17 setembro 2008

A NATUREZA A SERVIÇO DA BELEZA

Cosméticos orgânicos
Jefferson Curtinovi
Em 2006, o Brasil passou a França e assumiu a terceira colocação no ranking dos maiores mercados consumidores de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, perdendo apenas para Japão e Estados Unidos. Conforme a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), os brasileiros gastaram, no ano passado, R$ 18.203 bilhões em compras no setor – 7,1% do total (confira o ranking mundial).
A extração da matéria-prima para a fabricação desses produtos é uma das formas de agressão ao meio ambiente. Um dos exemplos é o babaçu, palmeira nativa das regiões Norte e Nordeste e cujo óleo compõe diversos embelezadores. Outro é a soja, apontada pela ONG Greenpeace como um dos grandes vilões do desmatamento. O próprio site de uma das maiores empresas nacionais de cosméticos confirma o esgotamento de recursos minerais como um danos causados por seus processos de produção. E indica outros: contaminação do solo e alteração da qualidade de águas e ar.
Quem já faz e como?
Seguindo a lógica dos alimentos orgânicos, os cosméticos desse tipo procuram não comprometer a natureza, são fabricados com matérias-primas livres de substâncias tóxicas e passam por processos ecologicamente corretos de produção e teste. Além disso, reduzem as chances de agressão ao corpo, já que não usam corantes nem conservantes artificiais. Embora não haja informações precisas sobre o quanto do total de cosméticos produzidos no mundo é orgânico, sabe-se que o índice ainda é baixo. Mesmo assim, várias marcas já desenvolvem linha inteiras pensando na proteção do meio ambiente. É o caso da Natura Ekos, em que a brasileira Natura substitui o óleo mineral, resultado da purificação do petróleo, por matéria-prima renovável. Além disso, a empresa lançou recentemente a Tabela Ambiental, com informações que vão desde a qualidade dos produtos extraídos da natureza até a origem e o descarte das embalagens. A francesa L'Occitane, por sua vez, não utiliza nada de origem animal em suas fórmulas. Na inglesa Lush, que tem filiais espalhadas pelo Brasil, os produtos são feitos à mão e com uma quantidade mínima de conservantes, privilegiando altas concentrações de extratos de frutas, legumes e temperos. A Amazon Secrets, também brasileira, além de trabalhar com cosméticos ecologicamente corretos, valoriza a produção comunidades caboclas e indígenas da Amazônia. O Instituto Biodinâmico (IBD) e o Ecocert são alguns dos órgãos que fiscalizam e certificam os produtos e processos orgânicos no Brasil.

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