18 agosto 2010

COCA-COLA - ESTÁ RECICLANDO SUAS GARRAFAS




A Coca-Cola possui vários programas de reciclagem pelo mundo, como por exemplo os de garrafas PET.
Mais recentemente, a Coca-Cola se uniu nos Estados Unidos com a Emeco, uma fabricante de cadeiras. Juntos, realizaram um projeto especial de recriar a clássica cadeira Navy Chair inteiramente com garrafas PET recicladas. E não é com uma, nem 10. São 111 garrafas PET recicladas por cadeira – que é útil, bonita, resistente, pode vir em diversas cores e é metade do preço da original.
O produto é resultante da mistura de plástico PET (60%) e uma combinação especial de outros materiais, incluindo pigmento para as cores e fibra de vidro para melhorar a resistência do produto final (desenvolvidos em parceria com a BASF). Estima-se que cerca de 3 milhões de garrafas plásticas, tipo PET, serão reaproveitadas anualmente para a produção da linha de cadeiras que recebe o nome de “111 Navy Chair”, que estarão disponíveis para a venda a partir de junho de 2010, e já estão confirmardas em seis cores: vermelho coca-cola, neve, pedra, grama, caqui e carvão.
A Emeco garante que a “111 Navy” terá os mesmos atributos que a “Navy 1006”, ou seja, será igualmente durável, confortável e forte. Para o lançamento rolou uma campanha publicitária que mostra a cadeira inserida num bloco de gelo de uma tonelada, criado pelo escultor Duncan Hamilton, e fotografado por Peer Lindgreen. A responsável é a agência Wieden + Kennedy de Londres.

QUEIMADAS, ATÉ QUANDO?


Por Alexandre Camargo Coutinho

A acelerada dinâmica de uso das terras e a elevada incidência de pontos de queimadas observadas na região da Amazônia Legal, na última década, atingiram proporções alarmantes, atraindo as atenções de políticos, ambientalistas e da sociedade em geral. Diferentes políticas, estratégias e ações de monitoramento e controle das queimadas foram propostas no decorrer desse período, com o objetivo de conter o deslocamento e o avanço da fronteira agrícola sobre as áreas de vegetação natural remanescente, mais especificamente sobre a Floresta Tropical Úmida. O Estado do Mato Grosso, localizado na região da Amazônia Legal, apresenta características especiais para o entendimento das relações entre a ocupação das terras e a incidência das queimadas, pois congrega em seu território uma importante diversidade ambiental e sócio econômica, favorecendo o desenvolvimento das análises propostas. Este trabalho identificou e mapeou a dinâmica de queimadas no Estado do Mato Grosso e procurou identificar seus principais condicionantes, baseando-se em análises espaciais e estatísticas, desenvolvidas com os dados de queimadas e de variáveis ambientais, econômicas e sociais.

O fenômeno das queimadas está forte e intimamente relacionado aos desmatamentos. Existem, basicamente, duas condições definindo essa associação: 1) a abertura de novas áreas, na frente de expansão da fronteira agrícola, dependentes da utilização do fogo para eliminar os restos de matéria orgânica resultante do corte e derrubada da floresta; 2) os agentes da ocupação inicial das novas áreas, incorporadas à atividade agropecuária, são geralmente agricultores e pecuaristas descapitalizados, voluntários ou assentados por programas governamentais, que adotam sistemas de produção convencionais, fortememte apoiados no uso do fogo.

A série histórica dos dados de queimadas deve ser vista como uma variável com potencial dinâmico e não simplesmente a ser utilizada na identificação e localização de pontos isolados. A compreensão desse fenômeno passa invariavelmente por uma análise da sua dinâmica, pois ações isoladas de monitoramento, combate e controle de queimadas ou desmatamentos, serão incipientes se não houver um esforço prévio de compreensão dos fenômenos que regem essas ações.

Não há dúvidas quanto aos impactos negativos da componente especulativa da posse da terra, cujo incentivo pode ocorrer tanto pela utilização das vias de acesso, abertas pela extração seletiva de madeira, quanto pela abertura de estradas por parte dos governos municipal, estadual e federal. Da mesma forma, não há mais como questionar a eficiência da adoção de estratégias radicais de transformação da paisagem, como a erradicação total da cobertura vegetal original, no processo de disputa e posse da terra. Inúmeras evidências convergem para a situação de absoluto desconhecimento e descontrole fundiário, na região da Amazônia Legal, como a principal componente responsável pela ferocidade e agressividade percebidas no processo de disputa pela posse das terras.

A autonomia do mercado de terras estabelecido na região prevalece sobre as irrisórias, pontuais e ineficientes políticas e ações preservacionistas, deflagradas pelos governos estadual e federal. Pior: as políticas desenvolvimentistas e preservacionistas, deflagradas contemporaneamente por diferentes setores do governo, são incompatíveis e agravam os problemas, gerando inúmeros conflitos de ordem ecológica, social, econômica e fundiária, ainda mal dimensionados e mal conhecidos.

A análise, a discussão e a compreensão desse cenário, complexo e dinâmico, são fundamentais e inevitáveis se realmente houver disposição para mudar o quadro atual de políticas públicas e ações de comando e controle e para formatar novas alternativas de atividades antrópicas ecologicamente sustentáveis, economicamente menos gananciosas e socialmente mais justas. Enquanto as queimadas forem tratadas como um fenômeno isolado, continuaremos assistindo ao agravamento da já complexa situação fundiária, ambiental, agrícola, social e econômica da Amazônia.

15 agosto 2010

PLANTANDO O ALGODÃO COLORIDO...



Algodão Ecológico é Alternatica Para Pequenos Agricultortes de MT

Algodão colorido e algodão ecológico são duas promessas de alternativa de renda aos pequenos produtores de Mato Grosso, que estão sendo implementadas pela Fetagri - Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Programa Alternativo para o Desenvolvimento Sustentável da Cotonicultura Familiar de Mato Grosso em parceria com diversas entidades. Nos dois casos, a redução no uso de agrotóxicos e insumos químicos é um verdadeiro ganho ambiental, ainda mais considerando que a cultura do algodão convencional é considerada uma das mais poluentes.

A estratégia da Fetagri é buscar novos mercados para agricultores familiares que até o início da década de 90 cultivavam algodão sem concorrência direta com os grandes latifundiários, que investiram na cultura a partir de incentivos do governo anterior. "Não há como concorrer com os grandes produtores, por isso estamos procurando agregar valor ao produto para compensar o alto custo da produção em pequena escala", explica Adelar Schons, engenheiro agrônomo da federação.

O algodão ecológico, ou alternativo, está sendo cultivado com relativo sucesso em campos experimentais da Univag, em Várzea Grande, no campus de Cáceres da Unemat - Universidade Estadual de Mato Grosso e na Escola Agrotécnica de São Vicente. A expectativa é que dentro de dois anos, com avanço das pesquisas científicas, a técnica possa ser utilizada em várias comunidades rurais a ponto de buscar a certificação, que ateste a não utilização de agrotóxicos para controle de doenças, insetos ou na adubação. Por enquanto, pequenos produtores dos municípios de Curvelândia, Porto Estrela e Carlinda estão produzindo o algodão ecológico, mas a expectativa é que ainda esse ano pelo menos mais oito produtores adotem a técnica.

Adelar explica que os experimentos ainda estão no início e muitos dados ainda precisam ser analisados. Entretanto, com algumas informações básicas já é possível comparar com a produção do algodão convencional. "O algodão ecológico pode ter a mesma produtividade do que o convencional cultivado no cerrado, desde que o controle de doenças insetos e adubação orgânica seja feita de forma correta", salienta. Ele explica que apesar de economizar, e muito, sem usar agrotóxicos, a mão-de-obra aumenta, o que possibilitaria uma maior oferta de trabalho, incentivando a fixação do homem no campo. "Mesmo assim, o preço final do algodão orgânico para venda pode chegar a ser 40 por cento maior que o convencional", salienta.

Dominada a técnica, o principal desafio será mesmo a organização de associações e cooperativas para tornar a produção atrativa a mercados e ser lucrativa aos agricultores. Uma das estratégias que deverá ser adotada é a produção em cadeia. Ou seja, as cooperativas serão incentivadas a dominar várias etapas da produção do algodão, desde o plantio até o resultado final como vestuários, acessórios e ornamentos. "Precisamos incentivar trabalho em cadeia, para eliminarmos atravessadores e aumentarmos o lucro", acredita Adelar.

O Programa Alternativo para o Desenvolvimento Sustentável da Cotonicultura Familiar de Mato Grosso, desenvolvido pela Fetagri, também conta com o apoio da Embrapa Algodão, Sebrae, Centro Universitário Univag, Escola Agrotécnica de São Vicente, Unemat, Secretaria de Agricultura e Assuntos Fundiários, Fundaper e Facual - Fundo de Apoio à Cultura de Algodão.

Algodão colorido. Além do algodão ecológico, a Fetagri, em parceria com a Embrapa, está incentivando o cultivo do algodão colorido. Melhorado geneticamente pela Embrapa a partir do algodão selvagem desenvolvido pelos Incas há 4500 anos, o algodão colorido (cuja tonalidade varia entre o creme e o marrom-escuro) tem uma resistência naturalmente maior a doenças, o que reduz a necessidade de uso de agrotóxicos. Além disso, por ser colorido não precisa ser tingido por processo industrial.

De acordo com Luiz Gonzaga Chitarra, fitopatologista da Embrapa Algodão, desde 1989 a instituição está trabalhando com essa variedade na Paraíba e a trouxe para Mato Grosso em 2000. Atualmente, em parceria com a Fetagri, estão sendo cultivados 80 hectares por pequenos produtores nos municípios de Glória D’Oeste, São José dos Quatro Marcos e Colíder, que deverão colher 8 mil arrobas.

Para se ter uma idéia, no Nordeste brasileiro são cultivados 880 hectares em 22 municípios, que rendem mais de 100 mil peças de vestuário e acessórios. "Até pouco tempo o algodão colorido era rejeitado pelos grandes produtores, sendo utilizado apenas de forma artesanal por algumas comunidades", explica. A Embrapa investiu no melhoramento genético para que a fibra do algodão pudesse ser mais fina e mais resistente, tornando-a viável comercialmente. "E nunca é demais repetir que o algodão colorido não é transgênico, ao contrário do que muita gente pensa", ressalta.

Uma das vantagens desse tipo de algodão para os pequenos agricultores é não ter a concorrência direta com os grandes produtores. "O algodão colorido não pode ser misturado com o branco. Ou seja, a área cultivada tem que ser de uma variedade ou de outra", salienta Chitarra. De acordo com o técnico da Embrapa, dificilmente esse cultivo interessará aos grandes produtores, principalmente porque ainda se sabe ao certo o potencial de mercado.

Entretanto, a aposta da Fetagri nesse tipo de cultura não é apenas a questão ambiental. "Nosso objetivo é gerar empregos e agregar renda", enfatiza o engenheiro agrônomo Adelar Humberto Schons. A produção têxtil do algodão colorido é um sucesso na região de Campina Grande, na Paraíba, cujo consórcio Natural Fashion emprega cerca de 1200 pessoas de cooperativas e clubes de mães.

O consórcio é formado por 10 empresas de confecção, tecelagem e artefatos de micro e pequeno porte que visam um nicho de mercado internacional que exige produtos orgânicos. Pelo consórcio são produzidas dezenas de produtos entre roupas, tecidos, acessórios e artefatos para decoração. "Nós queremos trabalhar em cooperativas, de forma a atender algumas etapas da produção de tecidos, desde a produção, industrialização e comercialização", espera. No mês de abril Adelar visitará empresas têxteis de Santa Catarina para fazer uma análise de mercado para esse tipo de algodão.

(fonte: Estação Vida / ICV - Instituto Centro de Vida - 29/03/2003)/http://www.agrisustentavel.com/san/algocor.htm..
Fotos:http://fashionbubbles.com/tecnologia-textil-e-da-confeccao/cultivo-de-algodao-colorido-bahia/