14 junho 2008

Terremoto no Japão deixa pelo menos 3 mortos e 100 feridos

Tóquio, 14 jun (EFE).- Pelo menos três pessoas morreram e outras 100 ficaram feridas em um terremoto de 7,2 graus de magnitude na escala aberta de Richter que atingiu hoje uma vasta região no nordeste do Japão, segundo informou a Polícia japonesa.
A Agência Nacional de Meteorologia confirmou que o número de mortos chegou a três, embora o Governo japonês só tenha confirmado até o momento dois falecimentos.
Além disso, cinco pessoas estão desaparecidas, segundo a rede de televisão "NHK".
O terremoto ocorreu às 8h43 no horário local (20h43 de Brasília), com seu epicentro a 8 quilômetros de profundidade, e foi sentido com intensidade em áreas das províncias de Iwate, Miyagi e Fukushima, na ilha japonesa de Honshu.
Apesar de forte, o terremoto não tornou necessária a emissão de um alerta de tsunami.
O ministro porta-voz do Governo japonês, Nobutaka Machimura, confirmou hoje em entrevista coletiva a morte de pelo menos duas pessoas por causa do terremoto.
Um dos casos foi de um homem da província de Iwate (nordeste do Japão), que morreu ao ser atropelado por um carro ao sair de sua casa assustado. O outro falecimento se deu quando um pescador em Fukushima (leste do Japão) foi soterrado por um deslizamento de terra, disse Machimura.
Segundo a cadeia de TV "Asahi", há pelo menos um outro ferido em situação grave, que estava trabalhando nas obras de uma represa, e foi atingido por pedras no momento em que ocorreu o terremoto.
O primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, ordenou a formação de um grupo de emergência poucos minutos depois do terremoto.
As Forças de Autodefesa do Japão enviaram uma missão com mais de 150 homens para começar a operar imediatamente na zona afetada pelo terremoto.
Trata-se do tremor mais forte a atingir o Japão desde o ocorrido em agosto de 2005, que também teve magnitude de 7,2 graus na escala aberta de Richter.
O terremoto fez com que os serviços de trem de alta velocidade e de linhas ferroviárias de zonas de Tohoku (nordeste) e Kanto (este) fossem suspensos por precaução, e que se fechassem as estradas em Miyagi, segundo a rede de televisão "NHK".
Os serviços ferroviários do Japão disseram que cerca de 2 mil pessoas tiveram que ser evacuadas de três trens de alta velocidade que ficaram paralisados na zona afetada.
Além disso, a luz e a água permanecem cortadas na área mais afetada, segundo Machimura.
O terremoto foi sentido também na região de Kanto, onde se encontra Tóquio.
As autoridades japonesas advertiram que se esperam réplicas de 6 ou mais graus de magnitude que podem ocorrer durante as próximas horas, e recomendaram à população que se mantenha alerta.
De acordo com a agência "Kyodo", o tremor não afetou o funcionamento das usinas nucleares da província vizinha de Fukushima, nem o aeroporto de Sendai.
O Japão está localizado sobre uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo. O terremoto mais grave ocorrido no país em anos recentes foi em Kobe (oeste do país), em 17 de janeiro de 1995, com uma magnitude de 7,3 graus na escala aberta de Richter, e deixou mais de 6 mil mortos. Fonte: EFE

FAUNA E FLORA III - IBIS-DE-CRISTA - UMA ESPÉCIE RARA






AJUDE A PRESERVÁ-LA!


03/02/2007
Cresce população do íbis-de-crista, a ave da sorte
A população do íbis-de-crista, uma das aves aquáticas em maior perigo de extinção, chegou a mil espécimes em liberdade na China, o que renovou as esperanças sobre sua sobrevivência. Em 1981, ela estava reduzida a apenas sete.

Segundo publica hoje o site Chinanews, em 2006, o número de aves da espécie subiu 22% em relação a 2005, de acordo com o Departamento Florestal Estatal. A ave é apelidada na China de "tesouro de Oriente" e é considerada como portadora de boa sorte.
O habitat do íbis-de-crista ("Nipponia Nippon", também conhecido como íbis-do-Japão), de cara vermelha e plumas branco-rosadas, se reduz atualmente ao nordeste da China. A espécie desapareceu da Rússia, Coréia do Norte e Japão.

O íbis se transformou inclusive em arma diplomática. Em 1998, a China presenteou o Japão com dois exemplares, o que talvez volte a acontecer durante a visita do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, ao país, marcada para abril. Os zoólogos japoneses aguardam com impaciência o possível presente, que ajudaria a evitar a excessiva endogamia das cerca de 100 aves criadas em cativeiro no Japão. Elas começarão a ser liberadas em 2008 e poderiam aprender a viver em liberdade com as chinesas.
Segundo a ONU, a espécie começou a agonizar em meados do século XIX devido à caça, à destruição de seu habitat e, nos últimos tempos, à poluição e ao uso de pesticidas. O íbis-de-crista só desce das árvores, onde dorme e acasala, para comer peixes, rãs, caranguejos e insetos. Ele vive em regiões de lagos e pantanais.

Informações científicas sobre esta ave:

Threskiornithinae é uma subfamília de aves ciconiformes que inclui as aves conhecidas como íbis, curicaca ou tresquiórnis, sendo que as espécies brasileiras têm nomes locais muito variados.
Os íbis são aves pernaltas com pescoço longo e bico comprido e encurvado para baixo. São na maioria dos casos animais gregários, que vivem e se alimentam em grupo. Vivem em zonas costeiras ou perto de água, ricas nos seus alimentos preferenciais: crustáceos e moluscos. O grupo está distribuído pelas regiões quentes de todos os continentes.
De acordo com a tradição popular em alguns países, o íbis é a última ave a desaparecer antes de um furacão e a primeira a surgir depois da tempestade passa. No Egipto Antigo, o íbis era objecto de veneração religiosa e associado ao deus Thoth.

Outras informações:

Foi uma das aves mais ameaçadas do planeta.

Depois de existir de forma abundante em vários países da Ásia e Euroásia, o íbis-de-crista (Nipponia nippon) esteve praticamente extinto, chegando ao ponto de só restarem sete animais na China e menos ainda no Japão, onde existiam apenas dois exemplares destas aves. Atualmente, e depois do empenho do grupo de investigadores chineses que nos últimos 25 anos se dedicou a multiplicar e libertar animais desta espécie no seu ambiente natural, são já mais de mil os animais que vivem em plena liberdade na China. Para além disso, muitos são os investigadores que continuam, com uma selecção criteriosa, a aumentar o número de aves existentes em cativeiro. Em conjunto, estas acções vão permitir que o espectro da extinção deixe de pairar sobre estas originais aves.

Segundo dados dos cientistas do Departamento Florestal Estatal chinês, só no ano de 2006 os números destes animais cresceram 22%, muito acima do esperado, mas indo de encontro ao que a China tem conseguido com outras espécies, onde tem feito verdadeiros milagres com o empenho permanente de milhares de investigadores que dão todo o tempo da sua vida para que uma determinada espécie subsista.

A ENERGIA QUE VEM DO LIXO - UM POTENCIAL QUE NÃO ESTÁ SENDO APROVEITADO


Gás de lixo pode produzir 15% da energia do Brasil
Técnica incentiva manejo correto de resíduo e ajuda a combater o efeito estufa
Apesar do potencial, estudo realizado para o Ministério das Minas e Energia privilegia energias eólica e solar como alternativas.


O lixo das 300 maiores cidades brasileiras poderia produzir 15% da energia elétrica total consumida no país. A estimativa consta no Plano Decenal de Produção de Energia 2008/ 2017 e considera todo o lixo recolhido nestes municípios. O documento deveria ser lançado ainda neste mês e está em fase final de elaboração.

Apesar dessa previsão, o Ministério de Minas e Energia -que encomenda o relatório desde 2006, para balizar suas ações- não tem planos de realizar leilões com a energia do lixo nos próximos anos. Segundo o governo, as prioridades em fontes renováveis são eólica, solar e hidrelétrica.

A falta de perspectivas aumenta a defasagem do Brasil na tecnologia de eletricidade produzida por meio do lixo, na avaliação do professor Luciano Bastos, responsável pelo capítulo que avalia esse potencial no plano decenal a ser lançado.

Bastos, que é pesquisador do Ivig (Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais), diz que a única usina construída especialmente para aproveitar o potencial energético dos dejetos é a termelétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com capacidade de 200 kW por mês, suficiente para abastecer 2.300 casas.

Além dessa usina, há os aterros sanitários Novagerar, em Nova Iguaçu (zona metropolitana do Rio), Bandeirantes e São João, em São Paulo, que utilizam o gás metano resultante da decomposição natural da matéria orgânica.

Carbono à venda

A transformação de lixo em energia teria ainda duas conseqüências benéficas, na opinião de pesquisadores. A primeira é incentivar a armazenagem correta dos resíduos, que passam a ser matéria-prima. Dados do IBGE de 2000 indicam que 63,3% dos municípios brasileiros tratam o lixo de forma errada -em geral apenas determinam o terreno em que os detritos devem ser jogados.

Outro benefício seria econômico: assim como outras fontes de energia renovável, o lixo pode gerar créditos de carbono e favorecer o Brasil nas negociações sobre mudanças climáticas. A geração de créditos se deve à queima do metano, produto natural da decomposição orgânica. Este gás é mais danoso ao aquecimento global do que o gás carbônico CO2 -mas é eliminado com a combustão.

O aterro Novagerar foi o primeiro do mundo a vender créditos pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), do Protocolo de Kyoto. "Nossa intenção é deixar de ser uma empresa de resíduos e passar a ser de energia", diz a diretora Adriana Felipeto. A empresa calcula que o investimento necessário para gerar seis megawatts (energia para 24 mil casas) será de US$ 6 milhões.

Para Felipeto, empresas com ações na Bolsa têm mais interesse em comprar a energia do lixo e, por isso, a demanda deve aumentar com o grau de investimento, pois mais companhias devem abrir capital.

"Há um reconhecimento claro da importância do aproveitamento da energia do lixo", diz Manoel Avelino, presidente da Arcadis Logos Engenharia -sócia nos aterros Bandeirantes e São João.

A energia gerada no Bandeirantes (20 MW ou 160 mil casas) é usada pelo Unibanco e a do São João (24.8 MW ou 198,4 mil casas) é vendida para grandes consumidores, como shopping centers. Bastos afirma que, diferentemente das usinas, os aterros não são projetados para gerar energia, apenas armazenar lixo, e por isso são menos eficientes.

Atraso tecnológicoPara Sabetai Calderoni, doutor em ciências pela USP e especialista em reciclagem, há três razões para o atraso brasileiro na produção:

1) as parcerias público-privadas, maiores facilitadoras dos processos de reciclagem no seu entender, são recentes;

2) o interesse na manutenção dos investimentos em aterros;

3) só recentemente os preços de disposição ficaram mais caros.O assessor de comunicação da Empresa de Pesquisa Energética, instituição ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia responsável pelo decênio, Oldon Machado, diz que o plano decenal tem números sobre os investimentos necessários, mas não específica as fontes alternativas mencionadas.

2.300casas podem ser abastecidas por mês com a eletricidade de uma termelétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro feita especialmente para aproveitar a energia do lixo.


Fonte: Jornal Folha de São Paulo - ANDRÉ LOBATO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Foto: Danilo Verpa/Folha Imagem -Aterro sanitário Bandeirantes, na zona norte de SP, que gera energia a partir do gás metano

13 junho 2008

AS DIFICULDADES E OS RISCOS DAS MUDANÇAS DE ANIMAIS E PLANTAS DE SEUS HABITATS ORIGINAIS



SIMPLIFICAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS PELA ELIMINAÇÃO OU INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES NAS BIOCENOSES
I. Simplificação por introdução de novas espécies
A introdução de novas espécies, animais ou vegetais, pode ser feita de forma deliberada ou involuntária.
O transporte deliberado tem sido feito tanto para satisfazer um prazer sentimental de pessoas que migram de um país para outro, como para aumentar a produtividade agrlcola-pastoril das regiões onde se estabeleceram.
O transporte involuntário ocorre graças à aceleração e aumento do volume do tráfico que caracterizam os tempos modernos. Assim, tornaram-se muito freqüentes estas interferências involuntárias como a introdução de sementes e esporas ou mesmo de animais pequenos, como roedores e insetos (ovos e larvas).
Convém salientar que muitas vezes o transporte deliberado é responsável por paralelas introduções involuntárias. Como exemplo citamos o transporte de vegetais que em cuja terra que os acompanha encontram-se animais e vegetais microscópicos que podem afetar a equilíbrio pedológico, ou seja, na fertilidade e estabilidade do solo, em função da presença destes novos microrganismos.
É importante lembrar que uma espécie introduzida num ecossistema estranho, pode comportar-se como um competidor mais robusto e mais bem armado que seus homólogos autóctones que assim são eliminados. Esta espécie introduzida também pode modificar a seu modo de vida, inclusive o seu regime alimentar. Esta modificação pode resultar de variações genéticas, devido ao numero reduzido de genitores introduzidos, o que provoca uma redistribuição do patrimônio hereditário.
Através de alguns clássicos exemplos, procuraremos demonstrar os efeitos da introduções de novas espécies, deliberadas ou involuntárias.
1.1 - O Eucalipto e a Caturrita (Myiopsitta monachus)
O eucalipto, originaria do continente australiano, foi introduzido no Brasil entre os anos de 1855 e 1870. Foi Edmundo Navarro de Andrade o grande divulgador do eucalipto entre nós. Ele reuniu aqui, a maior soma de espécies, não havendo igual em nenhum outro país.
Entre as vantagens oferecidas pelo cultivo desta essência exótica pode-se citar as qualidades de permitir regenerar as terras estragadas pelo desflorestamento e por práticas de cultivo perniciosas; oferecer a curto prazo, uma quantidade apreciável de madeira e poupar matas naturais que seriam sacrificadas para fornecer lenha e matéria prima para a indústria de papel e celulose. Para reforçar esta última qualidade, é bom salientar que grande parte do desflorestamento é feito para suprir a necessidade humana de papel. Para exemplificar, a tiragem dominical do”New York Times” consome o equivalente ao crescimento ocorrido durante um ano numa área de 70 ha de floresta tropical.
Entre as desvantagens de seu cultivo citamos a substituição das espécies autóctones por extensas plantações de eucalipto que afastam ou eliminam muitos componentes da fauna local. Condenam-se também algumas espécies de eucaliptos pelo seu alto consumo de água. Deve-se evitar o cultivo destas espécies com outras plantas que necessitam muita água como o cedro e a cana-de-açúcar.
Liberada para caça pelo extinto IBDF, a caturrita tem-se tornado uma praga em virtude da inclusão do eucalipto em nosso ecossistema. Esta ave da família dos psitacídeos normalmente habitava os capões de nossos campos e alimentava-se de sementes, frutos e outras partes de vegetais nativos.
O aumento da produção de milho a o cultivo de eucalipto nas regiões da campanha, encosta do sudeste e depressão central do Rio Grande do Sul têm propiciado locais seguros para estas aves nidificarem. Construindo seus ninhos em galhos altos do eucalipto, os ovos, filhotes e adultos ficam muito bem protegidos contra a ataque dos inimigos naturais.Entre as desvantagens de seu cultivo citamos a substituição das espécies autóctones por extensas plantações de eucalipto que afastam ou eliminam muitos componentes da fauna local. Condenam-se também algumas espécies de eucaliptos pelo seu alto consumo de água. Deve-se evitar o cultivo destas espécies com outras plantas que necessitam muita água como o cedro e a cana-de-açúcar.
1.2 - Eichhornia crassipes, um aguapé brasileiro conquista o mundo
O aguapé, planta originaria da América Tropical muito comum no Brasil foi introduzida em várias regiões quentes do mundo para ornamentar lagos públicos e jardins particulares. Infelizmente escapou desse meio limitado, ocupando a adaptando-se à natureza selvagem.
Sua primeira aparição, fora de seu habitat normal, deu-se no sul dos Estados Unidos em 1884. Atualmente é conhecida neste país com o nome de "Erva-dos-milhões-de-dólares" devido aos altos custos dispensados para a sua erradicação. É encontrada de norte a sul daquele pais, trazendo, inclusive, problemas para a navegação no Mississipi.
Fora da América do Sul e dos Estados Unidos, hoje é encontrada na Indonésia, nas Filipinas, nas Ilhas do Havaí, na Índia, no Ceilão e na África, sendo conhecida no mundo como o "Flagelo Verde".
A sua principal forma de reprodução é por estolhos, podendo uma planta produzir dezenas de novos indivíduos em poucas semanas. Calcula-se que dez plantas-mãe podem produzir 650 mil novas plantas em 8 meses.
Recentemente está se conseguindo uma erradicação relativa em alguns lugares dos mencionados, através do uso de herbicidas caros como o 2,4 diclorofenoxiacético.
E aqui no Brasil porque não é praga? Pelo fato de existirem no seu habitat natural espécies animais e vegetais que através de doenças ou predatismo limitam seu crescimento.
1.3 - Anopheles gambiae, um mosquito africano já expulso do país
A introdução de insetos estranhos em uma comunidade biótica pode trazer profundas repercussões no plano médico. O melhor exemplo, sem dúvida é o da malária no nordeste brasileiro.
No fim de 1929 um barco francês proveniente de Dakar (Senegal) chegava a Natal (RN) trazendo como passageiros clandestinos alguns mosquitos da espécie Anopheles gambiae um dos principais vetores da Malária na África que, além de não ocorrer no Brasil, goza do triste privilégio de estar intimamente adaptado ao homem, de preferência no interior das habitações humanas.
As espécies nativas de Anófeles (A. arqyrotarsis, A.albimanus e A. tarsísmaculatus) não acorrem normalmente dentro das habitações e por este motivo a Malária tem sido endêmica no nosso pais,
Com a chegada do Anopheles gambiae, a malária passou para um caráter epidêmico e já no fim de abril de 1930 esta doença transformou-se num problema sério: 10 dos 12 mil habitantes de Alecrim, um subúrbio operário de Natal, haviam sido afetados. Em menos de dez anos ocorreram centenas de milhares de casos e calcula-se que mais de 20 mil habitantes do nordeste morreram com a doença.
Com a ajuda da fundação Rockefeller o governo brasileiro iniciou uma campanha de bloqueio a progressão do mosquito e a sua total eliminação foi conseguida em novembro de 1940. Toda a América do Sul ficara protegida da ação patogênica do Anopheles gambiae.
1.4 - Austrália, ex-paraíso dos coelhos (Oryctolagus cunniculus)
Originários da Espanha e Ilhas do Mediterrâneo Ocidental, os coelhos foram levados da Inglaterra para a Austrália em 1859 em número de 24 indivíduos. Devido a falta de predadores e a abundância de alimentos, em pouco tempo estes conseguiram colonizar 2/3 da Austrália, tornando-se o maior flagelo desse continente, tanto no plano científico como no econômico.
Para se entender o potencial de pululação do coelho devemos lembrar que uma fêmea pode gerar, em média, oito ninhadas de seis filhotes por ano. Entra 1945 e 1949 foram exportados da Austrália 428 milhões de peles de coelhos.
Por outro lado, os mamíferos naturais da Austrália são, na sua maioria, marsupiais incapazes de competir com rival tão bem armado. Estes, principalmente os herbívoros, sofreram uma queda na sua população em função desta luta desigual.
Muito se fez para tentar erradicar o coelho da Austrália. Como exemplo pitoresco citamos a construção de barreiras sob forma de grades que procurava impedir a progressão do coelho para o norte do continente que no total somava 11.000 Km de extensão.
Da França levaram a "Raposa-da-Europa" predador natural do coelho no Velho Mundo. Infelizmente, na Austrália, este carnívoro mudou de dieta preferindo marsupiais, até então desconhecidos, muito mais dóceis. Em resumo, mais um desequilíbrio foi criado.
Entre muitas maneiras de contenção e eliminação de coelhos testadas, realizaram-se batidas organizadas de caçadores, uso de fumaça e gases tóxicos e, sobretudo, envenenamento com iscas misturadas com arsênico e estriquinina que, aliás, contribuíram para a destruição de muitos marsupiais atraídos por estas iscas.
Em 1950 surgiu a idéia de espalhar uma doença virótica que afetava os coelhos domésticos do Brasil: a mixomatose (Vírus sanarelli), devida a um vírus especifica, sem perigo para o homem, que aqui existe em estado endêmico nos coelhos do gênero Sylvilagus os quais, naturalmente, estão imunizados. Esta virose assumiu enormes proporções, calculando-se que matou 4/5 dos coelhos da Austrália. O restante, hoje, está sob controle.
Certas regiões outrora virtualmente desérticas, cobriram-se de vegetação e, nos anos de 1952 e 1953, o aumento da produção agrícola foi avaliado em 50 milhões de libras.
II. Simplificação por eliminação de espécies vegetais nativas
Aqui, nos deteremos mais nos aspectos nocivos resultantes do desflorestamento e conseqüente eliminação de espécies vegetais autóctones.
Para entendermos como este desflorestamento interfere no equilíbrio dos ecossistemas, devemos lembrar que esta atividade perniciosa elimina habitats e destrói nichos ecológicos de diversos predadores de insetos fitófagos (estes predadores são principalmente morcegos, pássaros, anfíbios, répteis e insetos entomófagos), cuja proliferação excessiva se volta contra a agricultura humana.
Numa floresta nativa, a variedade de espécies vegetais proporciona habitat para inúmeros tipos de insetos fitófagos. Entretanto a densidade numérica extremamente baixa de cada espécie vegetal e a sua esparsa disseminação, ou seja, a distância que separa um hospedeiro de outro, protege-os da ataque de pragas dificultando a devastação trazida por uma eventual proliferação de insetos. Além disso, a presença dos predadores já citados ajudam na manutenção deste equilíbrio.
A falta desta situação, produzida por um desflorestamento crescente para dar lugar a monoculturas de plantas cultivadas, tem produzido a proliferação anormal de cartas espécies de insetos nocivos, que devido ao seu ciclo vital curto, abundância de alimento disponível e ausência de predadores específicos, crescem espantosamente num curto lapso de tempo.
Convém salientar que, além de muitas outras desvantagens da monocultura, as plantas cultivadas vêm sendo selecionadas pelo homem através dos séculos, com o objetivo de aumentar sua palatabilidade e produtividade. O preço pago pela hibridação e seleção dessas plantas tem provocado um enfraquecimento de suas defesas químicas o mecânicas contra o ataque de insetos e organismos patogênicos. As plantas nativas são muito manos vulneráveis às doenças a aos insetos porque dispõem de defesas químicas contra esses inimigos (o quinino e a cortisona, por exemplo). A energia e os recursos gastos pelas plantas silvestres na produção desses agentes químicos de defesa, são canalizados, no caso das plantas cultivadas, para as reservas alimentares. Esta substituição constitui um arranjo ideal do ponto de vista dos insetos. Eles têm à sua disposição numa área inteiramente livre de inimigos, uma abundante e uniforme fonte de alimentos, de acesso fácil e de ótima palatabilidade.
E como responde o homem?

Com eficientes e caros pesticidas sintéticos, principalmente com os organoclorados, como o DDT, que são ótimos inseticidas e excelentes homicidas.
Síntese da palestra proferida por Germano Schüür no I Encontro de Coordenadores do Projeto Natureza - SECRS/5ªCRE.


Forasteiros tiram lugar dos originais


A introdução de animais estranhos ao ecossistema também pode provocar mudanças profundas no habitat, colocando as espécies em risco ou levando à sua extinção.

Exemplo disso foi a introdução de coelhos na Austrália, que provocou a diminuição das populações de marsupiais nativos da região, como os cangurus, por causa da alteração de seu hábitat. Os marsupiais têm um organismo muito voltado para o seu ambiente e não resistem a pequenas mudanças ambientais.

Outro exemplo clássico é a extinção do pássaro dodo, das Ilhas Maurício, Reunião e Rodrigues, do Oceano Índico. Havia três espécies, cada uma endêmica de uma ilha, e essas aves tinham poucos predadores devido ao seu isolamento geográfico. Sem necessidade de voar, por causa do alimento abundante, converteram-se em aves terrestres, incapazes de se defender. Trazidos nos barcos com a população humana que se instalou na ilha, os ratos, os cães e as cabras, acabaram com os dodos. O último dodo, o da ilha Rodrigues, sucumbiu no princípio do Século 19; a primeira espécie a desaparecer foi o das ilhas Maurício em 1680. A chegada de indivíduos a um novo habitat não implica necessariamente a sua naturalização. Na realidade, a probabilidade de sucesso é pequena: calcula-se que somente 10% das espécies introduzidas conseguem êxito e, destas, somente 20% causam problemas nas comunidades naturais.

REFLORESTAMENTO - ESPÉCIES TROPICAIS PROMISSORAS PARA O SUL DO BRASIL







Espécies tropicais promissoras

Nos últimos quarenta anos, os recursos florestais envolvendo espécies arbóreas nativas vêm sendo amplamente explorados, gerando divisas e riquezas para o País. Entretanto, ao longo desse período, poucos foram os plantios conduzidos com essas espécies. Mesmo no período em que houve o incentivo florestal, os plantios foram direcionados para espécies exóticas principalmente as do gênero Pinus e Eucalyptus. Por outro lado, as espécies nativas continuaram sendo exploradas de forma extrativista. Entretanto, muitas dessas espécies foram plantadas no nosso continente e em outras partes do mundo.
A longo tempo a Embrapa Florestas determinou a potencialidade para plantios de diversas espécies nativas de madeira valiosa, para o sul do Brasil, como pau-marfim, canjarana, araribá-vermelho, sobrasil, louro-pardo, canafístula, mandiocão e baguaçu. Contudo, a utilização dessas espécies em plantios tem esbarrado em vários problemas técnicos, destacando-se os relacionados com a irregularidade de crescimento e a escolha de métodos silviculturais adequados. Atualmente o conhecimento silvicultural de grande parte dessas espécies tem avançado significativamente. Uma série de estudos realizados pelos pesquisadores da Embrapa selecionou uma série de espécies tropicais, sendo muitas promissoras ou potencias para o manejo sustentável. A escolha das espécies baseia-se, principalmente, na importância econômica, silvicultural e ecológica da espécie.

A embrapa selecionou 100 espécies arbóreas, agrupadas segundo o grau de informação disponível, limitações e potencialidades, nas seguintes categorias:
Espécies madeireiras promissoras: por apresentar as seguintes características: valor econômico comprovado, com produção de madeira valiosa; desempenho silvicultural aceitável; e aptidão para programas de regeneração artificial. Estas espécies apresentam muitas informações silviculturais, com grande número de ensaios e parcelas de comprovação. Com exceção da Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná) e Schefflera morototoni, espécies aptas para plantio comercial no sul e no norte do país, respectivamente, as demais são recomendadas para plantios de comprovação pura ou plantio de comprovação misto.
Espécies madeireiras potenciais:
que possuem os mesmos atributos das espécies promissoras, porém apresentam menos informações em plantios experimentais ou de comprovação.
Espécies madeireiras pouco conhecidas ou não tradicionais:
estas espécies têm experimentação jovem, com poucos dados de crescimento em plantios experimentais; ainda não são vislumbradas suas potencialidades volumétricas. Os critérios de eleição e as necessidades de pesquisa são particulares a cada espécie.
Espécies madeireiras com regeneração problemática:
estas espécies, de madeira valiosa, apresentam ao menos uma das seguintes características, quando em regeneração artificial: desempenho silvicultural insastisfatório, com crescimento lento. Exemplo: Myrocarpus frondosus (cabriúva), Ocotea catharinensis (canela-preta) e Ocotea odorifera (canela-sassafrás); comportamento heterogêneo, por causa desconhecida. Exemplo: Virola bicuhyba (bicuíba); problemas limitantes referentes a pragas. Exemplo: Cedrela fissilis (cedro); indefinição de sistemas silviculturais apropriados, face ao desconhecimento de suas exigências ecológicas. Exemplo: Ruprechtia laxiflora (marmeleiro-bravo).
Espécies recomendadas para energia:
espécies com potencial silvicultural, com madeira pouco usada para processamento mecânico, porém importantes para energia. Em muitos casos, a produção de energia, com plantios de espécies nativas não deve ser uma ação prioritária, pois na maioria dos casos seu desempenho é inferior ao das espécies exóticas. Por seu rápido crescimento e ou adaptação a solos pouco férteis, as espécies são, também, importantes para revegetação com fins de melhoria ambiental.
Espécies recomendadas para reflorestamento ambiental:
espécies de potencial silvicultural reconhecido, úteis para vários fins, cujas madeiras são, na maioria dos casos, de segunda qualidade para processamento mecânico. Entre os vários fins, mencionam-se: revegetação (recomposição da cobertura florestal e recuperação de ecossistemas degradados), sistemas agroflorestais, potencial melífero, produção forrageira, uso medicinal, sombreamento inicial em plantios mistos e sombreamento de espécies esciófilas. O grau de informação técnica sobre o cultivo varia grandemente, entre estas espécies. De uma maneira geral, uma espécie é considerada de crescimento rápido quando apresenta produtividade superior a 14 m3/ha.ano-1. Observa-se que das 100 espécies arbóreas descritas, 32 espécies atingem esta performance. Isto é relevante, principalmente, devido à baixa variabilidade do material genético utilizado. Para a grande maioria das espécies arbóreas nativas, não são efetuadas as recomendações de se coletar sementes, de no mínimo 25 árvores para aumentar a variabilidade genética. Seguindo-se essas recomendações espera-se ganhos de produtividade da ordem de 20%, tornando deste modo, as espécies nativas mais atrativas para reflorestamentos.
Espécies Promissoras
- Angico-vermelho (anadenanthera colubrina)
O crescimento do angico-vermelho é moderado a rápido, podendo atingir produtividades de até 25,55 m3/ha.ano-1. Entretanto, em regiões mais secas do Nordeste, em espaçamento de 3 m x 2 m, apresentou aos doze anos de idade, uma altura média de 5, 5 m, um DAP de 9 cm, com uma produtividade de 1,8 m3/ha.ano-1. Essa espécie pode ser cortada a partir de cinco anos para lenha (dimensões de 8 a 12 cm de diâmetro); oito anos para mourão, e entre 20 a 25 anos para madeira (na Região do Cerrado, a partir de 30 anos). O tempo médio para esta espécie atingir 40 cm de diâmetro na vegetação natural, foi estimado em, no mínimo, 55 anos. A madeira de angico-vermelho é indicada para construção rural, naval e civil, como vigas, caibros, ripas, marcos de portas e janelas, tacos e tábuas para assoalho, esquadrias; em obras hidráulicas e externas como carrocerias, estacas, esteios, postes, mourões, dormentes, cruzetas, madeiramento de currais e outros usos para fabricação de móveis, folhas faqueadas para lambris e peças torneadas.
- Boleira (Joannesia princeps)
A boleira apresenta crescimento moderado a rápido, com incremento médio anual em volume, com casca, de até 21,60 m3/ha. Em um ensaio envolvendo onze espécies nativas em Linhares - ES, essa espécie foi a melhor espécie do ensaio, com crescimento em DAP e altura excelentes e índice de mortalidade inferior a 14%, aos 183 meses. Quando adubada e com espaçamento 3 m x 2 m, atingiu o máximo incremento médio anual em volume, com cerca de seis anos. Nessa idade, é recomendado o desbaste seletivo, caso a finalidade seja a produção de madeira para serraria. Estima-se rotação de 20 anos para serraria. A madeira da boleira é indicada para marcenaria, caixotaria leve, obras internas, tabuado em geral, artefatos de madeira, tamancos, forros, brinquedos, canoas, jangada e peças navais; miolo de painéis, de portas e ainda para chapas de partículas. O palito para fósforo obtido com a madeira desta espécie é de muito boa qualidade. A madeira de boleira produz celulose de fibra curta de boa qualidade, podendo ser usada na produção de papel de imprensa e de escrita. Teor de celulose de 50,1%; comprimento da fibra de 1,14 a 1,70 mm; teor de lignina de 21,8%.
- Mandiocão (Schefflera morototoni)
Mandiocão é uma das espécies madeireiras amazônicas de crescimento rápido. Aos oito anos de idade, observam-se incrementos médios anuais em altura e diâmetro de 2,20 m e 2,1 cm, respectivamente. Mesmo nos plantios mais velhos, o ritmo de crescimento se mantém constante. Em plantios experimentais, em Belterra PA, ele atingiu 21,17 m3/ha.ano-1 aos seis anos e meio de idade e produção máxima de 37,241 m3/ha.ano-1. Introduzido na República dos Camarões, na África, onde é utilizado para celulose, há plantios com produtividade de até 23,2 m3/ha. ano-1. Na Colômbia, prevê-se uma produtividade de até 40 m3/ ha.ano-1 com casca. No Pará, estima-se, uma rotação de sete a 20 anos, para serraria, já sendo possível o uso da madeira a partir de doze anos. Os conhecimentos adquiridos sobre esta espécie são suficientes para aconselhar o estabelecimento de plantações-piloto em toda sua área de ocorrência. Por ser leve e de propriedades físico-mecânicas favoráveis, a madeira de mandiocão, pode ser usada em carpintaria geral, marcenaria, partes internas na construção civil como forros, lambris, esquadrias e guarnições internas; tábuas para caixotaria leve, embalagens leves, brinquedos, palitos de fósforo, miolo de portas, instrumentos musicais, cabos de vassoura, lápis, mobiliário, molduras, espátulas para sorvetes, urna funerária, jangada; laminação, contraplacado, painéis, e para a produção de lâminas internas ("corestock") para compensado e lâminas faqueadas decorativas.
- Pinheiro do Paraná (Araucaria angustifólia)
O crescimento inicial do pinheiro-do-paraná é lento; mas, a partir do terceiro ano, em sítios adequados, apresenta incremento anual em altura de 1 m e, a partir do quinto ano, taxas de incremento em diâmetro de 1,5 a 2,0 cm. Os povoamentos apresentam uma grande heterogeneidade, que se manifesta, principalmente, na altura e na formação de pseudo-verticilos. É admissível esperar um incremento volumétrico anual de 10 a 23 m3/ha. Em casos excepcionais, pode atingir 30 m3/ha.ano-1, com casca. O fuste é quase cilíndrico com um Fator de forma de 0,75 a 0,80 (Bueno, 1965). Árvores jovens emitem dois pseudo-verticilos por ano, e árvores adultas um pseudo-verticilo. Em sítios de fertilidade química média e com alto teor de alumínio, a produtividade, dependendo da procedência utilizada, variou de 12 a 18 m3/ha.ano-1. Estima-se uma rotação a partir de quinze anos para desdobro, em solos férteis e sob espaçamentos adequados. Os primeiros desbastes devem realizar-se, segundo o grau de qualidade, na idade entre os sete e doze anos. O pinheiro-do-paraná tem sido plantado em locais fora de sua ocorrência natural, merecendo menção, um plantio, situado nas proximidades de Ubaíra, no sul da Bahia, em solos férteis (Golfari et al., 1978). Fora do Brasil, esta espécie foi introduzida em diversos países, entre os quais a África do Sul, a Austrália, o Quênia, a República Malgaxe (Madagascar) e o Zimbabue, com comportamento variável. A madeira do pinheiro-do-paraná apresenta boas características físicas e mecânicas em relação à sua massa específica, sendo indicada para construções em geral, caixotaria, móveis, laminados e vários outros usos, entre os quais: tábuas para forro, ripas, caibros, fôrmas para concreto, palitos para fósforo, lápis, carpintaria comum, marcenaria, tanoaria, molduras, guarnições, compensado, mastros de navios, pranchões, postes, cabos de vassouras, tabuinhas para telhados, entre inúmeros usos. O uso da madeira de pinho para tábua de ressonância dos pianos é praticamente insubstituível. O pinheiro-do-paraná, sob a forma de madeira serrada e laminada foi, por um longo período, um dos produtos mais importantes na exportação brasileira. Em 1765, um decreto real autorizou o corte de pinheiros de Curitiba PR, para ser construída a nau São Sebastião, um dos primeiros barcos da futura Marinha brasileira. Feita inteiramente de pinho, a nau São Sebastião durou mais de 50 anos, e acabou sendo deixada na África, no curso de uma missão oficial da Coroa portuguesa.
- Louro pardo (Cordia trichotoma)
O louro-pardo apresenta crescimento lento a moderado no Brasil; os melhores incrementos volumétricos registrados em plantios são 9,65 m3/ha.ano-1, aos dez anos e 10,70 m3/ha.ano aos cinco anos. Na Argentina, seu crescimento é rápido, estimando-se para uma população de 100 indivíduos por hectare, uma produção volumétrica de até 23 m3/ha.ano-1 com casca aos treze anos de idade. Estima-se rotação inicial de até quinze anos, para desdobro, para DAP de 45 cm em solos razoáveis e bons tratos culturais. O baixo crescimento observado em Chapecó e Concórdia, ambos em Santa Catarina, deveu-se às geadas fortes verificadas em todos os anos de avaliação dos experimentos. Testada em Belterra PA, a espécie apresentou 100% de mortalidade. Esta espécie apresenta uma sazonalidade anual da atividade cambial, apresentando o período favorável do crescimento nos meses chuvosos, seguido de um desfavorável no período seco. A madeira de louro-pardo, por ser de resistência mecânica média, de aspecto agradável e de retratibilidade média, é indicada para construção de móveis de luxo, revestimentos decorativos, lâminas faqueadas para móveis e lambris; em construção civil como vigas, caibros, ripas, caixilhos, persianas, guarnições, tabuado; obras internas, construção de tonéis, embarcações leves, réguas, ligações encavilhadas; carpintaria, marcenaria, chapas, torneados, esculturas e freios de locomotiva.
- Jequitibá-rosa (Cariniana legalis)
O crescimento do jequitibá-rosa varia de moderado a rápido. Em alguns plantios, o crescimento superou 21 m3/ha.ano-1. Em Linhares ES, esta espécie apresentou mortalidade alta, não havendo explicação para o fato. Presume-se que os tratos culturais não tenham sido os mais adequados para a espécie. Em quatro locais no Sul do Brasil, a sobrevivência foi abaixo de 50%; possivelmente, as mortes foram ocasionadas pelas geadas. A madeira de jequitibá-rosa pode ser usada em contraplacados, folhas faqueadas, compensados, laminados, móveis e armação, acabamentos internos, carpintaria, marcenaria, obras de interior, construção civil, em esquadrias, forro, tabuados em geral; fósforos, artigos escolares, caixotaria, saltos para sapatos, tonéis, tamancos, brinquedos e lápis, cabos de vassoura.
- Jacarandá da Bahia (Dalbergia nigra)
O crescimento do jacarandá-da-bahia é moderado a rápido. Foi observado que o crescimento em locais fora de sua área de ocorrência natural (Amazonas e Paraná) é superior ao verificado na região de ocorrência natural (Espírito Santo). A rotação para dimensão de madeira comercial é estimada, no Espírito Santo, em 40 anos, quando se espera uma produção de 100 m3/ha a 150 m3/ha. A madeira do jacarandá-da-bahia, por ter retratibilidade média, resistência mecânica entre média e alta e, sobretudo, pela aparência típica e agradável, é indicada para confecção de móveis de luxo, folhas faqueadas decorativas para painéis, revestimento de móveis, caixas de rádio e televisor (antigamente), peças torneadas, cabos de escovas, cabos para peças de cutelaria, para entalhe, marchetaria, peças de adorno, mesas de bilhar, carroçaria; em construção civil, como caibro, forro, ripa, tabuado, taco e vigamento. É usada, também, na fabricação de instrumentos musicais e de caixas de pianos.
- Canafístula (Peltophorum dubium)
A canafístula apresenta crescimento rápido; a produtividade volumétrica máxima registrada é 19,60 m3/ha.ano–1. O baixo crescimento observado em Concórdia SC deveu–se às geadas fortes verificadas em todos os quatro anos do experimento. Essa essência constitui–se, atualmente, numa madeira de alto valor econômico, uma vez que há alguns anos atrás era desprezada comercialmente. Por isso permanecia nas derrubadas sem aproveitamento econômico imediato, como é o caso das queimadas do oeste do Paraná, feitas há alguns anos. A madeira de canafístula é indicada em construção civil para vigas, caibros, ripas, marcos de portas, janelas, assoalhos; em usos externos como mourões, dormentes, cruzetas; em indústria de móveis e guarnições; em construção naval e militar; em marcenaria e carpintaria para fabricar carroçarias, chapas e peças para decorações de interiores e parquetes.
- Araruva (Centrolobium tomentosum Guillem)
Araruva apresenta grande variação no crescimento em altura. Nos experimentos da Embrapa Florestas, foram testadas duas origens: Carlópolis - PR e Lorena - SP, com ligeira superioridade para a segunda. O crescimento de C. tomentosum é moderado a rápido. Estudam estimam, aos 20 anos de idade, para densidade não superior a 400 plantas por hectare, incremento volumétrico médio anual de 20 m3/ha. Na Bolívia, é estimada uma rotação de 20 anos para o seu corte. A madeira de araruva pode ser usada em construção civil e naval, obras externas, hidráulicas, tacos, carpintaria, marcenaria de luxo, móveis finos, torneados, lambris, postes, mourões, esteios, vigamentos para pontes, cercas, hélice de pequenos aviões, cabos de ferramentas e enxada (quando nova). Para o dormente, dá-se a durabilidade de onze anos. Espécie recomendada para tanoaria; no interior do Paraná, a aguardente conhecida com o nome de araribá é acondicionada em barris feitos dessa madeira.
- Jequitibá-branco (Cariniana estrellensis)
O jequitibá-branco apresenta crescimento variável, de moderado a rápido. A maior produtividade volumétrica é 17,20 m3/ha.ano-1, aos 25 anos. A madeira do jequitibá-branco é indicada para estruturas de móveis, molduras e guarnições internas, peças torneadas, cabos de ferramentas, implementos, tanoaria, saltos para calçados, fósforos; em construção civil, como vigas, esquadrias, forros, caibros, ripas, tabuado, fôrmas de concreto e outros. É também usada na fabricação de madeira compensada. A madeira, quando preservada, pode ser usada em aplicações externas.
- Araribá- rosa (Centrolobium robustum)
O araribá-rosa apresenta crescimento moderado. Em plantio puro, em Linhares - ES, apresentou incremento médio anual máximo em volume de até 11,80 m3/ha.ano-1, aos nove anos de idade. Em 1992 verificaram que o crescimento da altura apresentou estagnação aos onze anos de idade. Entre as espécies de Centrolobium descritas nesta publicação, o araribá-rosa apresenta crescimento intermediário ao apresentado por C. tomentosum e pelo C. microchaete, nesta ordem. O material genético usado pela Embrapa Florestas, em todos os plantios experimentais, é proveniente da Companhia Vale do Rio Doce, Linhares - ES, sendo que o araribá-rosa não ocorre naturalmente neste local.

Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalística da Revista da Madeira

CONSTRUÇÃO CIVIL: O USO RACIONAL E SUSTENTÁVEL DA MADEIRA

MADEIRA: USO SUSTENTÁVEL NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O IPT, a Secretaria Municipal do Verde e o Sinduscon lançaram um manual sobre os vários tipos de madeira existentes no Brasil para orientar a construção civil e os revendedores do produto a poupar espécies em risco de extinção.
O guia Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil mostra opções que podem ser utilizadas sem agredir o meio ambiente ou destruir espécies raras, apresentando rendimento similar nas várias etapas da edificação.
O manual está disponível em arquivo no formato PDF.download do manual
Os documentos em arquivos no formato PDF podem ser visualizados com o software Acrobat Reader.download do software

12 junho 2008

FAUNA E FLORA II - ANTÍLOPE - ORIX - VAMOS PRESERVAR NOSSOS ANIMAIS




ORIX
Oryx gazella
Oryx beisa
Oryx leucoryx
Oryx
Oryx
Existem várias subespécies de orix, inclusive o orix-branco (o qual eu penso que é o mesmo orix-árabe, cujo nome científico é Oryx leucoryx), entre elas, duas são bem parecidas: o Gemsbok (Oryx gazella) e o Fringe-eared oryx (Oryx gazella callotis).
Gemsbok have a pale gray body color with large black patches on its rump and on the upper hindlegs. Fringe-eared oryx have a browner body color with a tuft of black hair growing from the ear tips.
Nome em inglês: Gemsbok

Nome científico: Oryx gazella
Animal-símbolo da Namíbia - África

É um animal que vive em pequenos grupos em lugares secos ou em grandes grupos em uma região desértica. Têm uma excelente audição e podem detectar um som na distância de 1 quilômetro.
Quando atacados, eles se defendem com os seus chifres. Têm uma dieta vasta, como grama, frutas, raízes, tubérculos e, às vezes, cebolas ou melões selvagens, quando querem beber água e não encontram. Algumas pessoas acreditam que ele esteja associado ao mito do unicórnio...
Distribuição: Vivem em pequenos grupos na Namíbia, Botsuana e África do Sul. Grandes números existem em localidades privadas, especialmente em Parques e Áreas Protegidas, entre as fronteiras dos 3 países como:



OS NOVOS ANIMAIS



Quinta-feira, Junho 29, 2006
NOVA ESPÉCIE: "SERPENTE CAMALEÃO"


Um novo tipo de serpente, capaz de mudar de cor espontaneamente, assim como o camaleão, foi descoberto na floresta de Bornéu, anunciou segunda-feira a WWF (World Wildlife Fund). Segundo a organização ambiental, a comunidade científica está surpresa com o fenômeno, que ainda não sabem explicar. A sua habilidade para mudar de cor é tanta que manteve-a escondida da ciência até hoje. Foi o cientista alemão Mark Auliya descobriu a "serpente do barro de Kapuas", assim chamada em referência ao local onde foi encontrada. O biólogo capturou duas serpentes venenosas na região pantanosa das florestas adjacentes ao rio Kapuas, na Indonésia. Foi então que reparou na mudança da pigmentação de um dos animais. A descoberta veio bem em tempo para ampliar os esforços concervacionistas na região.

Especialistas advertem que a extensão florestal da ilha de Bornéu diminuiu 75% desde os anos 80.

A descoberta desta espécie eleva para 361 o número de espécies animais e vegetais encontradas nos últimos dez anos no território.

FAUNA E FLORA ESTÃO EM RISCO - 15.589 ESPÉCIES ESTÃO AMEAÇADAS



Na corda bamba ambiental

Divulgada nova versão da Lista Vermelha de espécies ameaçadas; relação brasileira vai virar livro

A versão de 2004 da Lista Vermelha de espécies ameaçadas de extinção acaba de ser divulgada pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês). Os resultados não são animadores: 15 espécies foram consideradas extintas nos últimos 20 anos e outras 12 sobrevivem apenas em cativeiro. A Lista Vermelha deste ano cresceu de forma significativa em relação à versão de 2003: são 3330 espécies a mais. No total, são 15.589 espécies ameaçadas (7266 animais e 8323 vegetais). Esse aumento, no entanto, não reflete um surto de extinções ocorrido no último ano: ele pode ser explicado em parte por conta da inclusão de relações inéditas das espécies ameaçadas de anfíbios e de dois grupos de vegetais (coníferas e cicadáceas), feitas recentemente pela IUCN, além de reavaliações de critérios para listas de outros grupos.

Mesmo assim, a IUCN afirma que a degradação ambiental está acelerada como nunca. Acredita-se ainda que, devido a aproximações, o número de espécies ameaçadas ou extintas possa ser ainda maior do que indicam os índices da Lista. De acordo com as informações da Lista Vermelha, o número de espécies ameaçadas aumentou em todos os grupos taxonômicos.

Outro dado preocupante é a igualdade entre a ameaça de extinção de espécies continentais e insulares. A maior fragilidade dos ecossistemas de ilhas explicaria o desaparecimento mais rápido dessas espécies.

Apesar disso, os números apontam que, mesmo nas áreas continentais, o risco não diminui.

A maioria das espécies ameaçadas de extinção encontra-se em áreas de grande concentração populacional. Não à toa, os países com o maior número de espécies endêmicas (que ocorrem em uma única área) na lista são Brasil, China, Austrália, Indonésia e México. A situação da fauna brasileira na lista da IUCN reflete também o descaso com a preservação ambiental. Segundo esse documento, os países que menos destinam recursos à preservação ambiental são aqueles que figuram como os primeiros na contagem de espécies endêmicas ameaçadas. O Brasil, aliás, foi o único país nominalmente citado como exemplo dessa categoria. Isso se reflete em números: há no Brasil 42 espécies de mamíferos endêmicos ameaçados, o que faz com que ocupe o sexto lugar numa lista de 239 países. Os números alarmantes aparecem também na Lista Brasileira da Fauna Ameaçada, um projeto realizado pela Fundação Biodiversitas em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, Ibama, Sociedade Brasileira de Zoologia, Conservation International do Brasil e Instituto Terra Brasilis. Essa lista, oficializada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2003, revela que há 395 espécies terrestres ‐ mamíferos, aves, anfíbios, répteis e invertebrados ‐ ameaçadas de extinção, a maioria na categoria "vulnerável", que é o nível de ameaça mais brando, o que não deixa de ser preocupante. As espécies aquáticas foram listadas apenas em 2004, depois de um ano de discussões e novas pesquisas. O motivo principal é que a primeira lista de peixes e invertebrados aquáticos trazia espécies predadas com fins comerciais. A presença delas na lista poderia gerar problemas econômicos e jurídicos, já que representaria a proibição da pesca. Por conta disso, a equipe responsável pelas espécies aquáticas estabeleceu cotas para sua pesca e a época do ano em que ela estaria liberada.

Para traçar novas estratégias de proteção ambiental e evitar que mais espécies entrem na lista vermelha de 2005, realiza-se de 17 a 25 de novembro o Terceiro Congresso da IUCN pela Conservação Mundial, em Bangkok. Lá, mais de mil organizações parceiras e 5 mil delegados, inclusive representantes governamentais, do setor privado e do terceiro setor, pretendem alertar o mundo para a rapidez sem precedentes com a qual algumas espécies têm sumido do planeta.

Fonte: Aline Gatto Boueri Ciência Hoje On-line 19/11/04

11 junho 2008

FAUNA MUNDIAL I - PRECISAMOS PRESERVÁ-LA




Nome comum: Grow


Nome em inglês: Crowned Crane ou Crested Crane


Grou-coroado-preto, Black Crowned Crane (Balearica pavonina) – ave nacional da Nigéria


Grou-coroado-cinza, Grey Crowned Crane (Balearica regulorum) – ave nacional de Uganda
Existe uma discordância em relação a classificação dessa espécie... Algumas autoridades acham que ambos, preto e cinza, são da mesma espécie B. pavonina... Entretanto, a nomenclatura (Zimmerman, Turner e Pearson) classifica outra espécie, a B. regulorum...

Em muitas zonas de África o Grou Coroado é considerado uma ave sagrada e o seu significado cultural fez com que seja protegida localmente. O Grou Coroado é a ave nacional do Uganda. Esta espécie é considerada os fósseis vivos da família dos Grous porque conseguiram sobreviver à Idade do Gêlo nas savanas de África.

CORAIS ESTÃO DESAPARECENDO EM ABROLHOS -POLUIÇÃO/AQUECIMENTO SÃO OS FATORES CAUSADORES - BAHIA - BRASIL


11/06/2008 - Doença misteriosa dizima corais na Bahia


Para um grupo de pesquisa que mergulha a trabalho em Abrolhos, no sul da Bahia, essa atividade está sendo triste em vez de prazerosa. Após quase sete anos de um monitoramento constante e inédito na região, eles se declaram preocupados com a saúde dos corais-cérebro que vivem lá, nas formações dos tradicionais recifes da região do arquipélago.
Doentes --10% da área de cobertura das colônias analisadas já sumiu em três anos--, esses animais poderão sofrer muito mais até o fim do século se a prevalência da doença for mantida. Se ela crescer só 1%, eles podem até desaparecer.
"Com os níveis atuais, até 2100, 60% das colônias poderão morrer", afirmou à Folha o pesquisador Ronaldo Francini-Filho, autor do estudo publicado na revista científica "Marine Pollution Bulletin".
Leo Francini/Folha Imagem
Para reverter o quadro em Abrolhos, na Bahia, a forma mais segura é aumentar a conservação do local, segundo os especialistas
Atualmente ligado à Universidade Estadual da Paraíba, ele fez o trabalho pela Universidade Federal da Bahia. De acordo com o biólogo, em todos os 18 pontos onde existe registro da doença, o problema surgiu a partir de 2005. "É algo bastante recente", afirma.
Os invertebrados de Abrolhos são vitimados por diversas doenças, diz a pesquisa. A chamada praga branca, porém, é uma preocupação especial. "A principal hipótese de trabalho é que esta doença seja causada por bactérias."
A questão é mais complexa, entretanto, e cientistas ainda não tem certeza sobre o que promove a disseminação dessas bactérias, que surgem com muita freqüência no litoral baiano. "Para nós, são fortes os indícios de que se trata de uma sinergia de fatores", diz Francini-Filho. O aumento da temperatura superficial dos oceanos tem uma parcela de culpa. A poluição local, que é grande, também é responsável.
Um sinal disso é que a doença segue mar adentro, atingindo pontos de 10 km a 40 km da costa, no próprio arquipélago de Abrolhos. "A poluição do continente atinge uma distância grande", afirma o biólogo.
O quadro registrado no Brasil --em parte, por causa do aumento da temperatura dos mares-- não é fenômeno isolado.
No Caribe, nos últimos anos, tem sido freqüente o registro de sumiço de colônias coralinas. "Lá é mais fácil fazer uma correlação com o clima, porque existem séries históricas maiores, de milhares de anos", diz Francini-Filho.
Segundo o biólogo, os dados caribenhos são unânimes em mostrar que o aumento da temperatura superficial do oceano é bem mais presente nas últimas décadas.
Para reverter o quadro em Abrolhos, explicam os pesquisadores, a forma mais segura é aumentar a conservação do local. O coral-cérebro é uma espécie endêmica, que existe apenas no litoral do Brasil.

Fonte: EDUARDO GERAQUE da Folha de S.Paulo

10 junho 2008

AS FLORESTAS TROPICAIS E SUBTROPICAIS ÚMIDAS - ÁFRICA



Precisamos preservar estas riquezas do planeta...!!!

FAUNA E FLORA, uma riqueza sem preço, a vida do planeta terra.

As florestas tropicais e subtropicais úmidas de folhas largas são encontradas em um cinturão em torno do equador e nos subtrópicos úmidos, e são caracterizadas por climas quentes, úmidos, com alta taxa de pluviosidade. As regiões tropicais e subtropicais com baixa pluviosidade ou estações úmida e seca distintas abrigam florestas tropicais e subtropicais secas de folhas largas e florestas tropicais e subtropicais de coníferas. As florestas pluviais temperadas também ocorrem em algumas regiões costeiras temperadas úmidas.
As florestas tropicais e subtropicais úmidas de folhas largas são comuns em várias ecorregiões terrestres, incluindo partes da Afrotrópica (África equatorial), Indomalaia (partes do subcontinente indiano e sudeste da Ásia), Neotrópica (norte da América do Sul e América Central), Australásia (leste da Indonésia, Nova Guiné e norte da Austrália), e Oceania (as ilhas tropicais do Oceano Pacífico. Cerca de metade das florestas pluviais do mundo estão no Brasil. As florestas tropicais cobrem atualmente menos de 6% da superfície continental e insular da Terra. Os cientistas estimam que mais da metade de todas as espécies de plantas e animais do mundo vivem em florestas pluviais tropicais. As florestas pluviais tropicais produzem 40% do oxigênio da Terra.

Ecorregiões das florestas tropicais e subtropicais úmidas de folhas largas
Ecorregião Afrotrópica

- Florestas das montanhas de Camarões (Camarões, Nigéria)

- Florestas das planícies centrais do Congo (República Democrática do Congo)

- Florestas de Comoros (Comoros)

- Florestas de transição do Níger (Nigeria)

- Florestas costeiras de Sanaga-Bioko coastal forests (Camarões, Guiné quatorial, Nigéria)

- Florestas de montanha o leste da África (Quênia, Sudão, Tanzânia)

- Florestas do arco leste (Tanzânia, Quênia)Floresta dos pântanos do leste do Congo (República Democrática do Congo)

- Florestas do leste da Guiné (Benin, Gaana, Costa do Marfim, Togo)

- Florestas de montanha da Etiópia (Etiópia)

- Florestas graníticas das Seychelles (Seychelles)

- Florestas de montanha da Guiné (Guiné, Costa do Marfim, Libéria, Serra Leoa)

- Florestas de montanha de Knysna-Amatole (África do Sul)

- Mosaico florestal costeiro de KwaZulu-Cabo (África do Sul)

- Florestas de planície de Madagascar (Madagascar)

- Florestas sub-úmidas de Madagascar (Madagascar)

Fonte: Wikipédia


AS RESERVAS DO BRASIL - ILHA DOS PAPAGAIOS E SUPERAGUI




A Ilha dos Papagaios e Superagui
Oficialmente conhecida como Ilha do Pinheiro, localiza-se na Baía dos Pinheiros e é outro ponto maravilhoso para se ficar a bordo de um veleiro. Além do belo pôr-do-sol que se pode observar olhando para a Ilha do Superagui ao seu lado, podemos curtir a revoada dos papagaios- de-cara-roxa que ali vêm para pernoitar. O local é muito bem abrigado e com bom calado, fazendo com que seja um ótima opção de passeio para um feriado prolongado.

Formado pelas ilhas de Peças e Superagui, o Parque Nacional do Superagui foi declarado, em 1999, Patrimônio Natural da Humanidade, pela UNESCO, sendo considerado um dos ecossistemas costeiros mais notáveis do planeta e um dos raros recantos naturais da Mata Atlântica ainda intocados pelo homem.

A floresta de restinga abriga grande variedade de orquídeas e espécies animais raras e em extinção, como o mico-leão-da-cara-preta e o papagaio-de-cara-roxa, o chauá, que só existem lá. O manguezal preservado é berçário de várias espécies marítimas.
A Ilha do SuperaguiA Ilha do Superagui na verdade é uma ilha artificial, pois foi criada em 1953 com a construção do Canal do Varadouro. Na região sul, no lado interno da ilha e de frente para a Ilha das Peças, há o vilarejo dos pescadores, com alguns restaurantes e pousadas. É uma ótima opção para um almoço curtindo o visual da barra e Ilha do Mel ao fundo. No verão recebe muitos turistas vindos de lá em pequenas voadeiras ( coisa de 20 min de travessia ). A barra fica bem próxima, gerando um grande banco de areia onde é possível dar uma agradável caminhada e tomar um banho de mar delicioso.
Fonte:http://www.madeincuritiba.com.br/musashi/superagui.htm

Informações adicionais: 1 - Rodney, do veleiro Four Winds, disponibiliza os waypoints para se chegar à Baía dos Pinheiros em seu site : Waypoints
2 -Papagaio de cara-roxa
Reino: Animalia,
Filo: Chordata
Classe:Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Nome científico: Amazona brasiliensis
O papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) é uma das aves que estão sob risco de extinção no mundo. A espécie é endêmica de uma região, isto é, somente é encontrada em um único lugar no mundo. Sua área de ocorrência abrange uma estreita faixa que vai do litoral sul de São Paulo, atravessa a costa do Paraná e chega até o extremo norte do litoral de Santa Catarina

OS RIOS MAIS POLUÍDOS DO BRASIL


Sempre que posto notícias deste tipo, me entristeço muito...gostaria muito de estar contìnuamente trazendo boas novas para vocês. Mas alertar o mundo, também faz parte do nosso propósito...cobrar, conscientizar. Precisamos romper as resistências ao desenvolvimento sustentável e limpo.


Rio Iguaçu, o 2º mais poluído do país, não tem perspectiva de melhora .
O rio que corta o Paraná é o segundo mais poluído do Brasil. Elevada quantidade de moradores na bacia do Iguaçu e baixa vazão são apontados como agravantes da poluição.

04/06/2008 - As famílias que vivem ao redor do Rio Iguaçu, em Curitiba e região metropolitana, vão continuar sofrendo com a poluição nos próximos anos. A afirmação foi feita pelo gerente da agência de bacias do Alto Iguaçu, Enéias Souza Machado, da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), órgão ligado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os anos de 2002 e 2004, apontou o Rio Iguaçu como o segundo mais poluído em grandes cidades brasileiras. Perde apenas para o Rio Tietê, em São Paulo. Machado não contesta a pesquisa do IBGE.

Saiba mais
Estudo do IBGE revela aumento da violência no país
Rio Iguaçu é o segundo mais poluído em grandes cidades brasileiras
Consumo de energia cresceu 37% de 1995 a 2006
Brasil não tem depósitos adequados para lixo radioativo, revela IBGE
IBGE: área preservada cresceu para 8,3% do território
O Brasil tem a maior biodiversidade do planeta. Para proteger esse patrimônio, destina uma área de mais de 712.660 km2 a unidades de conservação (UCs) federais, segundo levantamento do Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2008 (IDS), divulgado nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Leia matéria completa

Brasil não tem depósitos adequados para lixo radioativo, revela IBGE
O Brasil está prestes a iniciar a construção de sua terceira usina nuclear -anunciada para este ano pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff -, mas ainda não tem depósitos específicos para armazenar seu lixo radioativo. Leia matéria completa
“Esses dados que usaram foram levantados pela secretária (Sema) mesmo. São dados locais passados pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e pela Suderhsa”, afirmou Machado. De acordo com o gerente ambiental, os dados levantados em 2004 podem estar iguais ou até piores agora em 2008.

Obras e baixa vazão

Obras de saneamento básico para mudar o panorama estão sendo feitas, mas o problema é físico. “Mesmo com as obras ao longo dos próximos anos, os rios do Alto Iguaçu vão continuar com uma poluição elevada, pois são rios de baixa vazão e com muita gente morando em volta”, explicou Machado.

Entre os rios que fazem parte do Alto Iguaçu estão o Belém, o Atuba e o Barigüi. Rios que passam entre áreas com intensa habitação em Curitiba e região. Sobre o Rio Iguaçu, Machado explica que são basicamente dois fatores para a elevada poluição. “Primeiro, é o passivo ambiental, que já há algumas décadas existe, com falta de investimento no saneamento ambiental. Isso não só aqui no Paraná, mas no país inteiro”, disse.

O segundo fator é referente aos moradores em volta do rio. “Numa região de início de bacia existem 2,5 milhões de habitantes. É muita gente em volta do rio. As obras de saneamento melhoram a condição, mas ainda fica uma poluição residual, não desprezível e ainda elevada”.

A qualidade da água do Rio Iguaçu melhora conforme se afasta do aglomerado de moradias na região metropolitana e quando a vazão do rio aumenta. “Em Foz do Iguaçu (Oeste) a qualidade é altíssima, pois a vazão é muito grande no local”, afirmou Machado. Uma das soluções apontadas pelo gerente da agência de bacias para a despoluição do Rio Iguaçu é o sistema de flotação, que já é utilizado em São Paulo. “Além das obras de saneamento é feito o tratamento do leito do rio. Isso é uma ação que pretendemos implantar num médio prazo. No primeiro momento é colocar esgotos onde ainda não existem”, definiu.

O prazo mínimo para concluir as obras de saneamento é de 5 a 10 anos e, segundo Machado, são obras “bastante caras”.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente não quis comentar a pesquisa realizada pelo IBGE, pois não tem conhecimento sobre como o estudo foi feito.

Pesquisa

A informação sobre o Rio Iguaçu é do levantamento Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2008 (IDS), divulgado nesta quarta-feira (4), pelo IBGE. Além do Tietê e do Iguaçu, a situação também é crítica no Rio das Velhas, que corta Belo Horizonte, no Rio Paraguaçu, que banha parte do Recôncavo Baiano, e no Ipojuca, que atravessa cidades industriais de Pernambuco.

TUVALU E OS EFEITOS DO AQUECIMENTO GLOBAL

Foto: Vista da costa serpenteada do atol onde fica Funafuti, capital do Tuvalu

10/06/2008 - Os náufragos do arquipélago de Tuvalu

Todos os domingos, uma centena de imigrantes do Tuvalu se reúne para a missa em Te Atatu South, uma localidade da periferia a oeste da cidade de Auckland. Nas dependências do centro que lhes foi emprestado pelo Lion's Club, as famílias se instalam em esteiras colocadas diretamente no chão, para acompanharem a pregação, na qual a única língua praticada é o tuvaluano. Algumas das mulheres estão enfeitadas com uma flor de pluméria, um arbusto de aroma almiscarado, nos cabelos, enquanto a maior parte dos fiéis fala entre si na língua do seu país de origem.
O arquipélago de Tuvalu, um Estado da comunidade britânica situado a alguns milhares de quilômetros ao norte da Nova Zelândia, é uma das menores nações que existem no mundo, pelo seu tamanho -26 km2 de superfície terrestre- e a sua economia. Ela não conta com mais do que 11.000 habitantes, distribuídos por 9 ilhas e atóis de recifes de corais. Mas, segundo o mais recente censo, o número dos imigrantes do Tuvalu que vivem hoje na Nova Zelândia já passou para mais de 2.600, ou seja, eles são cinco vezes mais numerosos do que quinze anos atrás. Além disso, o seu número poderia aumentar ainda mais, pois a comunidade está preocupada.

Da mesma forma que o arquipélago de Kiribati ou as ilhas Marshall, mais ao norte, Tuvalu integra o conjunto dos pequenos países do Pacífico que estão ameaçados pelo aquecimento climático. Segundo o Grupo de Peritos Intergovernamental sobre a Evolução do Clima (cuja sigla em francês é GIEC), o nível médio dos oceanos deverá subir numa proporção de 18 a 59 centímetros daqui até 2100. Para estas ilhas, situadas exatamente acima do nível do mar, isso seria uma catástrofe. "Nenhum local em Tuvalu está situado a mais de 5 metros de altitude. As áreas situadas a apenas 50 centímetros acima do nível do mar irão sofrer enchentes permanentes no decorrer deste século", afirma John Hunter, um oceanógrafo na universidade da Tasmânia.Tradicionalmente, os habitantes de Tuvalu costumavam emigrar por razões econômicas, uma vez que as chances de desenvolvimento no arquipélago sempre foram limitadas. Durante muito tempo, eles migraram para a ilha de Nauru -entre os atóis de Tuvalu e da Papua-Nova Guiné- para trabalharem nas minas de fosfato. Mas, já faz alguns anos, a ameaça climática tornou-se um motivo adicional para o seu exílio. Misalaima Seve, que é originária de Fongafale, o atol onde fica Funafuti, a capital do Tuvalu, diz que acabou optando por ir embora de lá por temer a subida das águas."Eu comecei a ver muitas coisas mudarem. Agora, o mar passou a encobrir a terra por ocasião das grandes marés", garante esta mulher idosa, falando num inglês hesitante.

Silou Temoana, que está instalada há alguns anos na Nova Zelândia, afirma, por sua vez, ter observado diversas mudanças em sua ilha de Niutao, ao norte do Tuvalu. "A quantidade de terras está menor do que quando eu era criança, e, ao mesmo tempo, aumentou o número de pessoas. Está se tornando cada vez mais difícil cultivar plantas a contento". Telaki Taniela, um pai de família que vive com os seus cinco filhos num bairro da periferia de Auckland, faz uma constatação similar: "Eu fui embora do Tuvalu porque estava ficando preocupado com o aquecimento climático. Hoje, as grandes marés são mais freqüentes. Não faltam aqueles, em Tuvalu, que se recusam a acreditar nisso, que chegaram à conclusão de que Deus jamais permitirá que isso aconteça. Mas, cedo ou tarde, eles serão obrigados a se conscientizarem da situação".

Observações por satélite e por meio de medidores vêm sendo realizadas já faz cerca de quinze anos na tentativa de se medir a elevação do nível do mar, mas este período seria curto demais para se tirar quaisquer conclusões, avisam os cientistas. "As estimativas que nós temos apontam que, de 1950 a 2001, o nível do mar subiu, em média, 2 milímetros por ano. Mas, por causa da aceleração da elevação do nível do mar que nós passamos a observar nos últimos tempos, o fenômeno poderia agravar-se em Tuvalu", explica John Hunter.

Alterações no ecossistemaNa opinião de Simon Boxer, que foi encarregado de estudar a questão pelo Greenpeace da Nova Zelândia, este, de qualquer forma, não é o único perigo que ameaça a região: "As populações das pequenas nações do Pacífico vão estar confrontadas a alterações no seu ecossistema antes mesmo de serem inundadas, tais como a salinização do seu sistema de abastecimento de água e das suas áreas cultivadas". Um outro risco é a recorrência de fenômenos climáticos extremos, que poderiam ser devastadores para essas pequenas ilhas.

Contudo, o aquecimento climático não seria a única causa de desastres potencial. Os cientistas apontam igualmente para a ameaça que representam as más práticas de ocupação do solo na ilha da capital. "Desde a independência, em 1978, a população passou de 700 para 5.000 habitantes em Fongafale. Além disso, a construção de calçadas acabou modificando os traçados das marés", comenta John Connell, um geógrafo na universidade de Sydney e especialista nas ilhas do Pacífico. Para Chris de Freitas, um professor na escola de geografia da universidade de Auckland, "enchentes vêm ocorrendo da maneira evidente nas ilhas do Tuvalu, mas, neste caso, não é exatamente o aquecimento climático provocado pelo homem que está na origem deste fenômeno. Elas são o resultado da erosão e de projetos imobiliários que vêm provocando um afluxo da água do mar".

Este é um ponto de vista que poucos imigrantes parecem estar dispostos a ouvir, pois muitos deles estão convencidos de estarem pagando o preço necessário para adquirir o modo de vida dos países ocidentais. Há alguns anos, o governo de Tuvalu havia até mesmo ameaçado entrar com uma ação na justiça contra a Austrália e os Estados Unidos por estes não terem ratificado o Protocolo de Kyoto. Fala Haulangi, uma das principais lideranças da comunidade tuvaluana em Auckland, não admite qualquer questionamento: "Nós não nos valemos do pretexto do aquecimento climático para emigrar. Os nossos familiares e os habitantes mais idosos estão bem lá onde estão nas suas ilhas, eles não têm a menor vontade de irem embora de lá". E Telaki Taniela acrescenta: "Nós deveríamos pleitear o estatuto de refugiados climáticos, pois nós pertencemos a uma nação limpa, que tem sido vítima das ações dos grandes países".

Por enquanto, a Nova Zelândia autoriza anualmente 75 imigrantes do Tuvalu a se instalarem em seu território -em função de um programa de imigração para as ilhas do Pacífico-, sem, contudo, reconhecer seu direito ao estatuto de refugiados ambientais. Em Auckland, a comunidade do Tuvalu organiza regularmente cerimônias e festas noturnas tradicionais com as quais ela tenta preservar a sua cultura. "A migração pode ser uma solução, mas se o nosso país for submerso, as nossas tradições correm o risco de perder-se, pois elas serão absorvidas pela cultura do país onde nós estaremos instalados", teme Silou Temoana.

Na Nova Zelândia, poucos são aqueles, entre os membros da nova geração, que planejam retornar ao arquipélago dos seus pais.

Fonte: Le Monde - Tradução: Jean-Yves de Neufville - De Marie-Morgane Le Moël - Enviada especial do Le Monde a Auckland (Nova Zelândia)