulamento quando se considera que, a quase totalidade do solvente utilizado na limpeza a seco se perde no meio ambiente, sob forma de emissões rejeitadas durante o processo de limpeza, de descarte na água ou eliminação irregular de resíduos.
Environnement Canada, avril 17, 2003.

30 junho 2008

RIO DE JANEIRO É CONSIDERADA A CAPITAL NACIONAL DA BICICLETA


Foto: José Lobo
Uma frota de aproximadamente quatro milhões de bicicletas, que corresponde ao dobro do número de carros. Um milhão e duzentas mil bicicletas circulando dentro da cidade. Cento e cinqüenta quilômetros de malha cicloviária. O Rio de Janeiro é considerado a capital nacional da bicicleta e não é para menos. É a cidade do Brasil que mais promove o seu uso, que dispõe de mais bicicletários e que disponibiliza mais legislações específicas para os ciclistas e suas "magrelas".Esses dados foram fornecidos por José Lobo, presidente da Transporte Ativo, organização não-governamental que tem por objetivo difundir a cultura dos veículos a propulsão humana, como bicicletas, patins, skates e patinetes, como meios de transporte alternativos aos carros e ônibus. De acordo com José Lobo, a bicicleta é a maneira mais eficiente de se locomover pela cidade. Não contribui para a poluição atmosférica nem sonora. Os automóveis são responsáveis por mais de 50% das emissões de poluentes nas cidades, já a bicicleta não emite nenhum tipo de poluente atmosférico. Além disso, ela reduz os engarrafamentos, os gastos com combustível, dá mais fluidez ao tráfego -- o que favorece os meios de transporte públicos --, ocupa uma área menor que a de um carro -- o que facilita o deslocamento e estacionamento -- e ainda melhora a qualidade de vida e saúde do ciclista, que ao se locomover pela cidade, também se exercita. Metade dos transportes motorizados efetua percursos inferiores a cinco quilômetros, distâncias consideradas curtas e que poderiam ser percorridas de bicicleta.No bairro de Santa Cruz, zona oeste do Rio, 8% das viagens são feitas de bicicleta. É o maior movimento de ciclistas na cidade, comparável ao de algumas cidades européias. Porém, na opinião de José Lobo, esse grande volume se dá devido ao baixo poder aquisitivo da população do bairro. "Na hora que o morador do bairro começar a ganhar mais dinheiro, ele vai comprar uma moto ou um carro. Ainda falta a conscientização da importância do uso da bicicleta por lá".
Em outras regiões da cidade, a bicicleta é usada principalmente como lazer ou esporte. José Lobo cita a popularidade entre os jovens que ainda não possuem licença para dirigir. Outro público que merece atenção é o das mulheres, que vem crescendo, de acordo com o presidente da Transporte Ativo. "Está crescendo também o número de ciclistas que, assim como eu, não agüentam mais ficar presos em engarrafamento e começam a usar a bicicleta como solução. Vendi o meu carro e uso somente transporte público. E a minha bicicleta, claro". Ele destaca ainda o aumento da conscientização ecológica entre os cariocas, o que incentiva o uso da bicicleta.


UMA GELEIRA EM EXPANSÃO - PATAGÔNIA


As imensas geleiras que se espalham ao longo dos Andespatagônios até a Terra do Fogo, vestígios da calota glacial que cobria toda a Patagônia no pleistoceno, configuram o gigantismo dessa região e denunciam a proximidade da Antártida.

O espetáculo se renova a cada quatro anos. Blocos de gelo se desprendem da fachada do Perito Moreno com um estrondo monumental e afundam nas águas leitosas do lago Argentino. Ondas imensas derrubam as banquisas, arrastadas pela maré que permite o deslocamento do bloco de gelo.

O Perito Moreno, uma das raras geleiras continentais atualmente em expansão, progrediu durante quatro anos em uma escala de muitos centímetros por mês, bloqueando as águas do Brazo Rico, uma das passagens do lago Argentino. Isso continuará acontecendo até que o avanço da água acumulada faça ceder a barragem de gelo. O Perito Moreno, com uma superfície de 257 km2 - maior do que a de Buenos Aires -, desenvolve uma fachada de 60 m de altura e 5 km de extensão. Ele é a jóia do Parque Nacional de Los Glaciares, na Argentina, a oeste de El Calafate, oferecendo a extraordinária visão de uma massa de gelo erodida e fendida, viva, enfim. Uma luta dantesca se desenrola dia após dia, traduzida por estampidos e estrondos lúgubres.

O parque dominado ao norte pelo pico granítico de Fitz Roy, cujo cume atinge 3.375m, protege 13 geleiras que se partem nos espelhos dos lagos Argentino e Viedma. O Upsala, com 50 km de comprimento e 10 km de largura, é a maior de todas essas geleiras do sul da Patagônia.

Fonte: Guia Ilustrado do Mundo - América do Sul - Seleções do Readers Digest.

Foto: Glaciar Perito Moreno,na Patagónia,Argentina, Novembro de 2003 -http://olhares.aeiou.pt/glaciar_da_patagonia/foto32498.html

O MUNDO VISTO DO AUTO - 05 - ANDORRA








O Principado de Andorra é um pequeno país europeu , com 468 km2 de área territorial, localizado num enclave nos Pirenéus entre Espanha, ao sul, e França, ao norte. Atualmente conta com uma população estimada de 71.822 habitantes. Antes isolado, o principado é hoje um país próspero principalmente devido ao crescimento do turismo e por seu status de paraíso fiscal. Atualmente, a população andorrana está listada como tendo a maior expectativa de vida do mundo, com média de 83,52 anos (2007).
Condizendo com a sua localização no leste da cordilheira dos
Pirenéus, Andorra consiste predominantemente de montanhas escarpadas com uma altitude média de 1 996 m e a mais elevada, Coma Pedrosa, a atingir 2 946 m. As montanhas são separadas por três vales estreitos em forma de Y, que se combinam num único, por onde o principal curso de água, o Rio Valira ( é um rio pirinéu, afluente do Rio Segre. O Valira nasce na paróquia de Encamp em Andorra, e desemboca no Segre próximo de la Seu d'Urgell, percorrendo 44 km e cobrindo praticamente todo o território andorrano.
O Valira tem a forma da letra Y, sendo que seus braços superiores são o Valira do Norte (em
La Massana e Ordino) e o Valira Oriental (em Canillo e Soldeu). Eles se unem em Escaldes-Engordany., sai do país e entra na Espanha, no ponto mais baixo de Andorra, aos 840 m de altitude). Com uma altitude média entre 1 900 e 2 000 metros, Andorra é o segundo país mais alto da Europa, depois da Suíça.
O
clima de Andorra é semelhante ao clima temperado dos vizinhos, mas a sua altitude mais elevada significa que há, em média, mais neve no inverno e que é um pouco mais frio no verão. Três ou quatro nevadas fortes caem todos os anos. No inverno a temperatura de Escaldes fica entre -1 a -7ºC; já no verão as temperaturas podem alcançar de 21 a 27ºC.


Fotos: 1-Rio Valira; 2 -Vista do Pas De La Casa de Envalira (primeira cidade andorrana depois da fronteira andorrano-francesa). - 3 - La Vall del Madriu - Patrimoni mundial de la UNESCO, la vall glacial del Madriu–Perafita–Claror (Andorra la Vella, Encamp, Escaldes–Engordany i Sant Julià de Lòria) és un dels itineraris més inhòspits i sorprenents d’Andorra amb una extensió de 4.247 ha...