16 fevereiro 2013

AS AMEAÇAS EXTRA-PLANETÁRIAS

15/02/2013 - 16h12

Explosão de meteoro liberou energia similar à bomba atômica

FONTE: UOL/FOLHA DE SÃO PAUL
 
DE SÃO PAULO
Dados de infrassom coletados por uma rede para monitorar teste de armas nucleares sugerem que a explosão do meteoro sobre a Rússia liberou centenas de kilotons de energia. O que a torna mais poderosa que os teste nucleares conduzidos pela Coreia do Norte dias atrás.
Meteorito na Rússia já deixa mais de mil feridos, dos quais 200 são crianças
Insegurança faz russos abusarem de câmeras de para-brisa
Meteoro e passagem de asteroide não estão relacionados, dizem especialistas
Entenda a diferença entre meteoro e meteorito
Asteroide de 45 m de diâmetro passa 'de raspão' hoje pela Terra
Observatórios vigiam asteroides próximos à Terra
Cometa esperado para o fim do ano mobiliza astrônomos
O meteoro que explodiu esta manhã sobre a região oeste da Sibéria foi o maior objeto a atingir a Terra em mais de um século, dizem cientistas ouvidos pelo site da revista científica "Nature".
O último episódio havia sido em 1908, quando um bólido de cerca de 100 metros explodiu sobre o rio Tunguska, também na Sibéria.
"Foi um evento muito, muito poderoso", disse Margaret Campbell-Brown, astrônoma da the University of Western Ontário, no Canadá, que estudou dados de duas estações de infrassom próximas ao local do impacto.
Ela calcula que o meteoro tinha aproximadamente 15 metros de diâmetro quando entrou na atmosfera e cerca de 40 toneladas de massa. "O que o torna o maior objeto a atingir a Terra desde Tunguska."

Editoria de Arte/Folhapress

09 fevereiro 2013

AMAZÔNIA, UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL - CO2 FERTILIZANTE

Amazônia usa CO2 como 'fertilizante' e fica mais resistente ao aquecimento, revela estudo

                     UOL,  São Paulo
A floresta amazônica não é tão vulnerável às mudanças climáticas como se pensava anteriormente, revela novo estudo publicado na revista Nature.
Isso acontece porque o "pulmão do mundo" usa o dióxido de carbono que absorve da atmosfera para desenvolver folhas, galhos e raízes, ou seja, o CO2, vilão do aquecimento global, atua como uma espécie de fertilizante para as árvores.
Os pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, afirmam que o estímulo ao crescimento propiciado pelo CO2 pode superar os efeitos nocivos do aquecimento global previstos para este século.
"Não estou mais tão preocupado com uma extinção catastrófica [das florestas tropicais] por causa da mudança climática provocada pelo CO2", disse Peter Cox, autor principal do estudo. "Nesse sentido, é uma boa notícia."
O carbono que vira fertilizante, no entanto, volta à atmosfera quando a planta apodrece ou é queimada. O desmatamento da floresta poderia liberar uma grande quantidade de carbono e, portanto, agravar o aquecimento global, provocando mais inundações, tempestades e elevação do nível dos mares (causado pelo degelo nas calotas polares).
Acúmulo de CO2
As florestas tropicais são chamadas de "pulmão do planeta", porque absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio. Essa quantidade de CO2 que a cobertura florestal absorve, no entanto, oscila ano a ano devido às variações climáticas.
O estudo, então, usou modelos comparativos do crescimento florestal em relação às mudanças nos níveis de CO2 atmosférico e descobriu que os efeitos nocivos do aquecimento podem liberar 50 bilhões de dióxido de carbono que estão acumulados nas florestas tropicais, principalmente na Amazônia, a cada subida de um grau Celsius na temperatura do planeta.
Mas, segundo a análise de Cox, o CO2 fertilizado vai superar as perdas com as emissões e aumentar até 319 bilhões de toneladas de carbono armazenado neste século. Atualmente, estima-se que haja de 500 bilhões a 1 trilhão de toneladas de carbono armazenados nas árvores de florestais tropicais.
"A fertilização pelo CO2 vai superar o efeito negativo sobre a mudança climática, de modo que as florestas vão continuar acumulando carbono ao longo do século 21."
(Com agências internacionais)

27 janeiro 2013

A QUEDA DA UTILIZAÇÃO DO BAGAÇO DE CANA COMO FONTE DE ENERGIA ALTERNATIVA

26/01/2013-05h00

'Itaipu verde', bagaço de cana perde espaço como fonte de energia

 
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

Com potencial para gerar, em 2021, volume de energia equivalente ao da hidrelétrica de Itaipu, o uso do bagaço da cana como fonte de energia está paralisado no país.
Após forte crescimento entre 2006 e 2008, a venda de energia de biomassa despencou a partir de 2009. No ano passado, nem 1 MW foi comercializado nos leilões do governo. O único movimento é a entrega da energia vendida em anos anteriores.
O potencial é subaproveitado. Em 2012, seria possível ofertar 5.000 MW médios com o bagaço de cana, segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Mas apenas 26% do total (1.300 MW médios) foi entregue ao sistema.
A perda deve ser maior no futuro. Em 2021, o país terá potencial para gerar 10 mil MW médios com o bagaço da cana, mas serão vendidos só 2.000 MW, ou 20% do total.
Considerando também a palha da cana como biomassa, o potencial de geração sobe para 15 mil MW médios, segundo a Unica, e o aproveitamento cai para 13%.
A projeção da EPE reflete a ausência dessa fonte nos últimos leilões e a queda no nível dos investimentos.
Os desembolsos do BNDES para projetos de cogeração caíram 18% em 2012 em relação a 2011, quando já haviam amargado queda de 41%.
Segundo o banco, o preço "pouco atrativo" da energia nos leilões "esfriou" o interesse dos empresários.
Edson Silva/Folhapress
Vista da usina Guarani, em Olímpia. O grupo Guarani ampliou a capacidade de geração de energia por meio do bagaço da cana
Vista da usina Guarani, em Olímpia, que gera de energia elétrica por meio do bagaço da cana
EÓLICAS
Nos últimos anos, o elevado ganho de competitividade da energia eólica --com a invasão de grupos estrangeiros, a oferta de equipamentos a preços mais baixos e avanços tecnológicos-- expulsou a biomassa dos leilões.
No último, em dezembro, 10 dos 12 projetos contratados eram de energia eólica, que ofereceram preço médio de R$ 87,94 por MWh (megawatt-hora) -imbatível para a biomassa. No último leilão em que essa fonte saiu vencedora, em 2011, o valor médio foi de R$ 103 o MWh.
A conjuntura do setor sucroalcooleiro também contribuiu para o abandono dos projetos de biomassa.
Segundo Luis Gustavo Correa, sócio da consultoria FG/Agro, nos últimos três anos os investimentos foram destinados à recuperação dos canaviais, para aumentar a produção agrícola e ocupar a capacidade ociosa da indústria.
NOVO MODELO
Para Zilmar de Souza, gerente de bioeletricidade da Unica, que representa as usinas, a saída é mudar as diretrizes dos leilões para que mais fontes, além do vento, retomem a competitividade.
Na opinião dele, as disputas devem ser segmentadas por fonte ou região.
Como 90% da oferta de cana está no Sudeste e no Centro-Oeste (que respondem por 60% da demanda de energia no país), a biomassa seria mais competitiva nessas regiões, pois eliminaria boa parte dos custos com a construção de linhas de transmissão para levar a energia ao principal centro consumidor.
Editoria de Arte/Folhapress