21 junho 2008

O AUMENTO DA FOME NO MUNDO E A EXPANSÃO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS


Como ecologista, sou defensora do uso de energias não degradantes, ou seja, com baixo impacto no meio ambiente; e óbvio, as energias renováveis.
Atualmente, sou defensora do álcool de cana-de-açúcar, como o combustível mais acessível e "menos" poluente. Digo atualmente, pois, pode surgir algum outro combustível, mais viável ecòlogicamente e que seja acessível ao mercado consumidor.
As diferenças, entre os combustíveis mais utilizados atualmente:
Gasolina e díesel são derivados de petroleo (combustível fóssil, não renovável). A gasolina possui um maior poder de combustão, pois é mais refinada que o diesel, é mais recomendável para motores pequenos pois em motores grandes o consumo se torna muito elevado. O díesel é recomendável para motores grandes, pois é mais denso e assim gasta-se menos, além do mais, o motor tem que ser mais resistente. Já o álcool é derivado da cana-de- açúcar, menos poluente, e com um teor de combustão maior que a gasolina. E, é por isto que o carro bi-combustivél, consome mais álcool para percorrer a mesma distância do que quando usa gasolina.

A PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEL PARA 2008:

O Etanol Brasileiro - cana-de-açúcar - Com base em dados de unidades de produção de todos os Estados onde a atividade é desenvolvida, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que a colheita deste ano deverá variar entre 607,8 milhões e 631,5 milhões de toneladas, número entre 8,8% e 13,1% acima da do ano passado, que foi de 558,5 milhões de toneladas. Segundo sua estimativa , maior parte da cana será destinada para produção de álcool. O levantamento indica que cerca de 55% (entre 309,8 milhões e 321,9 milhões de toneladas) da cana colhida nesta safra serão usados na produção de biocombustíveis, enquanto 44% (de 248,3 a 257,9 milhões de toneladas) serão transformados em açúcar. O restante, de 49,6 milhões a 51,7 milhões de toneladas, será usado na fabricação de cachaça e rapadura e como alimento para gado, sementes e mudas.
Segundo a Conab, os investimentos em tecnologia nas usinas de cana-de-açúcar, o plantio de variedades mais produtivas e o clima favorável são os principais motivos do crescimento. A alta desta safra também se deve à área plantada, que aumentou de 7 milhões para 7,8 milhões de hectares, crescimento que teria ocorrido principalmente sobre áreas de pastagens.
Dados da Conab mostram que o país tem hoje 276 milhões de hectares de terras cultiváveis. Desses, 72% estão ocupados por pastagens, 16,9% por grãos e 2,8% por cana-de-açúcar, o que demonstra o potencial de crescimento da atividade sobre áreas de pastagem.

O Brasil já possui 376 fábricas de açúcar e de etanol cadastradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), segundo levantamento divulgado pelo governo. Do total, 241 das unidades são produtoras mistas (fazem os dois produtos), 121 produzem exclusivamente etanol e 15 processam apenas açúcar. Conforme o estudo do Mapa, o estado de São Paulo segue à frente no ranking, com 178 fábricas, seguido de Minas Gerais e do Paraná, com 31 unidades cada. Alagoas está em terceiro lugar, com 25 fábricas, enquanto Pernambuco conta com 24 e Goiás, integrante da nova fronteira canavieira, possui 21 fábricas cadastradas no Ministério da Agricultura.

A opinião americana: - EUA: Produção de etanol deve ser avaliada (05/03/2008)
Os planos dos Estados Unidos em favorecer a produção de biocombustíveis precisam ser melhor avaliados, advertiu o secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Ed Schafer. Para ele, o impacto sobre os preços dos alimentos e os custos para o meio ambiente devem ser submetidos à aprovação da sociedade.
"Precisamos de aceitação social" diante da intensificação das preocupações com os efeitos do etanol nos Estados Unidos, disse Schafer na Conferência Internacional de Energia, em Washington. "Temos de ter consciência sobre a relação entre a alta dos preços dos alimentos e a produção de combustíveis renováveis".
Schafer mostrou preocupação pelo fato de o milho, a soja e o trigo terem se valorizado tanto. Em 27 de fevereiro, sua cotação foi a mais elevada de todos os tempos. Os preços foram puxados pela demanda por exportações, pela seca nos países produtores de grãos e pelo crescimento do emprego do etanol nos EUA.
Em Bruxelas, a embaixadora do Brasil na União Européia, Maria Celina de Azevedo Rodrigues, em nome da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu os biocombustíveis diante de representantes de cerca de 60 países. "Compartilhamos a experiência do Brasil, um dos principais produtores de bioetanol. Os métodos de fabricação não deverão impor um peso para as mudanças climáticas", disse Janez Podobnik, ministro de Meio Ambiente da Eslovênia.

TRÊS CABEÇAS - UMA SENTENÇA: O INTERESSE COMERCIAL DE CADA UM
EUA - 29.04.2008 - “Estamos muito preocupados com a escalada dos preços da comida aqui em casa e muito preocupados com todos os que não têm o que comer no mundo”, disse hoje George W. Bush. Mas, em conferência de imprensa, sobre o estado da economia, o Presidente norte-americano disse que não acredita que o etanol tenha grande peso na inflação dos bens alimentares.Para Bush a inflação do preço da comida é devida ao clima, ao aumento da procura e aos preços dos recursos energéticos. O peso da produção do etanol, baseada em milho, é mínimo.“E o mais importante é que seja claro que é do interesse nacional que os nossos agricultores cultivem energia para que não fiquemos dependentes de outras partes do globo mais instáveis ou que não gostam de nós”.Equipas de ajuda humanitaria apontam o dedo acusador aos Estados Unidos que convertem um quarto da sua produção de milho em energia, tornando mais difícil a alimentação de gado e inflacionando o preço do cereal, dificultando o abastecimento aos países mais pobres.Para o Presidente norte-americano o objectivo é fazer com que produtos agrícolas não alimentares possam ser convertidos em energia mas os investigadores afirmam que esse caminho ainda está longe.

BRASIL- 19/04/2008 - Lula critica produção de etanol a partir do milho - ACRA, Gana - O presidente do Brasil criticou o uso de alimentos para a produção de biocombustíveis, em uma referência à política dos Estados Unidos de utilizar milho para a produção de etanol.
De acordo com informações da Agência Brasil, que acompanha a visita do presidente a Gana, a opção norte-americana tem gerado desabastecimento de milho em países como México, além de inflacionar o preço da matéria-prima.
"Certamente que isso reflete no preço de um produto que é importante para a ração animal, que é o milho", disse Lula em seu primeiro compromisso oficial no país africano, no palácio presidencial.
De acordo com a reportagem, entretanto, Lula voltou a refutar a afirmação de que a alta nos preços mundiais dos alimentos se deva à produção de biocombustíveis.
Para o presidente, essa alta se deve muito mais ao custo do frete, por conta da elevação dos preços do barril de petróleo.
"É muito estranho fazer críticas aos biocombustíveis sem fazer nenhuma crítica ao barril de petróleo, que subiu de 30 para 103 dólares", afirmou o presidente, segundo a Agência Brasil.

VENEZUELA: - 27/04/2008 - Chávez condena produção de etanol nos Estados Unidos
Presidente venezuelano diz que decisão norte-americana de impulsionar a produção de etanol é um 'crime'
Presidente venezuelano - O presidente venezuelano declarou que a decisão norte-americana de impulsionar a produção de etanol enquanto existe uma crise mundial de alimentos é um 'crime'.
Chávez disse ainda que a quantidade da produção norte-americana de milho usado para fabricar biocombustível, em vez de ser destinada para alimentar os pobres do mundo, lhe preocupa.
O presidente venezuelano afirmou no sábado, 26, que o milho necessário para encher com biocombustível o tanque de um automóvel serviria para alimentar sete pessoas durante o ano.
A Venezuela ofereceu doar mais de 350 toneladas de alimento ao Haiti, onde o aumento do preço dos alimentos provocou cruéis distúrbios no princípio do mês.

Redução na produção de biocombustíveis, é uma medida necessária para a redução do preço dos alimentos, juntamente com um incentivo para a produção destes:

A medida mais urgente a tomar para travar o aumento dos preços das matérias-primas agrícolas é uma redução drástica dos programas de subsídios aos biocombustíveis, apelou hoje Stefan Tangermann, director para a Agricultura na OCDE (Organização de cooperação e desenvolvimento económico).“Apelo, com urgência, à redução dos apoios aos biocombustíveis”, declarou este responsável da OCDE numa conferência sobre agricultura em Berlim. “É a única alavanca que podemos accionar rapidamente”, acrescentou. Para a OCDE, os preços agrícolas, e especialmente dos cereais, vão continuar elevados e o desenvolvimento dos biocombustíveis pesa cerca de um terço desse aumento.

O papel dos biocombustíveis na subida dos preços agrícolas é muito controverso. Os grandes produtores de etanol, como os Estados Unidos e o Brasil, refutam qualquer ligação entre o desenvolvimento destas culturas e o aumento dos preços. Na semana passada, a questão dos biocombustíveis ocupou grande parte dos debates na cimeira da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) em Roma, mas não foi negociado nenhum compromisso concreto sobre esta matéria.Entre os defensores dos biocombustíveis está a Comissão Europeia, que fixou aos países membros uma meta de dez por cento de biocombustíveis nos transportes até 2010. Este objectivo é “imperativo”, disse hoje Klaus-Dieter Borchardt, chefe-adjunto de gabinete da Comissária europeia para a Agricultura, Mariann Fischer Boel, recusando a tentação de fazer dos biocombustíveis o “bode expiatório” da subida dos preços agrícolas.
Segundo Klaus-Dieter Borchardt, “a primeira geração de biocombustíveis é uma fase de transição necessária antes de passar à segunda”, que fará a produção de energia não a partir de matérias-primas agrícolas mas a partir de resíduos, por exemplo.

Diante do exposto acima, não podemos nos enganar, a produção avassaladora dos biocombustíveis, É SIM - UM FATOR DETERMINANTE PARA A REDUÇÃO DA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS, COM A CONSEQUENTE ALTA DE SEUS PREÇOS.
E, quanto mais se preocupam com a atividade comercial, menos se preocupam com o meio ambiente e em nome da ganância, avançam sobre reservas florestais, desmatam, queimam, matam...desafiam a natureza...destroem nosso planeta!

Um comentário:

  1. Como a única posição em que me sinto bem é sentada e como não gosto de ficar ociosa, fiz um último post, já que vou ser operada na terça. É endereçado somente às pessoas que me têm dado força.
    Apareça por lá.
    wwwrenatacordeiro.blogspot.com
    não há ponto depois de www
    Um beijo,

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