Sistema de vigilância por satélite permite detectar até corte de árvores individuais
O Detex é o sistema mais detalhista de monitoramento de desflorestamento.Inpe vai monitorar a primeira área pública de manejo florestal.
Dennis Barbosa Do Globo Amazônia, em São Paulo
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A Floresta Nacional do Jamari (RO), que em agosto se tornou a primeira do país a ter áreas licitadas pelo governo federal para manejo sustentável, será controlada com o novo sistema de monitoramento de desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o mais detalhado de que o órgão dispõe. O Detex (Detecção de Exploração Seletiva) foi desenvolvido para controlar distritos florestais com alto nível de detalhe, identificando atividades madeireiras no meio da floresta. Isso inclui a localização de picadas, pátios para armazenamento de madeira e o sumiço de árvores individuais, atividade conhecida como corte seletivo. O sistema é o terceiro utilizado pelo Inpe para monitorar o desflorestamento na Amazônia. Já existem o Programa de Cálculo de Desflorestamento da Amazônia (Prodes), levantamento anual da devastação da Amazônia Legal, e o Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que faz uma varredura mais rápida da região - a publicação dos dados é mensal. O diferencial do Detex é a observação detalhada de extensões menores. Ele coleta imagens de áreas de 20 metros por 30 metros, mais definidas que as utilizadas pelo Prodes (30 m por 30 m) e pelo Deter (250 m por 250 m). As fotografias são captadas pelos satélites sino-brasileiros CBERS e pelo americano Landsat. A utilização de radares aerotransportados do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) ainda está sendo estudada.
Jamari
No dia 18 de agosto, nove meses após abertura de edital, o governo conseguiu licitar a Floresta Nacional do Jamari (RO), primeira área de concessão florestal para manejo sustentável do Brasil. Segundo informações da Agência Brasil, a licitação foi alvo de disputa judicial no Supremo Tribunal Federal (STF). As três áreas licitadas somam 96 mil dos 220 mil hectares da unidade e devem render R$ 3,8 milhões anuais aos cofres públicos. As empresas vencedoras da concorrência poderão explorá-las por 40 anos. "Depois de muito tempo em banho-maria, começaram nas florestas públicas as licitações para uso sustentável. Você tem uma floresta, explora um quarenta avos a cada ano e daqui a 40 anos a floresta ela está do mesmo tamanho. Produz madeira, móveis e armários, pagam salários e a floresta fica do mesmo tamanho" disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. "Faremos várias outras (licitações). A melhor forma de combater a madeira ilegal é o aumento da oferta da madeira legal de manejo", completou. A função do Detex, segundo explica o coordenador do programa Amazônia do Inpe, Dalton Valeriano, será permitir que o Serviço Florestal Brasileiro, órgão do Ministério do Meio Ambiente, fiscalize o manejo na Floresta do Jamari. “O Detex inicialmente seria voltado apenas para extração em florestas públicas, mas, por solicitação do Ibama, esperamos que até o fim do ano esteja disponível também para áreas de manejo privadas”, disse o coordenador. O Detex já foi testado nos entornos de duas estradas federais da região, e em duas florestas nacionais: Jamari e Saracá-Taquera. Segundo o Inpe, ele será empregado em todas as florestas públicas da Amazônia Legal.
Parabéns pela temática do blog, Helena! Realmente o mundo precisa de gente antenada e preocupada com essas questões, assim como você. Muito obrigado pela sua visita ao meu blog. Aparecerei sempre por aqui!
ResponderExcluirUm abraço,
Alex