31 maio 2008

CHINA DÁ UM EXCELENTE EXEMPLO


A partir de junho, a distribuição de sacolas plásticas será proibida na China. A medida tem o objetivo de acabar com a poluição causada pelo desperdício do produto. Os saquinhos usados para embalar vegetaias e frutas em supermercados também estarão proibidos


Portanto, à partir de amanhã 01 de junho de 2008, o uso das sacolas plásticas está proibido, as lojas vão disponibilizar sacolas retornáveis.

Vamos encampar esta idéia!


Como moradora desta bela cidade, não poderia deixar de elogiar a iniciativa da Prefeitura Municipal, através da Secretaria do Meio Ambiente e Agricultura na realização de uma semana inteira de ótimos eventos, para comemorar o dia do Meio ambiente, 05/junho. Vejam a seguir a programação - todos estão convidados a participar, afinal o meio ambiente é de todos nós.



Programação:
1 de junho: Caminhada Ecológica - 7h – Fazenda da Barra (Vicinal Jaguariúna / Posse, Km 1)

2 de junho: Biocombustíveis (Palestra) - 19h – Senai (Anézia Venturini Zani, 62 – Centro).
Organização: Embrapa Meio Ambiente e Prefeitura de Jaguariúna

3 de junho: Instalação de coletores seletivos em parques do município - 9h – Parque dos Lagos; Arrastão ecológico - 15h – Rio Atibaia (Estrada de acesso ao Long Island – Tanquinho Velho)

4 de junho: Plantio de Mudas - 9h – Fazenda da Barra (Vicinal Jaguariúna / Posse, Km 1); Arrastão ecológico - 15h – Rio Jaguari (Av. Marginal em frente ao SOS Cidadão)

5 de junho: Soltura de alevinos, arrastão ecológico, plantio de mudas - 14h – Cema (Centro de Educação Municipal Ambiental Dr. Darcy Machado de Souza) - Av. Pacífico Moneda, 1000, Vargeão

6 de junho: Plantio de Mudas - 8h30 - Escola Irineu Espedito Ferrari (Praça Basaglia, 170 – Vila 12 de Setembro)

7 de junho: Plantio de Mudas com grupo de escoteiros - 8h – Parque Ana Helena (Praça Penteado – Bairro Ana Helena)

*Dias 2, 3, 4, 5 e 6 de Junho (Praça Umbelina Bueno) Mostra de trabalhos desenvolvidos pela Prefeitura em prol do meio ambiente;
Cadastro para programa de coleta seletiva;
Mostra de artesanato elaborado com material reciclado ‘Era lixo virou arte’.

*Dia 2 de junho, 19h, Senai (Anézia Venturini Zani, 62 – Centro) Mesa Redonda - Biocombustíveis e as questões ambientais: ameaças e oportunidades. Organização: Embrapa Meio Ambiente e Prefeitura de Jaguariúna.
19h - Abertura do evento, com a presença do Dr. Cláudio Spadotto (chefe geral da Embrapa Meio Ambiente) e autoridades municipais;
19h15 – Palestra – ‘Dinâmica espaço – temporal de culturas energéticas: o caso da cana-de-açúcar e do eucalipto em São Paulo (Dr. Alfredo José Barreto Luiz – Embrapa Meio Ambiente);
20h – Debate – ‘Estrutura e dinâmica das políticas públicas’ (Dr. Celso Augusto Rimoli – Universidade Paulista – UNIP);
20h15 – Debate: ‘Repercussão econômica na mídia’ (jornalista Adriana Menezes – Rede Anhanguera de Comunicação);
20h30 – Debate – ‘A visão do Poder Público’ (Irineu Gastaldo Jr, secretário de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente de Jaguariúna);
20h45 – Debate – ‘O papel do produtor rural’.

São 100 vagas gratuitas. É necessário fazer inscrição antecipada pelo email (sac@cnpma.embrapa.br) ou pelo telefone (19) 3311 2608.

Parabéns à Prefeitura Municipal de Jaguariúna, em particular à Secretaria do Meio Ambiente!
Isto é ação, isto é bom exemplo, é disto que o planeta precisa...conscientizar, organizar...plantar!

OS CRÉDITOS DE CARBONO E A CONFERÊNCIA DE BALI (INDONÉSIA) SÃO DISCUTIDOS NA FIESP (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO)

Foto: arrozais - interior de Bali - Indonésia

São Paulo - 23/01/2008 - Especialistas apresentam resultados da Conferência de Bali na Fiesp

Medidas voltadas à redução das emissões de gases causadores do efeito estufa assumem caráter mais rígido.

A Conferência também deu ênfase aos mecanismos de produção mais limpa e ao controle estrito do desmatamento florestal.

Foi realizado , na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em parceria com a Brazilian Carbon Beureau (BCB), o primeiro relato público, no Brasil, sobre os assuntos tratados durante a 13ª Conferência do Clima, realizada em Bali, na Indonésia, de 3 a 14 de dezembro de 2007.

Os especialistas Marco Antonio Fujihara (que integra o Conselho Superior de Meio Ambiente da Fiesp), Luiz Gylvan Meira Filho e Antonio José Ludovino Lopes pontuaram os principais aspectos tratados na Conferência e o que isso significa, na prática, para a vida dos países, das empresas e dos cidadãos.

Eles foram unânimes em afirmar que as discussões de Bali abriram novas perspectivas para um acordo global contra o aquecimento do planeta. Num acordo que, nas palavras de Luiz Gylvan Meira Filho, “foram extremamente complexas”, representantes de 190 nações firmaram um pacto para a redução da emissão de gases causadores de efeito estufa. A meta ideal, explicou Gylvan, é reduzir 60% das emissões globais: um objetivo bastante ambicioso, que assusta principalmente os países menos desenvolvidos, receosos de que as novas diretrizes ambientais limitem sua capacidade de crescimento.

Na reunião, criou-se o chamado “mapa do caminho”, um documento que apresenta basicamente duas estratégias que devem convergir para um acordo global. De um lado, estão os países desenvolvidos, signatários do Protocolo de Kyoto, que têm o compromisso de reduzir em 5,2% nas emissões de gases de efeito estufa entre 2008 e 2012. Projeções da ONU indicam que as nações ainda não cumprem o que foi acordado. Apesar disso, em Bali, os países europeus insistiram na necessidade de reduzir as emissões para algo entre 25% e 40% até 2020. Também foi enfatizada a importância da cooperação tecnológica entre países ricos e pobres, de modo que os últimos possam crescer sem que isso implique em degradação ambiental. Do lado dos “países pobres”, uma das principais novidades foi a criação de um “fundo de adaptação”, que será gerido pelo Global Environment Fund (GEF). Os recursos para este projetos serão obtidos por meio da cobrança de taxas nas transações do mercado de crédito de carbono.

As questões fechadas com um certo consenso envolveram 133 nações em desenvolvimento, mais a China, que aceitaram discutir a tomada de ações “mensuráveis, reportáveis e verificáveis” de redução de emissão de gases de efeito estufa.

Como as decisões afetam o BrasilEspecialista em mercado de carbono, Marco Antonio Fujihara assinalou que o Brasil tem perspectivas interessantes nesse campo. Uma das boas novas é a criação, pelo Banco Mundial, de um Fundo de Investimentos para evitar desmatamentos. “Os projetos florestais ganham maior importância”, disse Fujihara, para quem os mecanismos de desenvolvimento limpo, descritos pelo artigo 12 do Protocolo de Kyoto, também mantêm grande relevância.

Ele lembrou, porém, que segundo as novas diretrizes, o Brasil, a Índia e a China, principais expoentes dos países emergentes, talvez precisem se comprometer muito mais com a redução de emissões do que vinha acontecendo até agora. Esse controle se dará por meio de controle do desmatamento, de manejo sustentável, de mudanças no uso do solo e no aumento do estoque de carbono florestal, entre outras medidas possíveis. Em Bali, a delegação brasileira apresentou a proposta de um Fundo para Proteção e Conservação da Amazônia Brasileira. Em princípio, trata-se de um fundo de caráter voluntário, com aporte inicial de US$ 150 milhões, operados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A administração desse fundo ficará a cargo de um conselho consultivo, integrado por representantes dos governos federal e estaduais, entidades não-governamentais, especialistas, cientistas e empresários.Sílvia Lakatos, Fonte: Agência Indusnet Fiesp

30 maio 2008

EUA E O MERCADO DE CARBONO MUNDIAL


EUA podem fazer mercado de carbono valer 2 trilhões de euros


A possibilidade cada vez mais iminente de os Estados Unidos adotarem metas para as emissões de gases do efeito estufa tem aguçado as expectativas dos investidores. Analistas da Point Carbon afirmam que o mercado global de carbono pode valer 2 trilhões de euros em 2020 se os EUA criarem um esquema próprio de comércio de emissões. O estudo, apresentado na última semana, mostra que o país pode representar 67% (ou 1,25 trilhão de euros) do mercado em 2020, comercializando um volume total de 38 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e). O mercado da União Européia (único existente até agora) ocuparia segundo lugar, com 23% das permissões de emissões e um comércio de 9 bilhões de toneladas de CO2e. Os cálculos estipulam o preço da tonelada de carbono a 50 euros em 2020 – o dobro do valor atual praticado na Europa. Também supõem que um esquema "cap and trade" (de limite e comércio de emissões) será introduzido nos EUA até 2020 e que a União Européia terá uma meta de 25% para redução de emissões, incluindo as da aviação. Ainda contam que esquemas de carbono se tornarão operacionais na Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Japão, Coréia, México e Turquia.

Em discussão

Um dos pressupostos para o crescimento do mercado de carbono previsto pela Point Carbon está prestes a se tornar realidade. Na próxima semana, o Senado norte-americano debate a criação de um sistema “cap and trade” para os EUA. Uma nova versão para o projeto de lei conhecido como Ato de Segurança para o Clima de Lieberman-Warner define o corte de emissões em 66% até 2050.

A administração Bush sempre foi contra programas obrigatórios de corte de emissões – sendo o único grande país industrializado a ficar de fora do Protocolo de Quioto. Mas a história está prestes a mudar, uma vez que os três candidatos à eleição presidencial (todos senadores) são favoráveis a esquemas de redução de emissões, defendendo que um sistema “cap and trade” deve entrar em ação em 2009. Avaliação Para Camilo Terranova, diretor da New Carbon Finance, que abre filial no Brasil no próximo mês, os EUA são sem dúvida a chave para o crescimento do mercado de carbono, tanto em termos de permissões quanto de créditos oriundos de projetos. Ele explica que a nova versão da proposta Lieberman-Warner (apresentada pela senadora Barbara Boxer) tem várias implicações, inclusive de controle sobre os preços do carbono até 2020, com um teto de 25 dólares. Isso, segundo Terranova, já alteraria as previsões que consideram o crédito a 50 dólares em 2020. “Os números de crescimento deste mercado são um tanto quanto incertos. O que se tem cada vez mais certeza é de que ele crescerá”, avalia. O diretor da EcoSecurities no Brasil, Maurício de Moura Costa, concorda com essa última observação. “Os fatores apresentados multiplicariam o tamanho do mercado comparativamente ao existente sob o Protocolo de Quioto. No entanto, as variáveis existentes são inúmeras, de modo que qualquer valor que se mencione hoje, para o mercado de 2020, contém um elevado grau de incerteza”. Já o gerente de projetos da Mundus Carbo, Henrique de Almeida Pereira, acredita que o crescimento do mercado de carbono tem se dado de forma acelerada, o que traz conseqüências para qualquer novo mercado em expansão. “Todo novo mercado sofre do mesmo mal. A falta de informação e a deficiência institucional são problemas que precisam ser solucionados para evitar distorções e incertezas”, afirma.

A boa vontade política fez com que o mercado de carbono amadurecesse mais rapidamente do que outros novos mercados, avalia o gerente. “Contudo, ainda estamos longe de atingir o estágio de maturidade ideal”, ressalta. A brevidade do primeiro período de compromisso do Protocolo de Quioto é apontada por ele como uma das dificuldades para a consolidação deste novo mercado. “Deve-se entender que a constituição de um mercado como este, com um grande componente político, não é simples e a sua análise deve ultrapassar a fronteira (simplista) de valores transacionados e número de projetos”, explica. Pereira considera, por exemplo, que o MDL foi bastante limitado em sua concepção. “Por um lado, isto simplificou a gênese do mercado - os projetos de carbono buscaram até hoje o óbvio e facilmente executável. Por outro lado, atividades importantes foram excluídas ou se tornaram muito complexas para serem executadas, como os projetos de eficiência energética”.

FUTURO

Moura da Costa esclarece, no entanto, que as projeções de crescimento apresentadas pela Point Carbon referem-se ao mercado de carbono de um modo geral, que vai além do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. “O MDL é o único mecanismo de comércio de emissões que envolve países em desenvolvimento, como o Brasil”. Sobre o mercado norte-americano, o diretor da EcoSecurities destaca que existem diversas iniciativas internas em curso nos EUA para a implementação de um sistema federal de redução de emissões. “As principais delas estabelecem sistemas “cap and trade”, mas fundamentalmente voltados para o mercado interno”. Ele entende que as reduções de emissões ocorridas fora dos EUA seriam admitidas de modo relativamente limitado: “Em termos de volume e natureza, os créditos do MDL, por exemplo, poderiam ser excluídos”, explica. “No entanto, caso os créditos de MDL venham a ser admitidos, ainda que com limites quantitativos (por exemplo, 10% das necessidades internas), ainda assim representaria um grande acréscimo na demanda por créditos, tendo em vista a dimensão do mercado americano”, conclui.

Necessidade

No meio de tantas incertezas em relação aos números do mercado, uma afirmação segura é de que o aquecimento da Terra se mantém com um aumento médio de 2ºC. “Para conter as mudanças climáticas, teremos que investir muitos bilhões de dólares a mais do que sem tem feito ate agora em energias renováveis, eficiência energética e em fontes de captura e armazenamento de CO2”, afirma Terranova. Um relatório publicado pela New Energy Finance e pelas Nações Unidas mostra que os investimentos totais em energia renovável no mundo em 2007 foi de 148 bilhões de dólares, enquanto o mercado de carbono representou cerca de 64 bilhões de dólares. Terranova acredita que os EUA terão um sistema “cap and trade” de uma forma ou outra e deverão aceitar certos níveis de uso de créditos internacionais incluindo oriundos de projetos relacionados às florestas. Ele ressalta apenas que o esquema deverá ser aprovado no ano que vem, pois os senadores democratas não irão permitir que o governo Bush ganhe os créditos pela aprovação do projeto e beneficie o candidato republicano nas eleições que estão por vir. Enquanto uma proposta não se torna lei, vários cenários podem ser criados, tanto para os EUA quanto para o mundo. Terranova sugere um em que, após os EUA derem metas a si mesmos, a China aceita certo tipo de metas (setoriais, por exemplo) e, com isso, faça com que todos os principais emissores dentro dos chamados países em desenvolvimento aceitem metas também. “A real contribuição norte-americana para o mercado e para o clima irá se materializar quando o país assumir seu papel de maior emissor e buscar se integrar na solução apresentada por Quioto”, defende Pereira. “Pessoalmente acredito que alguns obstáculos precisam ser vencidos, mas sou otimista e acredito que o que vivenciamos hoje é apenas o início de um mercado ambiental muito maior. Espero apenas que as reformas necessárias pra o fortalecimento do mercado comecem a tomar forma em 2009”, finaliza.
Fonte: Carbono Brasil - http://www.remade.com.br/pt/noticia.php?num=4454

ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE BIOENERGIA(WORLD BIOENERGY ASSOCIATION)



29.05.2008 - ENERGIA

Associação Mundial de Bioenergia (World Bioenergy Association) - lançada em Jönköping, Suécia
A Associação Mundial de Bioenergia (World Bioenergy Association), uma organização global para o pujante setor de bioenergia, será lançado durante o congresso, ainda em andamento, do World Bioenergy 2008, em Jönköping, na Suécia. Uma primeira reunião com um conselho interino foi realizada nesta data, e as metas e o plano de ação para a nova organização serão apresentados na sessão de encerramento do congresso.

O objetivo da nova organização é a de ser uma voz global para a bioenergia, e a de promover a utilização de bioenergia de forma sustentável e economicamente eficiente.

A Associação Mundial de Bioenergia também participará no desenvolvimento dos sistemas de certificação para garantir que os combustíveis sejam produzidos de forma ambientalmente correta e sustentável, and sob condições trabalhistas e sociais aceitáveis.

A organização também promoverá comércio com biocombustíveis e biomassa, normalização de combustíveis, desenvolvimento técnico e pesquisa. Uma tarefa importante é a de monitorar o potencial para bioenergia em diferentes partes do mundo. A organização está aberta a associações nacionais e regionais de bioenergia, bem como a empresas comerciais associadas ao campo de bioenergia.

O motivo para essa iniciativa, tomada pela Svebio (Associação Sueca de Bioenergia), é que, até agora, não havia uma organização para negócios de bioenergia, em nível global. Isso tem sido encarado por muitos como um problema, especially quando os combustíveis são cada vez mais questionados no debate público.

O aumento da utilização da bioenergia é necessário, levando em consideração os altos preços dos combustíveis fósseis e o impacto de tais combustíveis sobre o clima.


Para maiores informações sobre a Associação Mundial de Bioenergia, entre em contato com Kjell Andersson, na Svebio, pelo seguinte número de telefone: ++46 (0)70-4417192.
Fonte: World Bioenergy Association

29 maio 2008

O DESEQUILÍBRIO DA NATUREZA - HOJE (29/05/2008)


Quinta-feira, 29/05/2008


Mudanças no clima atingem países da Europa
Uma forte ventania cobriu a cidade alemã de Cologne com areia negra, que teria vindo do Deserto do Sarra. A cidade alemã ficou às escuras durante parte do dia. A tempestade teve origem no deserto do Saara, na África, e atravessou o Mar Mediterrâneo e o sul da Europa.

Na Bélgica, uma tempestade causou estragos nas províncias de Liege e Luxemburgo.

Em Cima da Hora
Terra treme na Islândia
Um forte terremoto de 6.1 na escala Richter atingiu a Islândia o tremor foi sentido até na capital. Em alguns locais houve deslizamentos de terra e casas ficaram destruídas.

ONDE DEIXAR OU DOAR O SEU ELETRÔNICO DESCARTADO

Por Daniela Moreira, repórter do IDG Now
São Paulo - 26 de abril de 2007 - Atualizada em 26 de abril de 2007

Confira lista com empresas e instituições que recebem seu PC velho para reciclagem ou doe a máquina para inclusão digital.

Pilhas - Podem ser entregues na rede de farmácias Drogaria São Paulo.

Baterias de celulares - Podem ser entregues nas caixas de coleta das lojas da sua operadora ou na rede de assistência técnica autorizada do fabricante do aparelho.

Computadores e eletrônicos em geral

Dell
A fabricante de computadores possui dois programas: um de inclusão digital, que recebe micros usados e os doa a centros comunitários (www.pensamentodigital.org.br) e outro de recolhimento de PCs antigos da marca (www.dell.com.br).

HP
A fabricante coleta computadores usados por meio da sua rede de distribuidores e revendas. Mais informações pelo telefones: (11) 4004-7751, para Grande São Paulo; 0800 709-7751, demais localidades.

Museu do Computador
Aceita qualquer tipo de doação. Os equipamentos são guardados para o acervo do museu e utilizados para fazer arte com sucata.
Telefone: (11) 5521-3655

CDI
Recebe computadores doados para programas de inclusão digital. As máquinas devem ter processador Pentium II ou superior, HD de no mínimo 2 GB e memória RAM de no mínimo 64 MB. Caixas de som, hubs, impressoras, kits multimídia, modems, mouses, no-break, scanners e teclados são recebidos somente em bom estado. Mais informações, acesse o site.

O LIXO ELETRÕNICO DE CADA DIA E O MAL DESENCADEADO




Foto: Criança sentada sobre uma montanha de fios em Guiyu, China.

Por Daniela Moreira, repórter do IDG Now!
São Paulo - 26 de abril de 2007 - Atualizada em 02 de maio de 2007

Chumbo, mercúrio e cádmio.

Esses são alguns dos elementos que estão nos computadores, celulares e TVs de plasma.
Vilões silenciosos. É assim que a engenheira ambiental Fátima Santos, gerente técnica e comercial da empresa de reciclagem de resíduos químicos Suzaquim, define os componentes tóxicos presentes nos equipamentos eletrônicos e baterias, que podem pôr em risco a saúde dos seres humanos casos estes materiais não sejam descartados de forma apropriada.“Os indivíduos envenenados por esses elementos químicos, como chumbo, mercúrio e cádmio, serão tratados pelos sintomas. Dificilmente o médico vai identificar o que causou a doença, a não ser que o índice de recorrência em uma certa região seja muito alto”, justifica a especialista.
A contaminação por estes elementos pode se pelo contato direto, no caso de pessoas que manipulam diretamente as placas eletrônicas e outros componentes perigosos dos eletrônicos nos lixões a céu aberto, comuns em certos locais da Ásia e da África, principalmente. Mas também pode acontecer de forma acidental.

Quando um eletrônico é jogado em lixo comum e vai para em um aterro sanitário, há grande probabilidade que os componentes tóxicos contaminem o solo e cheguem até os lençóis freáticos, afetando também a água, segundo a especialista. “Essa água pode ser usada para irrigação, para dar de beber ao gado e dessa forma, seja pela carne ou pelos alimentos, esses elementos podem chegar até o homem”, complementa ela.

Embora os fabricantes estejam sendo pressionados a eliminar ou pelo menos reduzir o uso destes componentes nos produtos, os equipamentos mais antigos, que estão indo parar no lixo hoje, contém muitas destas substâncias.

Os danos causados pelos componentes tóxicos são diversos. Confira as principais doenças que podem ser causadas pelos elementos mais comuns encontrados nos eletrônicos que usamos no dia-a-dia:

Chumbo: Causa danos ao sistema nervoso e sanguíneo

Onde é usado: Computador, celular, televisão
Mercúrio: Causa danos cerebrais e ao fígado.

Onde é usado: Computador, monitor e TV de tela plana

Cádmio: Causa envenenamento, danos aos ossos, rins e pulmões.

Onde é usado: Computador, monitores de tubo antigos, baterias de laptops

Arsênico: Causa doenças de pele, prejudica o sistema nervoso e pode causar câncer no pulmão.

Onde é usado: Celular

Belírio: Causa câncer no pulmão.

Onde é usado: Computador, celular

Retardantes de chamas (BRT): Causam desordens hormonais, nervosas e reprodutivas.

Onde é usado: Diversos componentes eletrônicos, para prevenir incêndios

PVC: Se queimado e inalado, pode causar problemas respiratórios

Onde é usado: Em fios, para isolar corrente

Fontes: Greepeace e Waste Guide

A COSTA RICA DÁ O SEU MARARAVILHOSO EXEMPLO RESTAURANDO SUAS FLORESTAS NATURAIS




Nona Conferência das Partes (COP-9) da Convenção sobre Diversidade Biológica - Bonn - Alemanha - (Ninth meeting of the Conference of the Parties to the Convention on Biological Diversity - 28-30 May 2008, Bonn, Germany)

Na Costa Rica, já há uma tradição de procurar por drogas milagrosas na floresta. O Instituto Nacional de Biodiversidade (INBio) foi fundado na capital, San José, em 1989. Nos anos 90, a empresa farmacêutica Merck investiu US$ 4 milhões no instituto de pesquisa, que já adquiriu reputação mundial. Os executivos da Merck prometeram doar 10% dos lucros de descobertas potenciais para o país, com parte do lucro destinado à conservação.

As borboletas, plantas e fungos da Costa Rica detêm a chave para novas drogas para combate da malária e câncer, ou ao menos fornecer ingredientes para novos cremes para pele e xampus anticaspa? Os renomados pesquisadores do INBio continuam à procura de respostas para estas perguntas, buscando constantemente substâncias naturais úteis.

Em uma manhã recente, por exemplo, Jorge Blanco, um especialista em fungos, estava analisando cuidadosamente as folhas da Monimiaceae siparuna, uma planta que lembra a família do loureiro. Usando um escalpelo, ele cortou as preciosas folhas verdes e colocou os pedaços em pratos de cultura. Logo brotariam fungos que antes cresciam apenas dentro das folhas. Para obter a planta, Diego Vargas, um biólogo que trabalha no INBio, passou duas horas do dia anterior em um utilitário esportivo, dirigindo por estradas sinuosas no Parque Nacional Braulio Carrillo, ao longo das encostas do vulcão Barva.

Vargas, vestindo um boné, camiseta branca e luvas azuis de borracha, fotografa as plantas na mat a virgem, então usou tesouras de jardim para retirar as infrutescências de várias plantas e as coloca cuidadosamente em sacos. Espiando nos pequenos arbustos, ele encontrou a Monimiaceae siparuna, uma planta com minúsculas flores amareladas. Ele girou suas tesouras de jardim como um caubói com seus revólveres, então cortou habilmente as infrutescências: um pequeno corte para Vargas, mas um corte gigante para a humanidade?

"Muitos dos fungos que vivem nas folhas desta planta nunca foram estudados, porque são muito difíceis de isolar", disse Vargas. "Eles podem muito bem produzir muitas substâncias interessantes que ainda desconhecemos.

"Desde que o INBio foi fundado no final dos anos 80, seus cientistas já examinaram milhares de insetos em sua busca por substâncias naturais úteis. Atualmente, equipamento de alta tecnologia no laboratório especial do instituto, em Herédia, um subúrbio de San José, é usado principalmente para analisar extratos de plantas, micróbios e fungos.

O grande bio-boom ainda não se materializou, levando a Merck e alguns outros grandes investidores a retirarem seu financiamento. "As companhias farmacêuticas não querem mais pagar pelo longo processo necessário para encontrar substâncias promissoras na natureza", disse Giselle Tamayo, a coordenadora técnica da divisão de prospecção da biodiversidade do INBio.

Todavia, Tamayo insistiu que o centro de pesquisa, que agora trabalha basicamente com universidades, ainda é "um modelo de sucesso". O instituto, disse Tamayo, ajuda a demonstrar como os países em desenvolvimento podem compartilhar as bênçãos da biotecnologia ao mesmo tempo que protegem sua própria biodiversidade. Uma parte das taxas de licenciamento que o INBio recebe é destinada à proteção das florestas costarriquenhas.

A Costa Rica já é considerada um país modelo dentro do movimento internacional de conservação. No próspero setor de ecoturismo do país, cerca de 1,5 milhão de turistas gastam perto de US$ 1,5 bilhão por ano para visitar as maravilhas naturais das florestas tropicais e florestas de montanha costarriquenhas. E proteger estas florestas foi elevado ao patamar de doutrina nacional na Costa Rica. Nos anos 70 e 80, madeireiros derrubaram quase 80% da floresta tropical costarriquenha. Hoje, mais da metade do país está novamente coberto por floresta.

Na parte sul do país, a densamente florestada Península de Osa se projeta no Pacífico. No interior da mata, nas montanhas acima da minúscula aldeia de Golfito, Jorge Marin Picado vigia 46 hectares de floresta primitiva. Um bando de araras vermelhas sobrevoa o local, onde o cheiro de vegetação em decomposição preenche o ar. Trepadeiras serpenteiam tronco acima de árvores gigantes. Picado, carregando um facão comum em seu cinto, é o administrador da "finca", ou fazenda, empoleirada ao longo da borda da cadeia costeira. Segundo um acordo que o proprietário da fazenda assinou com a agência florestal costarriquenha, o governo lhe paga US$ 350 por hectare por ano para que mantenha a floresta intacta e impeça qualquer um de roubar plantas ou cortar árvores ilegalmente.

Recompensando os agricultores por manterem as árvores intocadas
O governo chama o sistema de programa de "Serviços Ambientais" e os conservacionistas o consideram exemplar. Segundo o programa, o governo recompensa os proprietários por plantarem novas árvores ou deixarem a floresta existente intocada. "Nós queremos ampliar a área florestal e oferecer aos agricultores uma alternativa", disse Katia Alegria, da agência florestal. Como resultado, as terras em que até agora o gado pastava estão se tornando novamente florestas. Em vez de bananeiras e palmeiras, espécies locais como teca e guaritá estão crescendo nas novas e antigas florestas preservadas.

O programa é financiado com impostos sobre a venda de gasolina e fundos do Banco Mundial e do Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility, GEF), para o qual contribuem os países membros da CDB. Mas a Costa Rica também espera no futuro obter lucro com o dióxido de carbono capturado pelas árvores.

De fato, a capacidade de capturar enormes quantidades de CO2 da atmosfera e armazená-las poderia significar a salvação das florestas nesta era em que o homem está desesperadamente em busca de formas de deter o aquecimento global. Pântanos também podem capturar quantidades substanciais de CO2. Recuperá-los e preservá-los "oferece uma forma custo-eficaz de coibir a mudança climática e proteger a diversidade", disse Steiner, o diretor-executivo do Pnuma.


Tradução: George El Khouri Andolfato


GLOSSÁRIO:
PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente -foi criado em 1972, como resultado da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano

INBio - Instituto Nacional de Biodiversidade (INBio) foi fundado na capital, San José, em 1989.

TEERÃ (IRÃ) - UMA CAPITAL ESTRATÉGICAMENTE FAVORÁVEL Á POLUIÇÃO


Os prejuízos do Irã pela poluição atmosférica chegariam a US$ 16 bilhões em 2016, advertiu hoje o assessor do Departamento de Meio ambiente para Assuntos Humanitários, Hassan Asilian. Ele calcula as perdas em US$ 8 bilhões em 2006 e considerou imprescindível que os iranianos comecem a reduzir o uso dos derivados do petróleo em sua vida cotidiana para conter a poluição, segundo a imprensa local.Asilian indicou que os iranianos dependem em mais de 98% de produtos derivados do petróleo, cujo consumo é considerado a principal causa da poluição atmosférica no país, principalmente em Teerã, uma das metrópoles mais poluídas do mundo. Ele pediu ainda que os fabricantes de automóveis iranianos ajam para elevar o nível dos requisitos de segurança e a proteção do meio ambiente, destacando que "cumprir os padrões europeus reduziria em 30% o consumo de combustível e diminuiria consideravelmente a poluição". O Governo iraniano anunciou em 2000 a implementação de um plano de dez anos para combater o problema na capital, embora vários especialistas nacionais reconheçam que serão necessários, pelo menos, entre 15 e 20 anos para obter resultados. A poluição atmosférica é especialmente perigosa em Teerã, onde, segundo as autoridades médicas, as doenças respiratórias causam a morte de 4.500 pessoas ao ano. A contaminação do meio ambiente na capital, fechada entre duas cadeias montanhosas, é causada principalmente pelos automóveis, em sua grande maioria antiquada e que não utilizam combustível sem chumbo.

28 maio 2008

OS TORNADOS E OS ESTADOS UNIDOS, POR QUE?




COMO SÃO FORMADOS OS TORNADOS???

Antes do desenvolvimento da tempestade, uma mudança na direção do vento e um aumento da velocidade com a altura cria uma tendência de rotaçao horizontal na baixa atmosfera. Essa mudança na direção e velocidade do vento é chamada de cisalhamento do vento.
Ar ascendente da baixa atmosfera para dentro da tempestade inclinada o ar em rotação da posição horizontal para a posição vertical.
Então há a formação de uma área de rotação com comprimento de 4-6 km, que corresponde a quase toda extensão da tempestade. A maioria das tempestades fortes e violentas são formadas nestas áreas de extensa rotação.

A palavra tornado veio da palavra espanhola Tornada, que significa tempestade. Um tornado sobre a água é denominado tromba d'água. Tornados geralmente tem um tempo de vida de alguns minutos e raramente duram mais do que uma hora. Tornados são ventos ciclônicos que giram com uma velocidade muito grande em volta de um centro de baixa pressão. São menores que os furacões e seu tempo de vida também. Um tornado pode ter uma largura tanto menor do que 30 metros, quanto maior do que 2,5km. Os menores tornados são denominados mínimos e os maiores de máximos. Um mínimo irá durar não mais do que alguns minutos, deslocar-se um quilômetro e meio e ter ventos com velocidade de 160km/h. Um máximo pode deslocar-se 320km ou mais, durar até 3 horas e ter ventos com velocidade superior a 400km/h. O tornado percorre um caminho muito irregular. Quando o funil toca o solo, ele pode mover-se em linha reta ou descrever um trajeto sinuoso. Ele pode até duplicar-se, pular lugares ou formar vários funis. A maioria dos tornados do Hemisfério Norte deslocam-se do sudoeste para o nordeste e possuem rotação em sentido anti-horário. No Hemisfério Sul, os tornados possuem rotação horária.

Cerca de 1.000 tornados baixam nos Estados Unidos anualmente. Os tornados freqüentemente causam devastação de fazendas, povoados, e cidades que são golpeadas por sua violência natural. Cinqüenta e duas pessoas foram mortas por tornados só em 2002 e centenas foram feridas.
As testemunhas que viram de perto estes ventos espirais furiosos descrevem sua aproximação como o rugido de um motor de jato. Os tornados explodem escombros em todas as direções, freqüentemente em velocidades de centenas de milhas por hora. A maioria das casas é feita para resistir velocidades de vento de até 70 milhas/hora, mas um tornado não é nem registrado se não alcança o mínimo de 73 milhas/hora.
Como e por quê
Para que um vórtice, um funil espiral de vento, seja classificado como um tornado, deve estar em contato com o chão e com a nuvem de tempestade acima dele. Quando o funil finalmente toca o solo, cria um caminho de destruição concentrada. A trilha de um tornado é raramente maior do que 250 m de uma ponta à outra, mas pode ter cerca de uma milha de largura.
Os tornados são gerados por uma variedade grande de padrões de tempo. Entretanto, a maioria dos meteorologistas concorda que os tornados acontecem quando correntes de ar frio e quente colidem, criando uma área rotativa de pressão atmosférica baixa.
O ar dentro de uma frente baixa de pressão tem uma tendência natural de levantar e criar uma forte corrente de ar para cima. Esta corrente é cercada de ar quente do nível do chão, girando cada vez mais rápido sugando o ar ao seu redor como um aspirador de pó. Em casos extremos estas correntes poderosas de ar podem alcançar velocidades de 300 km/h.
Os tornados mais poderosos ocorrem quando as tempestades de - super cell - ocorrem. Estas nuvens giratórias de trovoadas podem claramente ser vistas em radares de tempo como uma circulação bem definida a qual os meteorologistas chamam de um mesociclone. As nuvens gigantes de trovadas - super-cell chegam a alturas maiores que a do Monte Everest.
Primeiro vem a calma, e logo a fúria desata: no centro de tudo pode estar o tornado, essa formação natural que se locomove a uma velocidade vertiginosa e sempre, inclusive nos filmes, parece aproximar-se de maneira inexorável. O tornado é um fenômeno natural que ocorre em todo o mundo, e há informações de grandes catástrofes na Ásia e também na Europa. Um site da Internet pertencente a um centro de pesquisa britânico vigia sua aparição nessa região do mundo, onde os relatos já os descreviam no século XI. Entretanto, os Estados Unidos são o palco principal destas violentas tempestades.
Em um ano qualquer podem acontecer cerca de mil tornados
, com saldo de 80 mortos e cerca de 1500 feridos, segundo o site da web da Aministração Nacional Oceânica e Atmosférica desse país, conhecida como NOAA. Um tornado é uma coluna de ar que gira de maneira violenta, como resultado de tormentas geradas pelo encontro de massas de ar quente e frio. O resultado é uma formação com forma de cone que pode mover-se a grande velocidade pela superfície terrestre.
Há uma série de normas para proteger a população dos tornados, cuja intensidade é classificada como fraca, forte e violenta, segundo um sistema conhecido como Escala Fujita. Nos Estados Unidos, as medidas de emergência são ativadas através de alarmes quando um desses fenômenos é detectado, mas às vezes surgem de forma imprevista.
Os tornados fazem parte do imaginário humano, e sua peculiar forma deu origem a um negócio de filmes e outros objetos comerciais que os recordam. Também geram grande atração entre os turistas mais corajosos, que participam de "safáris" cujo objetivo é "caçar" esse tipo de tempestade. O interesse persiste na Internet, onde há uma grande quantidade de sites sobre o assunto, começando pelos que explicam sua natureza.
ESCALA:
Assim como os terremotos possuem a Escala Richter para medir sua intensidade, os tornados possuem a "Fujita-Pearson Tornado Intensity Scale", ou seja uma escala usada pelos meteorologistas para medir a intensidade dos ventos de um tornado. Essa escala foi nomeada em homenagem aos dois homens que a desenvolveram: Dr. Theodore Fujita e Allan Pearson, diretores do Centro de Previsão de Tempo de Kansas City, nos EUA.

Classific - Velocid/Vento(km/h) - Classif.Danos - Danos
F0 até 110 Leve Galhos/árvores quebrados/chaminés.
F1 111-180 Moderado Casas móveis arrancadas/viradas.
F2 181-250 Considerável Casas móveis destruídas/árvores arrancadas
F3 251-330 Severo Telhad/pared. derrubado/carros arremessados
F4 331-420 Devastador Destruição/paredes/casas arrancadas da base.
F5 421-510 Inacreditável Casas arrancadas/carregadas a consideráveis distâncias e carros arremessados a mais de 100 metros

Previsões de Tornados
Porque trovoadas severas e tornados são fenômenos pequenos e de pouca duração, torna-se muito difícil dar uma precisa previsão. Uma trovoada severa pode extender-se de 15 a 40 quilômetros e durar 6 horas, mas as distâncias entre estações meteorológicas da superfície são próximas de 160 quilômetros. As distâncias entre estações meteorológicas de altitude são quase de 320 quilômetros. Observações são feitas geralmente a cada hora na superfície mas sòmente em intervalos de 12 horas nas estações de altitude. O sistema atual de observação meteorológica limita os meteorologistas indicarem a probabilidade de trovoadas e seus tornados em regiões maiores do que as tempestades.
Poucas pessoas viram o interior de um tornado e viveram para contar a estória. No dia 22 de Junho de 1928, um fazendeiro no Estado de Kansas correu com sua familia para um abrigo quando tres tornados se aproximavam. Ele estava na porta do abrigo e decidiu dar uma olhada em um tornado que passava. Ele olhou o centro deste tornado e descreveu uma luminosidade com relâmpagos que ziguezagueavam de um lado para o outro. Redemoinhos pequenos formavam-se e dissipavam-se constantemente próximos à base do vortex principal e generavam sons de gritos estridentes. O vortex principal girava em sentido ciclônico, mas os remoinhos pequenos giravam ao contrário. Esta pessoa viu o interior de um tornado de múltiplos vortices e viveu para contar a estória.


Alertas e Avisos de Tornados
Um alerta de tornado é um anuncio da possibilidade que tornados podem desenvolver em uma área designada durante um periódo especifico. O alerta é geralmente anunciado uma hora antes de ser oficializado e cobre uma área de 65.000 km2 por um período de 6 horas. Nos Estados Unidos, alertas de tornados são anunciados no National Severe Storms Forecast Center (NSSFC) em Kansas City, Missouri. Cerca de 35 a 40 por cento destas previsões são corretas, quer dizer que um ou mais tornados ocorrem dentro da região. As previsões incorretas existem em casos quando tornados ocorrem fora mas próximas das regiões indicadas.
Um aviso de tornado é um anuncio dos escritórios locais do National Weather Service (NWS) nos Estados Unidos para avisar o público que um tornado foi observado em uma área ou indicado pelo radar. Este aviso indica altas probabilidades do perigo iminente. Avisos são anuncios para áreas menores dos alertas, geralmente cobrindo partes de um condado ou condados. Eles também são de pouca duração, tìpicamente de 30 até 60 minutos. Um aviso de tornado não é anunciado necessàriamente em antecipação do tornado porque esta comunicação pode ser baseada em uma observação. Avisos divulgados desde 1960 para a maioria dos principais tornados, reduziram substancialmente os números das fatalidades e dos ferimentos sérios que poderiam ter ocorrido.
Alertas e avisos de tornados reduziram significantemente o número das casualidades. Mortalidades e ferimentos serios adicionais poderiam ser evitados se mais pessoas tomassem precauções adequadas depois do alerta emitido. Estudos mostraram que a maioria de casualidades ocorreram com pessoas que mesmo com o alerta decidiram dirigir seus carros na tempestade. Pessoas que permanecem dentro de casas estacionárias correm menos risco se tomarem simples precauções.


Radar Doppler
Radar convencional de tempo transmite curtos pulsos de energia eletromagnetico. Uma pequena fração de ondas que são emitidas para fora, são dispersas por uma tempestade e retornam ao radar. A força do sinal de retorno indica a itensidade da chuva, e a diferença de tempo entre a transmissão e o sinal indicado da distância para a tempestade. Para identificar tornados e trovoadas severas, meteorologistas devem ser capazes de detectar os padrões de circulação, caracteristica associadas com eles. Radar convencional não pode detectar estes padrões se não ocasionalmente quando bandos espirais de chuvas ocorrem em associação com um tornado e mostrando um eco em forma de gancho.
Radar Doppler não somente atua as mesmas tarefas de um radar convencional, como também é habilitado para detectar movimento direto. O princípio envolvido é conhecido como efeito Doppler. O movimento de ar nas nuvens é determinado pela comparação da frequência do sinal refletido para àquele do pulso original. O movimento de precipitação para o radar aumenta a frequência de pulsos refletidos, enquanto que movimento fora do radar diminui a frequência. Estas mudanças de frequências são então interpretadas em termos de velocidade para ou fora da unidade da de radar Doppler. Este é o mesmo princípio que permite o radar usado pela policia determinar a velocidade dos movimentos de carros. Infelizmente, uma só unidade de radar Doppler não pode detectar os movimentos de ar que ocorrem paralelo à ele. Consequentemente, quando meteorologistas querem uma figura mais completa de ventos dentro de uma tempestade, é necessário usar duas ou mais unidades de Doppler.
Radar Doppler pode detectar a formação inicial e desenvolvimento de uma mesociclone, um intenso sistema de ventos girando dentro de uma trovoada que frequentemente precede o desenvolvimento de tornados. Quase todos os mesociclones produzem granizos, ventos severos e tornados. Aqueles que produzem tornados podem ser identificados por suas velocidades de ventos mais fortes e seus repentinos gradientes de velocidades de ventos.
Quando um tornado é detectado, um aviso de tornado é emitido e governos locais geralmente respondem ativando seus procedimentos de emergência. Sendo assim, existe o potencial para numerosos avisos sendo emitidos para tornados que causam poucos ou nenhun danos. Isto pode desensibilizar o público quanto aos perigos de tornados mais raros e devastadores.
Radar Doppler tem vantagens significantes sobre um sistema que usa radar convencional para detetar tornados. Ainda que existam problemas operacionais, são muitos os beneficios de radar Doppler. Como um instrumento de pesquisa, radar Doppler não somente fornece dados na formação de tornados, mas ele também ajuda os meteorologistas a aprenderem mais sobre o desenvolvimento de trovoadas, a estrutura e dinâmicas de furacões, e turbulência de ar. Porque radar Doppler mostra os movimentos de ar dentro de uma tempestade, ele pode ajudar na identificação de outras tormentas severas na atmosfera, como por exemplo frentes de rajadas, micro-explosões e cisalhamentos de vento.
O Beco do Tornado


Os tornado afetam todos os estados dos Estados Unidos. Entretanto, o grande volume está concentrado numa extensão plana e larga de terra entre as Montanhas Rochosas (Rocky Mountains) no oeste, e no Rio de Mississipi no Leste. Conhecido como o Beco de Tornado, este trecho já testemunhou os maiores fenômenos de tempo do planeta. As razões para isto são tanto geográficas como climáticas. Os tornados são mais comuns nas planícies centrais porque o ar úmido e quente do Golfo do México colide com o ar mais frio e seco vindo do Canadá.
Estas frentes convergentes de tempo criam as nuvens enormes de tempestade que às vezes geram tornados. Já que o Beco do Tornado fica isolado das influências das tempestades tanto do Atlântico como do Oceano Pacífico, as condições raras necessárias para a formação de tornados ocorrem mais freqüentemente nesta região do que em qualquer outro lugar
.
A Segurança contra o Tornado


Somente 20% dos tornados da América são avaliados como F2 e mais forte. Mesmo assim, isso ainda significa cerca de 200 tornados a cada ano com ventos acima de 200km/h. A quantidade de tornados F4 e mais fortes é de 20 por ano, e felizmente tornados monstros F5 geralmente acontecem sòmente uma vez por ano. Isto é suficiente para matar uma média de 60 pessoas anualmente só nos Estados Unidos, e causar um prejuízo de bilhões de dólares.
Assim mesmo, até um tornado relativamente suave pode fazer um pedaço de madeira atravessar uma parede de tijolo como se fosse feita de papel. O lugar mais seguro para abrigo durante um tornado é abaixo do nível do chão num porão. Surpreendentemente, calcula-se que menos da metade das casas no Beco de Tornado tem porão.
Os peritos recomendam que as pessoas que vivem em áreas propensas a tornados e não têm porões devem forrar as paredes de um cômodo com uma placa de aço de 10mm. O ideal é que este cômodo não tenha janelas e fique localizado no interior da casa protegido por outros cômodos. As famílias devem se cobrir com colchões e almofadas para prevenir ferimento de pedaços de vidro e escombros voadores.
Climatologia de Tornados
Tornados ocorrem em muitas partes do mundo, mas os mais frequentes e violentas ocorrem nos Estados Unidos, 800 em média, anualmente. A maioria dos tornados ocorrem no corredor de tornados das Planicies Centrais do centro do Estado do Texas até Nebraska. Austrália vem em segundo lugar depois dos EUA. Ocorrem também na Inglaterra, Canada, China, França, Alemanha, Holanda, Hungria, India, Italia, Japão, Russia, e até em Bermuda e nas Ilhas de Fidji. Porém não estão restritos sòmente a estes países . Em 13 de fevereiro de 1999, um tornado causou danos em Osório, Rio Grande do Sul no Brasil. Grandes árvores foram arrancadas e edifícios destruídos.
As Planicies Centrais dos EUA são mais sujeitas aos tornados porque a atmosfera favorece o desenvolvimento de trovoadas severas que os produzem. Especialmente na primavera, ar úmido e quente. Grandes trovoadas capazes de produzir tornados formam-se quando existe um forte cisalhamento vertical de vento e o ar na superfície são empurrados para cima. Embora tornados ocorram a qualquer hora, eles são mais frequentes a tardinha entre 16:00 e 18:00 horas quando o ar na superfície é mais instável.
Os tornados que causam mais fatalidades ocorrem em familias quando os tornados diferentes formam-se pela mesma trovoada. Algumas trovoadas produzem sequências de tornados no período de duas ou mais horas cobrindo distâncias de 100 quilômetros ou mais. Familias de tornados normalmente formam-se ao longo de linhas de instabilidade. As maiores fatalidades ocorreram durante a super-erupção no dia 18 de Março de 1925 nos Estados Unidos, quando 7 tornados viajaram 703 quilômetros sobre as partes de Missouri, Ilinois e Indiana matando uma estimativa de 695 pessoas.

DIFERENÇA ENTRE FURACÕES E TORNADOS


Embora ambos sejam vórtices atmosféricos, eles tem muito pouco em comum. Tornados tem diâmetros de centenas de metros e são produzidos por uma única tempestade convectiva. Por outro lado, ciclones tropicais tem diâmetros da ordem de centenas de quilômetros, sendo comparável a dezenas de tempestades convectivas. Além disso, enquanto tornados requerem um forte cisalhamento vertical do vento para sua formação, ciclones tropicais requerem valores baixos de cisalhamento vertical para se formar e crescer. Os tornados são fenômenos primàriamente continentais, de modo que o aquecimento solar sobre o continente usualmente contribui favoravelmente para o desenvolvimento da tempestade que dá início ao tornado (embora também existam tornados sobre o mar, que são chamados de trombas d'água). Em contraste, ciclones tropicais são fenômenos puramente oceânicos que morrem sobre o continente devido à quebra no suprimento de umidade. Seu ciclo de vida é de alguns dias, enquanto que o ciclo de vida de um tornado é tipicamente algum minuto.

Fonte: http://www.tutomania.com.br/artigo/tornados - com modificações

ISLÂNDIA (ICELAND) E O USO DA ENERGIA GEOTÉRMICA - IN ENGLISH




Fotos: Iceland geysers (1) (2 - Strokkur is quite regular : 2 shots every 5 minutes)
REYKJAVIK, Iceland — The federal government has been sending teams to the geysers and lava fields of Iceland in recent weeks to search for ways to reduce U.S. dependence on coal and oil.
Their answer might lie deep under Iceland's black rocks, where hot water percolates from the heat of the earth's internal movements — and provides 72 percent of the island nation's energy.
Members of Congress and officials from the Energy Department have been taking tours of the Hitaveita Sudurnesja geothermal plant outside the capital, Reykjavik.
"The workers here, they're always learning bit by piece," said plant manager Thordur Andresson as he talked about the growth of Iceland's geothermal energy industry. "We can do it everywhere with our knowledge."
Mr. Andresson swung his right arm upward to describe steam rising from holes drilled into caves to power the turbines for his electricity-generating plant, which droned away behind him.
When Sen. Barbara Boxer, California Democrat and chairman of the Senate Environment and Public Works Committee, returned from her trip in late August, she said, "I was impressed with the developments in geothermal technology I learned about in Iceland. I believe geothermal will be in the mix as we look at clean renewable energy sources."
Mrs. Boxer and the Energy Department are exploring geothermal options as political pressure builds to reduce emissions that many scientists say contribute to global warming.
Only 0.4 percent of the current U.S. energy supply comes from geothermal power.
U.S. warms to Earth's 'untapped potential'
Fonte: By Tom Ramstack - New York Times - 22/10/2007

BANGLADESH APÓS CICLONES, TUFÕES E ENCHENTES- UM TOUR COM ERIC CAMARA (BBC BRASIL)




10 de novembro, 2007 - Uma viagem pelo grande manguezal



Durante sete dias, o repórter Eric Camara percorreu de barco trechos da maior floresta de manguezal do mundo, a Sunderbans (floresta bonita, em tradução livre do bengalês), que fica em Bangladesh.
A região, que tem sido afetada por enchentes cada vez mais intensas, está seriamente ameaçada de ser palco de um enorme desastre ecológico.
Se confirmadas as previsões de ambientalistas, até 25% da área costeira de Bangladesh poderá simplesmente sumir do mapa, inundada em conseqüência da elevação do nível dos oceanos.
Por trás do fenômeno, o efeito estufa, a elevação da temperatura do planeta provocada pela atividade humana, causador do degelo das calotas polares.
Eric vai acompanhar as dificuldades enfrentadas pelas populações ribeirinhas que poderão perder as terras das quais dependem para a produção dos alimentos que consomem.
Estima-se que trinta milhões de pessoas poderão ser forçadas a deixar suas casas se transformando em refugiados ambientais, com impacto direto na densidade populacional de Bangladesh que já é a maior do mundo.
11/Nov - Despedida
Foram sete dias de barco pelos rios de Bangladesh, de muito trabalho e calor. Conheci um país que para nós brasileiros está praticamente fora do mapa - mas que tem muitos problemas em comum com o Brasil.
Pobreza, natureza exuberante, povo simpático e trabalhador e, infelizmente, o perigo iminente causado pelo aquecimento global. Descobri que os golfinhos de água-doce daqui correm perigo como os daí e podem ser extintos pela combinação de mudanças climáticas e pressão humana.
Conheci o maior manguezal do mundo, que pode sumir do mapa e, sinceramente, espero que essa viagem não vire uma repetição da experiência das Sete Quedas de Iguaçu, hoje cobertas pelo lago de Itaipu. Guardadas as devidas proporções, é sempre doloroso para mim ver tesouros da natureza sumirem por causa da ação humana.
O lado mais cruel de tudo que vi e relatei neste blog e em reportagens para a BBC Brasil, no entanto, é a ameaça à população: fome, secas, mais e mais desastrosos ciclones e tufões, inundações e deslocamento de milhões de pessoas. Sem saberem o risco que correm, a maioria dos bengaleses que conheci lutam pela sobrevivência no difícil dia-a-dia.
Como me disse o cientista Atiq Rahman, integrante do IPCC (o Painel Intergovernamental da ONU para Mudanças Climáticas), o que se espera agora é que os países ricos que são os maiores causadores das mudanças climáticas assumam as suas responsabilidades - como ficou ratificado na Rio 92, que previa responsabilidades comuns mas diferentes entre os países de todo o mundo - e comecem a agir mais rapidamente.

Sustentabilidade

Dois exemplos que os ribeirinhos de Bangladesh podem exportar para o mundo quando o assunto é desenvolvimento sustentável: a pesca com lontras e o uso de energia solar.
O último é uma iniciativa da empresa Grameen Shakti, que oferece financiamentos "de pai para filho" para interessados em comprar painéis solares. Vi alguns nos povoados que visitamos e conversei com os seus orgulhosos donos.

Um deles, Muhammad Dulal Shekh, dono de um pequeno armazém, investiu 22 mil takas (menos de R$ 700) em um painel solar capaz de alimentar quatro lâmpadas elétricas, um televisor e carregadores de celular.

Ele agora vai pagar parcelas de 627 takas por mês por três anos, mas diz que a economia em querosene já compensa o investimento.

O segundo exemplo que vi aqui em Bangladesh foram os pescadores ribeirinhos que usam lontras especialmente treinadas para encurralar apenas peixes adultos para dentro das redes dos pescadores.
Dessa forma, os ribeirinhos não só facilitam a própria pesca como garantem futuros estoques de pesca.

10/Nov - Ciência para todos
Rubayat Mansur, ou Mowgliz, praticamente nasceu nos Sunderbans bengaleses. Filho do dono da maior operadora de turismo de natureza do país, a Guide Tours, Mansur começou a trabalhar como guia aos 14 anos de idade. A paixão pelo manguezal fez o menino abandonar a escola para se dedicar à profissão.
Hoje, ele é um dos maiores especialistas em golfinhos em todo o país. Sem sequer ter terminado a escola. Na opinião dele, cientista não precisa necessariamente estudar em uma universidade. Basta ter paixão e se dedicar a ela.
Mowgliz trabalha atualmente em um projeto patrocinado pela respeitada Sociedade para a Conservação da Vida Selvagem (Wildlife Conservation Society) ao lado do renomado cientista americano Brian D. Smith.
Ambos recrutaram outros jovens bengaleses apaixonados pela vida selvagem dos Sunderbans que hoje integram as expedições científicas do grupo.
O exemplo de Mowgliz me fez pensar em quantos talentos se perdem nos países em que a ciência é largamente considerada um privilégio de poucos iluminados.
Quanto Mowglizes será que desperdiçamos todo ano na Amazônia, no Pantanal, na Mata Atlântica e nos outros diversos ecossistemas brasileiros?
Vila dos tigres
As casas rústicas, com telhados de palhoça, invariavelmente equipadas com um fosso cheio d'água e normalmente cercadas por arrozais, dão a falsa impressão ao visitante de que Chandpai é um tranqüilo povoado como tantos outros próximos aos Sunderbans.
Basta conversar com os moradores para perceber que não é bem assim. A vila tem como visitante freqüente um (ou mais) tigre-de-bengala.
Há um ano, um dos imponentes felinos atravessou calmamente a rua principal da vila e se deitou no arrozal. De nada adiantaram os esforços dos moradores para espantá-lo. O tigre só decidiu ir embora no fim do dia.
De vez em quando ele (ou ela ou mesmo outros) volta. Cachorros, cabras e vacas são devorados. Assim, nessa ordem de preferência. Há cerca de três meses, a vítima foi uma senhora que aparentemente sofria de problemas mentais.
Ela insistia em sair à noite, embora os moradores de Chandpai considerem isso uma temeridade e dormia em um armazém ao lado da casa. Certa noite, o tigre veio, abriu um buraco na parede da construção, arrancou a senhora de lá e a matou.
Só não a devorou, porque a família acordada pelo alvoroço conseguiu assustar o bicho aos gritos.
Adam Barlow, o especialista britânico em tigres que toca um projeto de mapeamento e estudo dos tigres-de-bengala nos Sunderbans, me disse que esse comportamento é inexplicável em tigres.
Ninguém sabe o que faz os animais perderem o respeito natural que têm por humanos e invadirem vilarejos. Quando isso acontece, não há o que fazer. O tigre vai sempre voltar.
Barlow treina os moradores de Chandpai para diminuir os riscos de ataques e também montou uma equipe especial para ajudar tanto nos trabalhos de afastar os tigres quanto de atender os feridos.
Hoje, Chandpai vive em estado de alerta. Pegadas de tigres são fáceis de se ver em vários locais. Perguntei a um menino que nos mostrou uma dessas pegadas se ele já tinha visto o tigre.
"Eu não. Se o tigre me ver, ele me mata", foi a sábia resposta do garoto.
Hospital animal
Estamos ancorados próximo do povoado de Karamjal. Lá, funciona uma espécie de hospital para animais selvagens, um projeto do governo de Bangladesh tocado por um veterinário australiano.
Os animais que lá chegam foram resgatados das mãos de caçadores ilegais ou encontrados doentes pela população e são tratados antes de serem devolvidos à floresta.
Enquanto convalescem, os bichos são usados para levantar fundos para o "hospital": a entrada para o local custa 200 taka (menos de R$ 5). A maior parte dos animais são crocodilos, sendo que um casal "mora" lá em cativeiro e cria novos ovos.
Além dos jacarés, há também macacos, veados, pássaros e até um simpático filhote de gato selvagem, que está sendo criado à base de leite de vaca.
Confira imagens do hospital
9/Nov - Globalização é isso aí...
Queria agradecer a todos os leitores que têm lido e comentado este blog e aproveitar para responder algumas perguntas - peço desculpas antecipadas pela impossibilidade de responder a todos.
O Kim Gibson, de Fortaleza, por exemplo, escreveu para perguntar se a região de Bangladesh e Índia é a mais afetada pelo aquecimento global. Infelizmente, a resposta para essa pergunta, Kim, é não.
As mudanças climáticas não respeitam fronteiras e, cedo ou tarde, vão ser sentidas por todo o mundo, literalmente. As conseqüências é que vão variar de uma região para a outra.
No arquipélago da Indonésia, por exemplo, cientistas estimam que várias ilhas vão desaparecer, como, aliás, também em outros pontos do Oceano Pacífico.
Só que isso é o resultado de apenas um dos efeitos do aquecimento global: a elevação do nível dos oceanos.
Países com terras mais próximas do nível do mar, como é o caso de Bangladesh, vão perder parte ou todo o seu território por causa disso. Entre os outros efeitos estão mudanças nos regimes de chuvas em vários continentes e países, inclusive no nosso, secas e desertificação de áreas - e aqui, Bangladesh também está entre os "contemplados"- e outros problemas.
O caso de Bangladesh chama a atenção e serve como alerta para o mundo não por ser o pior de todos, mas por atingir uma população de mais de 140 milhões de pessoas, muitas delas já na pobreza e afetadas há tempos, quase todo os anos, por tragédias naturais.
O assunto é abordado pelo ao filme Uma Verdade Inconveniente, que rendeu ao ex-vice-presidente americano Al Gore um Oscar e um prêmio Nobel.
A fita é bastante informativa, embora tenha sido acusada de alguns exageros - a Justiça da Grã-Bretanha, por exemplo, destacou que nove pontos apresentados no filme não correspondem ao consenso da comunidade científica mundial.
Justiça seja feita 1
Entre os vários jornalistas de diversas nacionalidades do Serviço Mundial da BBC e da imprensa bengalesa a bordo do barco, está o cientista Attiq Rahman, o mais respeitado do país e uma das maiores autoridades em mudanças climáticas do mundo.
Para ele, que está entre os cientistas do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas, da ONU, (IPCC, na sigla inglesa) laureados com o Nobel da Paz ao lado do já citado Al Gore (prometo que essa é a última!), Bangladesh e outros países em situação de fragilidade vão "pagar o pato pelo efeito estufa" para usar a expressão usada pela leitora carioca Camila, de 33 anos.
Para Rahman, a questão é simples: o aquecimento global é "muito provavelmente", segundo o IPCC, causado pela ação humana que libera os chamados "gases do efeito estufa" e os grandes culpados disso são os países desenvolvidos.
Se Bangladesh, como tantos outros países menores, praticamente não emite carbono, por que teria de "pagar o pato" pelo estilo de vida dos outros?
Na semana que vem, vai sair um novo resumo executivo do IPCC sobre o assunto. É bom lembrar que o grupo reunido pela ONU não recomenda nada, apenas resume e atualiza o consenso científico sobre mudanças climáticas.
A resposta para a pergunta de Attiq Rahman logo ali em cima vai ficar para ser respondida pelos governantes de todo o mundo a partir de dezembro, na reunião sobre o clima em Bali, na Indonésia, até 2012, quando vence a validade do atual Protocolo de Kyoto, que determina as responsabilidades desse rolo.
Justiça seja feita 2
Como andei falando por aqui que não vi ninguém jogar futebol nem críquete, nem nada, nada mais justo que registrar uma aparente paixão dos bengaleses: a música. Aqui no barco da BBC, praticamente toda a noite e seguramente todos os dias, a gente escuta alguém cantar alguma bela melodia tradicional de Bangladesh, como a que filmei em vídeo e postei aqui outro dia.
Veja fotos dos golfinhos e tigres dos Sunderbans
Soube com o auxílio dos intérpretes que a maioria delas são "canções do rio" - não canções do mar, como as nossas. Contam histórias dos barqueiros, de encontros com crocodilos, golfinhos e tigres. Os últimos aliás, freqüentemente vistos como inimigos, mas também como "guardiões dos Sunderbans".
Clique para ouvir a cantoria dos bengaleses
8/Nov - Enchentes, pobreza e ciclones
Como na matemática, a ordem dos fatores acima não altera o produto: sofrimento.
Um dos países mais pobres do mundo, Bangladesh está acostumado à luta pela sobrevivência.
A criação do país, em um episódio conhecido como "Guerra pela Liberdade", aconteceu em 1971, e fundou, por desavenças em questões como língua e economia, um Estado independente no que era então a parte oriental do Paquistão.
Desde então, o país vem tentando se erguer sobre os próprios pés, mas a tarefa não é fácil, diante da enorme população e das esparsas riquezas naturais.
Para alguns, a vida é ainda mais difícil. Conheci o carpinteiro Hakim Mistuki na comunidade ribeirinha de Golachipa, às margens do rio Ramnabhad. Aos 75 anos de idade, Mistuki não estava acostumado com enchentes.
Junto com a família, morava em uma parte do vilarejo que é protegida por um dique do sobe-e-desce dos rios bengaleses. Há seis meses, os Mistuki e cerca de outras cem famílias foram removidas de onde moravam pela Prefeitura local, que comprou o terreno.
Ganharam novos terrenos à beira do rio. Hoje, o carpinteiro vive em uma palafita a mais ou menos 20 metros do Ramnabhad e conta que, em certos dias, perde refeições por não poder sair de casa para comprar comida, de tanta água que passa debaixo da casa dele.
Outro dia, comentei aqui que, os bengaleses não pareciam ser chegados a futebol. Acho que agora já posso dizer com alguma certeza: futebol realmente não é a deles.
Nesse meio tempo, até vi um campinho de futebol ao lado de uma escola, mas ainda estou para ver alguém jogando bola - e olha que já vi bastante coisa desde que a viagem começou. Ainda não sei bem se isso se deve a um quase total desinteresse pelo esporte ou à falta de bolas...
Curiosamente, algumas pessoas já comentaram comigo que, apesar disso, em época de Copa do Mundo, o país se divide em dois: Brasil e Argentina.
Como o Brasil já levou cinco copas e nem assim eles se entusiasmaram a praticar o esporte, pode ser que quando a Argentina ganhe a sua terceira, eles afinal passem a jogar futebol.
Pensando bem, é melhor alguém sair distribuindo bolas para a garotada para ver o que dá.
Cadê o bicho? Já vi jacaré, veado, águia, cobra, muito passarinho, caranguejo e sei lá mais quantas espécies na Sunderbans.
Agora, o orgulho dos bengaleses, o famigerado tigre-de-bengala, este não sei por onde anda.
Veja fotos da fauna e da flora na Sunderbans
Ou melhor, até sei - hoje vi essa pegada aí acima na lama próxima a uma praia. Os guardas florestais do parque diante do qual passamos a noite ancorados disseram até ter ouvido o temível rugido da criatura na calada da noite.
Eu, até agora, nada.
7/Nov - "Floresta bonita"
Chega a ser surpreendente a mudança radical de paisagem quando se entra na região da Sunderbans - a 'floresta bonita', na língua dos bengaleses, o bangla.
Vila atrás de vila, barco atrás de barco, carregando de tudo (principalmente gente), de repente, nos vimos diante da natureza selvagem.
Às margens do rio, cabras e vacas deram lugar a crocodilos de cerca de 1,5 metro e veados em bando.
Assista ao trecho de uma música tradicional da região
Como o governo bengalês consegue manter o controle sobre a floresta (e aparentemente consegue), não sei. A explicação, segundo um bengalês que acompanha a viagem é nobre: Sunderbans e o tigre-de-bengala são os maiores orgulhos nacionais.
Veja fotos
Verdade ou não, fato é que não passamos mais por nenhum povoado ribeirinho. Mesmo atividades tradicionais, como a coleta de mel, são rigidamente controladas pelas autoridades, e só podem acontecer no mês de abril. A coleta de caranguejos do mangue foi proibida.
A ameaça são as mudanças climáticas. O tão falado aquecimento global pode causar estragos irreversíveis no ecossistema bengalês, mais rico em espécies do que toda a América do Norte, segundo os estudiosos.
Até 70% do território da Sunderbans pode ser inundado definitivamente com uma elevação do nível do mar de menos de um metro.
Para piorar, a previsão é que a região também fique ainda mais vulnerável aos freqüentes ciclones e tufões.
Com a pressão dos mais de 140 milhões de bengaleses que vivem - a grande maioria na pobreza - do outro lado, é difícil encontrar uma rota de fuga.
Nas margens dos rios de Bangladesh, a força da natureza demarca território.
São milhares de barcos afundados, casas destruídas e árvores arrancadas pela raiz.
Nos mesmos barcos afundados pode-se constatar a força de vida que as águas trazem a Bangladesh.
Meses depois da destruição, vida nova brota em todos os cantos.
Sentimos também a força das águas ao encalharmos em um banco de areia a caminho de um programa da BBC.
No meio do rio, onde nada existia há dois dias, surgiu um banco de areia no qual a água batia na minha canela.
Por sorte, com algum esforço em equipe, conseguimos desencalhar o catamarã e seguir viagem.
6/Nov - Criação e destruição
Para os céticos do aquecimento global, uma visita a Bangladesh pode fazer diferença. Acostumados a enfrentar catástrofes naturais todos os anos, os bengaleses aprenderam como poucos a conviver com duas faces básicas da natureza: criação e destruição.
As enxurradas que destroem casas e plantações são as mesmas que trazem sedimentos orgânicos que fertilizam as margens inundadas, de forma que - finda a enchente - a terra reaparece com uma fertilidade excepcional.
Agora, mesmo as comunidades ribeirinhas, com pouco acesso a relatórios do IPCC (o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas) ou notícias de enchentes catastróficas no México, falam de mudanças climáticas com intimidade.
Assista a um trecho de apresentação de dança típica
Nas palavras deles, os tempos mudaram, e com eles, chegaram ciclones mais freqüentes, intensos e prolongados, marés cada vez mais altas e chuvas ainda menos previsíveis.
Veja novas fotos da viagem
Nos últimos sete anos, na experiência de gente com quem falei aqui em Bangladesh, essa situação piorou.
Porém, engana-se quem pensa que o aquecimento global encabeça a lista de preocupações dessa gente. Para quem tem que andar um quilômetro para buscar água potável, não tem garantias de que vai comer a próxima refeição, não tem esgoto ou eletricidade nem acesso à saúde pública, aquecimento global é só um item a mais na lista.
Um item que, nos próximos anos, pode agravar e muito todos os problemas acima...
5/Nov - Muita gente e muita água
Para chegar até o barco da BBC ancorado no porto de Barisal, tivemos que encarar uma viagem de cerca de 7h em um microônibus lotado. Para quem, como eu, nunca esteve em Bangladesh, duas coisas chamam muito a atenção: a quantidade de água e de pessoas em todas as regiões que percorremos.
Clique aqui para ver o vídeo feito pelo repórter Eric Camara em Bangladesh
O país tem mais de 140 milhões de habitantes, há estimativas que chegam a 150 milhões, mas o que impressiona é a densidade demográfica - talvez a maior do mundo. As ruas são lotadas e, mesmo quando se pega cerca de 300 km de estrada, é difícil rodar mais de um minuto sem passar por uma aglomeração.
Veja fotos
Tão onipresente quanto as pessoas é a água.
Até chegarmos ao Rio Tetulia, vimos água de ambos os lados da estrada durante quase toda a viagem. Água que alimenta incontáveis plantações e áreas alagadas. E atravessamos de balsa um rio que, na época das chuvas de monções, típicas do verão, chega a ter quase 10 km entre as margens. É muita água.
Pessoas e água. Diante das mudanças climáticas que o planeta enfrenta, ambos se encontram dos dois lados da equação: são causadores da destruição e talvez os maiores afetados.
Estima-se que as águas podem sumir com 20% do território bengalês. Em um país com uma população tão grande, é difícil imaginar como um povo pode se adaptar a essas mudanças – mesmo se tratando de uma gente calejada como a de Bangladesh.
Bangladesh lidera o grupo dos menos desenvolvidos do mundo.
Mesmo com todas as dificuldades, passeamos por uma favela que, segundo os moradores, abrigaria 500 mil pessoas, e não nos sentimos intimidados em qualquer momento.
A única intimidação veio de crianças e mulheres que insistiram em que tirássemos fotos delas.
Nas favelas de Dhaka, a capital do país, não é raro deparar-se com bandeiras do Brasil pintadas nas paredes.
Isso dito, para quem vem do Brasil, é impressionante viajar 300 km sem ver unzinho só.

FÓRUNS, CONFERÊNCIAS E DEBATES MUNDO AFORA - BONS EXEMPLOS


Temos muito para aprender, temos muito que discutir, temos muito para organizar, temos muito a fazer, o tempo urge...A NATUREZA CLAMA!


A associação WAVES Portugal tem como objectivo promover os conhecimentos técnicos e científicos dos seus membros, no que respeita à gestão e conservação da vida selvagem nos países euro mediterrânicos. Estende a sua acção de formação a outras associações profissionais com propósitos semelhantes.
A WAVES Portugal é um ramo da organização WAVES Internacional que abrange, actualmente, além de Portugal, a Espanha, a Itália e a Eslovénia. A França está em fase de adesão a esta organização multinacional.
Os sócios da WAVES Portugal, à semelhança das outras suas associadas, são fundamentalmente professores, investigadores e alunos universitários de biologia e veterinária. A Universidade de Aveiro (UA) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) contribuem com o contingente mais importante de associados. Salienta-se a UTAD como principal dinamizadora deste associação de fins não lucrativos.
No entanto, profissionais da conservação da Natureza e da Biodiversidade fazem igualmente parte dos sócios da WAVES Portugal. Do mesmo modo, qualquer cidadão interessado nestes desígnios pode pertencer à associação.
Em Mogadouro, nos dias 23 a 25 de Maio de 2008, realizou-se o II Congresso Português de Fauna Selvagem promovido pela WAVES Portugal com a participação de não só de professores, investigadores, especialistas, profissionais e estudantes das áreas do Ambiente, da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, mas também de cidadãos que se interessam por estas temáticas.
O Comité Científico e a Comissão Organizadora, constituídos por professores universitários da UTAD e da UA, incluíam também professores universitários da Universidade de León. O presidente da Comissão pertencia à Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte.
O Comité de Honra era assim constituído: Governador Civil de Bragança, Delegado da Junta de Castilla León, Presidente da Câmara de Mogadouro, Presidente da Região de Turismo do Nordeste Transmontano, Reitor da Universidade de León, Reitor da UTAD, Presidente do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade e os Presidentes da WAVES Internacional, de Espanha e de Portugal.
O presidente da WAVES Internacional, Prof. Doutor Luigi Espósito, da Universidade de Nápoles, participou nos dois dias de trabalho da Conferência. Dos oradores convidados para participar nos trabalhos, com comunicações especializadas nas matérias do Congresso, fizeram igualmente parte cientistas da Escola Superior Agrária, de Viseu e de Bragança, da Universidade de Salamanca (com extensão à Universidade Nacional de Comahue, Bariloche – tantas vezes citado no MC -, Patagónia, Argentina), da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, do Parque Natural do Alvão, do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa, etc.
No Domingo, dia 25 de Maio, realizou-se uma visita à estação Biológica Internacional de Cozcorrita e um Cruzeiro Ambiental de barco no Rio Douro (Miranda do Douro).
A Comissão Organizadora dividiu a Conferência em quatro Módulos tão variados como: “Planeta e Cidadania”, “Conservação e Recuperação de Fauna Selvagem”, “O Uso Sustentável dos Recursos Biológicos” e “Fauna Selvagem e Saúde Pública”.
No primeiro módulo pretendia-se debater pontos de vista diferentes sobre o aquecimento global e outras questões actuais relacionadas. Foi neste âmbito que, a par da Prof. Doutora Solange Mendonça Leite, do Grupo Clima e Modelação Atmosférica, da UTAD, o presente autor e editor do Mitos Climáticos se viu também convidado a participar no evento, tendo tido o privilégio de ser o primeiro orador, com uma comunicação intitulada “Aquecimento Global: Mito ou Realidade?”. Por sua vez, a Prof. Solange M. Leite, apresentou a comunicação “As Alterações Climáticas são uma Ameaça à Vida Selvagem?”
Cada uma das comunicações teve uma duração de cerca de meia hora. Seguiu-se um debate com a participação da assistência que ocupava grande parte dos cerca de 300 lugares da Casa da Cultura de Mogadouro. Salienta-se a presença de muitos alunos convidados desta cidade que manifestaram uma atitude exemplar, destacada pelos estrangeiros presentes.
As duas comunicações deste módulo não se afastaram tanto entre si quanto o moderador admitia ao fazer a apresentação dos oradores. O debate foi realizado de modo elevado com abordagem das preocupações que actualmente fazem parte da generalidade da opinião pública. Sem esquecer, por exemplo, o caso da subida do nível dos oceanos.

OS ANIMAIS E O PODER DE PREVER CATÁSTROFES NATURAIS




26/05/2008 - Os animais têm a chave para prever terremotos, segundo sobreviventes

ANGSHAN, China, 26 Mai 2008 (AFP) - Na opinião de sobreviventes do violento terremoto de Tangshan ocorrido em 1976, perto de Pequim, poderiam ter sido evitadas as mortes no tremor que abalou a província chinesa de Sichuan no dia 12 de maio passado, se as pessoas tivessem prestado mais ateção ao estranho comportamento dos animais.O terremoto que estremeceu há mais de 30 anos o norte da China havia reunido vários sinais premonitórios, asseguram hoje em dia os que sobreviveram à catástrofe.Os cães ladraram selvagemente durante horas antes de o sismo golpear a região às 03H42 da madrugada, recorda Fu Wenran, que perdeu a esposa junto com outras 240.000 pessoas no dia 28 de julho de 1976.Os ratos e as serpentes se agitaram, saindo de suas tocas, como se estivessem enlouquecidos. Os cavalos e as vacas davam coices contra as paredes dos estábulos."Os animais tentavam nos dizer alguma coisa. Se tivéssimos sabido, não teria morrido tanta gente", lamenta Fu.Para ele, assim como para muitos sobreviventes do sismo de Tangshan, seria também preciso ter sabido "ouvir" os animais antes do tremor de Sichuan, no sudoeste do país, que deixou pelo menos 86.000 mortos e desaparecidos.Vários dias antes, centenas de milhares de sapos deixaram a cidade de Mianyang, perto do epicentro. Hoje, muitos vêem neste êxodo um sinal premonitório, como se reflete nos blogs da internet.Embora seja difícil vincular com certeza ambos os fenômenos, os cientistas admitem que os animais, sensíveis a ondas sonoras, possam pressentir a iminência deste tipo de catástrofe."Há estímulos físicos e químicos que emanam da terra antes de um terremoto e provavelmente são sentidos pelos animais", explica George Pararas-Carayannis, químico e oceanógrafo, presidente da Tsunami Society, com sede em Honolulu."Ao final de tudo, o estudo do comportamento dos animais poderia servir para desenvolver melhores instrumentos de detecção para previsões a curto prazo", estima.Os cientistas podem detectar sinais que elevam as possibilidades de que um terremoto ocorra, como as pressões sísmicas, as inclinações do solo ou as modificações dos campos magnéticos. Mas, até agora, estas técnicas não permitiram prever com exatidão um fenômeno destas características.Nos anos 60, uma equipe de especialistas chegou à China para efetuar um estudo sobre a possível relação entre os comportamentos animais e os tremores. Em 1975, foi constatado, com incrível precisão, um tremor de magnitude 7,3 em Liaoning, uma província no noreste da China.Mas a bibliografia sobre o assunto ainda é insuficiente para confiar totalmente na atitude dos animais, como prevenção, estima Huang Zhujian, o então dirigente dessa equipe."Sabemos que os animais podem sentir a chegada de um sismo, mas isto só pode ser um indício suplementar. Continuamos dependendo, principalmente, dos metódos geológicos", apesar de sua incapacidade de poder detectar esses fenômenos com antecedência, admite.