16 agosto 2008

COM 6.992 KM, O AMAZONAS É O RIO MAIS EXTENSO DO MUNDO


18/07/2008 - Rio Amazonas o mais extenso do mundo, segundo nova medição


Manuela Martinez - Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Em meio às freqüentes notícias de devastação de florestas e conflitos envolvendo fazendeiros e indígenas, a Amazônia recebeu, afinal, uma notícia boa e de repercussão internacional em julho de 2008. Depois de 16 anos de pesquisas, cientistas do Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, informaram que o rio Amazonas é o mais extenso do mundo, superando o Nilo, no Egito, em 140 quilômetros.Durante muitas décadas, os livros de geografia informaram que o rio Amazonas, que nasce na Cordilheira dos Andes (Peru), tinha 6.400 km, contra 6.650 km do Nilo, um dos mais famosos e conhecidos rios do mundo.Depois de analisarem imagens de satélite e de uma pesquisa feita na cordilheira dos Andes, os cientistas do Inpe anunciaram que o Amazonas é bem maior - a diferença foi de 592 km, um pouco mais do que a distância entre São Paulo e Rio de Janeiro. Portanto, segundo o Inpe, o rio Amazonas possui, na realidade, uma extensão de 6.992 km.Para efeitos de comparação, os mesmos critérios utilizados na medição do Amazonas também foram utilizados no Nilo. O resultado revelou que o Nilo, rio que exerceu um papel preponderante no desenvolvimento do Antigo Egito, também é maior do que se supunha - possui 6.852 km, ante os 6.650 km publicados pelos livros de geografia e história. O Nilo atravessa três países do continente africano: Egito, Sudão e Uganda.
Os rios mais extensos do mundo
Amazonas/Brasil - 6.992 km
Nilo/Egito - 6.852 km
Yang Tsé/China - 6.380 km
Mississipi-Missouri/Estados Unidos - 6.270 km
Yensei/Rússia - 5.550 km

O trabalho desenvolvido pelos cientistas do Inpe já foi reconhecido por duas entidades sul-americanas: o Instituto Nacional Geográfico do Peru e a Agência Nacional de Águas. Ainda em 2008, o estudo será apresentado oficialmente à comunidade científica, durante o Simpósio Latino-Americano de Sensoriamento Remoto.

O Inpe também vai enviar a conclusão dos estudos à Royal Geographical Society e à National Geographic Society, entidades responsáveis pela primeira medição dos rios Amazonas e Nilo.
Curiosidades
Além de ser o mais extenso e o mais caudaloso rio do mundo, o Amazonas pode ser traduzido por outros grandes números: sua profundidade máxima é de 100 metros, o que equivale a um edifício de 33 andares. O volume de água que despeja no mar é de 200 mil metros cúbicos por segundo e o seu trecho de maior largura possui 50 km.Depois do Amazonas e do Nilo, os três maiores rios do mundo são o Yang-Tse, na China, com 6.380 km, o Mississipi-Missouri, nos Estados Unidos, com 6.270 km e o Yenisei, na Rússia, com 5.550 km.

Foto: The Amazon River - Fotógrafo: Jeff Rotman

IMPACTOS AMBIENTAIS - UM PROBLEMA MUITO SÉRIO - A EROSÃO - POST 3



c) Erosão
Outro impacto sério causado pela agricultura é a erosão do solo, principalmente na zona tropical do planeta. O revolvimento do solo antes do cultivo desagrega-o, facilitando o carreamento dos minerais pela água das chuvas. A perda de milhares de toneladas de solo agricultável todos os anos, em conseqüência da erosão, é um dos mais graves problemas enfrentados pela economia agrícola. O processo de formação de novos solos, como resultado do intemperismo das rochas, é extremamente lento, daí a gravidade do problema. Toda atividade agrícola favorece o processo erosivo, mas algumas culturas facilitam-no mais que outras.
O combate à erosão
Com o objetivo de anular, ou pelo menos minimizar, os problemas causados pela erosão em áreas agrícolas, foram desenvolvidas técnicas:



- Terraceamento: consiste em fazer cortes formando degraus - os terraços - nas encostas das montanhas, o que, além de possibilitar a expansão das áreas agrícolas em países montanhosos e populosos, dificulta, ao quebrar a velocidade de escoamento da água, o processo erosivo. Essa técnica é muito comum em países asiáticos, como a China, o Japão, a Tailândia; o Nepal, etc.

- Curvas de nível: esta técnica consiste em arar o solo e depois fazer a semeadura seguindo as cotas altimétricas do terreno, o que por si só já reduz a velocidade de escoamento superficial da água da chuva. Para reduzi-la ainda mais, é comum a construção de obstáculos no terreno, espécies de canaletas, com terra retirada dos próprios sulcos resultantes da aração. Com esse método simples, a perda de solo agricultável é sensivelmente reduzida. O cultivo seguindo as curvas de nível é feito em terrenos com baixo declive, propício a mecanização. É comum em países desenvolvidos, onde a agricultura é bastante mecanizada: Grandes Planícies, nos EUA e no Canadá; planície Champagne, na França; Grande Bacia Australiana, etc.
- Associação de culturas: em cultivos que deixam boa parte do solo exposto à erosão (algodão, café, etc.), é comum plantar, entre uma fileira e outra, espécies leguminosas (feijão, por exemplo), que recobrem bem o terreno. Essa técnica, além de evitar a erosão, garante o equilíbrio orgânico do solo.

Fotos: 1 - Onion field where forest was just a few years ago soil is quickly washed away from steep slopes by frequent heavy rains, Barro Colorado Island, Panama; 2 - USA, Utah, Zion National Park, eroding limestone wall and small pine - Fotógrafo: William Smithey Jr -

Meus queridos leitores, neste quesito erosão, penso e sou testemunha de que o Plantio Direto, é, sem sombra de dúvidas o processo mais eficiente de cultivo agrícola, uma vez que incorporando os restos da cultura anterior ao solo, estamos, além de enriquecendo o solo, protegendo o mesmo da lavagem de sua superfície no período pós-colheita...protegendo-o também contra o aquecimento/ressecamento, principalmente na sua camada superficial, conservando e aumentando a sua fertilidade...favorecendo também a manutenção e proteção dos microorganismos que mantêm a vida do solo - O PLANTIO DIRETO É UM TIPO DE CULTIVO QE DEVERIA SER UTILIZADO SEMPRE, EM QUALQUER PARTE DO PLANETA E PARA QUAISQUER TIPOS DE CULTIVARES.

15 agosto 2008

ZONAS MORTAS NOS OCEANOS - O QUE FAZER?



As chamadas «zonas mortas» dos oceanos, com muito pouco oxigénio, estão a aumentar, com consequências graves para a vida marinha, revela um estudo que a Lusa revela.
«Apercebemo-nos que a hipoxia [baixo teor de oxigénio nos tecidos orgânicos] não é um problema local mas um problema global que tem graves consequências para os ecossistemas», alertou o especialista Robert Diaz, do Instituto de Ciência Marinha da Virgínia, nos Estados Unidos.
«Está a tornar-se um problema de tal magnitude, que começa a afectar os recursos que retiramos do mar para nos alimentarmos», adiantou.
Robert Diaz e um outro investigador, Rutger Rosenberg, apontam, na edição de hoje da revista Science, a existência no mundo de mais de 400 «zonas mortas», o dobro das estimativas avançadas pelas Nações Unidas há dois anos. Segundo os dois cientistas, a continuar este crescimento, deixará de haver no mar caranguejos, camarões ou peixes.
As novas zonas dos oceanos com muito pouco oxigénio têm sido detectadas na América do Sul, África e em parte da Ásia. A principal causa do fenómeno reside nas algas, que privam outras vidas marinhas de oxigénio, embora os cientistas apontem o dedo também aos adubos químicos, aos despejos de esgotos e à queima de combustíveis fósseis.

Foto: Ambiente com corais, esponjas, hidróides e o crinóide Gorgonocephalus eucnemis.fotógrafo: Alberto Lindner - Submersível Ilhas Aleutas, Alasca, EUA

14 agosto 2008

IMPACTOS AMBIENTAIS - POLUIÇÃO COM AGROTÓXICOS - POST 2

b) Poluição com agrotóxicos
A padronização dos cultivos, ou seja, o plantio de uma única espécie em grandes extensões de terra - nos EUA, por exemplo, há a predominância de determinada cultura em algumas regiões do país, definindo os cinturões (belts) do trigo (wheat-belt), do milho (corn belt), do algodão (cotton belt), etc. -, tem causado desequilíbrios nas cadeias alimentares preexistentes, favorecendo a proliferação de vários insetos, que se tornaram verdadeiras pragas com o desaparecimento de seus predadores naturais: pássaros, aranhas, cobras, etc. Por outro lado, a maciça utilização de agrotóxicos, na tentativa de controlar tais insetos, tem levado, por seleção natural (quando só se reproduzem os elementos imunes ao veneno), à proliferação de linhagens resistentes, forçando a aplicação de inseticidas cada vez mais potentes. Isso, além de causar doenças nas pessoas que manipulam e aplicam esses venenos e naquelas que consomem os alimentos contaminados, tem agravado a poluição dos solos. A utilização indiscriminada de agrotóxicos tem acelerado a contaminação do solo, empobrecendo-o, ao impedir a proliferação de microorganismos fundamentais para a sua fertilidade.

Foto: Soybean field, Roundup Ready, USA. - Fotógrafo: Inga Spence

No Brasil também, as culturas em grandes extensões, tais quais, plantações de soja, milho, arroz, trigo, algodão, etc., causam impactos ambientais e desequilíbrio no meio ambiente, uma vez, que inúmeros hectares cultivados com um único tipo de cultura, geram uma mudança nas características ambientais, tendo em vista que, os animais, as plantas e os insetos das regiões ocupadas, sofrem metamorfoses e se adaptam ao novo eco-espaço, ou migram para novas regiões ou são, simplesmente eliminados do seu habitat natural, provocando assim, uma dizimação da espécie, gerando em consequência, um novo ecossistema, com novas características. Estes novos ecossistemas são, normalmente, afetados pela contaminação provocada pela aplicação de defensivos agrícolas (agrotóxicos), muitas vezes, de modo inadequado ou excessivamente, gerando consequências desastrosas no meio ambiente local...ar, água e até mesmo o clima, principalmente em consequência do desmatamento, aterramento ou desvios de cursos naturais de água.

O prejuízo é sempre contabilizado para o meio ambiente e em consequência para a vida do planeta.

13 agosto 2008

A NATUREZA TEM PREÇO?


É possível estimar um valor monetário para a natureza?

Por Antonio Cristiano Vieira Cegana e Leonardo Barros Jianoti*

Atualmente essa é uma das perguntas mais freqüentes que intrigam ambientalistas e economistas de plantão. Em 2000, um grupo de pesquisadores liderados por Robert Constanza publicou na conceituada Revista Nature um artigo que estimava valores monetários para as áreas naturais ainda conservadas em todo mundo. Que valor era esse? Simplesmente 33 trilhões de dólares, valor que representa 82% do valor de tudo que foi produzido no mundo em 2005 (PIB Mundial**).
Eles se basearam no conceito de bens e serviços ecossistêmicos e quanto aquilo custaria se tivesse que ser fornecido artificialmente. Por serviços ecossistêmicos entendem-se funções desempenhadas pelos ecossistemas e que nos trazem benefícios direta e indiretamente. Estes incluem serviços de abastecimento, como comida, água, madeira e fibra; de regulação, como efeitos do clima, enchentes, doenças, secas e qualidade da água; culturais, provendo recreação, benefícios estéticos e espirituais; e de suporte, como formação do solo, fotossíntese e ciclo dos nutrientes.
Segundo o estudo, a valoração é dada pelo efeito substituição, ou seja, quanto custaria um regulador climático tão eficiente quanto o que a Terra oferece através das florestas?
Considerando essa questão, é mais inteligente preservar nossas áreas naturais (e conseqüentemente seus bens e serviços ecossistêmicos) do que desmatar e utilizar o recurso no curto prazo.
Nessa linha de raciocínio, a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza lançou o Projeto Oásis que visa proteger os mananciais responsáveis pelo abastecimento de aproximadamente 4 milhões de pessoas da cidade de São Paulo utilizando uma ferramenta de forte apelo econômico: pagamentos por serviços ecossistêmicos.
O Projeto investe na proteção dos mananciais realizando pagamentos aos proprietários que se comprometem a conservar suas áreas naturais. Por meio de contratos de premiação por serviços ecossistêmicos, as propriedades são semestralmente monitoradas para garantir a qualidade ambiental dos fragmentos.
Entre os maiores desafios estão a dificuldade em encontrar áreas com remanescentes florestais em boa qualidade e a ainda instigante valoração econômica dos serviços ecossistêmicos prestados pelas áreas naturais.
Nesse projeto o valor foi referenciado nos serviços prestados pela área natural preservada em relação ao: i) armazenamento de água (R$99,00/hectare/ano); ii) manutenção da qualidade da água (R$75,00/hectare/ano); e, iii) controle de erosão (R$196,00/hectare/ano), totalizando R$370,00/hectare/ano.
Atualmente, são 9 propriedades contratadas que, somadas, correspondem a 332,4 ha de vegetação nativa protegida. Esses resultados preliminares apontam para o importante papel que programas de pagamentos por serviços ecossistêmicos podem assumir na complementação de políticas públicas de conservação de áreas naturais.
Essas iniciativas demonstram a crescente maturidade do movimento ambientalista mundial, seja pelas ONGs, empresas ou governos. Ao mesmo tempo, os serviços ecossistêmicos mostram uma grande e promissora forma de diálogo entre economia e meio ambiente, onde todos serão beneficiados.
* Engenheiro Agrônomo, M. Sc Antonio Cristiano Vieira Cegana – Analista de Projetos Ambientais da Fundação O Boticário de Proteção a NaturezaEconomista, Leonardo Barros Jianoti - Analista de Projetos Ambientais da Fundação O Boticário de Proteção a Natureza
** Indicador: PIB Mundial 2005 – Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU – 2006 – http://www.pnud.org.br/

12 agosto 2008

IMPACTOS AMBIENTAIS - SÉRIE DE 8 POSTS.



Impacto ambiental deve ser entendido como um desequilíbrio provocado por um choque, um "trauma ecológico", resultante da ação do homem sobre o meio ambiente. No entanto, pode ser resultado de acidentes naturais: a explosão de um vulcão, o choque de um meteoro, um raio, etc. Mas devemos dar cada vez mais atenção aos impactos causados pela ação do homem.

Mas quem é esse homem genérico, agente vago que muitas vezes é responsabilizado por tudo? Quando dizemos que o homem causa os desequilíbrios, obviamente estamos falando do sistema produtivo construído pela humanidade ao longo de sua história. Estamos falando particularmente do capitalismo.

Podemos diferenciar os impactos ambientais em escala local, regional e global. Podemos também separá-los naqueles ocorridos em um ecossistema natural, em um ecossistema agrícola ou em um sistema urbano, embora um impacto, à primeira vista ocorrido em escala local, possa Ter também conseqüências em escala global. Por exemplo, a devastação de florestas tropicais por queimadas para a introdução de pastagens pode provocar desequilíbrios nesse ecossistema natural: extinção de espécies animais e vegetais, empobrecimento do solo, assoreamento dos rios, menor índice pluviométrico, etc., mas a emissão de gás carbônico como resultado da combustão das árvores vai colaborar para o aumento da concentração desse gás na atmosfera, agravando o "efeito estufa". Assim, os impactos localizados, ao se somarem, acabam tendo um efeito também em escala global. Veremos agora os principais impactos ambientais no mundo hoje:

a) Desmatamento de florestas

As principais conseqüências do desmatamento são:

- Destruição da biodiversidade;

- Genocídio e etnocídio das nações indígenas;

- Erosão e empobrecimento dos solos;

- Enchente e assoreamento dos rios;

- Diminuição dos índices pluviométricos;

- Elevação das temperaturas;

- Desertificação;

- Proliferação de pragas e doenças.

A primeira conseqüência do desmatamento é a destruição da biodiversidade, como resultado da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies vegetais e animais. As florestas tropicais tem uma enorme biodiversidade e um incalculável valor para as futuras gerações. Muitas espécies que podem ser a chave para a cura de doenças, usadas na alimentação ou como novas matérias-primas, são totalmente desconhecidas do homem urbano-industrial e correm o risco de serem destruídas antes mesmo de conhecidas e estudadas. Esse patrimônio genético é bastante conhecido pelas várias nações indígenas que habitam as florestas tropicais, notadamente a Amazônia. Mas essas comunidades nativas também estão sofrendo um processo de genocídio e etnocídio que tem levado à perda de seu patrimônio cultural, dificultando, portanto, o acesso aos seus conhecimentos.

Um efeito muito sério, local e regional, do desmatamento é o agravamento dos processos erosivos. A erosão é um fenômeno natural, que é absorvido pelos ecossistemas sem nenhum tipo de desequilíbrio. Em uma floresta, as árvores servem de anteparo para as gotas das chuvas, que escorrem pelos seus troncos, infiltrando-se no subsolo. Além de diminuir a velocidade de escoamento superficial, as árvores evitam o impacto direto das chuvas como o solo e suas raízes ajudam a retê-lo, evitando a sua desagregação. A retirada da cobertura vegetal expõe o solo ao impacto das chuvas. As conseqüências dessa interferência humana são várias:- aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento dos solos, como resultado da retirada de sua camada superficial e, muitas vezes, acaba inviabilizando a agricultura;- assoreamento de rios e lagos, como resultado da elevação da sedimentação, que provoca desequilíbrios nesses ecossistemas aquáticos, além de causar enchentes e, muitas vezes, trazer dificuldades para a navegação;- extinção de nascentes: o rebaixamento do lençol freático, resultante da menor infiltração da água das chuvas no subsolo, muitas vezes pode provocar problemas de abastecimento de água nas cidades e na agricultura;- diminuição dos índices pluviométricos, em conseqüência do fenômeno descrito acima, mas também do fim da evapotranspiração. Estima-se que metade das chuvas caídas sobre as florestas tropicais são resultantes da evapotranspiração, ou seja, da troca de água da floresta com a atmosfera;- elevação das temperaturas locais e regionais, como conseqüência da maior irradiação de calor para a atmosfera a partir do solo exposto. Boa parte da energia solar é absorvida pela floresta para o processo de fotossíntese e evapotranspiração. Sem a floresta, quase toda essa energia é devolvida para a atmosfera em forma de calor, elevando as temperaturas médias;- agravamento dos processos de desertificação, devido à combinação de todos os fenômenos até agora descritos: diminuição das chuvas, elevação das temperaturas, empobrecimento dos solos e, portanto, acentuada diminuição da biodiversidade;- redução ou fim das atividades extrativas vegetais, muitas vezes de alto valor socioeconômico. É importante perceber que, muitas vezes, compensa mais, em termos sociais, ambientais e mesmo econômicos, a preservação da floresta, que pode ser explorada de forma sustentável, do que sua substituição por outra atividade qualquer;- proliferação de pragas e doenças, como resultado de desequilíbrios nas cadeias alimentares. Algumas espécies, geralmente insetos, antes em nenhuma nocividade, passam a proliferar exponencialmente com a eliminação de seus predadores, causando graves prejuízos, principalmente para a agricultura.

Além desses impactos locais e regionais da devastação das florestas, há também um perigoso impacto em escala global. A queima das florestas, seja em incêndios criminosos, seja na forma de lenha ou carvão vegetal para vários fins (aliás, a queima de carvão vegetal vem aumentando muito na Amazônia brasileira, como resultado da disseminação de usinas de produção de ferro gusa, principalmente no Pará), tem colaborado para aumentar para aumentar a concentração de gás carbônico na atmosfera. É importante lembrar que esse gás é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.Fonte: http://pessoal.educacional.com.br/up/4770001/1306260/t137.asp

11 agosto 2008

A IMPORTÂNCIA DA ARAUCÁRIA E A TENTATIVA DE SALVAR ESTA ESPÉCIE DEVASTADA


SOS Mata de Araucária - agosto/2004

Maura Campanili

Revista Terra da Gente - Campinas-SP


A mais bela e imponente árvore do Sul do Brasil ainda tem alguma chance, antes de desaparecer de nossas paisagens?
O porte e a beleza da copa da araucária denunciam, logo ao primeiro olhar, a nobreza e a importância da espécie, símbolo do estado do Paraná e presença obrigatória nas fantásticas paisagens de inverno do planalto gaúcho à Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais. Conhecida como pinheiro-brasileiro ou pinheiro-do-Paraná, a Araucaria angustifolia é uma planta muito antiga e chegou a responder por mais de 40% das árvores existentes na chamada Floresta Ombrófila Mista, por isso mesmo conhecida co-mo Mata de Araucárias. A predominância não é gratuita: espécie pioneira, a araucária funciona co-mo uma manjedoura, cuja proteção permite o crescimento das demais espécies ao seu redor, de árvores frondosas a pequenas ervas e até fungos, musgos e líquens.

Além das plantas, os animais e mesmo parte da cultura brasileira dependem da araucária. Um dos pratos típicos das festas juninas, no Sul e Sudeste, o fruto do pinheiro - o pinhão - também está no cardápio obrigatório da fauna desse ecossistema. O pinhão é a principal fonte de alimento no inverno, quando quase não existem outras frutas disponíveis nos ambientes de clima subtropical e temperado úmido brasileiros. Por isso é procurado por ratos-do-mato, cotias, pacas, capivaras, ouriços, e muitas aves, entre as quais se destacam o papagaio-charão e a gralha-azul.

A questão é que a araucária ainda produz a melhor madeira branca, de fibra longa, da flora brasileira. É leve e ideal para vigamentos em construções e qual-quer uso em locais não expostos à chuva. Por conta disso, rapidamente se tornou importante pa-ra o desenvolvimento econômico e por um século sustentou uma exploração desenfreada, até sua exaustão. Calcula-se que, somen-te de 1930 até hoje, cerca de 100 milhões de árvores da espécie fo-ram derrubadas, aproximando a araucária da extinção. Exemplares muito antigos, matrizes importantes, de até 50 metros de altura e 2,5 metros de diâmetro, foram ao chão, sem qualquer pre-ocupação com a renovação natural daquelas matas. Junto com a araucária, costumam ser derrubadas outras madeiras de lei - como a imbuia e o cedro - também visadas pelas serrarias.

Com as áreas naturais da Mata de Araucária super reduzidas, a lista de espécies animais e vegetais ameaçadas de desaparecer não pára de aumentar. São árvores como a canela sassafrás (Ocotea pretiosa), a canela-preta (Ocotea catarineneses) e a imbuia (Ocotea porosa) e plantas como o xaxim (Alsophila setosa). Entre os animais, além da gralha-azul (Cyanocorax caeruleus), estão amea-çados o macuco (Tinamus solitarius), os inambus (gênero Crypturelus) e a jacutinga (Pipile jacutinga), entre muitos outros.

A Mata de Araucária é considerada parte do Domínio da Ma-ta Atlântica - a extensa área em todo o leste do Brasil originalmente coberta por florestas inin-terruptas. Chegou a cobrir cerca de 185.000 km2 da região Sul do Brasil, ocupando 37% do estado do Paraná, 31% de Santa Catarina e 25% do Rio Grande do Sul, em áreas contínuas, além de se encontrar dispersa ou em matas menores e descontínuas nas regiões serranas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Menos de 100 anos de exploração desordenada reduziram essa floresta a 5% de sua área original, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Do que resta, apenas 0,7% pode ser considerado como 'áreas primitivas'.

"Embora existam plantas semelhantes no Chile, a araucária é endêmica do Brasil, ou seja, só existe aqui, o que aumenta a responsabilidade da comunidade brasileira. Atualmente, a espécie sofre pressões até dos remédios adotados para sua sobrevivência, como a legislação tão rigorosa que interdita totalmente o corte", diz o professor Flávio Zanette, do programa de pós-graduação em produção vegetal da Universidade Federal do Paraná (UFPR). "Antigamente, o agricultor ia para a roça jogando pinhões no chão. Seu neto, hoje em dia, onde vê araucária nascendo, arranca, porque se deixar crescer não poderá cortá-la. A araucária, para ele, será um problema de espaço. Nem nos quintais, na cidade, se planta mais. E qualquer espécie sem renovação, mesmo que dure 300 anos - e algumas araucárias chegam a mais de 500 - está fadada a desaparecer. Todos os anos, 1% das araucárias morrem naturalmente. Se não houver pelo menos 1% de natalidade, ela será extinta".Além da perda natural e da falta de novos indivíduos, a araucária continua a ser cortada. "A cultura madeireira, tanto no Paraná como em Santa Catarina, onde estão os principais remanescentes, ainda é muito forte", conta Clóvis Borges, diretor-executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). "Ver-se livre de uma floresta 'inútil' para utilizar seus recursos florestais e usar a área para agricultura ou monocultura de árvores (reflorestamento) é considerado normal".

Segundo Borges, o reflorestamento de pinus (Pinus elliottii), pinheiro originário dos Estados Unidos, é a maior ameaça ao pouco que resta de araucárias no Paraná. "Atualmente, a monocultura de pinus ocupa cerca de 700 mil hectares, mas as perspectivas dos setores madeireiros - papel e celulose e móveis - é triplicar a produção nos próximos 10 a 15 anos e, para tanto, está sendo implantado um grande parque industrial que vai precisar de muita matéria prima.

"Conforme o ambientalista, as grandes empresas desistiram de comprar terras e agora fazem acordo com os proprietários, fornecendo mudas, plantando e garantindo mercado. O único foco de resistência são os adeptos da agrofloresta e agricultura orgânica, que também vêm se multiplicando. "Com isso, as grandes madeireiras que, por muito tempo, derrubaram a mata nativa, hoje, no máximo, estão induzindo os proprietários a desmatar. O que sai de madeira de araucária é de madeireiras de fundo de quintal, clandestinas, que estão comendo pelas bordas áreas já pequenas", diz. E a plantação de soja ainda é outro fator de pressão, no Paraná.Em Santa Catarina, as principais causas de desmatamento, de acordo com Miriam Prochnow, coordenadora da Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), são a exploração madeireira por meio de planos de manejo autorizados por órgãos governamentais; a expansão de monoculturas de pinus e eucaliptos; a instalação de assentamentos rurais em área de floresta e a expansão de atividades agropecuárias em pequenas, médias e grandes propriedades. "Temos ainda o caso específico de ricos fragmentos identificados nas fazendas Guamirim-Gateado e Madalena, no planalto catarinense, onde é iminente o enchimento do lago da Usina Hidrelétrica Barra Grande, no rio Pelotas, na divisa com o Rio Grande do Sul. Essa barragem foi autorizada com base em um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) irregular, pois afirmava que na área do futuro lago não havia floresta. No entanto, no final de 2003, o empreendedor entrou com pedido de autorização de desmatamento de 8 mil hectares de floresta, dos quais 2.500 de mata nativa", afirma.

Apesar da situação crítica, a Mata de Araucária continua mal protegida legalmente, sendo o Parque Nacional de São Joaquim, em Santa Catarina, uma das principais áreas de preservação. Na tentativa de corrigir essa falha, em 2002, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) criou um grupo de trabalho para propor medidas de preservação e recuperação desse ecossistema em Santa Catarina. Após um levantamento de onde estão e qual a situação dos remanescentes, "a conclusão foi que a floresta ombrófila mista está no fim e, se não for criada, imediatamente, uma série de unidades de preservação, corre-se um grande risco de perder esse ecossistema", explica Miriam, uma das coordenadoras do grupo. "Os raros remanescentes florestais nativos são de dimensões reduzidas, encontram-se isolados e com evidentes alterações estruturais".

A principal recomendação do estudo foi criar um corredor ecológico ligando as áreas remanescentes de Santa Catarina e do Paraná, através de unidades de conservação de proteção integral, associadas com Áreas de Preservação Ambiental (APAs) e Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIEs), onde as atividades econômicas são permitidas, mas devem seguir regras rigorosas.Assim, ainda em dezembro de 2002, quatro áreas no Paraná e três em Santa Catarina foram consideradas áreas prioritárias para criação de unidades de conservação: Água Doce, Abelardo Luz e Ponte Serrada, em Santa Catarina, e, no Paraná, Tumeiras do Oeste, Candói, Palmas e Guarapuava, a maior delas, com apenas 120 mil hectares.Segundo o biólogo João de Deus Medeiros, diretor do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), inicialmente as portarias suscitaram reações negativas em alguns setores, pois continham restrições severas ao cultivo de essências exóticas. Ao assumir o MMA, a ministra Marina Silva retirou as restrições de cultivo, mas manteve a idéia das unidades de conservação. E agora uma força tarefa, formada por técnicos dos governos federal e estaduais, universidades e ongs, trabalha contra o tempo para garantir que a proteção saia antes de as araucárias virem abaixo. Conforme João Paulo Capobianco, secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, até o fim do ano as unidades de conservação estarão definidas. "Mas o esforço não é só para criar áreas de preservação, e sim ter uma política para proteção do que sobrou e para recuperar a Mata de Araucária".

Criar áreas protegidas por lei, porém, não é suficiente para garantir a sobrevivência das araucárias, pois a qualidade dos poucos remanescentes está bastante comprometida. Em Santa Catarina, o único trecho onde as características estruturais da floresta ombrófila mista foram mantidas é Ponte Serrada, com 7.947 hectares. Os demais já estão muito alterados. "Em algumas matinhas praticamente não existe mais araucária. Há evidências que as principais madeiras, como imbuia, cedro e as canelas, também foram retiradas. Restou apenas o sub-bosque. Atualmente, mesmo incluindo os remanescentes comprometidos, não existe mais do que 0,5% de matas naturais desse ecossistema em Santa Catarina. No Paraná, as últimas estimativas falam em 0,8%, mas talvez esse número já esteja subestimado, pois o ritmo de desmatamento é alto", alerta Medeiros.

Para dar uma idéia da dimensão do problema, o biólogo conta que, apenas na última semana de junho, foram detectados 260 focos de desmatamento de ombrófila mista em Santa Catarina. Duas autuações em um só dia somavam 660 hectares derrubados. "Estamos diante de um impasse, pois a capacidade de reação do estado não é condizente com a situação", avalia.

Outra conseqüência do desmatamento acelerado é a perda genética das araucárias. Um estudo da UFSC, comparando os remanescentes primários de Mata de Araucária com as áreas exploradas, mostrou uma perda de mais de 50% na variabilidade genética destas. Pior, os madeireiros, ao entrar na mata, retiram as melhores árvores - maiores, mais retilíneas - e deixam para trás apenas os indivíduos inferiores. "Hoje, há locais onde até os piores espécimes também foram retirados. Por isso precisamos achar indivíduos superiores para funcionar como matrizes e usar técnicas de biotecnologia para recuperar as áreas", defende Medeiros.

A clonagem das araucárias pode acelerar essa multiplicação dos melhores indivíduos. Desde 1986, pesquisas nesse sentido são desenvolvidas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e, agora, os primeiros resultados começam a aparecer. "Há cerca de dois anos, conseguimos a primeira frutificação de uma araucária clonada, um indivíduo de 11 anos de idade, plantado em Criciúma", comemora o professor Flávio Zanette. "Neste ano, o primeiro pinheiro macho - clonado em 1988 e plantado no Parque Cachoeira, em Araucária, na Grande Curitiba - deu as primeiras flores".

Com esses dois clones, macho e fêmea, é possível fechar o ciclo reprodutivo da espécie. Mas ainda é preciso esperar 2,5 anos entre a formação do botão, a polinização e o amadurecimento do pinhão. "Com as plantas clonadas reproduzindo, entramos na última fase da pesquisa, que consiste em fazer cruzamentos dirigidos para melhorar os descendentes. Para isso, estamos contando com apoio da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), que nos cede as plataformas de manutenção de energia elétrica para subirmos até a copa das árvores. Vamos colher pólen em Lages, trazer para cruzar com a pinheira em Curitiba e fazer o trabalho antes realizado pelo vento", acrescenta Zanette. Toda essa manobra viabiliza casamentos antes impensáveis. Como uma agência de casamento, a biotecnologia é capaz de garantir os melhores noivos e noivas para árvores sem muita escolha em seu local de origem. Em que pese todo um passado predatório, o homem talvez assim consiga, quem sabe, reverter a erosão genética da exaurida araucária.
Uma ave como aliada

A gralha-azul, declara-da a ave símbolo do Paraná, é considerada pela cultura popular a maior aliada das matas de araucárias. Reza a lenda que a ave se alimenta dos pinhões de araucária e depois de saciar a fome, por ser previdente, enterra uma certa quantidade de pinhões em diferentes lugares, para serem comidos mais tarde, quando a safra das pinhas tiver terminado. Algumas sementes são esquecidas e germinam, dando origem aos novos pinheiros.

De fato, não por previdência, mas por hábito, a gralha-azul é um agente dispersor das sementes de araucária. Durante a atividade de alimentação, ela transporta o pinhão de uma árvore para outra e muitas vezes deixa-o cair no chão, facilitando a germinação distante da árvore-mãe. E, assim como outros corvídeos, ela também tem o hábito de armazenar alimento, esconden-do sementes em plantas epífitas e fendas em troncos de árvores que, esquecidas, germinam nesses locais.

O pinhão também atrai outros animais, graças às suas qualidades nutricionais e à frutificação de inverno, uma época de escassez em matas nativas. Cada pinheiro produz, no mínimo, 50 kg de pinhões por ano e alguns podem passar de 100 kg. Não é à toa que à sua volta se reúne a mais diversificada fauna, atrás do amido e de nutrientes essenciais à vida.
O incentivo virou crime

O corte de qualquer árvore de araucária hoje é proibido por lei, por conta de uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). As autoriza-ções de corte para espécies ameaçadas de extinção da Mata Atlântica estão suspensas enquanto não são estabelecidos critérios científicos capazes de ga-rantir o manejo sustentável dessas espécies. No entanto, essas restrições têm sido burladas através de uma Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente que autoriza o corte de árvores nativas plantadas. "Quase 100% das informações de corte em Santa Catarina são de araucária e a verificação em campo mostra que a maior parte é falsa, pois são áreas naturais e não árvores plantadas", diz a coordenadora da Rede Mata Atlântica, Miriam Proch-now. Apenas no ano passado, quase um milhão de árvores de araucárias foram derrubadas legalmente, com base nesse tipo de autorização.Segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco, a idéia da resolução era boa, pois pretendia incentivar o plantio de árvores nativas. "Infelizmente, pessoas que operam na criminalidade ambiental acharam aí uma brecha para esquentar madeira. Estamos estudando uma forma de fechar essa porta, sem voltar atrás na parte boa da idéia e sem prejudicar quem plantou araucárias", comenta.

Além deste, não há outros incentivos legais para quem queira plantar ou preservar araucárias. No Paraná, o governo do Estado tem em mãos uma proposta da entidade ambientalista SPVS de dar desconto no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para empresas que investirem na conservação da espécie. "Nossa idéia é aproximar empresários de proprietários que ainda tenham áreas de araucária para remunerá-los pelo serviço ambiental que estão prestando.

Con-seguimos, no ano passado, uma experiência simbólica, onde o Grupo Positivo adotou uma propriedade de 131 hec-tares da Mata do Uru, um trecho de floresta de araucária em bom estado de conservação, no município da Lapa.

Existem várias áreas de araucárias no Paraná como esta, em propriedades privadas, cujo dono não tem recursos para manter. Nossa intenção é promover sua adoção por empresas", explica Clóvis Borges, da SPVS. Com a adoção, o proprietário da área passa a ter os recursos necessários para desenvolver um trabalho de preservação e um plano de manejo da área. "Por que não criar uma espécie de Lei Rouanet para os 0,8% que restam de florestas nativas de araucárias? São nestas pequenas e poucas áreas que ainda resta a biodiversidade desse ecossistema, ou seja, a receita do bolo que, se for perdida, não poderá mais ser reproduzida".

Para garantir que iniciativas, governamentais ou não, impeçam a extinção das araucárias, a Rede Mata Atlântica mantém a campanha SOS Araucárias, que pode ser acessada no site www.rma.org.br/sos_araucarias/ .
Recuperação é possível

Uma experiência desenvolvida pela Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (Apremavi), em Santa Catarina, mostra a viabilidade econômica de se recuperar áreas com araucárias. O projeto consiste em enriquecer florestas secundárias, plantando espécies nativas para fins econômicos. A araucária é uma das espécies chaves. Junto com ela, são plantadas: a erva mate, para produção de folhas; a bracatinga, para lenha; a espinheira santa, de uso medicinal; o palmito juçara, de uso culinário, além de espécies madeireiras como a canafístula, o cedro, a tucaneira, o angico. Também entram na lista espécies de ciclo mais longo, importantes para a biodiversidade, como a imbuia, o sassafrás e a peroba.

No futuro, os pequenos proprietários poderão usar a araucária para coleta de pinhão e até para madeira. A primeira experiência foi implantada em uma pequena propriedade de 26 hectares, em Atalanta, onde as árvores já estão crescendo. A intenção dos ambientalistas é repetir a experiência, em pequenas propriedades, na região de Abelardo Luz e Ponte Serrada, onde deverão ser criadas unidades de conservação, como uma alternativa para os proprietários.

VULCÕES - SERÁ QUE OS CIENTISTAS ESTÃO NO CAMINHO CERTO?



Jennifer Carpenter - 10/08/2008 08:33

Robô vai explorar vulcões a 6 km de profundidade no mar


Cientistas querem conhecer vida próxima aos vulcões mais profundos do mundo.
Cientistas vão explorar os vulcões submarinos mais profundos do mundo, que ficam a seis quilômetros de profundidade no Caribe.
A exploração será feita com o robô submarino Autosub6000 desenvolvido por cientistas da Grã-Bretanha.
A equipe quer analisar e catalogar as formas de vida e as descobertas geológicas feitas pela sonda.
O líder da missão, o professor Jon Copley do Centro Nacional de Oceanografia de Southampton, disse que os cientistas vão explorar uma depressão que se formou quando a placa tectônica caribenha se separou da americana.
A área é conhecida como Depressão Cayman e fica entre a Jamaica e as Ilhas Cayman.
"É a maior depressão vulcânica do mundo e totalmente inexplorada", disse Copley à BBC.
Além do Autosub6000, os pesquisadores também vão utilizar o Isis, outro veículo submarino operado remotamente.
Espécies inéditas
O Autobus6000 será usado primeiro para achar as aberturas de vulcões no solo do oceano. Em seguida, o Isis vai analisar amostras de fluidos e sedimentos em torno dos vulcões, além de coletar amostras de formas de vida.
"Nós temos esperança de achar vários tipos diferentes de aberturas ao longo da depressão", disse Copley.
"Algumas das aberturas serão bastante semelhantes em profundidade às aberturas que nós já conhecemos, e, porque as condições serão parecidas, nós esperamos achar animais bem semelhantes."
Os pesquisadores vão comparar os animais em torno das aberturas com os achados no Atlântico e Pacífico, na esperança de entender melhor os processos que afetam as criaturas marinhas em altas profundidades.
"O oceano profundo é o maior ecossistema do nosso planeta. Se nós vamos usar seus recursos de forma responsável, nós precisamos entender o que determina os seus padrões de vida", disse o cientista.
Os cientistas esperam que, a profundidades superiores a três mil quilômetros, um em cada dois animais serão espécies desconhecidas atualmente.

OS BANCOS DE SEMENTES SÃO DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA O FUTURO DO PLANETA


Olhe amigos, esta notícia é maravilhosa!

Mundo 26.02.2008 - Banco mundial de sementes inaugurado próximo ao Pólo Norte

Cerca de 4,5 milhões de sementes das mais importantes plantas cultiváveis passam a ser guardadas em baixo de montanha da ilha norueguesa de Spitsbergen, situada a apenas mil quilômetros do Pólo Norte.
Com a presença do presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, será inaugurado nesta terça-feira (26/02) o Global Seed Vault (Banco Mundial de Sementes), depósito que irá guardar 4,5 milhões de sementes das mais importantes plantas úteis conhecidas.
Encravados 120 metros dentro da pedra, foram cavados três grandes depósitos no interior de uma montanha do arquipélago ártico norueguês de Spitsbergen, distante cerca de mil quilômetros do Pólo Norte. Se uma planta desaparecer, por motivo de catástrofe, por exemplo, ela poderá ser agora recuperada.
Depósitos de sementes de diversos países do mundo contribuíram para o projeto organizado pela fundação Global Crop Diversity Trust (Fundo de Diversidade Global de Plantas Cultiváveis) e financiado por governos, organizações e o Banco Mundial.


O maior banco de sementes mundial deverá assegurar a diversidade de plantas úteis e cereais. O depósito também foi pensado para, no caso de uma catástrofe global, possibilitar a alimentação da humanidade. Três grandes depósitos medindo 27m x 10m foram cavados no interior da mais alta montanha de Spitsbergen, ilha norueguesa situada no Círculo Polar Ártico, onde as diversas sementes serão armazenadas numa temperatura constante de menos 18° Celsius.
"As instalações foram construídas para abrigar o dobro da quantidade de amostras de sementes que conhecemos", afirma Cary Fowler, diretor administrativo do Fundo de Diversidade Global de Plantas Cultiváveis e mentor do projeto. Para a construção do depósito, a Noruega investiu cerca de 6 milhões de euros.
Cerca de 250 mil amostras de sementes já se encontram armazenadas no novo depósito. Elas continuam a pertencer, no entanto, a seus países de origem. Nem todos os bancos nacionais de genes são bem protegidos e parte da diversidade vegetal já se perdeu.


Desta forma, bancos de sementes iraquianos e afegãos foram destruídos na guerra. Um tufão destruiu outro nas Filipinas. Por este motivo, o novo Banco Mundial de Sementes tornou-se rapidamente conhecido em todo o mundo. Países ameaçados por revoltas como o Paquistão e o Quênia já enviaram amostras de sementes para Spitsbergen. O Banco Mundial de Sementes armazenará amostras provenientes de mais de 1,4 mil bancos de sementes de todo o mundo.
O tesouro representado pelo banco de sementes é protegido por espessas paredes de concreto, porta blindada e sistema de alarme. Eventuais mudanças climáticas também foram levadas em conta pelos arquitetos do novo banco mundial de sementes.
Por este motivo, ele se situa 130 metros acima do nível do mar. Mesmo que boa parte da calota polar derreta, ele continuará seco. O depósito de concreto está preparado para resistir até mesmo a uma guerra nuclear. E no caso de o sistema de refrigeração falhar, o permafrost garantirá que a temperatura não supere 3,5° Celsius.
Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3149942,00.html

10 agosto 2008

COMO A CHINA ENFRENTOU A POLUIÇÃO A FIM DE LIMPAR O PAÍS PAR AS OLIMPÍADAS



Pequim declarou guerra à poluição, mas smog persiste


Por Jorge Heitor
09.07.2008 - A poluição não será um problema quando dos Jogos Olímpicos de Pequim, em Agosto, voltaram ontem a dizer as autoridades, a um mês do evento. Mas o ar continua coberto de um persistente nevoeiro, carregado de poluição - que a televisão BBC até mediu em directo, com um aparelho portátil.
As autoridades dizem que se vão esforçar por limpar o ar ainda mais, proibindo a circulação de grande número de veículos e até mesmo de camiões de mercadorias que não tenham a matrícula da capital.O persistente smog na cidade e a floresta de algas no porto de Qingdao são as grandes preocupações ambientalistas chinesas na contagem decrescente para a Olimpíada. No entanto, o Governo afirma que as emissões de dióxido de enxofre desceram 4,7 por cento durante o ano passado.A redução dos níveis de poluição é um dos grandes cavalos de batalha do regime chinês. Há milhares de soldados e de voluntários a recolher uma infestação de algas das zonas marítimas de Qingdao, reservadas para as provas olímpicas de vela. Pequim pretende mesmo que as fábricas das províncias em redor da capital interrompam a sua actividade, para que o ar da cidade fique mais limpo para os atletas de todos os continentes.A visibilidade no centro da cidade só tem sido de algumas centenas de metros, com a poluição atmosférica a acentuar a bruma natural. Mas as autoridades não se têm poupado a quaisquer esforços para garantir a qualidade do ar, nuns Jogos que se pretende que sejam de autêntica consagração nacional. O executivo de Pequim, cidade de 17 milhões de habitantes, pediu aos cidadãos que trabalhem a partir de casa sempre que isso se mostrar viável. E às empresas que permaneçam abertas menos horas, de modo a diminuir os engarrafamentos e a fazer da capital uma cidade agradável, sem poluição nem os carros a mais que normalmente tem, para que os muitos visitantes previstos em Agosto não tenham de que se queixar.A verdade, porém, é que com 3,3 milhões de veículos normalmente em circulação é sempre muito difícil conseguir que Pequim deixe de estar classificada entre as cidades mais poluídas de todo o mundo, e passe a respeitar os padrões internacionais de qualidade do ar.