05/06/2003 - 06h52
Entenda os terremotos e como eles afetam o planeta
Um terremoto é um tremor de terra que pode durar segundos ou minutos. Ele é provocado por movimentos na crosta terrestre, composta por enormes placas de rocha (as placas tectônicas). O tremor de terra ocasionado por esses movimentos é também chamado de "abalo sísmico".
Essas placas se movimentam lenta e continuamente sobre uma camada de rocha parcialmente derretida, ocasionando um contínuo processo de pressão e deformação nas grandes massas de rocha. Quando duas placas se chocam ou se raspam, elas geram um acúmulo de pressão que provoca um movimento brusco. Há três tipos de movimentos: convergente (quando duas se chocam), divergente (quando se movimentam em direções contrárias) e transformante (separa placas que estão se deslocando lateralmente).
Alterações no relevo
Os movimentos convergente e divergente das placas provoca alterações no relevo. A cada choque, a placa que apresenta menor viscosidade (mais aquecida) afunda sob a mais viscosa (menos aquecida). A parte que penetra tem o nome de zona de subducção.
No oeste da América do Sul, por exemplo, o afundamento da placa de Nazca sob a placa continental originou a cordilheira dos Andes.
Medição
Os sismógrafos são instrumentos utilizados para registrar a hora, a duração e a amplitude de vibrações dentro da Terra e do solo.
Eles são formados por um corpo pesado pendente a uma mola, que é presa a um braço de um suporte preso num leito de rocha. Se a crosta terrestre é abalada por um terremoto, o cilindro se move e o pêndulo, pela inércia, se mantém imóvel e registra em um papel fotográfico as vibrações do solo.
Os terremotos são classificados principalmente pela escala de Richter, fórmula matemática que determina a largura das ondas.
A escala de Richter não tem limite máximo. De forma geral, terremotos com magnitudes de 3.5 ou menos são raramente percebidos; de 3.5 a 6.0 são sentidos e causam poucos danos; entre 6.1 e 6.9, podem ser destrutivos e causar danos em um raio de cem quilômetros do epicentro; entre 7.0 e 7.9, causam danos sérios em áreas maiores; e de 8 em diante são destrutivos por um raio de centenas de quilômetros.
Há também a escala Mercalli, menos usada, com valores que vão de zero a 12 pontos. Menos precisa, a escala classifica os terremotos de acordo com o seu efeito sobre construções e estruturas.
No Brasil
O Brasil fica em cima de uma grande e única placa tectônica, ao contrário de outros países como os Estados Unidos e Japão. Nesses locais, existe o encontro de duas ou mais placas. As falhas entre elas são, normalmente, os locais onde acontecem os terremotos maiores.
No Brasil, as falhas são apenas pequenas rachaduras causadas pelo desgaste na placa tectônica, que levam a pequenos tremores, como os que aconteceram em Brasília (DF), em 2000, em Porto dos Gaúchos (MT), o mais recente, em 1998, e em João Câmara (RN), em 1986 e em 1989.
Além disso, em alguns Estados brasileiros são registrados tremores de terra. Os abalos são reflexos de terremotos com epicentro em outros países da América Latina.
Além dos tremores citados acima, muitos outros aconteceram no Brasil, inclusive, com vítimas, que ocorreu em dezembro de 2007, no estado de Minas Gerais.
"O tremor de terra que atingiu a localidade de Caraíbas, no município de Itacarambi, no norte de Minas Gerais, atingiu 4.9 na escala Richter, que vai de 0 a 9. O tremor já é considerado pelos pesquisadores do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Unb) como um dos 20 maiores abalos que atingiram o País e o pior em relevância, porque registrou uma vítima fatal, o que não havia acontecido antes."
Agora, recentemente, tivemos alguns tremores sentidos no Nordeste brasileiro, como na Paraíba e Rio Grande do Norte.