13 junho 2008

REFLORESTAMENTO - ESPÉCIES TROPICAIS PROMISSORAS PARA O SUL DO BRASIL







Espécies tropicais promissoras

Nos últimos quarenta anos, os recursos florestais envolvendo espécies arbóreas nativas vêm sendo amplamente explorados, gerando divisas e riquezas para o País. Entretanto, ao longo desse período, poucos foram os plantios conduzidos com essas espécies. Mesmo no período em que houve o incentivo florestal, os plantios foram direcionados para espécies exóticas principalmente as do gênero Pinus e Eucalyptus. Por outro lado, as espécies nativas continuaram sendo exploradas de forma extrativista. Entretanto, muitas dessas espécies foram plantadas no nosso continente e em outras partes do mundo.
A longo tempo a Embrapa Florestas determinou a potencialidade para plantios de diversas espécies nativas de madeira valiosa, para o sul do Brasil, como pau-marfim, canjarana, araribá-vermelho, sobrasil, louro-pardo, canafístula, mandiocão e baguaçu. Contudo, a utilização dessas espécies em plantios tem esbarrado em vários problemas técnicos, destacando-se os relacionados com a irregularidade de crescimento e a escolha de métodos silviculturais adequados. Atualmente o conhecimento silvicultural de grande parte dessas espécies tem avançado significativamente. Uma série de estudos realizados pelos pesquisadores da Embrapa selecionou uma série de espécies tropicais, sendo muitas promissoras ou potencias para o manejo sustentável. A escolha das espécies baseia-se, principalmente, na importância econômica, silvicultural e ecológica da espécie.

A embrapa selecionou 100 espécies arbóreas, agrupadas segundo o grau de informação disponível, limitações e potencialidades, nas seguintes categorias:
Espécies madeireiras promissoras: por apresentar as seguintes características: valor econômico comprovado, com produção de madeira valiosa; desempenho silvicultural aceitável; e aptidão para programas de regeneração artificial. Estas espécies apresentam muitas informações silviculturais, com grande número de ensaios e parcelas de comprovação. Com exceção da Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná) e Schefflera morototoni, espécies aptas para plantio comercial no sul e no norte do país, respectivamente, as demais são recomendadas para plantios de comprovação pura ou plantio de comprovação misto.
Espécies madeireiras potenciais:
que possuem os mesmos atributos das espécies promissoras, porém apresentam menos informações em plantios experimentais ou de comprovação.
Espécies madeireiras pouco conhecidas ou não tradicionais:
estas espécies têm experimentação jovem, com poucos dados de crescimento em plantios experimentais; ainda não são vislumbradas suas potencialidades volumétricas. Os critérios de eleição e as necessidades de pesquisa são particulares a cada espécie.
Espécies madeireiras com regeneração problemática:
estas espécies, de madeira valiosa, apresentam ao menos uma das seguintes características, quando em regeneração artificial: desempenho silvicultural insastisfatório, com crescimento lento. Exemplo: Myrocarpus frondosus (cabriúva), Ocotea catharinensis (canela-preta) e Ocotea odorifera (canela-sassafrás); comportamento heterogêneo, por causa desconhecida. Exemplo: Virola bicuhyba (bicuíba); problemas limitantes referentes a pragas. Exemplo: Cedrela fissilis (cedro); indefinição de sistemas silviculturais apropriados, face ao desconhecimento de suas exigências ecológicas. Exemplo: Ruprechtia laxiflora (marmeleiro-bravo).
Espécies recomendadas para energia:
espécies com potencial silvicultural, com madeira pouco usada para processamento mecânico, porém importantes para energia. Em muitos casos, a produção de energia, com plantios de espécies nativas não deve ser uma ação prioritária, pois na maioria dos casos seu desempenho é inferior ao das espécies exóticas. Por seu rápido crescimento e ou adaptação a solos pouco férteis, as espécies são, também, importantes para revegetação com fins de melhoria ambiental.
Espécies recomendadas para reflorestamento ambiental:
espécies de potencial silvicultural reconhecido, úteis para vários fins, cujas madeiras são, na maioria dos casos, de segunda qualidade para processamento mecânico. Entre os vários fins, mencionam-se: revegetação (recomposição da cobertura florestal e recuperação de ecossistemas degradados), sistemas agroflorestais, potencial melífero, produção forrageira, uso medicinal, sombreamento inicial em plantios mistos e sombreamento de espécies esciófilas. O grau de informação técnica sobre o cultivo varia grandemente, entre estas espécies. De uma maneira geral, uma espécie é considerada de crescimento rápido quando apresenta produtividade superior a 14 m3/ha.ano-1. Observa-se que das 100 espécies arbóreas descritas, 32 espécies atingem esta performance. Isto é relevante, principalmente, devido à baixa variabilidade do material genético utilizado. Para a grande maioria das espécies arbóreas nativas, não são efetuadas as recomendações de se coletar sementes, de no mínimo 25 árvores para aumentar a variabilidade genética. Seguindo-se essas recomendações espera-se ganhos de produtividade da ordem de 20%, tornando deste modo, as espécies nativas mais atrativas para reflorestamentos.
Espécies Promissoras
- Angico-vermelho (anadenanthera colubrina)
O crescimento do angico-vermelho é moderado a rápido, podendo atingir produtividades de até 25,55 m3/ha.ano-1. Entretanto, em regiões mais secas do Nordeste, em espaçamento de 3 m x 2 m, apresentou aos doze anos de idade, uma altura média de 5, 5 m, um DAP de 9 cm, com uma produtividade de 1,8 m3/ha.ano-1. Essa espécie pode ser cortada a partir de cinco anos para lenha (dimensões de 8 a 12 cm de diâmetro); oito anos para mourão, e entre 20 a 25 anos para madeira (na Região do Cerrado, a partir de 30 anos). O tempo médio para esta espécie atingir 40 cm de diâmetro na vegetação natural, foi estimado em, no mínimo, 55 anos. A madeira de angico-vermelho é indicada para construção rural, naval e civil, como vigas, caibros, ripas, marcos de portas e janelas, tacos e tábuas para assoalho, esquadrias; em obras hidráulicas e externas como carrocerias, estacas, esteios, postes, mourões, dormentes, cruzetas, madeiramento de currais e outros usos para fabricação de móveis, folhas faqueadas para lambris e peças torneadas.
- Boleira (Joannesia princeps)
A boleira apresenta crescimento moderado a rápido, com incremento médio anual em volume, com casca, de até 21,60 m3/ha. Em um ensaio envolvendo onze espécies nativas em Linhares - ES, essa espécie foi a melhor espécie do ensaio, com crescimento em DAP e altura excelentes e índice de mortalidade inferior a 14%, aos 183 meses. Quando adubada e com espaçamento 3 m x 2 m, atingiu o máximo incremento médio anual em volume, com cerca de seis anos. Nessa idade, é recomendado o desbaste seletivo, caso a finalidade seja a produção de madeira para serraria. Estima-se rotação de 20 anos para serraria. A madeira da boleira é indicada para marcenaria, caixotaria leve, obras internas, tabuado em geral, artefatos de madeira, tamancos, forros, brinquedos, canoas, jangada e peças navais; miolo de painéis, de portas e ainda para chapas de partículas. O palito para fósforo obtido com a madeira desta espécie é de muito boa qualidade. A madeira de boleira produz celulose de fibra curta de boa qualidade, podendo ser usada na produção de papel de imprensa e de escrita. Teor de celulose de 50,1%; comprimento da fibra de 1,14 a 1,70 mm; teor de lignina de 21,8%.
- Mandiocão (Schefflera morototoni)
Mandiocão é uma das espécies madeireiras amazônicas de crescimento rápido. Aos oito anos de idade, observam-se incrementos médios anuais em altura e diâmetro de 2,20 m e 2,1 cm, respectivamente. Mesmo nos plantios mais velhos, o ritmo de crescimento se mantém constante. Em plantios experimentais, em Belterra PA, ele atingiu 21,17 m3/ha.ano-1 aos seis anos e meio de idade e produção máxima de 37,241 m3/ha.ano-1. Introduzido na República dos Camarões, na África, onde é utilizado para celulose, há plantios com produtividade de até 23,2 m3/ha. ano-1. Na Colômbia, prevê-se uma produtividade de até 40 m3/ ha.ano-1 com casca. No Pará, estima-se, uma rotação de sete a 20 anos, para serraria, já sendo possível o uso da madeira a partir de doze anos. Os conhecimentos adquiridos sobre esta espécie são suficientes para aconselhar o estabelecimento de plantações-piloto em toda sua área de ocorrência. Por ser leve e de propriedades físico-mecânicas favoráveis, a madeira de mandiocão, pode ser usada em carpintaria geral, marcenaria, partes internas na construção civil como forros, lambris, esquadrias e guarnições internas; tábuas para caixotaria leve, embalagens leves, brinquedos, palitos de fósforo, miolo de portas, instrumentos musicais, cabos de vassoura, lápis, mobiliário, molduras, espátulas para sorvetes, urna funerária, jangada; laminação, contraplacado, painéis, e para a produção de lâminas internas ("corestock") para compensado e lâminas faqueadas decorativas.
- Pinheiro do Paraná (Araucaria angustifólia)
O crescimento inicial do pinheiro-do-paraná é lento; mas, a partir do terceiro ano, em sítios adequados, apresenta incremento anual em altura de 1 m e, a partir do quinto ano, taxas de incremento em diâmetro de 1,5 a 2,0 cm. Os povoamentos apresentam uma grande heterogeneidade, que se manifesta, principalmente, na altura e na formação de pseudo-verticilos. É admissível esperar um incremento volumétrico anual de 10 a 23 m3/ha. Em casos excepcionais, pode atingir 30 m3/ha.ano-1, com casca. O fuste é quase cilíndrico com um Fator de forma de 0,75 a 0,80 (Bueno, 1965). Árvores jovens emitem dois pseudo-verticilos por ano, e árvores adultas um pseudo-verticilo. Em sítios de fertilidade química média e com alto teor de alumínio, a produtividade, dependendo da procedência utilizada, variou de 12 a 18 m3/ha.ano-1. Estima-se uma rotação a partir de quinze anos para desdobro, em solos férteis e sob espaçamentos adequados. Os primeiros desbastes devem realizar-se, segundo o grau de qualidade, na idade entre os sete e doze anos. O pinheiro-do-paraná tem sido plantado em locais fora de sua ocorrência natural, merecendo menção, um plantio, situado nas proximidades de Ubaíra, no sul da Bahia, em solos férteis (Golfari et al., 1978). Fora do Brasil, esta espécie foi introduzida em diversos países, entre os quais a África do Sul, a Austrália, o Quênia, a República Malgaxe (Madagascar) e o Zimbabue, com comportamento variável. A madeira do pinheiro-do-paraná apresenta boas características físicas e mecânicas em relação à sua massa específica, sendo indicada para construções em geral, caixotaria, móveis, laminados e vários outros usos, entre os quais: tábuas para forro, ripas, caibros, fôrmas para concreto, palitos para fósforo, lápis, carpintaria comum, marcenaria, tanoaria, molduras, guarnições, compensado, mastros de navios, pranchões, postes, cabos de vassouras, tabuinhas para telhados, entre inúmeros usos. O uso da madeira de pinho para tábua de ressonância dos pianos é praticamente insubstituível. O pinheiro-do-paraná, sob a forma de madeira serrada e laminada foi, por um longo período, um dos produtos mais importantes na exportação brasileira. Em 1765, um decreto real autorizou o corte de pinheiros de Curitiba PR, para ser construída a nau São Sebastião, um dos primeiros barcos da futura Marinha brasileira. Feita inteiramente de pinho, a nau São Sebastião durou mais de 50 anos, e acabou sendo deixada na África, no curso de uma missão oficial da Coroa portuguesa.
- Louro pardo (Cordia trichotoma)
O louro-pardo apresenta crescimento lento a moderado no Brasil; os melhores incrementos volumétricos registrados em plantios são 9,65 m3/ha.ano-1, aos dez anos e 10,70 m3/ha.ano aos cinco anos. Na Argentina, seu crescimento é rápido, estimando-se para uma população de 100 indivíduos por hectare, uma produção volumétrica de até 23 m3/ha.ano-1 com casca aos treze anos de idade. Estima-se rotação inicial de até quinze anos, para desdobro, para DAP de 45 cm em solos razoáveis e bons tratos culturais. O baixo crescimento observado em Chapecó e Concórdia, ambos em Santa Catarina, deveu-se às geadas fortes verificadas em todos os anos de avaliação dos experimentos. Testada em Belterra PA, a espécie apresentou 100% de mortalidade. Esta espécie apresenta uma sazonalidade anual da atividade cambial, apresentando o período favorável do crescimento nos meses chuvosos, seguido de um desfavorável no período seco. A madeira de louro-pardo, por ser de resistência mecânica média, de aspecto agradável e de retratibilidade média, é indicada para construção de móveis de luxo, revestimentos decorativos, lâminas faqueadas para móveis e lambris; em construção civil como vigas, caibros, ripas, caixilhos, persianas, guarnições, tabuado; obras internas, construção de tonéis, embarcações leves, réguas, ligações encavilhadas; carpintaria, marcenaria, chapas, torneados, esculturas e freios de locomotiva.
- Jequitibá-rosa (Cariniana legalis)
O crescimento do jequitibá-rosa varia de moderado a rápido. Em alguns plantios, o crescimento superou 21 m3/ha.ano-1. Em Linhares ES, esta espécie apresentou mortalidade alta, não havendo explicação para o fato. Presume-se que os tratos culturais não tenham sido os mais adequados para a espécie. Em quatro locais no Sul do Brasil, a sobrevivência foi abaixo de 50%; possivelmente, as mortes foram ocasionadas pelas geadas. A madeira de jequitibá-rosa pode ser usada em contraplacados, folhas faqueadas, compensados, laminados, móveis e armação, acabamentos internos, carpintaria, marcenaria, obras de interior, construção civil, em esquadrias, forro, tabuados em geral; fósforos, artigos escolares, caixotaria, saltos para sapatos, tonéis, tamancos, brinquedos e lápis, cabos de vassoura.
- Jacarandá da Bahia (Dalbergia nigra)
O crescimento do jacarandá-da-bahia é moderado a rápido. Foi observado que o crescimento em locais fora de sua área de ocorrência natural (Amazonas e Paraná) é superior ao verificado na região de ocorrência natural (Espírito Santo). A rotação para dimensão de madeira comercial é estimada, no Espírito Santo, em 40 anos, quando se espera uma produção de 100 m3/ha a 150 m3/ha. A madeira do jacarandá-da-bahia, por ter retratibilidade média, resistência mecânica entre média e alta e, sobretudo, pela aparência típica e agradável, é indicada para confecção de móveis de luxo, folhas faqueadas decorativas para painéis, revestimento de móveis, caixas de rádio e televisor (antigamente), peças torneadas, cabos de escovas, cabos para peças de cutelaria, para entalhe, marchetaria, peças de adorno, mesas de bilhar, carroçaria; em construção civil, como caibro, forro, ripa, tabuado, taco e vigamento. É usada, também, na fabricação de instrumentos musicais e de caixas de pianos.
- Canafístula (Peltophorum dubium)
A canafístula apresenta crescimento rápido; a produtividade volumétrica máxima registrada é 19,60 m3/ha.ano–1. O baixo crescimento observado em Concórdia SC deveu–se às geadas fortes verificadas em todos os quatro anos do experimento. Essa essência constitui–se, atualmente, numa madeira de alto valor econômico, uma vez que há alguns anos atrás era desprezada comercialmente. Por isso permanecia nas derrubadas sem aproveitamento econômico imediato, como é o caso das queimadas do oeste do Paraná, feitas há alguns anos. A madeira de canafístula é indicada em construção civil para vigas, caibros, ripas, marcos de portas, janelas, assoalhos; em usos externos como mourões, dormentes, cruzetas; em indústria de móveis e guarnições; em construção naval e militar; em marcenaria e carpintaria para fabricar carroçarias, chapas e peças para decorações de interiores e parquetes.
- Araruva (Centrolobium tomentosum Guillem)
Araruva apresenta grande variação no crescimento em altura. Nos experimentos da Embrapa Florestas, foram testadas duas origens: Carlópolis - PR e Lorena - SP, com ligeira superioridade para a segunda. O crescimento de C. tomentosum é moderado a rápido. Estudam estimam, aos 20 anos de idade, para densidade não superior a 400 plantas por hectare, incremento volumétrico médio anual de 20 m3/ha. Na Bolívia, é estimada uma rotação de 20 anos para o seu corte. A madeira de araruva pode ser usada em construção civil e naval, obras externas, hidráulicas, tacos, carpintaria, marcenaria de luxo, móveis finos, torneados, lambris, postes, mourões, esteios, vigamentos para pontes, cercas, hélice de pequenos aviões, cabos de ferramentas e enxada (quando nova). Para o dormente, dá-se a durabilidade de onze anos. Espécie recomendada para tanoaria; no interior do Paraná, a aguardente conhecida com o nome de araribá é acondicionada em barris feitos dessa madeira.
- Jequitibá-branco (Cariniana estrellensis)
O jequitibá-branco apresenta crescimento variável, de moderado a rápido. A maior produtividade volumétrica é 17,20 m3/ha.ano-1, aos 25 anos. A madeira do jequitibá-branco é indicada para estruturas de móveis, molduras e guarnições internas, peças torneadas, cabos de ferramentas, implementos, tanoaria, saltos para calçados, fósforos; em construção civil, como vigas, esquadrias, forros, caibros, ripas, tabuado, fôrmas de concreto e outros. É também usada na fabricação de madeira compensada. A madeira, quando preservada, pode ser usada em aplicações externas.
- Araribá- rosa (Centrolobium robustum)
O araribá-rosa apresenta crescimento moderado. Em plantio puro, em Linhares - ES, apresentou incremento médio anual máximo em volume de até 11,80 m3/ha.ano-1, aos nove anos de idade. Em 1992 verificaram que o crescimento da altura apresentou estagnação aos onze anos de idade. Entre as espécies de Centrolobium descritas nesta publicação, o araribá-rosa apresenta crescimento intermediário ao apresentado por C. tomentosum e pelo C. microchaete, nesta ordem. O material genético usado pela Embrapa Florestas, em todos os plantios experimentais, é proveniente da Companhia Vale do Rio Doce, Linhares - ES, sendo que o araribá-rosa não ocorre naturalmente neste local.

Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalística da Revista da Madeira

Um comentário:

  1. Parabéns pelos estudos e pela matéria , publiquem mais sobre especies de reflorestamento madeiraveis em floresta úmida e litoral do Paraná e Santa Catarina
    Marcello

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